Wanderlei Pignati: Até 13 metais pesados, 13 solventes, 22 agrotóxicos e 6 desinfetantes na água que você bebe
Tempo de leitura: 18 minpor Manuela Azenha, de Cuiabá (MT)
publicado originalmente em 25/03/2011
Há cinco anos, Lucas do Rio Verde, município de Mato Grosso, foi vítima de um acidente ampliado de contaminação tóxica por pulverização aérea.
Wanderlei Pignati, médico e doutor na área de toxicologia, fez parte da equipe de perícia no local. Apesar de inconclusiva, ela revelava índices preocupantes de contaminação.
Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Pignati passou então a dirigir suas pesquisas à região Centro-Oeste.
Professor na Universidade Federal do Mato Grosso, há dez anos ele estuda os impactos do agronegócio na saúde coletiva.
É o estado onde mais se aplica agrotóxicos e fertilizantes químicos no Brasil, país campeão no consumo mundial dessas substâncias.
Pignati alerta que três grandes bacias hidrográficas se localizam no Mato Grosso, portanto quando se mexe com agrotóxico no estado, a contaminação da água produz impacto enorme.
O projeto de pesquisa coordenado por Pignati tem o compromisso de levar às populações afetadas os dados levantados e os diagnósticos.
Para ele, é fundamental promover um movimento social de vigilância sanitária e ambiental que envolva não só entidades do governo, mas a sociedade civil organizada e participativa.
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Diferentemente da União Européia, aqui a legislação não acompanha a produção de conhecimento científico acerca do tema.
Segundo Pignati, a legislação nacional, permissiva demais, limita a poluição das indústrias urbanas e rurais, enquanto paralelamente a legaliza.
As portarias de potabilidade da água, por exemplo, ampliaram cada vez mais o limite de resíduos tóxicos na água que bebemos. E na revisão da portaria que está prestes a acontecer, pretende-se ampliar ainda mais.
Pignati condena a campanha nacional em prol do álcool e do biodiesel, energias que considera altamente prejudiciais e poluentes para o país que as produz: “Se engendrou toda uma campanha para dizer que o biodiesel viria da mamona, do girassol, de produtos que incentivariam a agricultura familiar, mas é mentira, vem quase tudo do óleo de soja”.
Assim como a pesquisadora cearense Raquel Rigotto, Pignati também questiona a confiabilidade do “uso seguro dos agrotóxicos”, um aparato de normas e procedimentos que mesmo se contasse com estrutura para seu funcionamento ideal, ainda assim não garantiria o manejo absolutamente seguro dos venenos.
Para Pignati, a falta de investimento na vigilância à saúde e ao ambiente no Brasil é uma questão de prioridade: “Tem muito dinheiro para vigilância, mas não para o homem. Existe um verdadeiro SUS que cuida de soja e gado, produtos para exportação”.
Viomundo – Desde o acidente de Lucas do Rio Verde, o que o senhor vem pesquisando?
Wanderlei Pignati – Na verdade, faz mais de dez anos que pesquisamos os impactos do agronegócio ao homem e ao ambiente.
Na safra de 2009 pra 2010, Mato Grosso usou 105 milhões de litros de agrotóxico. O Brasil usou 900 milhões, quase 1 bilhão de litros de agrotóxicos.
É o maior consumidor do mundo. E Lucas do Rio Verde usou 5 milhões em 2009. Aonde vai parar esse volume todo? É isso o que temos pesquisado.
Estudamos a contaminação das águas e para isso a gente trabalha com bacias. No Mato Grosso, você tem várias bacias.
A bacia do Pantanal, que é do rio Paraguai e nasce aqui no estado. Tem a bacia do Araguaia, uma de suas grandes nascentes é o rio Morto, aqui em Campo Verde. E a bacia do Amazonas em Lucas do Rio Verde, cujas nascentes são os rios Verde e Teles Pires.
Portanto, quando você mexe com agrotóxico e fertilizante químico no Mato Grosso, está mexendo com as três grandes bacias do Brasil: a do Araguaia, a Amazônica e a do Pantanal.
A bacia do Pantanal é uma questão mais séria ainda porque ela vai atingir outros países, como Paraguai, Argentina e Uruguai. Tem três grandes bacias e três biomas no estado: o pantanal, o cerrado e a floresta.
As nascentes dos rios dessas bacias estão dentro das plantações de soja.
É o mesmo caso da bacia do Xingu, o maior parque índigena do Brasil. As suas nascentes estão nos municípios em volta, onde está cheio de plantação de soja, de milho e algodão.
Queriam implantar mais uma série de usinas de açúcar e álcool no entorno do pantanal, mas veio um decreto do presidente proibindo.
O agronegócio não respeita essa questão das bacias e nem das nascentes dos rios. Essa problemática é o que estudamos.
Em Lucas do Rio Verde, em 2006, houve um acidente agudo que saiu na mídia.
Na mídia daqui, saiu pouco porque é muito comprometida com quem a paga, que na época era o governador Blairo Maggi. Ele tem a mídia sob controle.
Na época, estavam dissecando soja em torno das plantações, que se estendem até a beira da cidade.
Planta-se e pulveriza-se com trator ou com avião. Em Lucas, pulverizava-se a soja transgênica, que é muito pior para o ambiente do que a soja normal.
Viomundo – A maioria da soja já é transgênica?
Wanderlei Pignati – No Mato Grosso, 80% dessa última safra já é. No Rio Grande do Sul, é 95%.
Agora está entrando muito milho transgênico também.
Aqui, tira-se a soja e planta-se o milho. São duas safras grandes de plantação aqui.
Viomundo – Os transgênicos exigem mais agrotóxicos?
Wanderlei Pignati –A soja transgênica sim, porque não é resistente à praga, ela é resistente a um agrotóxico, que é o glifosato. Esse é um agrotóxico bastante usado, que a Monsanto patenteou com o nome de Roundup.
Na soja comum, você não pode usar o glifosato depois de ela ter nascido, porque ele mata o mato e a soja também.
Mata minhoca, fungo, bactérias sensíveis a ele. Por biotecnologia, pegaram uma bactéria resistente ao glifosato e injetaram o DNA dessa bactéria no DNA da soja.
Então, o glifosato só era usado antes da soja nascer para matar as ervas daninhas. Agora, como é resistente, aplica-se o glifosato a cada quinze dias e o uso dele foi multiplicado na soja.
Depois, precisa madurar e dissecar a soja rapidamente para plantar o milho. No meio natural, demora um mês e pouco.
Com esse dessecante, em três dias a soja madura, seca e a máquina já pode entrar na plantação. Isso para aproveitar as chuvas da segunda safra e plantar o milho.
Mas para dissecar agora já não se pode usar o glifosato, porque a soja é resistente a ele. Então usa-se outro tipo de agrotóxico, o diquat ou o paraquat, classificado como classe 1, extremamente tóxico.
O glifosato é classe 4, tóxico também, mas pouco. O paraquat é proibido na União Européia.
Além de multiplicar o uso do glifosato, você agora usa um agrotóxico extremamente tóxico como secante [da soja]. E não é toxico só para o humano, ele é altamente perigoso para o ambiente, porque mata tudo quanto é coisa, abelha, pássaro.
E no caso de Lucas [do Rio Verde], eles estavam dissecando a soja de avião, usando diquat e paraquat em torno da cidade.
Uma nuvem foi para dentro da cidade e queimou todas as plantas medicinais. Tinha um horto de plantas medicinais com mais de 100 canteiros que abastecia várias cidades.
Foram queimadas as hortaliças e plantas ornamentais da cidade também. Deu um surto agudo de vômito, diarréia e alergia de pele em crianças e idosos. Os médicos classificaram como rotavirose.
Nós da Universidade Federal do Mato Grosso fomos chamados pelo Ministério Público de Lucas do Rio Verde e do estado para fazer uma perícia.
A gente viu que a coisa era bastante séria, um acidente sério que acontece todo dia. É a chamada deriva de agrotóxico. É previsível, porque os agronômos sabem que tem vento, o vento não está parado.
Então, você passa agrotóxico perto da cidade e o vento vai levá-lo para lá.
O pessoal se esconde por trás da palavra “deriva” para dizer que aquilo foi um acidente, mas é um acontecimento prevísivel. Passar um agrotóxico extremamente tóxico a partir de um avião é mais previsível ainda.
Mesmo quando o agrotóxico já está no solo, ele depois se evapora. Jogar veneno é um ataque quase de guerra. Não se trata de pesticida ou defensivo agrícola.
Na legislação, está como agrotóxico. O trabalhador que está passando o agrotóxico pode estar protegido com todos os EPI (equipamento de proteção individual), mas e o ambiente?
Vai colocar EPI nas outras plantas? Querem matar os insetos, o fungo, a erva daninha. Então teria de colocar EPI nos outros animais, como no peixe e no cavalo.
O uso seguro do agrotóxico é altamente questionável. Pode ser seguro para o trabalhador, isso se ele usar todos os EPI.
Mesmo assim, tem toda uma questão da eficiência e eficácia desses EPI. Sou também médico do trabalho e a gente vê isso.
A eficiência e eficácia do EPI é de 90%, se [os trabalhadores] usarem máscara com o filtro químico adequado. E o resto do vestimento?
Agrotóxico penetra até pelo olho! Pela mucosa, pela pele. Então teria que ter até um cilindro de oxigênio para respirar igual a um astronauta.
O filtro pega 80% ou 90% dos tipos de agrotóxico. Hoje, você tem mais de 600 tipos de princípios ativos e são 1.500 tipos de produtos formulados.
Tem agrotóxicos novos com moléculas muito pequenas que passam pelo filtro. Então, com toda a proteção ideal, você protege o trabalhador. Mas, e o ambiente?
Os resíduos vão sair na água, depois na chuva, vão ficar no ar, vão para o lençol freático.
A gente viu isso na cidade, depois fizemos uma perícia mas ficou inconclusiva. Por isso, resolvemos fazer uma pesquisa junto com a Fiocruz.
