Números contradizem onda de pessimismo com economia brasileira
Estamos em pé, gerando empregos, com preços caindo e variação positiva do PIB
Por Clemente Ganz Lúcio*
Há algum tempo, dados e declarações que procuram demonstrar que há no Brasil grande crise e descontrole da economia ganharam destaque: o país está em recessão (técnica!), a inflação, descontrolada, o desemprego chegou, o déficit comercial subiu etc.
A vida não anda fácil no mundo e no Brasil, é verdade. A partir de 2007/2008, as economias desenvolvidas provocaram a mais grave crise do capitalismo desde 1929. “A grande recessão”, segundo economistas, trouxe aos países desenvolvidos alto desemprego, arrocho salarial, perda de direitos e da proteção social como remédio para a crise.
A atividade econômica caiu nos países em desenvolvimento e a China passou a mostrar seu poder econômico. Com políticas anticíclicas, o Brasil permaneceu em pé, garantindo empregos, preservando salários e políticas sociais, bem como protegendo e incentivando a atividade produtiva. É muito difícil enfrentar essa crise. Há acertos e erros que fazem parte do risco de quem governa e decide diante de tantas incertezas.
O Brasil enfrenta inúmeros desafios de curto prazo: a pressão dos preços internacionais de alimentos; a severa seca, a mais grave dos últimos 60 anos, que comprometeu a safra agrícola, elevando preços de insumos, alimentos e energia elétrica; a Copa do Mundo, que reduziu a quantidade de dias úteis, com impacto sobre a atividade econômica; a desvalorização do Real (R$ 1,6 para R$ 2,3 por dólar), que ajuda a proteger a indústria, mas tem impactos sobre preços; a queda na receita fiscal do governo; a redução na venda de manufaturados para a Argentina; a China ganhando espaço comercial na América Latina e no nosso mercado interno; a enorme pressão dos rentistas pelo aumento dos juros, entre outros.
Apesar disso, os números da atual conjuntura evidenciam que ainda estamos em pé, senão vejamos:
· No primeiro semestre de 2014, houve aumento salarial em 93% das Convenções Coletivas, com ganhos reais entre 1% e 3%;
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· O preço da cesta básica caiu nas 18 capitais pesquisadas pelo DIEESE, entre julho e agosto (-7,69% a -0,48%).
· O Índice do Custo de Vida do DIEESE, na cidade de São Paulo, variou 0,68% em julho e 0,02% em agosto, arrefecendo.
· O mercado de trabalho formal criou mais de 100 mil postos de trabalho em agosto.
· O comércio calcula que serão criadas mais de 135 mil vagas no final do ano.
· O BC estimou a variação positiva do PIB para julho em 1,5% e indicou trajetória de queda da inflação.
· A atividade produtiva da indústria cresceu 0,7% em julho.
A ciência dos números é insubstituível para dar qualidade ao debate público e apoiar um olhar criterioso sobre a dinâmica da realidade. O desafio é correlacionar as informações para produzir o conhecimento e compreender o movimento do real.
*Diretor Técnico do DIEESE
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Comentários
rafael Isaacs
Vejam os argumentos deles:
http://mises.org.br/Article.aspx?id=1943
Cláudio
Com Dilma, a verdade vai vencer a mentira assim como a esperança já venceu o medo (em 2002 e 2006) e o amor já venceu o ódio (em 2010). ****:D:D . . . . ‘Tá chegando o Dia D: Dia De votar bem, para o Brasil continuar melhorando!!!! ****:L:L:D:D ****:D:D . . . . Vote consciente e de forma unitária para o seu/nosso partido ter mais força política, com maioria segura. . . . . ****:L:L:D:D . . . . Lei de Mídias Já!!!! ****:L:L:D:D ****:D:D … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. ****:D:D … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …:L:L:D:D
FrancoAtirador
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NA HORA DA VERDADE, A CONCLUSÃO É SEMPRE A MESMA:
DILMA VANA ESTAVA CERTA; LEITÃO DA GLOBO ERRADA.
Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo,
presidente Dilma disse que a economia da Alemanha não ia bem,
mas foi rebatida por Miriam Leitão,
que insistiu que o país cresceria 1,5% esse ano,
mais que o Brasil.
Reportagem publicada pelo jornal The New York Times
aponta que um dos principais indicadores de confiança
da mais forte economia da zona do euro caiu mais que o esperado,
reforçando a estagnação da atividade econômica
e a ameaça de o país entrar em recessão.
O New York Times reforça que a presidente Dilma Rousseff
estava correta durante sabatina no Bom Dia Brasil, da TV Globo,
na última segunda-feira 22,
enquanto a jornalista Miriam Leitão,
que contestou os dados da presidente,
errada.
A discordância de números e as interrupções foram fatores frequentes na entrevista de meia hora, exibida na íntegra pela emissora.
Quando Dilma falou que a economia alemã ia mal, Miriam discordou, rebatendo que a mais forte economia da zona euro cresceria 1,5% esse ano, mais que o Brasil, cujo mercado espera crescimento de 0,3%.
A entrevistadora, no entanto, se referia à expectativa de crescimento da Alemanha, não um avanço real no PIB. Dilma disse que o país europeu havia crescido apenas 0,8% no segundo trimestre desse ano, dado que já foi calculado e divulgado oficialmente.
A reportagem do NYT, publicada nesta quarta-feira 24, aponta que um dos principais indicadores de confiança das empresas alemãs caiu na terça-feira mais do que o esperado, para o patamar mais baixo desde 2012, intensificando assim os temores de que a economia do país esteja ameaçada de entrar em recessão.
“A economia alemã já registrou um declínio no segundo trimestre, quando a produção caiu 0,2% em comparação com o trimestre anterior. Outro declínio trimestral consecutivo colocará o país em recessão”, diz a matéria, sobre a economia que, como diz o jornal, serviu de âncora para o restante da zona do euro durante quatro anos de crise intermitente e de crescimento irregular.
A crise internacional é justificativa frequente de Dilma para o baixo crescimento do PIB brasileiro.
Com alguns adendos:
enquanto países europeus desempregavam,
o Brasil criava vagas,
aumentava a renda,
mantinha investimentos em infraestrutura
e redução da desigualdade.
(http://amoralnato.blogspot.com.br/2014/09/nyt-dilma-estava-certa-miriam-leitao.html)
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Zé Celso
Dilma cometeu o lapso gravíssimo de não incluir nos programas de saúde os medicamentos contra amnésia e dor de cotovelo, males que afligem terrivelmente a oposição.
Sidnei Brito
Alguém sabe me explicar, afinal, “qual é que é” daquele tal boletim Focus, sempre prevendo, toda semana, que ao final do ano estaremos num buraco sem fundo?
Há algum pingo de seriedade naquilo, ou é mais torcida do que qualquer outra coisa?
olivires
a pesquisa focus é que determina se a taxa celic vai subir ou cair, e em que medida.
é feita pelo bacen, em consulta ao mercado, formado em 95% por “autoridades” financeiras privadas e 5% por autoridades financeiras públicas.
assim sendo, os banqueiros sempre preveem catástrofes que justifiquem o aumento da taxa básica de juros (selic), que lhes dará maior rentabilidade no aluguel do dinheiro.
e isso porque o banco central não é independente (do povo), como a marina quer, mas bastante autônomo na economia pragmática petista, desde a época de lula.
Urbano
A maior parte da economia de países de peso despencou e a do Brasil se manteve firme e até crescendo; quando digamos que haja um leve balançar, os fascistas da oposição ao Brasil elevam o seu efeito a enésima potência. E mais; o próprio resultado do trabalho sujo feito por ela implica no resultado geral. É bom que se atente para isso…
FrancoAtirador
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Futuro Ministro de Aério Naves
fez negócio de mais de R$ 180 milhões
na Bolsa de Valores de São Paulo.
