A CNBB e um terço dos 308 bispos juntos com o povo pela greve geral; veja lista e vídeos

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Alinhados com o Papa Francisco e a favor dos trabalhadores, pelo menos 96 bispos, entre os quais estes (no topo, da esquerda para direita): Leonardo Ulrich Steiner (secretário-geral da CNBB),  Walmor Oliveira de Azevedo (MG), Antonio Carlos (Caicó/RN), Anuar Battisti (Maringá/PR), Odelir José Magri (Chapecó/SC), Jaime Vieira Rocha (Natal/RN) e Fernando Saburido (Olinda e Recife/PE presidente da CNBB Nordeste II

Lista de bispos que se pronunciaram contra a reforma e a favor da Greve Geral:1/3 dos bispos convocam a greve geral; surge um novo desenho da Igreja no país

por Mauro Lopes, no Outras Palavras, em 27/04/2017 

Até o meio da tarde desta quinta (27), véspera da greve geral contra as reformas do governo Temer, era possível contabilizar 93 bispos católicos que, em notas ou vídeos, convocaram os fiéis de suas dioceses e arquidioceses participarem ativamente do protesto.

É certo que mais bispos manifestaram-se, mas a “garimpagem” realizada por dezenas de pessoas país afora não capturou toda a mobilização episcopal. É possível dizer que quase 1/3 dos 308 bispos na ativa no país estão comprometidos com a greve (a lista está no final).

Um olhar para a composição da lista de bispos mobilizados mostra um novo perfil da Igreja no país, superando os anos de silêncio e apatia. Nas últimas semanas, a Igreja no Brasil ficou mais parecida com a Igreja que as pessoas reconhecem no Papa Francisco, e assumiu importância na vida nacional, depois de um longo período de irrelevância. O profetismo e a vinculação com os pobres voltou à cena com vigor.

Isso não quer dizer que os bispos progressistas sejam maioria –nem no período auge da Teologia da Libertação o foram. Continua a haver uma maioria moderada, silente, preocupada com o futuro da instituição e seu próprio futuro, representada pelo presidente da CNBB, o cardeal dom Sérgio da Rocha.

O polo dinâmico, progressista, alinhado ao Papa Francisco, tem sua liderança partilhada entre o secretário-geral da CNBB, o franciscano dom Leonardo Ulrich Steiner e os presidentes e principais dirigentes das pastorais sociais, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Pastoral Carcerária, Pastoral da Saúde e Caritas Brasileira –todos eles lançaram convocações à greve.

Dentre os religiosos, os dominicanos, mais engajados durante a ditadura, cedem lugar aos franciscanos, com um protagonismo alegre e comprometido. Nos momentos de maior compromisso da Igreja com os pobres no país, houve uma composição entre os blocos moderado e progressista do episcopado.

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Há um polo abertamente reacionário, comprometido com os interesses dos ricos, minoritário como o progressista. É liderado pelos cardeais do Rio, dom Orani Tempesta, e de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer.

Não é coincidência que nem eles nem qualquer dos bispos auxiliares de São Paulo ou Rio tenham se manifestado a favor da greve geral. Ambos foram os líderes da visita de um grupo de bispos a Temer, e não se cansam de manifestar simpatia ao governo golpista exatamente no dia da votação da PEC do Teto dos Gastos (que congelou os gastos sociais no país por 20 anos).

Observe no quadro abaixo como está distribuída no país a liderança eclesial progressista.

Foram mapeados 93 bispos, distribuídos regionalmente da seguinte maneira: 18 do Norte, 28 do Nordeste, 6 do Centro-Oeste, 29 do Sudeste e 12 do Sul.

O Estado com mais bispos convocando a população é Minas Gerais, com 19, em parte devido ao protagonismo de dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte –acompanharam-no na convocação à greve cinco bispos auxiliares de BH. O segundo Estado com maior presença é o Maranhão, com 9 bispos –uma participação destacada, num Estado que possui 12 dioceses.