Ao mesmo tempo, estava-se articulando pesquisas em outros estados aqui da região Centro-Oeste. O nome da nossa pesquisa é “Avaliação do risco à saúde humana decorrente do uso do agrotóxico na agricultura e pecuária na região Centro-Oeste”.
A gente pegou dois municípios e um município-controle, em que quase não se usa agrotóxico.
Viomundo – As pesquisas em Lucas do Rio Verde já estão bastante avançadas?
Wanderlei Pignati – Já. Talvez a análise do leite materno tenha sido um dos últimos tópicos, mas a gente continua com sapos e com peixes.
Em outros munícipios, a gente não fez o teste do leite, por exemplo. Mas isso porque Lucas é o maior produtor de milho no estado do Mato Grosso, terceiro em produção de soja. Então achamos que era necessário o trabalho.
Analisamos o leite materno de 62 mulheres em Lucas, 20% das nutrizes amamentando no ano passado.
Todas as amostras revelaram algum agrotóxico. Mas o que mais deu nessas amostras é um derivado de DDT, que se usava na agicultura até 1985 e na saúde pública, até 1998, para combater a malária.
Só que ele é cumulativo, entra na gordura e não sai mais. O segundo que mais deu foi endossulfam, 40%. É um clorado proibido faz 20 anos na União Européia.
E por ser um clorado também fica acumulado na gordura. Retirar o leite é uma maneira de analisar os resíduos de agrotóxico na gordura, menos agressiva que uma biópsia.
Quando a mulher fabrica o leite, as gorduras mais antigas vão para o leite.
Depois desse acidente, despertou na população um movimento de querer saber o que está acontecendo.
Viomundo – E depois que a perícia averigua a causa do acidente, o que acontece?
Wanderlei Pignati – Algumas coisas você comprova na hora, outras demoram anos. Fazemos análise de resíduo de agrotóxico na água, no solo, na chuva, no leite.
Para avaliar o leite, a gente começou há três anos a desenvolver uma técnica para analisar dez agrotóxicos de uma só vez.
Uma substância isolada é custosa em termos de dinheiro e tempo e, analisando dez substâncias, a chance de encontrar resíduos é maior. Das amostras, 100% deram pelo menos um tipo de agrotóxico.
Pegamos os 27 tipos de agrotóxicos mais consumidos na região do Mato Grosso e fizemos as análises.
Dentre os 27 mais consumidos, você não tem o glifosato, por exemplo, que é o herbicida mais usado no país, porque não tínhamos tecnologia no Brasil para analisá-lo.
Hoje tem, mas é muito cara. Os únicos que fazem esse exame são meia dúzia de laboratórios.
Periodicamente a gente levanta dados, tem as dissertações de alunos. No nosso grupo de estudos, tem uma aluna que estuda resíduo de agrotóxico em leite, outra que estudou agrotóxicos e câncer.
Onde tem a maior incidência de câncer aqui no MT? Justamente nas regiões produtoras do estado.
Em torno de Sinop: Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Mutum, que são os municípios no entorno.
A região de Tangará da Serra, Sapezal, Campos Novos dos Parecis, que são os grandes produtores de soja.
E a região de Rondonópolis, Primavera, Campo Verde, Itiquira, onde se produz muito algodão.
São as grandes regiões produtoras onde tem maior incidência de câncer, má formação, intoxicação aguda. Você tem 80% a 90% desmatado nesses lugares.
Se está desmatado, é porque está se plantando soja, milho e algodão até a beira das casas. Mato Grosso produz 50% do algodão do Brasil e é justamente a cultura que mais usa agrotóxico.
No Mato Grosso, em média, um hectare de soja usa dez litros de agrotóxico: herbicida, inseticida, funigicida e o dessecante. O milho usa seis litros. A cana, quatro litros e o algodão, vinte.
Como a gente tem grande produção de soja — são seis mihões de hectares de soja no Mato Grosso –, dá 60 mihões de litros de agrotóxico na soja.
Obtemos esses números no INDEA [Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso], onde todo receituário agronômico e uso de agrotóxico é registrado. Na maioria dos estados não tem, mas deveria haver esse banco de dados.
São 40 municípios que consomem 80% desses 100 milhões de litros de agrotóxicos.
No geral, ocorre uma contaminação, inclusive da chuva, que tem muito agrotóxico presente. Ele evapora, depois desce, principalmente no período de chuva, que é quando mais se usa agrotóxico.
Na entressafra, chove pouquíssimo. Então, quase ninguém está plantando. O agrotóxico evapora, desce e vai para toda região, não só para aquele município onde foi aplicado. Vai para o ar também.
Se você está pulverizando a alguns metros de uma escola, esse ar vai para os alunos, para os professores. E os poços artesianos a alguns metros de uma grande plantação de soja, milho ou algodão também se contaminam.
Com o tempo, o agrotóxico vai penetrando no solo e sai no poço, mesmo que esteja a 50, 60, 70 metros de profundidade.
Isso é o que a gente chama de poço semi-artesiano e a maioria é assim. Uma região de cerrado tem pouco abastecimento por córrego, é mais por poço artesiano que as cidades e comunidades rurais se abastecem.
Encaminhamos o relatório dessa pesquisa para o CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]. Lá em Lucas, a gente já fez uma audiência pública na Câmara Municipal, onde apresentamos esses dados.
Estavam presentes vários professores, vereadores, os secretários da saúde, educação e agricultura. As Secretaria da Agricultura e do Meio Ambiente são juntas em 140 dos 141 municípios de Mato Grosso.
O grande poluidor do meio ambiente — a agricultura químico-dependente, que desmata e usa muito agrotóxico e fertilizante químico — tem o mesmo gestor e fiscalizador que o meio ambiente.
A maioria dos secretários da agricultura é de fazendeiros, eles não vão denunciar a poluição dos colegas deles. Aqui no estado, a única exceção é Cuiabá, mas é onde não tem agricultura.
O MP [Ministério Público] está elaborando um termo de ajuste de conduta.
Em Campo Verde também teve uma audiência pública para estabelecer uma legislação com os dados parciais que a gente já tinha e fazer uma legislação que determinasse a distância mínima para pulverização no entorno da cidade. O promotor recebeu o relatório e está preparando um ajuste de conduta também.
Esses lugares são semelhantes entre si, porque são dos 40 municípios do estado que consomem 80% dos agrotóxicos, dos fertilizantes químicos e das sementes.
A dinâmica é parecida nesses 40 municípios. Desmata-se e pulveriza-se até a beira do córrego, no entorno dele e nas nascentes. As comunidades rurais e a própria cidade ficam ilhadas no meio das plantações.
No pasto, usa-se muito herbicida e inseticida e isso vai entrar no ciclo da carne. Os outros suínos e as aves são contaminados pela soja e pelo milho, porque a ração desses animais é à base desses produtos.
Dessa maneira, os resíduos do agrotóxicos vão parar nos alimentos.
O Ministério da Saúde analisou 20 tipos de alimentos e 30% pelo menos deram algum tipo de agrotóxico.
A maioria dos agrotóxicos analisados — foram mais de cem — é autorizado aqui no Brasil.
Uma boa parte, uns 14, está sob revisão. Dois ou três foram proibidos e o endossulfam, bastante usado aqui e muito tóxico, vai ser proibido a partir de julho de 2013.
Metamidofois, outro fosforado, que dá muito problema no sistema nervoso, psiquiátrico, até doença de Parkinson, vai ser proibido a partir de julho do ano que vem.
Esses são proibidos há vinte anos na União Europeia e aqui quando é proibido, é só partir de 2013.
Sabe-se que o metamidofós é cancerígeno, neurotóxico e mesmo assim só será proibido a partir de julho do ano que vem.
Viomundo – Já existe conhecimento científico suficiente para uma política mais incisiva? Por que é tão permissiva a legislação brasileira em relação aos agrotóxicos?
Wanderlei Pignati – Você tem a lei do agrotóxico, a Lei 7.802 de 1989, depois regulamentada pelo decreto 4074, de 2002. Mas existem alguns furos.
Primeiro, quem está fiscalizando? É um volume imenso de agrotóxicos, todos permitidos no Brasil.
Teria de haver alguns critérios. E os critérios que existem, como a distância mínima de 500 metros de nascente de água, casas, criação de animais, ninguém respeita.
Viomundo – Mas os critérios no Brasil são diferentes? Por que os proibidos lá fora, aqui são permitidos?
Wanderlei Pignati – São diferentes. Os mais tóxicos são proibidos lá e aqui permitidos. Isso por causa da nossa dependência econômica.
Quem governa o Brasil? Aqui, no Mato Grosso, os grandes governantes são fazendeiros, assim como no Goiás. Falo de governantes não só do executivo, mas do legislativo também.
Deputados estaduais, os vereadores, uma boa parte é fazendeiro e comprometido com esse modelo de desenvolvimento.
Não querem mudar agora o Código Florestal para devastar mais ainda? Aqui, no Mato Grosso, 80% estão devastados por quê?
Na região Amazônica também. Segundo a lei, teria que desmatar 20% e preservar 80% nas áreas de floresta, de preservação permanente. No cerrado, você pode desmatar 70% e deixar 30%.
Os agrotóxicos são fabricados lá fora e vêm para o Brasil. O compromisso dos empresários que vendem esses produtos não é com a saúde. E o grande fazendeiro quer saber de matar o que ele chama de praga.
A gente tem que inverter isso, quem é a praga que começou a desmatar, depois a usar um monte de veneno? Dá para produzir sem o veneno? Dá, é o modelo da agroecologia. Entra no modelo dos orgânicos.
O maior produtor de açúcar e álcool orgânico é o Brasil. É produzido numa cidade do interior de São Paulo, Sertãozinho.
São 16 mil hectares de cana num processo industrial semelhante ao outro, tem máquina cortando mas sem usar uma gota de fertilizante químico ou agrotóxico.
Começou 30 anos atrás, selecionando as sementes, as mudas de cana resistentes. Montou-se um laboratório próprio, com biólogo, engenheiro, para eles mesmos selecionarem ao invés de comprar sementes já selecionadas.
