O fio condutor que leva de Vargas a Dilma: o que os barões da mídia escondem por trás das denúncias do “mar de lama”
Tempo de leitura: 5 minpor Luiz Carlos Azenha
A advogada Maria Goretti reproduziu no Facebook um recorte do Zero Hora de pouco depois do golpe de 1964, quando o diário gaúcho ainda era propriedade de Ary de Carvalho — em 1970, a família Sirotski adquiriu o controle completo da empresa que deu origem a seu império no Sul, a RBS.
A RBS é aquela que foi pega com a boca na botija na Operação Zelotes, acusada de fraudar processos tributários para sonegar impostos. Valor total do rombo que teria sido causado em 74 processos de várias empresas: R$ 21 bilhões! Trata-se de corrupção do mesmo quilate da qual são acusadas as empreiteiras na Operação Lava Jato.
A RBS fica sob as asas da nave-mãe, a Globo, multada pela Receita Federal em mais de R$ 600 milhões por uma operação envolvendo uma empresa de fachada, a Empire, nas ilhas Virgens Britânicas.
Segundo o auditor da Receita, a Globo fez um “investimento” na Empire e usou o capital para comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo, com isso deixando de pagar os impostos devidos no Brasil.
São estes aí — RBS e Globo — que clamam contra novos impostos, especialmente — Deus me livre! — sobre os ricos. Propugnam, ao invés disso, pelo corte dos programas sociais.
Voltemos ao recorte do Zero Hora.
Segundo a lógica do jornal, os comunistas promoviam a inflação galopante no governo de João Goulart com o objetivo de “levar você ao desespero e à adesão às violências do comunismo”.
Que plano diabólico!
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Por essa lógica, vai ver que José Sarney, quando ocupava o Planalto com inflação de 1.000% ao mês, recebia ouro de Moscou sem que a gente soubesse.
O fato é que João Goulart caiu em 1964 por propor as reformas de base. Ponto. Eram reformas tímidas. Porém, além de ameaçar os latifundiários locais, contradiziam o que o capitalismo precisava em países periféricos: salários baixos, mão-de-obra sob controle e remessa de lucros à vontade, das empresas multinacionais a seus países de origem.
Goulart não era comunista, longe disso. Na tradição de Getúlio Vargas, era um reformista, na mesma linha de Lula e Dilma. No caso dos petistas, “reformismo fraco”, nas palavras do economista Marcio Pochmann: longe de tocar em privilégios num dos países mais desiguais do planeta, o reformismo do PT permitiu aos de cima lucros e benesses extraordinárias do Estado. Ou seja, muitos daqueles que hoje denunciam Dilma por “destruir a economia” tiraram proveito, via desonerações, da “destruição”.
Os jovens — que obviamente não viveram sob Vargas, Goulart ou sob a ditadura militar — têm grande dificuldade de compreender este fio condutor que liga os trabalhistas e os anti-trabalhistas na política brasileira. É mesmo difícil, a não ser para quem tenha vivido ou lido muito a respeito, identificar a continuidade — cheia de nuances, é óbvio — entre UDN/PSDB e PTB/PT, com o PMDB fazendo o papel de fiel da balança, o PSD.
Mais difícil ainda, por falta de acesso aos arquivos dos jornais e emissoras de rádio e TV da época, saber que sob o “mar de lama” — do qual Getúlio Vargas era acusado por Carlos Lacerda — estavam os verdadeiros alvos dos anti-trabalhistas, da Petrobras à Consolidação das Leis de Trabalho (CLT); sob o “anarcosindicalismo” de João Goulart, tão denunciado na imprensa, com amplo financiamento dos Estados Unidos via IPES, estava o presidente que quando ministro de Vargas ousara propor aumento do miserável salário mínimo em 100%; sob os “maiores escândalos de corrupção da História do Universo”, de Lula e Dilma, se escondem o ódio de classe dos que agora penam para encontrar serviçais domésticos, a turma que rejeita o Bolsa Esmola como “assistencialismo” e vê aturdida a infiltração vermelha — de negros comunistas! — através do Mais Médicos.
Da mesma forma, existe uma linha tênue ligando os que não reproduziram o discurso dos barões da mídia: Samuel Wainer, que com seu jornal Última Hora apoiou Vargas, foi investigado numa CPI e teve seus anunciantes publicamente denunciados; Mário Wallace Simonsen, da TV Excelsior, que noticiou o golpe como golpe — e não Revolução — teve seu império destroçado por concorrentes; e os blogueiros, nos dias de hoje, são igualmente criminalizados, enquanto a Globo embolsa R$ 6,2 bilhões em dinheiro público em 12 anos de governos petistas. É “estado máximo” para os herdeiros de Roberto Marinho e “estado mínimo” para os outros.