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Gestora de Fundos Gávea Investimentos,
criada por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central
[no Governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB)]
– nome escalado pelo candidato tucano Aécio Neves (PSDB)
como ministro da Fazenda, em caso de vitória na eleição -,
vendeu todas suas ações na Autometal (AUTM3),
fabricante de peças para indústria automobilística.
A participação da Gávea no capital da empresa global
era de 7,44%, segundo informações da BM&FBovespa.
A OPERAÇÃO FINANCEIRA ULTRAPASSOU OS R$ 180 MILHÕES.
|12h06 | 25-09-2014
InfoMoney
Gestora de Armínio Fraga vende ações na Bolsa;
operação passa de R$ 180 milhões
Participação da gestora era de 7,44% do capital da empresa,
segundo informações da BM&FBovespa, atualizado em junho
Por Paula Barra
SÃO PAULO – A gestora Gávea Investimentos, criada pelo ex-presidente do Banco Central [no Governo Fernando Henrique (PSDB)] Armínio Fraga –
o nome escalado por Aécio Neves (PSDB) como ministro da Fazenda
em caso de vitória na eleição de outubro -,
vendeu todas suas ações na Autometal (AUTM3),
fabricante de autopeças para indústria automobilística global.
A participação da gestora era de 7,44% do capital da empresa,
segundo informações da BM&FBovespa, atualizado em junho.
Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) hoje,
a Gávea não informou por quanto vendeu os papéis,
mas atualmente são negociados na Bolsa a R$ 19,40.
Segundo dados da BM&FBovespa, o capital social da companhia
é composto por 125.907.641 ações, ou seja,
caso a venda tenha sido feita pelo valor atual,
a Gávea pode ter embolsado R$ 181,7 milhões com a operação.
A Autometal está de saída da Bolsa.
Em abril deste ano, a espanhola CIE Automotive informou
que fará uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) da companhia
com o objetivo de fechar o capital da empresa,
em uma operação que pode chegar a R$ 607 milhões.
A CIE Automotive visa concluir a operação ao preço de R$ 19,11 por papel, segundo edital da oferta, publicado em agosto deste ano.
Segundo informações da Autometal, a Gávea informou
que a alienação da participação não tem objetivo
de alterar o controle ou estrutura administrativa da empresa,
tendo resultado apenas do critério adotado para seleção de investimentos.
Além desse comunicado, hoje uma reportagem do blog Primeiro Lugar, da Exame,
apontou que a gestora está com planos de vender também
sua participação de 32% na Camil Alimentos,
maior beneficiária de alimentos da América Latina.
Segundo a publicação, o BTG Pactual teria sido contratado
para assessorar os acionistas nessa operação
e já começou a procurar potenciais interessados.
Vale lembrar que o mercado cogitava há alguns meses
que a Gávea iria comprar o Fleury.
Rumores indicavam que a gestora estaria em conversas
com fundos soberanos para levantar cerca de R$ 1 bilhão
para adquirir a participação dos médicos acionistas do laboratório.
Pouco depois, surgiram mais especulações
de que a gestora estaria interessada também
em adquirir a BR Insurance (BRIN3).
A empresa, no entanto, disse à época
que não recebeu proposta formal do fundo Gávea.
(http://www.infomoney.com.br/autometal/noticia/3597441/gestora-arminio-fraga-vende-acoes-bolsa-operacao-passa-180-milhoes)
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FrancoAtirador
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Leia também:
InfoMoney
Mercados [Abutres]
Eleições 2014
INVESTINDO NAS ELEIÇÕES
Quanto já rendeu a “Carteira Política” na Bolsa?
Acompanhe em Tempo Real o Desempenho do ‘Portfólio’…
Entenda o “Rali Eleitoral”
Desde 17 de março, dia em que teve seu menor fechamento do ano,
o Ibovespa engatou um movimento de alta que já chega a 30%,
saltando daqueles 44 mil pontos para os 62 mil pontos –
maior patamar desde janeiro de 2013 -,
em um movimento chamado de “Rali Eleitoral”,
já que a disparada teve início
com a divulgação das pesquisas eleitorais.