Diferentemente dos outros produtores, que dependem da meia dúzia de empresas que dominam toda indústria de semente de soja, milho, algodão, feijão, arroz.
Essas empresas não fazem seleção para não usar agrotóxico ou fertilizante químico, se não como vai ficar a indústria deles, de fertilizante e agrotóxico?
O mesmo dono da patente da semente é o dono do agrotóxico e do fertilizante químico. E mais ainda: é o mesmo que produz o medicamento, da indústria química.
Hoje, uma boa parte de medicação que a gente usa para tratar pessoas que tiveram infecção aguda, câncer ou uma outra doença neurológica, psiquiátrica, é produzido por quem produz fertilizante químico e agrotóxico. É um complexo químico-industrial, estão todos ligados.
É um tanto esquizofrênico para essa sociedade que se diz desenvolvida. Tem que ser outro modelo de desenvolvimento, isso porque eu estou discutindo a área agrícola sem entrar na indústria urbana, que é semelhante.
Existe uma legislação para limitar a poluição e uma legislação paralela para legalizá-la.
Os jornalistas perguntam quanto que é o limite máximo permitido de agrotóxico no litro d’água? A gente já chegou a esse grau de não questionamento, de não se indignar, de acatar isso.
Se você pegar a Portaria 518 de 2004, do Ministério da Saúde, que chama-se Portaria da Potabilidade da Água, dá pra ver o que é permitido ter na água hoje.
A gente fala muito de coliformes fecais. Mas e os agrotóxicos são permitidos? E os solventes? E metais pesados? Todos eles são permitidos.
O litro de água que você bebe hoje, de acordo com essa portaria, pode ter 13 tipos de metais pesados, 13 tipos de solventes, 22 tipos de agrotóxicos diferentes e 6 tipos de desinfetantes.
Hoje, a questão mais importante na contaminação da água não é mais a bactéria, mas toda essa contaminação química.
Viomundo – Essas portarias de potabilidade da água aumentaram cada vez mais o limite de contaminação. Por quê?
Wanderlei Pignati – Se você comparar essa portaria com a da Uniao Européia, vai ver que aqui tem 22 tipos de agrotóxicos enquanto lá pode ter, no máximo, cinco. Os limites lá são ínfimos.
Enquanto lá você pode ter 20 microgramas de glifosato, aqui pode ter 500 microgramas. E ainda querem subir para mais.
A primeira portaria, de 1977, podia ter 12 agrotóxicos, 10 metais pesados, zero solventes e zero derivados de desinfetantes. A seguinte já é de 1990.
A vigente é de 2004. Isso acompanha o crescimento da população urbana e rural, que se reflete na água. Os agrotóxicos são a poluição rural.
Não se faz um tratamento adequado da água, só tiram os coliformes, botam cloro e fazem um tratamento primário. Esse tratamento, de 100 anos atrás, é feito por decantação.
Você coloca o produto, ele decanta, vai todo para o fundo, aí você aspira. É como limpar uma piscina.
E os produtos químicos que ficaram dissolvidos na água? Quem usa muito solvente são as indústrias urbanas. Metais pesados são usadas nas indústrias urbanas e na agricultura também, junto com os fertilizantes químicos.
Aquilo se acumula durante anos e sai na água. A portaria da potabilidade da água reflete a legalização da poluição urbana e rural.
Viomundo – Como o desenvolvimento urbano e rural foi crescendo, as portarias foram permitindo cada vez mais?
Wanderlei Pignati – Sim, porque essas substâncias vão sendo usadas cada vez mais. Depois, na revisão da portaria, já querem aumentar o limite. Querem tirar alguns agrotóxicos antigos e colocar outros novos.
É uma sociedade sem muita informação e sem muita indignação. A grande mídia fala de limite máximo de resíduo como se fosse uma banalidade. Tudo isso é permitido na água?
O leite da vaca tem um monte de coisa permitida também, agrotóxicos que são muito usados no pasto e vão parar na carne e no leite.
Agora, quando é carne para exportar e existe esse limite de resíduo, aí fazemos as análises.
Às vezes, volta soja e carne porque não foram aprovados pelo nível de resíduo de lá [do país importador]. Alguém ja viu incinerar aqueles vários navios de soja que voltaram?
Depois que o produto saiu da indústria e foi para o supermercado daqui, seja carne, frango, soja, milho, quem fiscaliza?
A vigilância sanitária do município ou do estado tem que ir fazer as análises, e não se faz isso de maneira rotineira.
Quando fazem análise de algum produto, analisam o coliforme fecal. Vêem se aquele produto entrou em putrefação. Mas vai fazer análise de resíduo de agrotóxico, que é cara?
Viomundo – Não fazem as análises por falta de estrutura?
Wanderley Pignati – Por falta de estrutura, mas não tem estrutura porque não tem investimento. Mas para exportar não fazem as análises? E para cuidar da saúde do boi e da soja?
Existe muito dinheiro para a vigilância à saúde no Brasil, mas não para o homem. Existe a vigilância do boi e da soja. O SUS do boi e da soja.
A vigilância do boi e da soja tem escritórios do governo do estado nos 142 municipios, com agrônomo, veterinário. Tem mais de 20 carros.
Quem é que faz toda a estrutura para vacinar 27 milhões de cabeças de gado do Mato Grosso?
Fazem campanha, o veterinário vai todo mês na fazenda ver se vacinou ou não contra febre aftosa. O fazendeiro compra a vacina, tudo bem, que é o custo menor.
Aqui, no Mato Grosso, você tem 500 mil crianças abaixo de cinco anos e qual é a cobertura contra sarampo, hepatite, meningite, tuberculose? Vacinou quantos por cento das crianças?
As 27 milhões de cabeças [de gado] estão todas vacinadas, do contrário não são exportadas. A infraestrutura é com o dinheiro público, mas os bois são de dinheiro privado.
Com a soja, é a mesma coisa. Tem toda uma estrutura para não espalhar a ferrugem, que é um fungo da soja.
Os agrônomos da Saúde tiram amostra, orientam os fazendeiros, fazem análise. O boi para exportar recebe cuidado, mas o que fica aqui e vai parar no supermercado, não.
Viomundo – O Mato Grosso é o maior produtor agrícola e maior consumidor de agrotóxico do país. O senhor acha que a alta produtividade de Mato Grosso depende do agrotóxico?
Wanderlei Pignati – As duas coisas estão ligadas. Cada vez se consome mais.
Há dez anos, o hectare de soja consumia 8 litros e não 10 litros de agrotóxico, como hoje.
Porque hoje você tem uma série de plantas já resistentes aos vários tipos de agrotóxicos. Então, primeiro você usa mais para ver se resolve.
Depois, você troca por outro mais tóxico.
Viomundo – Mas é viável eliminar os agrotóxicos?
Wanderlei Pignati – Se você partir do sistema e começar a substituir a semente, sair desse domínio da semente, lógico que é viável, em grande escala.
Como acontece em Sertãozinho, o maior produtor de açúcar orgânico do mundo. Eles exportam 99,9% dos produtos para União Européia.
Hoje em dia a UE está preferindo nossos produtos orgânicos. Hoje tem algumas fazendas produzindo soja orgânica ou mesmo a soja tradicional, não transgênica, que já consome menos agrotóxico.
A UE prefere a soja não transgênica não só por causa do gene da bactéria que foi colocado junto com o da soja, mas também por causa dos resíduos do agrotóxico.
Tem um nível de glifosato maior e depois, para dissecar, é usado o diquat ou paraquat, que é proibido na UE.
Na China, na Índia, nos países do Oriente Médio e da África, esses produtos entram.
Vamos levar a poluição para os nossos irmãos da África, da Ásia, que lá não tem controle nenhum. A sociedade precisa abrir os olhos e se mobilizar.
Viomundo – O governo Lula manteve esse modelo de desenvolvimento?
Wanderlei Pignati – Manteve, inclusive incentivou muito. Ele entrou dizendo que faria reforma agrária e fez praticamente nada. Ele fez 10% do que foi prometido.
Em relação aos fazendeiros, ajudou o investimento na produção do biodiesel, da cana, ajudou a arrumar os portos, as estradas, mantendo algumas coisas do Fernando Henrique Cardoso.
Por exemplo, manteve a antiga lei Kandir, em que os produtos rurais são isentos de imposto de exportação e do ICMS, então produzem soja e não fica um tostão aqui.
Só produto industrializado é que paga imposto. Então, por que a gente produz tanta soja, exporta e mantém pouca industrialização aqui?
A carne é a mesma coisa, se você industrializar o que tem no frigorífico e transformar em salsicha, linguiça, aí paga imposto. E ainda vieram os governos estaduais, acabando com o ICMS.
Agrotóxico não paga ICMS, mas medicamento paga. Carros usados na agricultura, como tratores, não pagam ICMS aqui em Mato Grosso.
São um monte de benesses que os governos federal e estadual deram ao agronegócio. Para a agricultura familiar, deu um pouquinho, para não dizer que não deu nada. Deram 95% aos grandes e 5% para a agricultura familiar.
Essa assistência técnica que o governo dá para os grandes produtores de boi e soja não tem nos assentamentos rurais.
O governo manteve o modelo e ampliou mais ainda com o negócio do biodiesel, do álcool, dizendo que é a energia mais limpa do mundo.
É mais limpa quando está dentro do navio, pronta para exportar, pois aqui dentro o álcool é a energia mais suja do mundo.
E agora o biodiesel. Tem que desmatar, usar agrotóxico, fertilizante químico, é o que mais emprega trabalho escravo, é o que mais está matando trabalhador na zona rural, inclusive de exaustão. Polui com os detritos dessas indústrias rurais.
Nossa gasolina tem que ter 20% de álcool e se consome muito nos carros a álcool.
Agora, por decreto governamental, o diesel é 5% biodiesel. E de onde vem? Se engendrou toda uma campanha para dizer que viria da mamona, do girassol, de produtos que incentivariam a agricultura familiar.