Por isso, para os jovens, a leitura de O Quarto Poder, de Paulo Henrique Amorim, é altamente recomendável. Didaticamente, ele demonstra como o golpismo está no DNA dos barões da mídia brasileira desde sempre, afinados exclusivamente com os interesses do capital — especialmente o próprio.
Qual foi a justificativa da Folha de S. Paulo para a quartelada do primeiro de abril de 1964?
PHA reproduz texto do editorial Em defesa da lei.
São claros os termos do manifesto do comandante do II Exército. Não houve rebelião contra lei, mas uma tomada de posição em favor da lei. Na verdade, as Forças Armadas destinaram-se a defender a pátria e garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem.
Ou seja, aqueles tanques que desceram de Minas para o Rio de Janeiro foram uma ilusão de ótica. Não teve golpe.
Mais de 50 anos se passaram e pouco mudou na Barão de Limeira.
A família Frias, que promoveu, apoiou e lucrou com a ditadura militar, é a mesmíssima que dá um ultimato à presidente eleita pela maioria dos brasileiros, com o sugestivo título de Última Chance.
O que disse Roberto Marinho, o da nave-mãe, em 1964?
A legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem.
Pois é, outro que não viu o golpe! Justo ele, um dos arquitetos da “legalidade” que sucedeu Goulart e resultou em censura e tortura.
Roberto Marinho, o homem que inventou o Operário Padrão, que aparecia com grande destaque recebendo seu prêmio no Jornal Nacional, descrito assim pela pesquisadora Daniela de Campos:
O Concurso Operário Padrão, primeiramente uma iniciativa exclusiva do jornal O Globo, iniciou ainda na década de 1950, circunscrito ao estado do Rio de Janeiro. Na década seguinte, sob a ditadura militar, o Serviço Social da Indústria – SESI alia-se ao jornal para tornar a campanha nacional. Em 1965 firmou-se o acordo definitivo entre o SESI e o Globo para a promoção anual do concurso. Segundo Weinstein (2000), após 1964, o SESI pouco inovou em programas e ações voltadas ao trabalhador. Sua inserção no concurso para premiar um operário modelo foi uma das poucas inovações implantadas após o golpe militar, uma vez que o contexto político favorecia esse tipo de investida. Para a entidade empresarial essa Campanha se configurava num “veículo conveniente para um discurso que enfatizava o esforço individual e a cooperação com o patrão como a chave da ascensão social para os operários” (Weinstein, 2000: 351).
O trabalhador como um “colaborador” dócil, é o resumo do que buscavam contra Vargas, Jango e mais recentemente Lula e Dilma. Aquele mesmo, cujas passeatas hoje “atrapalham o trânsito”.
A campanha do impeachment é contra o que restou de “trabalhismo” no governo Dilma. É para espetar a conta da crise integralmente nas costas do Operário Padrão.
É justamente por isso que, hoje, a mesma mídia que denunciava Vargas não esclarece que a campanha pelo impeachment de um governo eleito pela maioria é patrocinada por Aécio Furnas Neves, Ronaldo Cachoeira Caiado, Agripino Detran Maia, Eduardo Lava Jato Cunha e Aloysio 200 mil em cash Nunes, dentre outros.
Afinal, estão todos — inclusive os sonegadores da Globo e da RBS — contra o “mar de lama” e em defesa do Operário Padrão. Ontem, hoje e sempre.
Abaixo, um pouco da história do capitalista que o golpe de 64 destruiu com requintes de crueldade:
Comentários
Jadson Oliveira
Caros Azenha/Conceição, dentro do mesmo tema, aproveito espaço para divulgar artigo meu (em forma de carta) publicado no meu blog, abraços, Jadson Oliveira
GUERRA MIDIÁTICA: ESQUERDA BRASILEIRA PRECISA SE ARMAR E PARAR DE “BRINCAR DE BRIGAR”
Não é preciso repetir que somente com uma poderosa rede de imprensa popular poderemos lutar, com chance de êxito, contra o avanço das forças do retrocesso e por uma lei de democratização da mídia.
