Pagot diz que Cachoeira patrocinou reportagem da Veja para o derrubar
Tempo de leitura: 4 minO ex-diretor do Dnit na CPI (foto Antonio Cruz, Agência Brasil)
Pagot diz que Cachoeira patrocinou reportagem para o derrubar
28 de agosto de 2012 • 12h21 • atualizado às 14h09
GUSTAVO AZEVEDO
Direto de Brasília
O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot afirmou na manhã desta terça-feira, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, que não conhecia o contraventor e que foi surpreendido pelo fato de o bicheiro ter sido um dos possíveis autores de sua exoneração da autarquia. Disse ainda que Carlinhos Cachoeira patrocinou uma reportagem para lhe derrubar e que recebeu um pedido do ex-senador Demóstenes Torres para beneficiar a construtora Delta.
“Eu fiquei extremamente estarrecido, primeiro com o afastamento e depois com a exoneração. Foi um episódio amargo na minha vida. Me sentia um morto vivo, um fantasma. Quando começa a me reestabelecer, tive essa brutal notícia, que um contraventor e um agente de uma empresa, seriam os responsáveis pela reportagem que gerou o afastamento e posteriormente a exoneração”, afirmou Pagot.
Perguntado pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), o ex-diretor do Dnit afirmou que essa pressão teria sido gerada por sua postura contra a construtora Delta, beneficiada pela organização de Carlinhos Cachoeira. “Era pela atuação que vinha tendo ao Dnit, não dava vida boa a nenhuma empreiteira e prestador de serviço. Era muito exigente. Penso que por isso eles patrocinaram essa matéria jornalística para me tirar do Dnit”, destacou.
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Pagot saiu do governo em julho do ano passado, desgastado após a crise no Ministério dos Transportes, alvo de denúncias de irregularidades e que gerou a crise entre a presidente Dilma e o Partido da República (PR). A reportagem da revista Veja, do início de julho, foi o estopim e apontava que integrantes do PR haviam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do ministério.
O ex-diretor, que comandava o principal braço operacional dos Transportes, voltou à cena neste ano após vir à tona o escândalo das relações escusas de Carlinhos Cachoeira. Ele fez as mesmas denúncias relatadas à CPI para a imprensa. A situação chegou a ser flagrada por gravações da Polícia Federal em que Cachoeira diz ao então representante da Delta no Centro-Oeste, Claudio Abreu, que “plantou” as informações contra Pagot na imprensa. “Enfiei tudo no r… do Pagot”, falou na ligação telefônica gravada.
No início do depoimento, Pagot relatou aos parlamentares o seu currículo como gestor no Paraná, secretário do governo Blairo Maggi (PR) em Mato Grosso e como diretor do Dnit, elogiando-se como “homem que faz”, “o verdadeiro pau para toda obra” e “tocador de obras”.
“Juntos, funcionários e diretores, fomos responsáveis pela melhor performance de autarquia no PAC, superamos 1,1 mil contratos de obras e serviços, chegando a pagar mais de um bilhão por mês. Chegamos aos melhores índices rodoviários”, destacou Pagot, que hoje trabalha na Companhia Norte de Navegação e Portos, Ciaport, empresa que atua na construção de portos no Pará e no Amapá.
O pedido de Demóstenes Pagot revelou que o senador cassado Demóstenes Torres lhe fez um pedido para beneficiar a Delta. Segundo ele, o ex-parlamentar pediu para ajudá-lo a conseguir obras para a empresa no Estado do Mato Grosso, durante um jantar em que estava o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, e o representante da construtora no Centro-Oeste, Claudio Abreu.
O ex-diretor do Dnit afirmou que Demóstenes, após o jantar, falou reservadamente com ele, e confidenciou que tinha dívidas de campanha com a empreiteira. “Preciso ter alguma obra com meu carimbo, ele disse. Eu falei que lamentava, não podia atendê-lo. Não tinha como o diretor do Dnit ir para o mercado e dizer: reservem uma obra para a Delta”, declarou Pagot à CPI.
Demóstenes teria solicitado que as obras das BRs 242 e 080 no Mato Grosso, ainda em projeto, fossem concedidas à Delta.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.
Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.
Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.