Mentira, hoje, 95% vem do óleo de soja. O Mato Grosso é um dos maiores produtores de biodiesel. Você pega o óleo de soja, que é um alimento, e transforma em óleo para ser misturado com o diesel lá em Paulínia [São Paulo].
O Lula incentivou isso. A maior indústria de biodiesel do Brasil fica aqui em Barra do Bugres e há dois anos o Lula veio aqui inaugurar.
Agora já tem dezenas no país todo. Assim como o álcool, com o qual poderia se produzir açúcar e outros alimentos em vez de ser produzido para carros.
Viomundo – Do governo Dilma pode se esperar alguma mudança?
Wanderlei Pignati – É continuidade do governo que prioriza o desenvolvimento industrial urbano e rural nesse mesmo modelo.
Pode piorar ainda mais se passar essa reforma do Código Florestal. Não é o governo da Dilma, é de vários partidos, como foi o do Lula.
Um monte de empresários que permitem e mantêm esse modelo. A gente pensou que o governo Lula fosse mudar, não digo acabar com o capitalismo, mas, pelo menos, mudar um pouco essa correlação.
Melhorar a agricultura familiar, ir no sentido da agroecologia, dar o mesmo privilégio de financiamento para os grandes e pequenos produtores. Nada disso aconteceu.
Viomundo – Lula ampliou o sistema de crédito para a agricultura familiar. O senhor não acha o suficiente para inverter o rumo do desenvolvimento?
Wanderlei Pignati – Ele ampliou no orçamento, mas no financeiro, quem conseguiu pegar? Grande parte dos assentamentos não tem uma legalização que pode ir lá pegar o financiamento. E se conseguir pegar, cadê a assistência técnica para ele produzir?
A agricultura familiar vive um drama. Os pequenos produtores podem pegar 10 mil reais e o grande pega 10 milhões, 20 milhões.
Desses 10 milhões de reais, ele vai investir oito e com os outros dois milhões, ele compra apartamento, outras coisas.
O pequeno, que pegou 10 mil reais para produzir, é com muito sacrifício, bota toda a família para trabalhar. São políticas iguais para o grande e para o pequeno — e não funciona assim.
Tem de ter uma estrutura de crédito, de manejo, de assistência, que hoje não há. O grande produtor tem seus agrônomos. O pequeno, não.
Fica sendo uma política mais demonstrativa, “dei tantos milhões”. Mas quantos pegaram? E os que pegaram o financiamento, quantos cumpriram aquilo?
O pequeno gosta de cumprir. Os grandes não precisam, porque depois vem a anistia, eles não pagam impostos.
Comentários
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César Alexandre Bourscheid
A/C da Redação;
Sou Engenheiro Agrônomo, gostei muito da matéria, parabéns pelo trabalho do professor e pesquisador Wanderlei Pignati. Chamo a atenção para um erro de escrita na matéria. O herbicida roundup é um dessecante ou somente secante, mas não dissecante (e dissecar) como está na matéria, pois muda o significado da expressão.
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Anderson
Excelente matéria! Deveríamos tentar um MANDADO DE SEGURANÇA para estas graves denuncias serem transmitidas para a população através da TV privada, mídia esta que é parceira das ações criminosas do agronegócio!
O que precisamos fazer para o Estado investir massivamente na agroecologia, beneficiando a toda população brasileira e a nossa fauna e flora?
Um adendo a ultima pergunta:
o pequeno agricultor, além de receber o minguado crédito de 10 mil reais, ele se compromete a utilizar transgenicos e agrotoxicos(precisa mostrar notas fiscais comprovando a compra destes venenos!)
do contrario, não tem acesso a este credito!
O monstruoso lobby no Congresso dominado por ruralistas, chega a este extremo!!!
A população esta consumindo venenos e totalmente alienada destes gravíssimos fatos!!!
Pesquisadores nível 2 do CNPq reivindicam adicional de bancada – Viomundo – O que você não vê na mídia
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Leonardo
Boas notícias! Em assentamentos do MST no Rio Grande do Sul serão colhidos 3,4 mil hectares de arroz agroecológico neste ano na região leste do estado.
http://www.agrolink.com.br/noticias/rs–abertura-da-colheita-do-arroz-agroecologico-ocorre-nesta-sexta-feira_167512.html
Exclusivo: A pesquisadora que descobriu veneno no leite materno « Entulho
[…] Para ler entrevista com o professor Wanderlei Pignati, que coordenou toda a pesquisa, clique aqui. […]
Formad – ESPECIAL: Entrevistas com os pesquisadores que descobriram veneno no leite materno em MT
[…] não precisam, porque depois vem a anistia, eles não pagam impostos. FONTE: Manuela Azenha – Viomundo Noticias Agrotóxicos, Mato Grosso COMPARTILHAR Twitter Facebook […]
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H. Back™
Será que não seria esse o projeto ianque de redução, em pelo menos 20%, da população do planeta nos próximos anos??
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EDITORIALISTA DE POBRES
Condeno e abomino a maneira com que foi demitido o funcionário da ANVISA, por revelar fatos que por mínimo cumprimento da lei pela agência, deveria ser público. Devemos urgentemente fazer cumprir nossos mínimos direitos de ter nossos alimentos fiscalizados pela ANVISA, e ter os venenos banidos dos mesmos. Ao menos os venenos condenados em outros países, e isso seria um ótimo começo. Passaríamos então a discutir outros assuntos como proteção biológica às lavouras etc.
Mas que se cumpra rápido, e que a fiscalização comece a multar e enjaular os corruptos envenenadores de pessoas, sejam agronomos, vendedores, fabricantes, importadores e outros.Abomino o recolhimento de impostos para sustentar um sistema de saúde, se por outro lado há promoção de doenças.Se as águas estão envenenadas (ver na NET a plantação de café em Paraguaçu) e os alimentos estão envenenados é pura hipocrisia falar em vacinas, remédios, internações, expectativa de vida, aposentadoria e outras expressões tão usadas pelo sistema vilão e seus comparsas na mídia. etc.
Wanderley Pignati: Uso abusivo de agrotóxicos está aumentando a incidência de câncer em todas as idades « Viomundo – O que você não vê na mídia
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Punição às avessas: Gerente da Anvisa denuncia liberação irregular de agrotóxicos e é demitido « Viomundo – O que você não vê na mídia
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A pesquisadora que descobriu veneno no leite materno – Centro de Estudos Ambientais
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Campanha quer banir no Brasil agrotóxicos banidos em outros países « Viomundo – O que você não vê na mídia
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“Vitória histórica para os trabalhadores do campo” « Viomundo – O que você não vê na mídia
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eunice
Eu compro verduras e frutas orgânicas. Decidi não ter carro, nem Ipod, nem ir a Miami, nem usar roupas que custem mais que 50,00 a peça, nem ir ao cinema pago, nem comprar livros, já que há muito na NET, etc. etc. Ainda não posso comprar carne "verde" até porque não há mercado perto de casa.
Quando todos fizerem isto, o agronegócio vai falir.
Allen Frances: Um alerta a médicos e pais sobre o déficit de atenção | Viomundo – O que você não vê na mídia
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Brasil de Fato: Ruralista foge de debate na TV | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Wanderlei Pignati: A água contaminada que você bebe […]
“Evitar que os cidadãos pensem é uma tarefa permanente da mídia” | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Wanderlei Pignati: A água contaminada que você bebe […]
Pitagoras
Taí. O modelo é de agro-exportação e ai de quem se mete no meio para atrapalhar com frescuras de "terroristas ambientais". Estão transformando o Brrasil numa mina a céu aberto para fornecer insumos para o desenvolvimento dos outros, literalmente torrando nosso capital ambiental.
Até a comida que ingerimos é determinada por esta cambada de criminosos que agora celebra o enterro do Código Florestal.
Será que a verdadeira revolução mundial para levar ao cadafalso esta máfia putrefata ainda será à tempo de testemunhá-la?
Washington Novaes: O terreno difícil dos agrotóxicos | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] PS do Viomundo: A reportagem do Brasil de Fato a que se refere o autor, aqui, na verdade é reprodução de entrevista publicada por este site, aqui. […]
DCI: Os agrotóxicos no aquífero Guarani | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Wanderlei Pignati explica o que tem na água que você bebe […]
Código Florestal: O debate de alta octanagem na rede | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] mas daquilo que você e seus filhos comem. [Quer saber o que tem na água que você bebe? Clique aqui] A preocupação crescente com a qualidade dos alimentos e com a preservação ambiental faz com […]
Gut gemacht, Schweden! « Gen-Dialog Europa – Für ein gentechnikfreies Europa
[…] Forschungsleiter Professor Wanderlei Pignati von der Universität Mato Grosso sprach in einem Interview über die Probleme, die in Brasilien von Gentech-Soja verursacht werden. Hier finden Sie das Interview in portugiesischer Sprache: http://www.viomundo.com.br/entrevistas/wanderlei-pignati-dinheiro-para-a-vigilancia-de-boi-e-soja-te… […]
Kaline Fávero: As doenças respiratórias e o uso de agrotóxicos | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] E aqui uma entrevista com o professor Vanderlei Pignati […]
Comida S/A | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] E aqui para ler a entrevista com o professor Wanderlei Pignati. […]
Jorge
Bem, isso é o Brasil. Há muito tempo que nosso "agro-business" contamina nosso alimento, solo, águas e praticam o que tem de pior em relação ao respeito às leis ambientais e trabalhistas… São verdadeiros bandidos travestidos de "produtores de alimentos"…
Marcelo de Matos
(parte 2) Os chineses se tornaram os maiores produtores de arroz do mundo. Em termos de produtividade os EUA e a Europa ganham deles, mas, em termos absolutos, eles levam vantagem. Por quê? Criam um viveiro e plantam metade das mudas diretamente no solo. A outra metade fica crescendo no viveiro. Quando colhem o arroz, plantam imediatamente as mudas que estão no viveiro. Dessa forma colhem duas safras por ano, enquanto o resto do mundo colhe uma só. Além disso, o que mais chamou a atenção do repórter da Globo Rural foi a grande quantidade de “defensivos” empregada na produção. O dia em que provarem que é possível manter a produção agrícola que temos, que ajuda a sustentar nossa condição de sétima economia do mundo, sem o uso de defensivos, serei mais um combatente na cruzada contra os “agrotóxicos”. Falando sério, o que penso é que devemos começar a produzir os defensivos aqui, já que eles são quase todos importados. Assim economizaremos divisas e poderemos exercer maior controle sobre a toxidade dos produtos.