Por Jadson Oliveira (jornalista/blogueiro) – editor do blog Evidentemente – publicado em 16/09/2015
Lucilla, querida, me abateu uma baita preguiça de escrever, tem já umas quatro semanas que escrevi um artigo para meu blog. Hoje levantei decidido a escrever sobre a corrupção, pensei na foto acima (foto de manifestantes de direita exaltando Cunha), é preciso dizer às pessoas que essa gente da direita nunca se importou com corrupção e essa foto exaltando o Eduardo Cunha deixa isso escancarado, é simplesmente bandeirosa.
É uma verdade cristalina: ESSA GENTE DA DIREITA NUNCA SE IMPORTOU COM CORRUÇÃO. Agora, seletivamente, convenientemente, taticamente, tendo como vanguarda a imprensona hegemônica – TV Globo (como aguentar esses agentes da delinquência todo santo dia na sala de jantar falando, falando, falando…?), Folha, Estadão, O Globo & Cia -, essa gente esgoela “a corrupção do PT, de Lula, de Dilma…”
Então, vou escrever um artigo e demonstrar essa farsa, as mentiras, a empulhação, as meias verdades, falar um pouco da história recente deste país, em 1964, por exemplo, a mesma enganação: meteram na cabeça e no coração de grande parte dos brasileiros que João Goulart, o popular Jango, era “incompetente e corrupto” e deu no que deu. E agora a mesma imprensa, que o Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, chama de PIG – Partido da Imprensa Golpista, repete a mesma operação.
E grande parte das pessoas aceitam, de bom grado, serem manipuladas. Assimilam e repetem as doses diárias de desinformação, de veneno, se tornam agressivas, cospem ódio contra os “petistas corruptos”, se tornam arautos/vítimas duma máquina midiática, rica e bem azeitada, a serviço dos poderosos, dos que realmente detêm o poder de fato, capitaneados pelo capital financeiro.
Meu amor, pois então, resolvi desabafar, como faço vez em quando, numa carta pra você. Artigo pra publicar aonde, no meu blog Evidentemente, tentando rebater as “verdades” trombeteadas dia e noite através dos monopólios da imprensa hegemônica? Não dá, né?
Aliás, aí está o x do nosso problema, o problema da esquerda e da centro-esquerda. Não temos audiência, ou só temos a mesma audiência. Numa recente manifestação de rua aqui em Salvador, um companheiro me disse, mostrando os manifestantes e os raros assistentes: “Olhe aí, nós falamos para nós mesmos”.
Conclusão, Lucilla: eu viro e mexo e volto à mesma tecla: a esquerda e a centro esquerda no Brasil têm que se convencer da necessidade de começar a lutar pela construção duma potente rede de meios de comunicação contra-hegemônicos, órgãos privados, públicos, estatais, comunitários, sindicais, cooperativados, alternativos, etc.
(A propósito, saúdo com muita alegria a iniciativa de colegas jornalistas de Brasília, que criaram o jornal online Brasil Popular – http://www.brpopular.com.br . Segundo li, um dos objetivos é chegar a um jornal diário impresso. Entre os conselheiros, está o Beto Almeida, que dirige a TV Comunitária de Brasília e integra o conselho da Telesur, a poderosa rede de TV multiestatal sediada em Caracas. Ele não se cansa de lembrar a experiência vitoriosa do jornal Última Hora, dirigido por Samuel Wainer, trincheira de luta dos tempos de Vargas e Goulart).
Somente com uma poderosa rede de TVs, rádios, jornais, plataformas digitais, etc, comprometida com um jornalismo sério e competente, e com a defesa dos interesses populares e nacionais, poderemos disputar, com alguma chance de êxito, a hegemonia na mente e nos corações do povo brasileiro. Do contrário, estaremos fadados a somente lamentar as derrotas históricas diante da direita e do império – a de 1954, com Vargas, a de 1964, com Goulart, e agora, a que se vislumbra com Lula.
Lucilla, querida, quando os partidos de esquerda e centro-esquerda e os movimentos sociais, a blogosfera progressista e os ativistas digitais vão começar a lutar, prioritariamente, por isso? Já não digo o governo brasileiro, enredado nas teias da chamada governabilidade e da conciliação. Não seria o caso de mandarmos observadores à tua terra (além da Argentina, poderia ser também à Venezuela, Equador ou Bolívia) para ver como este tema está sendo tratado?
Não é preciso repetir que somente com uma poderosa rede de imprensa popular poderemos lutar, com chance de êxito, contra o avanço das forças do retrocesso e por uma lei de democratização da mídia, além de outras reformas de cunho democrático e popular, incluindo aí uma luta efetiva contra os corruptos e os corruptores.