As ações de empresas estatais –
Petrobras (PETR3, PETR4), Eletrobras (ELET6) –
e do setor financeiro –
Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) –
foram as que mais subiram nesse período, com algumas delas chegando
a duplicar de valor de mercado de março pra cá.
A explicação dada pelos ‘Especialistas do Mercado’
era que as pesquisas eleitorais começaram a apontar
uma queda na popularidade de Dilma Rousseff –
até então amplamente favorita para ser reeleita -,
aumentando as chances de que um candidato adversário
assumisse a presidência na disputa eleitoral.
Uma eventual mudança de governo acabou sendo bem recebida
devido ao descontentamento dos investidores da Bovespa
com a maneira intervencionista que a atual gestão
tem tocado importantes segmentos da economia brasileira.
Uma das intervenções mais “sentidas” pelos investidores
foi no setor elétrico, onde a implementação de uma medida provisória
em 2012 obrigou as empresas a reduzirem suas tarifas.
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FrancoAtirador
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Por que vou votar em Dilma (http://t.co/mb8rCTDV6M)
Por Milly Lacombe*, no Blog da <-MILLY
Não foi uma escolha sem conflito ou dor, mas ela está feita.
Tenho bons motivos para criticar a administração de Dilma até aqui,
mas talvez tenha ainda mais motivos para dar a ela uma nova chance.
Como críticas precisaria falar da total falta de cuidado em relação aos temas LGBT, do pouco caso com índios e com as reformas agrária e política (ainda que dependam muito do Congresso), e do descuido com temas que envolvem direitos da mulher.
Outras críticas passam pela falta de uma política mais agressiva de proteção ao meio-ambiente, que é esquecido sempre que o governo se curva aos interesses de usineiros e mineiros e de qualquer corporação que, em nome do lucro, viola nossas reservas naturais.
Também me incomoda a veneração ao sistema bancário e ao agronegócio, que nunca ganharam tanto como com Lula e Dilma e que, ainda assim, os desprezam.
Já o que eu desprezo é o absurdo, injustificável e crescente lucro de bancos privados num mundo de desigualdade gritante e alarmante.
Ou seja, alguns dos valores que seriam mais caros a uma mulher “de esquerda” foram solenemente ignorados durante essa primeira administração, talvez porque a verdade é que o PT faz uma administração de direita com valiosos programas sociais.
Mas quando esses motivos para não votar em Dilma me vêm à cabeça
e começo a olhar em volta em busca de alternativas vejo de um lado Aécio Neves
representando os mais podres e tortos valores de uma elite apodrecida e decadente,
e, do outro, Marina Silva, cuja história de vida é das mais tocantes e edificantes,
mas mulher cercada por xiitas evangélicos.
Claro que entre Aécio e Marina não há nem como pestanejar:
nada poderia ser mais triste e retrógrado para o Brasil do que a eleição
de alguém com as características de um playboy careta e conservador
que concorre por um partido caduco.
Mas como parece que dessa tragédia neoliberal já escapamos, entre Dilma e Marina não posso optar pela mulher que, além de amparada por extremistas religiosos, tem em seu plano de governo a autonomia do Banco Central e um limite de tempo para as cotas.
Mas mesmo que nada disso estivesse na balança, bastaria que eu olhasse para trás para entender como o Brasil mudou durante os anos Lula/Dilma, ainda que tenha deixado de crescer nos últimos quatro.
Se a ideia é fazer uma análise justa, não tem como deixar de levar em conta as mais de 40 milhões de pessoas que saíram a linha da pobreza, ou o Bolsa-Família — projeto que a ONU não cansa de elogiar — ou o PROUNI e as cotas, ações que colaboraram para que o Brasil diminuísse de forma gigantesca a desigualdade.
Muita gente que critica as administrações de Lula e Dilma nem sabe do que se tratam esses programas (preferindo ecoar por aí apenas alguns preconceitos eternizados pela elite a respeito deles), como eu também não sabia quando votava em candidatos concorrentes ou anulava.