JotaCe
CONTRADITANDO (3)
comparada com as dos produtores europeus e estadunidenses que nem fazem, por sinal, uma agricultura de tão alto nível. E, de acordo com o que você escreveu, os chineses ganhariam no volume de produção. Seria o caso de lhe perguntar, você pode afirmar que o volume maior dessa produção decorre mesmo do uso dos agrotóxicos? Ou resulta do número de agricultores da China? O fato real é que, se foi aplicado em largas quantidades, o veneno não resolveu o problema alimentar daquele país. Mesmo apesar dos esforços do povo e também do governo, altamente diligentes. Pois a produção agrícola é insuficiente para a alimentação e não só a desertificação avança rapidamente, como também aumenta a cada dia a escassez d’água dos aquíferos super explotados e a acentuada poluição dos corpos d’água pelos venenos utilizados por milhões de agricultores. Se quiser ler ou aconselhar aos amigos um bom livro sobre o tema, o nome é ‘Who Will Feed China ?’. O autor é o Lester R. Brown. Boa sorte!
JotaCe
JotaCe
CONTRADITANDO (2)
‘agrotóxico’ e ‘defensivo agrícola’, creio que elas resultam das fontes que você deve estar usando pra se ilustrar nesses temas. Como meu tempo é extremamente reduzido e não iremos ter outras oportunidades para debates, lhe aconselho ler no Vi o Mundo as excelentes matérias resultantes de reportagens feitas com técnicos competentes e descomprometidos com o lobby dos agrotóxicos como os Professores Wanderley Pignat e Raquel Rigotto, e a Pesquisadora Danielly Palma. Se a reportagem da revista rural da Globo, que você refere, viajou tanto pra ver veneno e ao que parece só o enxergou nos campos chineses, uma pesquisadora da UFMT, Danielly Palma, demonstrou em sua tese que o encontrou aqui mesmo: em quantidade e até no leite materno. E mais ainda, em todas as mulheres analisadas. Votando ao seu questionamento: com todo o agrotóxico que o reporter da Globo disse ser usado nos arrozais da China, você mesmo é quem afirma que eles perdem na produtividade se (continua)
JotaCe
CONTRADITANDO (1)
Caro Marcelo de Matos,
Grato pelas suas observações, mas gostaria de contrapor a elas minhas ideias. Sobre o programa do etanol que lhe apaixona, eu diria que, ao invés de se transformar o Brasil num canavial do grande empresariado (que provavelmente iria sufocar até você), deveria se substituí-lo por algo mais ético, mais limpo, e certamente mais proveitoso: a utilização das energias eólica, solar, e hidráulica, esta particularmente das tão úteis, ecológicas e desprezadas, miniusinas. Seriam tais formas de energia completadas pelo uso dos biocombustíveis produzidos pela agricultura familiar a partir de oleaginosas industrializadas total ou parcialmente nas cooperativas dos pequenos agricultores. Com isto, não se aumentaria o envenenamento do povo e se evitaria a demolição total decorrente da política de terra arrasada na área do agronegócio. teria ainda a grande vantagem social de uma distribuição mais justa da riqueza. Com respeito às suas dúvidas quanto aos conceitos dos termos (continua)
Marcelo de Matos
(parte 1) Gostaria de repetir aqui comentário que postei no blog Escrevinhador: “Seria possível debater o tema “agrotóxicos” sem viés ideológico ou emocional? Esse termo nos dá a idéia de que ruralistas perversos estão envenenando nossas lavouras. De propósito? Então há outras formas de se cultivar um território da extensão do nosso sem o uso de “defensivos agrícolas”? Perdoem a expressão – sei que ela causa náusea aos ecologistas de plantão. Mas, a discussão deve começar por aí. O objeto da discussão é defensivo ou agrotóxico? Agrotóxico só pode ser algo prejudicial e inútil, que deve ser descartado de pronto. Seria mais um componente da caixa de maldades do sistema capitalista. Mas, a China também não os emprega em larga escala? Como leigo em agricultura, não sei o que estou discutindo aqui. Acontece que tenho (ou tive) muitas manias (como na música de Flávio Cavalcante): uma delas era ler e colecionar a revista Globo Rural. Um dos primeiros números dessa revista tem uma excelente reportagem sobre a agricultura na China.
MariaC
Eu sou esquerdista e amo tudo o que há de bom.E um esquerdista de fato quer o melhor até para os direitistas. Por isso eu quero que seja banida a veneneira sem necessidade, e aplicada em excesso apenas para render grana e propina a agronomos e congressistas. E banir também os já banidos em outros países.
Ocorre que os direitistas querem os venenos para os pobres. Pobre compra linguiça cheia de sulfitos, e feita de carne podre, vencida há meses, recolhida em grandes supermercados, devido ao preço, e não aparece ninguém da defesa sanitária para socorrer esse pobre. Carne de açougues pequenos fede. Só um esquerdista acostumado a alimento organico pode sentir. Eu sinto o fedor. Nem um direitoso envenenado vai sentir o fedor, nem um esquerdista viciado em cigarro, remédios vai sentir.
JOSE DANTAS
A bancada ruralista é poderosa e curiosamente não é eleita por ruralistas que são minoria. Quem coloca esse pessoal lé em cima são pessoas comuns e até boa parte daqueles que criticam os próprios ruralistas, porque tudo nesse País caminha ao som da emoção, da paranóia criada pelos corruptos veículos de comunicação, inclusive a própria internet, que num futuro muito próximo será o maior deles.
As pessoas que defendem as questões ambientais são radicais ao ponto de não enxergarem que o abastecimento da humanidade, cuja demanda aumenta a cada dia, se dá em grande parte pela produção advinda do agro-negócio. Retirem os milhões de toneladas de alimentos produzidos por esse segmento do mercado e comecem a refletir no tamanho do problema.
É preciso que se crie mecanismos para reprimir as práticas agropecuárias inadequadas, porém pensar em exterminar o grande produtor é simplesmente falta de conhecimento da realidade, pois alimento não se produz nas salas dos conglomerados urbanos e nem mesmo no campo, desde que o lucro não consiga atrair o investimento.
EDITORIALISTA DE POBRES
Se alguém encontrar um único agricultor que planta para sustentar o mundo me chame rápido. Eles plantam para obter lucros.Ponto.
JotaCe
PONTOS DE VISTAS (1 a 4)
Caro Mário SF Alves,
Grato pelas suas observações que vou responder daqui. Apreciaria justificar o que escrevi. Primeiramente não vejo como e porque associar o relato do escrivão do rei, à necessidade de se considerar a agricultura ecológica como um retorno a um passado de 500 anos. Nem podem ser comparados os cultivos de cana-de-açúcar da Bahia e Pernambuco, que inauguraram no século XVI a nossa agricultura, com as plantações de Sertãozinho, onde 16.000 ha delas são cultivados pelo modelo ecológico. Pois decerto que conquistamos ao longo de cinco séculos um grande volume de conhecimentos de multivárias aplicações. Eles nos permitem substituir, numa progressão razoável, o atual modelo de
Mário SF Alves
Ah! O escriba do rei. Pois é, pensando bem você tem razão, mas, de fato eu não tinha em mente uma regressão dessa ordem, não. O que o Pero Vaz de Caminha fez foi testemunhar dali, de onde ele viu, o potencial agrícola dos trópicos, e eu apenas o citei nesse contexto. Realmente, minha atenção está voltada mesmo é para a agricultura de base técnica pré-capitalista, cujo maior fundamento o André Voisan pôs em prática na forma de sistema de rotação de pastagens, o que o tornou uma das referências em engenharia agronômica.
Marcelo de Matos
16.000 ha? O que significa isso num universo de 7.000.000 de hectares de cana plantados no país? 2%? Como diz o Datena – Me ajuda aí. Sou péssimo em matemática. É um plantio experimental? Será que poderemos abolir os "agrotóxicos"? Segundo o site agrosoft.com "O Brasil precisa dobrar o plantio de cana-de-açúcar para cumprir a meta de produção de álcool combustível (etanol), estipulada pelo governo, até 2030. A informação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. A EPE é responsável pelo planejamento energético de longo prazo no país. Segundo Tolmasquim, o Brasil produz atualmente 6,9 bilhões de litros de etanol por ano. Para chegar a 13,9 bilhões de litros – a meta para 2030-, deverá dobrar até lá a produção de cana-de-açúcar para 1 bilhão de toneladas por ano".