Claro, você bem sabe – como boa revolucionária que é – que as lutas políticas marcham interligadas, umas empurrando e/ou sendo empurradas por outras. Mas, estou seguro, sem avançarmos na construção duma mídia contra-hegemônica, não avançaremos em nada mais. Sem ela, é como “brincar de brigar”, como diz um neto meu de quase três anos.
Beijos, nos vemos.
Alexandre
Brizola que falta você faz, peitou os Marinhos que são um câncer na vida instucional do país. Sempre mostrou esse fio condutor, alias o jornal se chamava Fio da História. O tumor tem que ser combatido para que esses argumentos bisonhos de “comunistas” não continuem distorcendo os fatos e impedindo as novas gerações de enxergar o óbvio, a manipulação, o compromisso com o retrocesso, que a Presidente Dilma busque nas suas origens partidárias a construção de uma rede da legalidade atualizada.
Mário SF Alves
“Por isso, para os jovens, a leitura de O Quarto Poder, de Paulo Henrique Amorim, é altamente recomendável. Didaticamente, ele demonstra como o golpismo está no DNA dos barões da mídia brasileira desde sempre, afinados exclusivamente com os interesses do capital — especialmente o próprio.”
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Lembrou-me um livro chave intitulado Os Arautos do Liberalismo, Imprensa Paulista, 1920-1945, escrito por Maria Helena Capelato.
Mário SF Alves
Prezado Azenha,
Parabenizo-o pela magnífica e imprescindível análise.
“O fato é que João Goulart caiu em 1964 por propor as reformas de base. Ponto. Eram reformas tímidas. Porém, além de ameaçar os latifundiários locais, contradiziam o que o capitalismo precisava em países periféricos: salários baixos, mão-de-obra sob controle e remessa de lucros à vontade, das empresas multinacionais a seus países de origem.”
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No entanto e apenas para efeito de complementação, queira, por gentileza, acrescentar ao rol das condicionantes mostradas no parágrafo anterior uma última e derradeira exigência :
“propensão política à submissão material e ideológica a interesses antinacionais ou estrangeiros.”
Bacellar
Pobre Charlie Kane…Não passava de um amador…
Aracy
Texto preciso e valioso. Parabéns novamente ao Azenha. Precisávamos levar isso ao conhecimento de todos os que sequer viveram as agruras da hiperinflação do Sarney. Culpam a crise por todos os males e berram “Fora Dilma” sem terem nenhuma noção da tolice que cometem.
Cláudio
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: * * * * 19:13 * * * * Ouvindo A Voz do Bra♥S♥il e postando:
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Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 neles ! ! ! !
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Adilson
A parceria que não deu certo.
De início, quero ressaltar que não sou petista, tampouco tucano, mas nos últimos anos tenho votado no projeto de país apresentado pelo PT, que indiscutivelmente ampliou as políticas sociais, aumentou as possibilidades de acesso ao ensino superior, introduziu uma política habitacional para as pessoas de menor renda, dentre outros feitos, que podem ser comprovados diante dos números comparativos entre a gestão tucana e a gestão petista . Ocorre que o PSDB nesses últimos 12 anos foi incapaz de apresentar uma proposta para governar o país, minha análise não decorre de uma visão maniqueísta, mas nasce da constatação de que a parceria entre a mídia tradicional e o PSDB não deu certo e se esgotou, com os parceiros desfacelados, de um lado o PIG está desmoralizado, desacreditado e, por conseguinte, com perda de receita, em face do declínio assustador nos índices de audiência (é óbvio que a internet, as redes sociais agravou a situação). De outro lado o PSDB ao abir mão do direito de ser e fazer oposição consciente, honesta, sensata e coerente, perdeu a capacidade de falar à sociedade, não consegue demonstrar que tem uma alternativa para governar o país, se é que tem, e deixou escapar a magnífica oportunidade de formar capilaridade política, rejeitando a ideia de se aproximar de movimentos sociais.