Mas uma rápida busca pela Internet é capaz de mostrar como cada um dos programas sociais citados mudou a cara do Brasil e a vida de tanta gente (é necessário fazer a busca porque esse tipo de informação não chega até a gente via mídia de massa, e também lembrar que o Brasil é muito mais do que Rio e São Paulo).
Tenho que falar da lei da doméstica, que acabou com os abusos feitos com o trabalhador do lar e deu a essa galera dignidade e autonomia.
Depois, seria também limitado deixar de analisar que a economia mundial travou em anos recentes (porque o capitalismo agoniza e esperneia, mas esse é assunto para ouro texto), com quase toda a Europa e os Estados Unidos patinando, e que o Brasil, que não foi afetado pela crise de 2008, agora seguiu o ritmo.
'Ah, mas a China cresceu'.
Cresceu porque não leva em conta direitos trabalhistas básicos
e, por isso, passou a ser uma espécie de Disneylândia do empresariado mundial.
São centenas de escândalos que envolvem milhares de homens, mulheres e crianças vivendo em condições de escravidão para alimentar a fúria capitalista que exige produtividade e lucro.
Basta outra rápida busca pela Internet para ler coisas assombrosas a respeito de como vivem muitos trabalhadores por lá.
Crescer desse jeito desumano não deveria nos interessar.
E embora a figura de Marina e sua jornada humana sejam sedutoras se analisadas isoladamente, depois de ler os programas de governo de Dilma e de Marina acho que Dilma ainda tem um projeto social sólido para o Brasil, e que Marina (que declarou recentemente que o sistema de cotas não pode se estender por mais de dez anos) talvez acabe fazendo mais conchavos com o empresariado do que fizeram Dilma e Lula, e esse tipo de situação não me interessa – e interessa menos ainda ao Brasil.
Faltou, claro, tocar na corrupção, assunto espinhoso.
Quando falamos em “corrupção” tendemos a associar a prática a políticos,
ignorando que sem o corruptor não há corrupção.
Também tendemos a não considerar coisas,
tipo sonegação fiscal, como desvio de grana pública.
Então, acho importante que definamos corrupção
antes de sair dando pitaco e atirando pedras.
Corrupção é qualquer prática que desvie verba pública,
ou dinheiro que deveria chegar ao povo
e a projetos sociais — vamos bater o martelo assim.
Então: molhar a mão de um fiscal é corrupção.
Sonegar é corrupção.
Dar uma cervejinha para o guarda na estrada é corrupção.
Para que falemos de corrupção, portanto,
é preciso que não lavemos as mãos.
Quantos de nós pratica a corrupção?
Quantos de nós cresceu sabendo que, no Brasil,
era só dar um jeitinho para a coisa andar?
Quantos de nós já demos esse jeitinho?
A corrupção está tão infiltrada no sistema e no dia-a-dia que é no mínimo ingênuo achar que um partido no poder seria capaz de eliminá-la em três administrações.
Se nós não a eliminamos de nossas vidas, como exigir que um governo, em alguns anos, elimine uma prática que é esporte no Brasil há 500?
Com o perdão do clichê, aqui é o que disse Gandhi:
é preciso ser a mudança que gostaríamos de ver no mundo.
Ou isso ou parar de apontar o dedo;
uma regra básica de moralidade:
julgar os outros pelo mesmo padrão moral com que julgamos a nós mesmos.
E se por um lado é legítimo que se punam os responsáveis pelo Mensalão, é também importante lembrar que há inúmeros “mensalões” na história do Brasil e que apenas aquele conhecido como “do PT” foi condenado.
É necessário que façamos a pergunta: por quê?
Muitos dos que gritam que a corrupção apenas piorou, sem se dar ao trabalho de checar se piorou mesmo (tecnicamente, segundo medição internacional, melhorou um pouco nos últimos anos), se esquecem de analisar que foi durante uma administração Petista que o Mensalão foi julgado e condenado.
Não poderíamos apenas chamar isso de Estado de Direito?
Não deveria servir para aplacar o medo de que o PT implantaria uma ditadura no Brasil?