EDITORIALISTA DE POBRES
Claro. O Zépovinho quer carro.Se morrer de câncer… não tem autorespeito mesmo…
JotaCe
PONTOS DE VISTAS (2)
‘maximização produtiva’, pelo da ‘otimização produtiva’ da agricultura ecológica. Este, é o único modelo conhecido capaz de desenvolver uma agricultura (lato senso) lucrativa, de caráter permanente, e que visa aliar a manutenção dos equilíbrios naturais com a oferta de alimentos sadios. E que se apoia no princípio ético do respeito à Vida. Os relatos colhidos pelo ‘Vi o mundo’ de competentes professores e pesquisadores universitários, são apenas uma amostra do que ocorre por todo o país e somente no que se refere ao agrotóxico. Pelo que entendi do seu texto, há quem defenda uma reversão, mas o que dirão dela os familiares dos trabalhadores rurais mortos pelo veneno? Ou os médicos e toxicólogos incapazes de fazer frente a milhares de casos crônicos de morbidade decorrente da ação sinérgica de múltiplos venenos
JotaCe
PONTOS DE VISTAS (3)
que o paciente manuseou ou ingeriu até na água de beber, ao longo de sua vida? Quanto à reversibilidade da perda de solo no Brasil, lembro que parte do mesmo já se encontra assoreando o Estuário do Rio da Prata; do bioma da Mata Atlântica, só restam fragmentos; grande parte da Floresta Amazônica foi substituída por pasto, ou está em processo de savanização; como reverter o processo de assoreamento de nossos rios, da poluição deles, e a de muitos aqüíferos já comprometidos, e que seriam as nossas reservas para o futuro? O Brasil precisa da Lei dos Meios para que tais temas e outros ainda, sejam conhecidos por todos. Sua sugestão dos zoneamentos agrícolas procede, e eles muito ajudariam, ainda que se fizessem necessárias ações mais diretas e imediatas tanto do governo quanto da cidadania. Pois serviriam,
JotaCe
PONTOS DE VISTAS (4)
entre outros propósitos, para a orientação e forma das atividades a serem desenvolvidas e para o estabelecimento de critérios de financiamento que contemplem mais de perto a agricultura familiar. Devo dizer que, se me compraz o avanço da nossa agricultura ecológica, em tempo algum preconizei a substituição radical, imediata e concomitante dos modelos. Por isso numa sugestão à Manuela de fazer uma reportagem sobre o tema (ou uma série delas), eu a justifiquei também como uma forma de abrir caminhos a uma agricultura sustentável e de respeito à Vida. Pois temos que andar, fazer caminhos. Justo como disse o poeta espanhol: ‘Caminante, no hay camino, se hace camino al andar’…Abraços do,
JotaCe
JOSE DANTAS
Parabéns pelo brilhante comentário.
José Ruiz
Nós conseguimos piorar o que já era ruim. Antes era o latifúndio: milhões de m2 cheio de mato. Hoje é o "agrobusiness", milhões de m2 cheio de monocultura. Piorou! O mato era menos pior. Continua o mesmo modelo desigual, infame, mas agora a destruição do meio ambiente é em escala continental… tem muito brasileiro que ainda não percebeu que esse negócio não é bom para o país… a alta produtividade não traz benefício algum para a população… ao contrário, cada vez mais empregam menos e cada vez mais os produtos ficam mais caros… você não ganha impostos, não ganha emprego, não come mais barato e ainda fica com um legado absurdo de destruição, sem contar as despesas médicas… que negócio é esse?? É preciso radicalizar: ar, água e terra são patrimônio da humanidade… não tem sentido deixar destruirem dessa forma…
Mário SF Alves
José Ruiz,
A propósito disso, produtividade agrícola se define pelo seguinte tripé: "maior produção em uma menor unidade de área e em um mais curto espaço de tempo". Êpa! Alto lá, você diria, esse sujeito é japonês! Infelizmente, não, meu caro, isto é a regra aqui mesmo, nesse Brasilzão de meu deus.
Antonio
É a total falta do Estado. É o total descaso com o Homem. Isso ocorre em todo o País. Vejam em São Paulo quantos metais pesados tem a Represa Billings. Sua água é usada para consumo humano pela Sabesp. A água é ruim, tem gosto ruim, tem cheiro de inseticida. Mas não há um instituto que faça a análise da água consumida. A Sabesp retira a água para consumo ao lado do despejo de esgoto que nem ela nem as prefeituras fiscalizam. A concentrãção de metais pesados é altíssima e extremamente prejudicial à saúde. O saneamento no País é precário e um verdadeiro descaso.
JOSE DANTAS
O incentivo a agricultura familiar só traz vantagens para todos, porém é uma utopia achar que possa funcionar sem o uso de agrotóxicos, muitas vezes aplicados em doses inclusive superiores ao agro-negócio que não costuma jogar dinheiro fora.
O MST só persegue aquilo que é considerado o filé em cada região e muitos estão muito mais de olho no valor das terras do que na própria capacidade de produzir. Enquanto isso, tradicionais pequenos produtores rurais não recebem nenhum incentivo por parte dos governos e insistem em se manter em suas propriedades em muitos casos tirando o sustento de uma aposentadoria, a medida que os filhos e netos se mandam para as periferias das cidades que oferecem maiores oportunidades de sobrevivência.
A questão da produção de alimentos em larga escala por pequenos produtores não é uma coisa que possa apresentar resultados a curto prazo, se bem que precisa ser incentivada e colocada como prioridade na atividade agropecuária.
JOSE DANTAS
A agricultura familiar já foi amplamente assistida tanto em crédito rural como em assistência técnica, mesmo deficiente em termos de novas tecnologias, até meados da década de 1980 quando instituiu-se a correção monetária sobre os financiamentos rurais acabando de vez com um subsídio a atividade rural que existia em consequência da inflação que em apenas um ano desvalorizava esses créditos em até 90%.
A atividade rural entre pequenos produtores não se paga, porém existem exceções, decorrentes de pessoas dotadas de maior capacidade de improvização que conseguem algum êxito e servem de exemplos para que as equipes de reportagem divulguem o seu sucesso como se fosse uma coisa generalizada.
O pequeno produtor rural precisa de subsídio a sua atividade e principalmente da existência de cooperativas bem administradas que conduzam a questão tanto do financiamento quanto da comercialização de seus produtos, caso contrário tudo acaba beneficiando pessoas alheias a atividade, como acontece em larga escala com os bancos em relação aos grandes produtores rurais.
FrancoAtirador
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Agronegócio é um eufemismo para denominar uma ideologia
baseada no direito sagrado à propriedade,
onde o proprietário se acha no pleno direito
de fazer o que bem entende com os reinos animal, vegetal e mineral,
sem se sentir no dever de dar satisfações ao Estado e à Sociedade.
Ironicamente o agronegociante ainda se sente um benfeitor do ser humano,
um espécime escolhido por Deus para salvar da fome a Humanidade.
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A AGRICULTURA FAMILIAR É A ÚNICA ALTERNATIVA PARA O PLANETA.
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VIVA O MST E TODOS OS MOVIMENTOS SOCIAIS LIGADOS AO CAMPO.
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JOSE DANTAS
O agro-negócio como o próprio nome diz é um negócio e cabe ao estado e a própria sociedade através do mesmo cobrar essas satisfações a que o amigo se refere. Na realidade em quase todas as atividades os empresários empurram com a barriga até serem fiscalizados e cobrados pelos poderes públicos e, em muitos casos o "jeitinho brasileiro" prevalece como solução.
Quanto ao MST e demais movimentos sociais ligados ao campo, muitas vezes a questão da produção agropecuária propriamente dita fica na escala de prioridades depois de outras como alimentação sem precisar batalhar por ela, como faz o pequeno produtor rural, escola para os filhos, uma farra dioturna bancada por pessoas que jamais fariam uma refeição na vida se dependessem dessa gente, que engaja-se aos movimentos por pura esperteza ou no mínimo como forma de fujir da miséria, que já é um avanço. Na verdade é muito mais interesse em tirar vantagens dos programas bancados pelos cofres públicos do que qualquer outra coisa.
Gostaria de dizer que não sou mais proprietário de terras, porém tenho aproximadamente 50 anos de convívio nesse meio e nasci lá..
fernandoeudonatelo
Excelente texto e a opinião ao final é muito boa, pois a agricultura familiar depende de viabilidade logística para atingir uma maior escala de produção, além do financiamento assegurado pela regularização fundiária.
Necessita eliminar o atravessador da cadeia de abastecimento aos mercados locais, que transfere o custo final aos alimentos básicos, mais o frete que é na sua maior parte de modal rodoviário.
Aí entrariam as obras de infra-estrutura e mobilidade urbano-rural, criando corredores de transportes públicos entre os principais blocos de produção. (PAC's criados por estados e municípios).
Sem contar, os gargalos de assistência técnica que deveriam ser complementados por órgãos garantidores de políticas em estoques comunitários e incentivo a cooperativação dos APL's (arranjos produtivos locais). (Cotraf e Emater)
fernandoeudonatelo
Apoio em pesquisa e treinamento de policulturas, para o plantio e usufruto sustentável do solo, com tecnologias de cultivo intensivo em relação ao extensivo.
Isso pode ajudar muito, no problema de competitividade e produtividade dos orgânicos, dependendo das combinações seletivas entre espécies naturais, que reduzam o emprego dos agrotóxicos e a necessidade de OGM's que embutem o principio ativo de veneno no material genetico. (Embrapa)
E principalmente, a garantia de regularização fundiária, aos pequenos agricultores que possuem dificuldades de acesso ao sistema juridico-burocratico, especialmente os reassentados pelo INCRA, com a devidada fiscalização e identificação das terras, para que tenham respaldo legal (documentação em especial) na agência credenciada durante a tomada de crédito.
E esse é um problema sério, em regiões que não dispões de zonas administrativas de subprefeituras ou de secretarias ligadas à órgãos como o MDA e INCRA.
Em pratos limpos» Entrevista com Wanderlei Pignati
[…] VI O MUNDO […]
JOSE DANTAS
Não sou contra a produção de alimentos perfeitos, apenas acho que quem pode pagar por eles não deveria tentar restringir a produção em massa que só assim poderá evitar a fome no mundo e com ela a proliferação de todas as doenças e também da violência que acaba atingindo a todos.
Da mesma maneira que uns andam de jatinho e outros a pé e descalços, existem opções de orgânicos para quem pode, sem necessariamente ter que se deixar de produzir em larga escala para alimentar as massas, afinal, a única coisa comum entre todos é o fim da passagem por este Planeta, que Deus, sabiamente, não elegeu privilegiados no sentido de saber quando será e muito menos como, independentemente do que comam, porém com fome não se vai muito longe, isso é fato.
Quando se defende os orgânicos alguns ganham muito com isso e a credibilidade começa a ficar duvidosa, nesse mundo capitalista onde o dinheiro sempre vem acima do resto inclusive no agro-negócio.
Otaciel de Oliveira
Que coisa de louco, meu senhor.