Desta feita, a incrível incapacidade dos tucanos de não perceber que o modelo em voga de parceria com a mídia tradicional se esgotou, expõem a baixa qualidade, a falta de talento, a ausência de expertise e a falta de visões proativa e estratégicas dos quadros do PSDB, a citar os principais nomes: José Cerra, Aécio Neves, Fernando Henrique, Aloysio Nunes, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias, dentre outros. Ademais, como pode um partido ter os principais meios de comunicação do país a sua disposição e perder quatro eleições consecutivas? Aliás o resultado mais concreto que a famigerada parceria PSDB e mídia tradicional trouxe aos tucanos foi a benevolência dos meios de comunicação para com os malfeitos do PSDB, essa esquizofrênica atitude dos membros de um dos mais importantes partido político do Brasil, levou os tucanos a perigosa visão simplista de um país a cada dia mais complexo, haja vista que os tucanos acreditam e tem certeza de que detêm o monopólio da ética e dos bons costumes. Os tucanos estão com estrabismo divergente, pois nos últimos dias seus principais quadros foram denunciados em atos de corrupção, prova de que não são donos do monopólio da ética e dos bons costumes. Não se pode olvidar que não deve ser o norte, o objetivo de um partido político fazer uma parceria com quem quer que seja no intuito de seus “malfeitos” não serem amplamente divulgados pelos meios de comunicação tradicional e, por consequência, investigado, denúnciado e processado. Nesse diapasão o PT nos últimos doze anos foi fuzilado, enxovalhado e trucidado pela mídia tradicional, em face dos seus “malfeitos” e, como disse anteriormente, ganhou quatro eleições consecutivas. Portanto, deve o PSDB repensar a sua maneira de fazer política, a começar pelo significado da sua nomenclatura PSDB = Partido da Social Democracia Brasileira, que raios de “Social Democracia Brasileira” é essa que não tem amparo nos movimento sociais? A não ser que os tucanos acreditaem que meia dúzia de coxinhas despolitizados lhes daram sustentação política ou acreditem que a elite paulista e paulistana continuarão por muito tempo a bater nas suas panelas elétricas e eletrônicas?
Não obstante, nesse momento de falta de sensibilidade política do PSDB, diante da grave crise vivenciado pelo país, não há um cidadão de bem que não sinta a falta do talento, da expertise, da proatividade, da serenidade, e do espírito republicano de Franco Montoro, Artur da Távola e Mário Covas. Não tenho a pretensão e nem o poder de dar um ultimato ao PSDB, como fez a Folha de São Paulo em editorial com a Presidenta Dilma, mas na condição de cidadão antenado com os acontecimentos políticos nacional, tenho o dever de trazer essa questão à baila para reflexão dos dirigentes tucanos. Uma vez que se o PSBD não refletir sobre o seu papel diante da sua responsabilidade para com o país, se definirá como um perdedor incorrigível que se tornou um simulacro de partido da política golpista.
Por fim, um pequeno exemplo de proatividade, sem entrar no mérito da questão, tampouco fazer juízo de valor do autor da proposta:
CCJ aprova prazo para presidente da República nomear diretores de agências reguladoras
“A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 2, a admissibilidade de proposta (PEC 76/15) que fixa prazo máximo para a nomeação, pelo presidente da República, de dirigentes de agências reguladoras.
O texto aprovado fixa em 60 dias o período máximo para o chefe do Poder Executivo nomear os membros dos conselhos diretores e das diretorias de instituições como as agências nacionais de Energia Energia (Aneel), de Telecomunicações (Anatel), das Águas (ANA) e de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outras. O prazo será contado a partir do momento em que o cargo de dirigente ficar vago.
Autor da proposta de emenda de Constituição, o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) lembrou que, neste ano, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou elevado percentual de vacância nos órgãos de direção das agências. Além de prejudicar a autonomia e a independência das atividades de regulação e fiscalização dos serviços públicos, o deputado interpreta esse “desfalque” como uma “burla do governo” em relação à legislação que criou as diversas agências reguladoras.
re
Azenha, que ótimo post. Muitos não se interessam por esses elos que ampliam a compreensão do presente, mas é importante aumentar o conhecimento, especialmente dos jovens, sobre a nossa história recente.
wladimir teixeira
O procedimento para “mudança de regime” ( regime change – novo nome para golpe de estado) é sempre o mesmo em qualquer tempo e lugar (neste século vimos golpes no oriente médio , áfrica , América central e do sul , e agora o leste da europa ) . É como uma partida de xadrez onde o adversário tem sempre as mesmas jogadas, que só funcionam porque o truque não foi descoberto … ainda !
Nelson
Uma breve aula de história do Brasil repassando os últimos 80 anos. Para quem quer aprender e, com isso, entender um pouco melhor os dias em que vivemos.
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Infelizmente, há os que – e os há em grande quantidade – se deixaram apossar por um sentimento de ódio irracional e raiva cega contra o PT, acreditando que este partido é depositário de todo o mal existente no planeta ou mesmo no Universo, e se recusam a debater as coisas com a serenidade necessária.