Que tipo de ditadura é capaz de ter um sistema judiciário tão independente que, sem interferência, julga e condenar líderes da situação?
Nem precisamos voltar muito a fita para saber que antes as coisas não se davam assim (e que em alguns Estados ainda não é assim).
Em 1997, a Folha de S.Paulo levantou o caso da compra de apoio para que alguns deputados votassem a favor da reeleição presidencial.
Apesar da confissão dos deputados e da fartura de provas, na época o Procurador Geral da República não enviou denúncia ao STF e o escândalo nunca foi investigado devidamente; FHC seguiu solene para ser reeleito.
O mensalão mineiro, também conhecido como mensalão tucano e mais antigo do que o do PT, não teve até agora um condenado.
As estranhíssimas reformas dos não menos estranhíssimos aeroportos rurais de Claudio e Montezuma, em Minas, feitas com grana pública nem comentadas mais são.
O escândalo das denúncias de corrupção na construção do metrô nessa São Paulo comandada há 20 anos pelo PSDB, um rombo aos cofres públicos que segundo a revista Isto É ultrapassou 400 milhões de reais, tampouco rende condenações.
Não vou sequer falar do helicóptero dos amigos de Aécio, os Perrela, apreendido com meia tonelada de pasta base de cocaína e esquecido depois de alguns dias.
Você ainda quer saber de quem era essa cocaína?
Eu também, mas provavelmente jamais saberemos porque as investigações já não andam.
Por que esses escândalos não seguiram sendo apurados?
A quem interessa acobertar absurdos assim?
Mas é claro que muita coisa ainda tem ser feita.
É preciso que tenhamos uma lei dos meios que acabe com o monopólio na imprensa — esse que faz com que duas ou três famílias sejam donas de quase todo o arsenal midiático brasileiro –, que se amplie o sistema de cotas, que voltemos a crescer, que a qualidade do ensino melhore, que a lei contra a homofobia seja aprovada, que se execute a reforma política e uma reforma carcerária, que olhemos de frente para o racismo e o combatamos, que os índios sejam levados a sério, que aborto seja tratado pelo que é: um caso de saúde pública, que se estabeleça uma política ambiental sólida e pioneira, que se corrija ainda mais a desigualdade, que consigamos atender essas 40 milhões de pessoas que, saídas da miséria, vão exigir cada vez mais mudanças e direitos e justiça (não se tira 40 milhões de almas da pobreza impunemente).
Precisa mudar muito mais, não há como pensar diferente se somos a sétima economia do mundo vivendo com serviços e infraestrutura de país subdesenvolvido.
Mas também não há como negar quanto já foi feito.
Então, depois de matutar e ler e analisar decidi dar meu voto de confiança
a quem já executou tantas mudanças e fez o Brasil andar para frente.
*Milly Lacombe é Escritora.
(http://blogdamilly.com)
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Romanelli
Analise política, fraquíssima ..a começar pelo comentário INFELIZ sobre o cambio ..nada sobre os erros cometidos com as tarifas, juros, como crédito e isenção erráticos, sobre os exageros com a renda x carro, com a indexação que nunca é contida etc
Voltamos a THC, quando a culpa ora era da crise no México, Coréia, Russia, Argentina, Turquia ..ele mesmo era um azarado, e nós, críticos, “vagabundos e cassandras”, lembra ?
Problema é que hoje não temos mais vulnerabilidade externa como tínhamos – aliás, mérito deste governo que soube aproveitar melhor as oportunidades (o FMI, a centralização de parceiros e a falta de reservas por exemplo) ..e pior, depois da “grande crise” mesmo assim o país, com LULA, continuava a crescer
..logo ..grande culpa é da DILMA mesmo
Vlad
Mantega??
É você???
Julio Silveira
Se fosse o partido desejado pelos grandes grupos de midia os numeros estariam sendo incensados e apresentados como grande conquista nesse caotico momento economico mundial. Mas a midia de seus patrões, agentes politicos ativos, fazem de tudo para trabalhar os dados politicamente e não realisticamente.
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