Leiam a matéria e vejam o que não foi criado no governo Lula, mas o governo Lula manteve: "Por exemplo, manteve a antiga lei Kandir, em que os produtos rurais são isentos de imposto de exportação e do ICMS, então produzem soja e não fica um tostão aqui".
"A carne é a mesma coisa, se você industrializar o que tem no frigorífco e transformar em salsicha, linguiça, aí paga imposto. E ainda vieram os governos estaduais, acabando com o ICMS".
"Agrotóxico não paga ICMS, mas medicamento paga. Carros usados na agricultura, como tratores, não pagam ICMS aqui em Mato Grosso. São um monte de benesses que os governos federal e estadual deram ao agronegócio. Para a agricultura familiar, deu um pouquinho, para não dizer que não deu nada. Deram 95% aos grandes e 5% para a agricultura familiar".
E eu complemento: ainda permitiu que o agronegócio ampliasse uma rede de televisão para defender seus interesses: a Rede Bandeirantes.
Conversando com um Professor da USP que veio da Alemanha, ele me dizia que a carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo. E eu expliquei para ele porque isso acontecia: para cada real arrecadado, um real é sonegado.
Agora, eu percebo com muita clareza que existe dois tipos de sonegadores. Aqueles que infringem a lei e aqueles para qual a lei foi feita para protegê-los. Nesta última categoria estão os benficiados pelos chamados insentivos fiscais.
Esta claro que o Agronegócio polui o meio ambiente, trazendo doenças para a população. Mas, dirá o mais afoitinho, "sem comida a gente não vive, certo?" Claro, claro, isto é muito claro.
Agora, pergunte aos donos do agronegócio se eles topam pagar novamente um pequeno imposto a ser aplicado somente na saúde pública (uma espécie de CPMF, mantendo a sua ideia original). A resposta será sempre um sonoro NÃO.
Quer dizer, eles poluem os rios, o lençol feático. a fauna e a flora, espalham doenças entre a população, mas na hora de dar uma pequena contribuição financeira para mitigar o estrago causado pelos agrotóxicos, NADA.
É muito bom ser "brasileiro" rico, não é?
Avelino
Caro Otaciel
Como assim, para cada real arrecadado, um real é sonegado??Como funciona isso?
Saudações
JOSE DANTAS
A inserção de países como a China na condição de grandes importadores de alimentos conseguirá a médio prazo enxugar os excedentes a nível mundial, de modo que os tradicionais importadores que antes suspendiam a importação de nossa carne bovina apenas por conta da notícia de um pequeno surto de febre aftosa em área insignificante do nosso território, com fins absolutamente especulativos, diminuam suas restrições aos nossos produtos por conta de detalhes e caprichos muitas vezes exagerados.
A alimentação da humanidade, que por conta dos biocumbustíveis que dividem a área de produção, chegará ao ponto onde muita gente que defende exageros em termos da qualidade daquilo que sai do campo não terá recursos que lhe confiram o poder de escolha, enquanto aqueles menos favorecidos comerão os próprios dejetos e isso também é doença, que existe, seu nome é fome e a maioria felizmente não a conhece, ainda.
Escassez não combina com maioria, assim como alto poder aquisitivo e muita gente que propaga a política do alimento perfeito poderá não ter acesso a ele num futuro bem próximo.
JOSE DANTAS
O solo não é o mesmo em qualquer lugar.
Dentro do pequeno estado da Paraíba existem algumas regiões, como curimataú e dentro desta a caatinga, que produzem na mesma área há mais de cem anos sem que se coloque uma grama de adubo, inclusive orgânico, mesmo quando não se cobrava isso e nem se falava em produtos orgânicos, tanto que não se agrega um único centavo ao preço desses produtos, principalmente o feijão macassar ou de corda, largamente consumido em praticamente todo o País, apesar do processo rudimentar de produção ser absolutamente correto do ponto de vista ambiental. Na região de Brejo Santo (CE) também existem áreas onde se obtém uma boa produtividade sem a utilização de adubos há várias décadas.
Enquanto isso na região do brejo, quando se desmata uma área, apenas no primeiro ano é possível produzir alguma coisa sem a aplicação de adubos, inclusive cana-de-açucar, que nas várzeas do sertão, apesar do volume de massa verde produzido a cada safra dispensa-se a adubação.
A pesquisadora que descobriu veneno no leite materno « OngCea
[…] Para ler entrevista com o professor Wanderlei Pignati, que coordenou toda a pesquisa, clique aqui. […]
Otaciel de Oliveira
Bem, o pessoal do PV só fala no aumento do CO2 na atmosfera. Eu duvido que a Marina Silva (por onde mesmo ela anda?) tenha lido algo parecido ao que se encontra nesta matéria.
Mas o trecho da entrevista que me chocou bastante foi o seguinte: "Agora, quando é carne para exportar e existe esse limite de resíduo, aí fazemos as análises. Às vezes, volta soja e carne porque não foram aprovados pelo nível de resíduo de lá [do país importador]. Alguém ja viu incinerar aqueles vários navios de soja que voltaram? Depois que o produto saiu da indústria e foi para o supermercado daqui, seja carne, frango, soja, milho, quem fiscaliza?"
Eu perguntaria de outra maneira: quem tem peito de fiscalizar?
Quer dizer, o que o mundo acha que não deve comer, nós comemos. Quem está errado, nós ou o mundo?
Olha, o que o pesquisador que escreveu esta matéria está dizendo é que alguma coisa precisa ser feita.
E o que já foi feito serve de exemplo. Vocês que estão desdenhando o que disse Wanderlei Pignati não leram a matéria como todo? Pois leiam mais este trecho: "O maior produtor de açúcar e álcool orgânico é o Brasil. É produzido numa cidade do interior de São Paulo, Sertãozinho. São 16 mil hectares de cana num processo industrial semelhante ao outro, tem máquina cortando mas sem usar uma gota de fertilizante químico ou agrotóxico. Começou 30 anos atrás, selecionando as sementes, as mudas de cana resistentes. Montou-se um laboratório próprio, com biólogo, engenheiro, para eles mesmos selecionarem ao invés de comprar sementes já selecionadas".
É…Definitivamente não sabemos o que estamos comendo nem bebendo. Nem tampouco sabem a Marina, o Lula e o Gabeira. Vamos ver se a Dilma se informa a respeito do assunto e começa a questionar o modo de produção do agronegócio no Brasil. Antes que cheguemos a uma situação extremada do "comeu, morreu", como acontece com os passarinhos de Lucas do Rio Verde.
Mário SF Alves
Otaciel,
Exelente esse seu exemplo aí de Sertãozinho. E isso é tudo o que não interessa ao esquemão da agroindústria, movida a agroquímicos e sementes transgênicas (organismos vivos patenteados) e que ainda é também chamada de agricultura ou, mais recentemente, agronegócio.
Quanto ao Lula e os demais, sinto admitir, mas o esquemão é muito maior do ele ou eles. O esquemão é do tamanho dos EUA e outros. O que não significa – muito ao contrário – que devamos ficar de bracinhos cruzados e de Sertãozinhos ignorados.
Att.,
Mário SF Alves
Luis
Interessante, há alguns anos a expectativa de vida era de 50 anos, depois do uso de tecnologia como defensivos e outras, o nosso amigo está preocupado com o pai com 91 anos na cidade que estaria com o maior "problema" com essas substancia. Será que o professor considerou isso?
JOSE DANTAS
O pânico também mata e geralmente em primeiro lugar.
O único ponto positivo nesse alarde todo é que alguns paises comecem a restringir a importação de produtos brasileiros e os mesmos possam superlotar as prateleiras dos nossos supermercados, sufocando um monstro maior que se chama inflação que costuma dizimar pessoas menos favorecidas no atacado sob o silêncio da sociedade capitalista, "que tá nem aí" para o problema.
Enquanto isso, vou comendo o meu churrasco enquanto possível, não viemos aqui para ficar e nem há como retardar a partida. Acabamos de sepultar nossa filha aos 32 anos, que cultivava hábitos saudáveis, principalmente em matéria de alimentação, em muito maior intensidade do que o restante da família.
Mário SF Alves
Lamento a perda, José.
Att., Mário.
JotaCe
Caro José Dantas,
Pra você e os demais da família, meus sentimentos de pesar pelo acontecido.
JotaCe
Jorge
Uma pessoa morre apesar de ter "hábitos saudáveis"… ( embora esse conceito varie muito de uma pessoa para outra…) Existe a genética e uma infinidade de fatores externos que podem minar sua vida com o passar dos anos…
O ganho que se tem em relação à "habitos saudáveis" é diminuir sua exposição aos riscos e ter uma qualidade de vida melhor.
Regina Braga
Um texto pesado e assustador.Agora,sabemos o que causou a morte de peixes no Pantanal.Sabemos tbém, que o Monsanto,a BP e a Corexit-BP,estão atuando juntas, no genocídio silencioso.Segundo Jeffrey Smith, diretor executivo do Institute for Responsible Tecnology,o milho GM produz modificação genética e acaba com as respostas auto-imunes.O FDA está ignorando as pesquisas,assim como o GOVERNO BRASILEIRO. O Papa tbém foi pressionado, por embaixadores americanos para aceitar o milho e a soja ,principalmente na União Européia. Não se trata mais ,só da Vigilância Sanitária ou Ministério do Meio Ambiente…Todos precisam ser envolvidos.O país está sendo atacado de forma brutal,a população está refém de grupos poderosos e canalhas.E o DIREITO A VIDA é o essencial.Presidenta e Ministra dos Direitos Humanos, em pouco tempo não havera população para ser governada.
Mário SF Alves
Parabéns Regina Braga. Clara, precisa e no coração do vampiro! Só que não vamos resolver isso no grito, ou vamos?
JOSE DANTAS
O mundo todo pega carona na questão ecológica.
Tudo hoje em dia tem que ser ecologicamente correto, mesmo que não se saiba como.
Tem candidato verde (os demais precisam ter pelo menos a tonalidade), combustíveis ecológicos porque o dono da distribuidora plantou mil árvores, banco ecológico e por aí vai.