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Parabéns, Azenha.
marco
Acabei de ler no CONVERSA AFIADA,o inteligente artigo de autoria desse blog,e resolvi postar aqui,meu comentário.Até porque lá no C.Afiada,introduziu-se algumas modificações que deixou a mim e penso que muitos outros internautas, impossibilitados de acessa-lo,tais dificuldades que impõe ao leitor.Penso que o fazem,para livrar-se de alguns CHATOS como eu,que primata em INGLÊS E COMPUTADORES, fica a VER NAVIOS com modernidades desse porte.Quanto ao artigo,afirmo que além de ser extremamente preciso quanto a sua interpretação dos fatos,de ontem e de hoje,esclarece de vez os propósitos dos GOLPISTAS DE SEMPRE,que somente defendem seus interésses de classe.O interésse com acento,é uma homenagem ao Dr.Leonel.Quanto a recomendação para que os mais jovens,tomem conhecimento das versões históricas corretas,através de leituras,sou bastante pessimista,pois a GURIZADA,sofreu uma lavagem cerebral tão eficaz,que ficou a mercê dos ARRIVISTAS DE SEMPRE.Quisera estar errado ao respeito,mas…Quero registrar os meus parabéns ao autor,não por concordar comigo,senão pela precisa interpretação de HISTÓRIA BRASILEIRA…Parabéns ao autor…
Leo V
Só discordo de que o Operário Padrão fosse alguma antítese ao varguismo. O varguismo também sempre foi oposto á rebeldia do operário, do trabalhador. Que digam os milhares de comunistas e anarquistas perseguidos e encarcerados na década de 30.
Luiz Carlos Azenha
Você tem razão. Não era antítese. Vargas foi aquele do Felinto Muller, é sempre bom a gente lembrar. abs
Julio Silveira
O que eu acho? é que a gente ajuda um governo que não se ajuda. Um governo que tem recebido todas as oportunidades de se mostrar adverso a esses que o condenam e surpreendentemente ficam a flertar com eles como mulher de malandro. Isso tira a moral até de seus defensores. Francamente se o governo não mudar radicalmente seu comportamento perderá o apoio daqueles que o apoiaram e o elegeram, por que daqueles que sempre estiveram do lado adversário nem adianta tentar, somente serão usados e utilitários, e o caminho não é este, e fazer o que o País precisa. E isso para significa mais democracia, mais distribuição de renda, aprofundamento da igualdade social. Esperar dos lordes da sociedade brasileira felicidade pelo fim da escravatura e ainda terem que repartir com os escravos seu ganho só levou a criação da Republica e pode levar novamente a queda dela. São golpistas pelos seus interesses.
FrancoAtirador
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A Operação Patrão: Operário-Padrão Globo/FIRJAN
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“O ano era 1955 e O GLOBO lançou na primeira página
de sua edição de 7 de outubro a campanha Operário Padrão”
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(http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/?navegacaoPorData=195019551007)
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Na Edição de 24/10/1956, o Jornal O GLOBO informa,
com foto na Parte Inferior Direita da Primeira Página,
sobre o Encontro d@s Operári@s-Padrão Brasileir@s
com Negrão de Lima (PSD)*, então Nomeado por JK
Prefeito do Rio de Janeiro, o Distrito Federal à época.
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Observe-se, porém, as Demais Manchetes de Capa:
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Contra a Greve dos Professores, Contra o Governo,
Contra os Impostos, Contra a ‘Ameaça Moscovita’…
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Acesse pelo Link Abaixo e Clique no Botão ‘AMPLIAR’:
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(http://memoria.oglobo.globo.com/institucional/promocoes/operaacuterio-padratildeo-9260928)
(http://imgur.com/kubEfo0)
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*(http://www.alerj.rj.gov.br/memoria/historia/govgb/negrao.html)
** (http://www.fiepr.org.br/centrodememoria/eventos-historicos-sesi-1-14926-118353.shtml)
(http://www.fiepr.org.br/centrodememoria/uploadAddress/Campanha%20oper%C3%A1rio%20padr%C3%A3o%5B25214%5D.pdf)
(http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/?navegacaoPorData=195019561024C&edicao=Matutina)
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marcio ramos
… o “trabalhador dócil” parece que ta bem mansinho desde de 2003 ou é impressão minha? O que foi feito de 2003 pra cá que fizesse com que o trabalhador realmente participasse efetivamente do processo democrático? Ou o que foi feito para acabar com a estrutura de um sistema golpista?
Fausto
Excelente texto.
Vou tentar divulgar o máximo que puder.
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