Veja o quadro:

Há um novo desenho da Igreja no país, sob influxo da liderança do Papa Francisco e em meio a uma brutal ofensiva contra os direitos dos mais pobres.

Este perfil renovado será contemplado pela Assembleia Geral da CNBB, que acontece até 5 de maio em Aparecida (SP)? Uma aliança entre progressistas e moderados voltará a dar o tom à Igreja no país?

Já dom Odilo Pedro Scherer (SP) e dom Orani Tempesta (RJ) preferem preferem o golpista Michel Temer

CNBB e quase 100 bispos convocam população para a greve geral

por Mauro Lopes, no Outras Palavras, 26/04/2017  

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – aqui) e 93 arcebispos e bispos de um universo de 308 na ativa neste momento no país lançaram convocações à população para a greve geral contra as reformas do governo Temer e a política de massacre dos pobres do país iniciada depois do golpe de Estado.

É uma mobilização eclesial na direção dos pobres não vista desde o fim do regime militar no Brasil, sob o impacto da mudança de rumos que o Papa Francisco lidera na Igreja em todo o mundo.

É significativo o silêncio dos cardeais de São Paulo (dom Odilo Pedro Scherer) e do Rio (dom Orani Tempesta), que tornam suas arquidioceses em bastiões do conservadorismo católico no país em oposição ao Papa Francisco.

[Nota: No começo da tarde de quarta, o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, rompeu o silêncio e falou. Um vexame que envergonhou a Igreja.

Escalado para a entrevista coletiva da primeira tarde da Assembleia Geral da CNBB, pouco depois das 15h, o cardeal foi encarregado de falar sobre os temas sociais do país. Ao apresentar a agenda da Assembleia, ele ignorou a greve geral, apesar do posicionamento oficial da CNBB.

Questionado por um jornalista, dom Odilo deu razão a todos os que o acusam de aderir ao regime do golpe. Disse secamente que “o povo tem direito de se manifestar”, disse que espera que a reforma da Previdência seja boa (?) e arrematou: “dizer que somos a favor ou contra é muito simplista”.

Apresentou uma posição “neutra” quanto à reforma da Previdência e quanto à reforma trabalhista e à terceirização –neutralidade que é o desejo maior de Temer neste momento em que o governo está isolado na sociedade.

Como o personagem bíblico, o cardeal lavou as mãos: “Quanto aos bispos que conclamaram a greve, bem, cada bispo é livre para fazer o que quiser.

Candidato a Papa da Cúria romana no último conclave, derrotado por Francisco, o cardeal de São Paulo deixa toda a Igreja-Povo de Deus com enormes saudades dos tempos de dom Cláudio Hummes e especialmente dom Paulo Evaristo Arns.]

Veja a lista dos arcebispos e bispos que se manifestaram e, ao final, vários dos vídeos espalhados nas redes sociais –é uma lista parcial do que foi possível levantar a partir da “garimpagem” e partilha de muitas pessoas.

1. Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB

2. Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG)

3. Dom José Luiz Majella Delgado, arcebispo de Pouso Alegre (MG)

4. Dom João de Medeiros Silva, arcebispo coadjutor eleito de Montes Claros (MG)

5. Dom Júlio Endi Akamine, arcebispo de Sorocaba (SP)

6. Dom Manoel Delson, arcebispo da Paraíba (PB)

7. Dom Fernando Saburido, Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife (PE) e presidente da CNBB Nordeste II

8. Dom Zanoni Demettino Castro, arcebispo de Feira de Santana (BA)

9. Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo de Natal (RN)

10. Dom José Belisário Silva, arcebispo de São Luís (MA)

11. Dom Jacinto Furtado Sobrinho, arcebispo de Teresina (PI)

12. Dom Antônio Muniz Fernandes, arcebispo de Maceió (AL)

13. Dom João da Costa, arcebispo de Aracaju (SE), presidente da Caritas Brasileira

14. Dom Pedro Brito Guimarães, arcebispo de Palmas (TO)

15. Dom Sérgio Castriani, arcebispo de Manaus (AM)

16. Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO) e presidente do CIMI

17. Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre (RS)

18. Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá (PR)

19. Dom José Maria Chaves dos Reis, bispo de Abaetetuba (PA)

20. Dom Vital Corbellini, bispo de Marabá (PA)

21. Dom Flávio Giovenali, bispo de Santarém (PA)

22. Dom Evaristo Pascoal Spengler, bispo da Prelazia do Marajó (PA)

23. Dom Jesus Maria, bispo de Bragança (PA)

24. Dom Wilmar Santin, bispo de Itaituba (PA)

25. Dom Bernardo Johannes Bahlmann, bispo de Óbidos (PA)

26. Dom Mário Antonio da Silva, bispo de Roraima (RR)

27. Dom Pedro José Conti, diocese de Macapá (AP)

28. Dom Philip Roger Dickmans, bispo de Miracema (TO) e presidente da Regional Norte III da CNBB

29. Dom Giovane de Melo, bispo de Tocantinópolis (TO)

30. Dom Romualdo Matias Kujawski, bispo de Porto Nacional (TO)

31. Dom Wellinton Queiroz , bispo de Cristalândia (TO)

32. Mons. Ionilton Lisboa, bispo eleito da prelazia de Itacoatiara (AM)

33. Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, bispo coadjutor de Borba (AM)

34. Dom Genival Saraiva Franca, administrador apostólico da Paraíba (PB)

35. Dom Antônio Tourinho, bispo Auxiliar de Olinda e Recife (PE)

36. Dom Francisco Dantas Lucena, bispo de Nazaré (PE)

37. Dom Egídio Bisol, bispo de Afogados da Ingazeira (PE)

38. Dom Gilberto Pastana, bispo do Crato (CE)

39. Dom Ailton Menegussi, bispo de Crateús (CE)

40. Dom Antônio Roberto Cavuto, bispo de Itapipoca (CE)

41. Dom José Gomes de Vasconcelos, bispo de Sobral (CE)

42. Dom Rubival Cabral Britto, bispo de Grajaú (MA)

43. Dom Enemésio Angelo Lazzaris, bispo de Balsas (MA) e presidente da CPT

44. Dom Armando Martin Gutierrez, bispo da Diocese de Bacabal (MA)

45. Dom Vilsom Basso, bispo de Caxias (RJ), nomeado para Imperatriz (MA)

46. Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana (MA)

47. Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo (MA)

48. Dom Sebastião Bandeira, bispo de Coroatá (MA)

49. Dom Elio Rama, bispo de Pinheiro (MA)

50. Dom Antônio Carlos Cruz Santos, bispo de Caicó (RN)

51. Dom André de Witte, bispo de Ruy Barbosa (BA) e vice presidente da CPT

52. Dom Carlos Alberto Breis Pereira, bispo da diocese de Juazeiro (BA)

53. Dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (BA)

54. Dom Guilherme Werlang, bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão das Pastorais Sociais da CNBB

55. Dom Eugênio Rixen, bispo de Goiás (GO)

56. Dom Adriano Ciocca Vasino, bispo de São Félix do Araguaia (MT)

57. Dom Nerí José Tondello, bispo de Juína (MT)

58. Dom Juventino Kestering, bispo Rondonópolis-Guiratinga (MT)

59. Dom Reginaldo Andrietta, bispo de Jales (SP)

60. Dom Antonio Vilar, bispo de São João da Boa Vista (SP)

61. Dom Pedro Carlos Cipollini, bispo de Santo André (SP)

62. Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes (SP)

63. Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo de Amparo (SP)

64. Dom Otacílio Luziano da Silva, bispo de Catanduva (SP) e presidente da Pastoral Carcerária da CNBB

65. Dom Aloisio Jorge Vitral, bispo de Teófilo Otoni (MG)

66. Dom Paulo Mendes Peixoto, bispo de Uberaba (MG)

67. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo Auxiliar de Belo Horizonte (MG)