A questão ecológica é fundamental se quisermos habitar isso aqui por mais um tempo, agora, se pararmos de produzir, ou impedirmos que haja um crescimento da produção, mesmo que seja através dos ganhos com a produtividade, estaremos sendo extremamente egoístas, pois milhões de vidas pagarão o preço de continuarmos vivos.
JOSE DANTAS
Aqui no Brasil já se sabe que é grande a devastação.
Agora, qual a proporção entre o que foi preservado e destruído da natureza nos paises desenvolvidos?
Quais as medidas adotadas em paises como EEUU no sentido de que haja uma substituição significativa das áreas exploradas pelo reflorestamento de modo que essa relação possa ser comparada ao que ainda encontramos no Brasil?
Tudo aquilo que aparece em cima da nossa mesa impacta a natureza e sem agrotóxicos não se consegue matar a fome da humanidade. Como quem digita alguma coisa por aqui estará sempre no início da fila por alimentos, pelas condições financeiras, pouco importa o que o que acontecerá com quem estiver no seu final.
Jorge
"Agora, qual a proporção entre o que foi preservado e destruído da natureza nos paises desenvolvidos?…"
Incabível, haja vista que, principalmente na Europa, o que foi devastado foi há mais de 500 anos, quando nosso conhecimento sobre a importância das florestas e de biomas preservados inexistia…
"Tudo aquilo que aparece em cima da nossa mesa impacta a natureza e sem agrotóxicos não se consegue matar a fome da humanidade…"
Ledo engano, fruto de ignorância ou comodismo… Não faltam exemplos de modelos de agricultura que conjugam alta produtividade sem agrotóxicos e com preservação ambiental. Cito um exemplo brasileiro para sepultar esse tipo de afirmação: Sertãozinho – Native.
JOSE DANTAS
Fui criado no interior da Paraíba e no uso da minha santa ignorância lá pelos 10 anos de idade, sem TV, sem internet, apenas com acesso a um rádio onde meus avós ouviam terços, missas e de vez em quando um pouco de música, a curiosidade me levou a brincar de derreter baterias de veículos jogadas no lixo. Enquanto fundia as placas sentia aquele cheiro fortíssimo entrando pelas narinas e colocava o chumbo derretido em algumas formas que improvisava num bolão de barro com o intuito de produzir algumas peças.
A casa onde morava era repleta de veneno acondicionado em vidros e pacotes de papel e o preparo desses agrotóxicos para aplicação era feito ali mesmo, no meio da sala, cujo piso de tijolo aparente já havia adquirido aquela cor acinzentada de tanta infestação.
Hoje estou com 59 anos e durante a vida a maior tragédia da qual tomei conhecimento foi a fome que matava muito e precisava apenas de uma desculpa para justificar o genocídio, que infelizmente atinge apenas aqueles que não aparecem na mídia.
Exclusivo: A pesquisadora que descobriu veneno no leite materno | Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] ler uma entrevista com o professor Wanderlei Pignati, que coordenou toda a pesquisa, clique aqui. […]
Moacir Moreira
A culpa é dos fumantes e de quem joga lixo na rua.
Mário SF Alves
Fumantes?! Matem-nos! Crucifiquem-nos. Mais apartheid neles, já! São eles, os falidores do sistema de sáude norte-americano. Terroristas. Guantanamo neles. Aliás, são as pragas do mundo, eles e a corrupção. O sistema capitasita, pobrecito, não tem nada a ver com isso.
Aracy_
Uma denúncia muito relevante na matéria de Manuela Azenha. O que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério do Meio AMbiente têm a dizer sobre isso?
Precisamos ficar atentos. A indiferença do poder público em relação às questões ambientais é uma doença grave e deve ser tratada com urgência.
Paulo Castro
O poder público é omisso na maioria das vezes. Nos casos em que as consequências são invisíveis, os danos são lentos e acumulativos a omissão parece ser a regra.
Roberto Locatelli
Sempre é bom lembrar: toda essa soja e milho NÃO são usados para alimentação humana, e sim para ração animal. Depois o ser humano ingere a carne do animal que acumulou agrotóxico por meses a fio, além de hormônios, antibióticos pesados e outros brindes.
Rodrigo Santos
Alô Roberto,
Não sei se vc quis dizer que Nem Toda a soja e milho vão para a alimentação humana, mas se não foi isso que quis dizer então tomo a liberdade de discordar.
É fato que nem toda a produção do agronegocio é usada na alimentação humana, e talvez 90% vá para o mercado internacional e nacional de alimentação animal, que como pudemos ler e vc lembrou vira gordura do cidadão depois de comer a marvada carne. Mas outro fato infeliz é que quase todo alimento industrializado tem soja do agronegocio. vai em quase tudo, desde o sorvete até o hamburguer, quase tudo mesmo, biscoitos bolachas… quase tudo, É só ler na embalagem e está lá, entre os corantes e conservantes, a tal da lecitina de soja. Quando ela não tá nessa forma tá como gordura hidrogenada ou outras coisas. Isso sem falar em outras coisas medonhas que a industria quimica financeira agricola militar impurra para o cidadão comer e tambem dos alimentos que sao soja pura, como a carne que os vegetarianos comem.
Roberto Locatelli
A coisa é ainda pior, pois uma parte desses venenos fortíssimos vai para os rios, matando peixes e plantas aquáticas, e também a mata ciliar.
João
São alarmantes os dados apresentados pelo Dr. Pignati.
Há algum tempo atrás o Governador Requião proibiu exportar soja transgênico no Porto de Paranaguá. Foi um auê danado.
Hoje, sabe-se, produzir transgênico custa mais, usa-se mais agrotóxicos, e ainda tem gente que defende o transgênico.
Uma amiga minha contou que uma empresa ofereceu benesses a uma pesquisadora para que essa publicasse um artigo científico dizendo que o transgênico não faz mal à saúde. Ainda bem que a pesquisadora era gente séria e mandou o emissário "catar coquinhos". Fico me perguntando: quantos pesquisadores as grandes empresas não compram, às vezes com benesses indiretas (passagens e diárias para congressos, financiamento de projetos de pesquisa)???
Obrigado Azenha, por mais este texto lúcido.
@veramp
O que esse pesquisador sugere que se faça, além de uma campanha nacional contra o agronegócio ou a fiscalização do uso de agrotóxicos? Comer o quê? Nada? Nem carne, legumes, frutas, verduras, cereais, nada? Tudo contaminado? Que tal morrer de inanição?
Tania Silva
Isso aí. A culpa é do pesquisador, que não sugere nada!
Mário SF Alves
Olá, @veramp. Não deixemos para o pesquisador decidir. Ele já fez a parte dele, não foi? Somos nós que temos de buscar o caminho. Não dê a César o que não é de Cesar! Só o povo é capaz de salvar o povo!
Jorge
Graças a esse tipo de postura que os brasileiros são um dos povos mais alienados do planeta…
Se tiver tempo de ler a reportagem verá que as sugestões já foram apresentadas…
Cabe ao cidadão cobrar e exigir alimentos de qualidade. Informação você já tem…
cesar
Engraçado pois os movimentos e celebridades internacionais só fazem campanhas pelas florestas na Amazonia, com criticas às hidreletricas e matriz energetica brasileira sem se manifestarem com a agressão à natureza dos agrotoxicos. Prezado Azenha, acho que só a exigencia dos paises importadores dos produtos da agronegocio brasileiro é que vai nortear o uso racional de pesticidas e não a consciencia e respeito pelo outro.
JotaCe
Caro César,
Inexiste o ‘uso racional de pesticidas’, como você recomenda, o caminho mesmo é o da agricultura ecológica. Tomo a liberdade de dizer que o termo ‘pesticidas’ foi criado pelo mesmo lobby que também chama o veneno de ‘defensivos agrícolas’. 'Pesticidas' tem o significado errôneo de ‘matador de pestes’ alimentando a mentira que apresenta seres vivos, certos insetos por exemplo, como ‘pestes’. Mas, quando atacam as culturas, eles atuam como indicadores naturais e evidenciam a existência de problemas com as plantas. Não são as causas. Abraços,
JotaCe
Carlos
Meu pai vai fazer 91 anos em junho, mora ha 32 anos em Lucas do Rio Verde e após saber dessa pesquisa o velho não quer mais tomar leite porque acha que poderá morrer. Estou muito preocupado com o meu pai.
Roberto Locatelli
Ao não tomar leite, ele viverá muito mais.
O ser humano é o único animal do planeta que, depois de adulto, continua se alimentando de leite. E, ainda por cima, leite de outra espécie. Somos mesmo malucos.
Marcelo de Matos
Roberto. Eu não consigo ficar sem o leite. Tomo o em pó, desnatado, de manhã e à tarde. À noite, prefiro vinho.
Mário SF Alves
Carlos,
Bem sei que nessa idade pouco adiantaria tentar explicar a ele a dimensão da coisa. Daí que, presumo, não seja de agora seu hábito de consumir leite; assim, nessa medida, apenas tranquilize-o. Mesmo porque, a meu ver, não é esse leite a raiz do problema.
Att.,
Mário.
Fernando
Pesquisadora da UFMT que descobriu contaminação do leite materno em Lucas do Rio Verde por agrotóxico é ameaçada na internet:
“Já estou providenciando a foto dessa "pesquisadora" da UFMT e vou espalhar aqui pelo Nortão todo, nos postes, com a frase: PROCURA-SE – RECOMPENSA DE R$ 10 MIL. Depois vamos dar uma coça nela com pé de soja seco, que ela nunca mais vai pesquisar nada aqui”
http://www.aspta.org.br/por-um-brasil-livre-de-tr…
Mário SF Alves
É. A Casa Grande continua a mesma, cheia de capitães do mato: pesquisou/pensou/publicou vira escravo fugido.
eunice
Depois, quanto a estudantada critica a diretada, não é sem razão. Esquerda é isso, comer bem, ler o que há de bom, e não apenas ir a Miami comprar quinquilharias igual a direta, que nem livro compra mais.
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