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Comentários
Eutímio Pimentel
O judiciário em nosso país,faz nascer em nosso coração e alma, uma vontade imensa de nos transformar em terrorista, pois, parece que a unica linguagem que eles respeitam é o radicalismo !
oziel f. albuquerque
Quando é que o bandido do Policarpo vai ser convocado? Até porque,nesta CPI o maior criminoso é o Policarpo.
P. Ilianovic
E ontem (28/08) no JN Bonner enfatizou que Pagot acusou “sem provas” – o cúmulo do cinismo desse “jornalista”.
Romanelli
Inúmeros foram os dirigentes afastados, assim como ministros …muitos por evidências inatacáveis (tipo Pallocci), e outros por fortes suspeitas que tramitam em processos (tipo min.do turismo e da agricultura)
FATO é que um governo, um general, NÃO pode abandonar seus soldados
Penso, se provado inocente, penso que DILMA tem a obrigação de reintegrar esta gente ..a menos que algo efetivamente paire sobre a cabeça deles, indo duma simples falta de compatibilidade, chegando até mesmo a incompetência
..ocasiões, bom que se diga, a bem da justiça e transparência, em que ela, a Dilma, a generalíssima, também nos DEVE satisfações e exemplos de como se deve liderar e se evitar de fazer “mal feito”
Antônio
SERRA NA BOCA DO CACHOEIRA
(Fonte: Blog da Dilma)
Pela primeira vez, o nome do ex-governador de São Paulo e candidato à Prefeitura, José Serra, aparece na boca do contraventor Carlos Cachoeira, numa conversa com o já cassado Demóstenes Torres. “Ocê vai tá com o Serra aí hoje?”, pergunta o bicheiro. “Marca uma audiência com ele”, insiste. “Vou marcar com ele e venho aqui”, atende o ex-senador. Negócios da Delta com São Paulo são o próximo alvo da CPI.
Claudia
O certo agora seria Dilma pedir desculpas e contratas de novo o Pagot.Seria o mínimo ,para restaurar o seu nome.
O erro é
Em tais horas o dirigente do primeiro mundo tem uma relatório completo de toda vida funcional e patrimonnial desse e todas da família para mostrar que o cara é horando. Porém, no Brasil nem os ganhos salários pode ser informado por ser sigiloso, nem há capacidade técnica para investigar nada e com isso demitisse só com base do que o PIG informa
Gerson Carneiro
Aí meu povo: Diferentemente de Aébrio Nebulus, o Barba esbanja equilíbrio.
Fabio Passos
É a veja funcionando como braço midiático da quadrilha de carlinhos cachoeira.
Reporcagens feitas por encomenda de cachoeira para beneficiar uma empreiteira associada a organização criminosa.
E o miro teixeira e cia. protegendo rupert civita e policrápula jr conforme ordens recebidas do joão roberto marinho.
O PiG quer impedir as investigações porque está mais sujo que pau de galinheiro.
Jorge
Se eu fosse o Pagot, confeccionaria uma faixa com as seguintes palavras: “QUE PAÍS É ESSE”, e pousaria em frente ao STF.
Piada por piada, o STF merece muitas, desde 1964.
Um abraço.
pperez
Se Temer faz um acordo de bandido com o PIG e o governo se acovarda assistindo impavido este circo de horrores em que se tornou a CPMI, acho que está tudo consumado!
E honestamente creio que no mensalão, Ze Dirceu vai ser condenado mesmo sem provas,o PIG quer, o governo faz!
Como diria PHA, Viva o Brasil!
O Cafezinho » Blog Archive » Pagot denuncia complô entre Cachoeira e Veja
[…] do Terra (Via Azenha) […]
José Ricardo Romero
E o bernardossauro continua dormindo… e a Dilma continua pagando os seus salários com o dinheiro dos nossos impostos!
Bonifa
Será Pagot um novo Paulo Lacerda? Até quando o governo trabalhista vai imolar vítimas em sacrifício ao Supremo Deus das Mazelas Nacionais, sacrifício exigido pela legião de seus sacerdotes midiátos?
Paulo Villas
Pagot o pato… ou Pagot , o pato.
Vinicius Garcia
Todos que leêm este post de notícias sabem o que é a Zóia, partidária e parcial até o fundo da alma, essa conduta para um dito “meio de comunicação” é esquema mafioso, portanto não há nada de surpresa nessa notícia, apenas um profundo sentimento de tristeza por viver em um esquema aonde esse tipo de ação não é combatida ou por covardia ou por envolvimento de parlamentares com esquemas similares.
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