68. Dom Edson José Oriolo dos Santos, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG)

69. Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG)

70. Geovane Luís da Silva, bispo auxiliar eleito de Belo Horizonte (MG)

71. Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar eleito de Belo Horizonte (MG)

72. Dom Guilherme Porto, bispo de Sete Lagoas (MG)

73. Dom Cláudio Sturm, bispo de Patos de Minas (MG)

74. Dom José Eudes do Nascimento, bispo de Leopoldina (MG)

75. Dom José Aristeu Vieira, bispo de Luz (MG)

76. Dom José Carlos de Souza Campos, bispo de Divinópolis (MG)

77. Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro, bispo de Oliveira (MG)

78. Dom Irineu Andreassa, bispo de Ituiutaba (MG)

79. Dom José Luiz Majella Delgado, arcebispo de Pouso Alegre (MG)

80. Dom Marco Aurélio Gubiotti, bispo de Itabira-Coronel Fabriciano (MG)

81. Dom Francisco Biasin, Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ)

82. Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, bispo de Campos e presidente da Pastoral da Saúde da CNBB

83. Dom Roberto Francisco Paz, bispo de Campos dos Goytacazes (RJ)

84. Dom Manoel João Francisco, bispo de Cornélio Procópio (PR), administrador apostólico da arquidiocese de Londrina e ex-presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC)

85. Dom Dirceu Vergini, bispo de Foz do Iguaçu (PR)

86. Dom Celso Antonio Marchiori, bispo de Apucarana (PR)

87. Dom Geremias Steinmetz, bispo de Paranavaí (PR)

88. Dom Edgar Xavier Ertl, bispo de Palmas-Francisco Beltrão (PR)

89. Dom João Francisco Salm, bispo de Tubarão (SC) e presidente da CNBB Sul

90. Dom Odelir José Magri, bispo de Chapecó (SC)

91. Dom Severino Clasen, bispo da Diocese de Caçador (SC)

92. Dom Jaime Pedro Kohl, bispo de Osório (RS)

93. Dom Adelar Baruffi, bispo de Cruz Alta (RS)

94.Dom Farei Rubival – Grajaú-MA

95. Dom João Justino de Medeiros Silva-Arcebispo Coadjutor eleito de Montes Claros, transferido de Bispo Auxiliar de Belo Horizonte-MG

96. Dom Edmar – Paranavaí-PR

PS do Viomundo: Com base em outra lista que recebemos acrescentamos os nomes dos três últimos bispos da lista.







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Sebastião Farias

O povo brasileiro, que é um forte e mostrou isso na Greve Geral do dia 28.04.2017, não deve mais temer os opressores​ e golpistas e, mais uma vez: em defesa dos seus direitos políticos usurpados; do Brasil para os brasileiros; do estado democrático de direito e respeito à Constituição Federal; da democracia soberana do povo; do estado de bem-estar social e econômico para todos; das Reformas Essenciais protagonizadas, discutidas e aprovadas pelo povo, como: Política e Partidária, do Judiciário, Tributária e Fiscal Cidadã, Trabalhista, da Previdência, do Marco Regulatório das Concessões Públicas de Comunicação, Mídias e Imprensa, dos Órgãos e Instituições Públicas Auxiliares, do resgate do respeito e protagonismo do Brasil no mundo em defesa dos pobres e excluídos e contra a fome e miséria humana; nesse 1° de maio de 2017, não temam, confiem em Deus e, invadam as praças e ruas das cidades, que são suas mostrem aos golpistas quem é que manda e, a quem pertence este país, com responsabilidade, respeito aos outros, sem violência e com maturidade.
Sigam e pratiquem a sabedoria cearense contra mal: ” Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come, então, se unir o bicho foge, porque ele não é o que parece será”.
Vamos a luta pelo Brasil, pelo povo brasileiro e pela democracia.

Charlie Harper

Corrige aí o título da matéria: é 1/3 dos 308 bispos, não 1/3 dos 100 bispos.

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