Emiliano José: O quartel-general da direita nem é novidade no Brasil
Tempo de leitura: 6 min11.09.2012
Instituto Millenium, mídia e as lições da história
Por Emiliano José*, via assessoria do deputado
Cedo à tentação, e me comprazo em fazê-lo, de lembrar Gramsci, que, nos seus Cadernos do Cárcere, falou, não poucas vezes, e com muita propriedade, do papel dos intelectuais, dando-lhes um estatuto político até então imprecisamente avaliado. Evidente que não pretendo tratar especificamente disso, mas resvalar o tema para voltar ao tema da velha mídia no Brasil. Gramsci indicava, lá nos anos 30 do século passado, como os grandes intelectuais individuais, ou grupo de intelectuais agrupados em revistas, jornais e demais meios de comunicação, exercem frequentemente a função de partidos políticos.
Ele se refere, por exemplo, ao “partido constituído por uma elite de homens da cultura, que tem a função de dirigir, do ponto de vista da cultura, da ideologia, um grande número de partidos afins”, ou quando afirma que “um jornal (ou um grupo de jornais), uma revista (ou um grupo de revistas) são também ‘partidos’ ou ‘frações de partidos’”. Retiro essa reflexão – incluídos os textos aspeados – do notável livro de Carlos Nelson Coutinho – “Gramsci : um estudo sobre seu pensamento político”, da editora Civilização Brasileira. Coutinho é seguramente o mais denso estudioso de Gramsci no Brasil, e contribuiu decisivamente para que o País o conhecesse e para que a política fosse positivamente contaminado pelo pensamento gramsciano.
O mundo é outro, inegavelmente. Mas, a abordagem de Gramsci sobre os intelectuais continua atual sob muitos aspectos, especialmente no que diz respeito à natureza partidária dos nossos meios de comunicação, sobretudo daqueles meios que chamo de velha mídia, no Brasil os poucos grupos monopolistas que pretendem controlar o discurso sobre o País e que se arvoram à condição de partido político, pretendendo, ainda, personificar a opinião pública, mistificação que foi sendo desmontada com a autonomia da opinião pública das ruas, que felizmente não aceita mais passivamente o discurso midiático.
Veja e Cachoeira
A intervenção específica da revista Veja mereceria um capítulo à parte, embora não possamos aqui, no limite desse texto, elucidar o seu papel de raivosa usina teórica da extrema-direita na América Latina. No caso da quadrilha de Carlos Cachoeira, Veja foi muito além disso, e envolveu-se profundamente com o crime organizado, como o comprovam as tantas matérias publicadas, sobretudo na blogosfera e na revista CartaCapital. Veja, além de cometer crimes, de atentar contra quaisquer princípios éticos do bom jornalismo, insista-se, age como partido político, combatendo sem trégua o projeto político que o Partido dos Trabalhadores conduz no País desde 2003. Separo Veja dos demais meios, embora seja correto acentuar que a velha mídia tem um programa político comum quanto ao Brasil, e não varia no seu combate cotidiano ao projeto político iniciado com a vitória de Lula em 2002.
Quero mesmo, para definir o escopo central do texto, tratar do Instituto MIllenium. Embora soubéssemos da existência dele, a leitura da matéria de Débora Prado, na revista Caros Amigos, de agosto de 2012, é muito esclarecedora quanto à natureza nitidamente partidária assumida pela instituição, um conglomerado de intelectuais que se dispõe a pugnar contra o projeto político em andamento no Brasil, e a favor da proposta neoliberal, derrotada em 2002, apesar do esforço da mídia em sentido contrário. A organização é uma autêntica vanguarda da velha mídia, voltada essencialmente à defesa do direito de propriedade e da livre iniciativa. Uma entidade que defende privatizações, o sistema financeiro mesmo quando ele entra em colapso, faz campanha permanente contra a regulamentação das comunicações, propõe sem variação a redução dos direitos sociais e combate qualquer política afirmativa por parte do Estado, conforme o registro da excelente matéria.
E é uma entidade com um programa nitidamente neoliberal, organizada diretamente pelos barões da velha mídia, note-se. Não se trata de intelectuais dispersos, avulsos, mas aqueles afinados com esse discurso, e recrutados diretamente pelo quartel-general midiático que dirige a organização. O Instituto Millenium conta com o que Gramsci chamaria intelectuais orgânicos da direita. O gestor do Fundo Patrimonial é ninguém menos que Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Dispõe de uma extensa rede de articulistas que, além de escrever em seu site, tem espaço constante, assegurado nos principais veículos da velha mídia: Demétrio Magnoli, Carlos Alberto Sardenberg, Ali Kamel, Roberto Da Matta e Roberto Romano são alguns dos nomes lembrados.
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Ideólogos da direita
Não sei se o Instituto cultiva a figura do simpatizante, mas seguramente há um número muito grande deles nos meios de comunicação da velha mídia. A matéria de Débora Prado chama-os de amigos. E cita Reinaldo Azevedo, José Nêumanne Pinto e Ricardo Amorim. Sem quaisquer ligações formais, há muitas outras personalidades, jornalistas ou não, que comungam inteiramente dos ideais do Millenium. A matéria noticia que Pedro Bial participa da Câmara de Fundadores e Curadores da entidade e que João Roberto Marinho, Roberto Civita e Roberto Mesquita – Globo, Abril e Estadão – são da Câmara de mantenedores. O Conselho Editorial é composto por Antonio Carlos Pereira, do Estadão, e por Eurípides Alcantara, de Veja. Um quartel-general da direita, bastante conhecido, dirigentes do partido midiático.
Esse tipo de articulação de direita não constitui uma novidade no Brasil. O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), surgido em 1961, e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), nascido em 1959, são seus predecessores, ancestrais do golpismo no Brasil. Surgem, anotem, para conter o avanço do comunismo, nome que se dava a movimentação dos trabalhadores por reformas, e, claro, conter os agentes políticos que se dispusessem a levar à frente projetos reformistas. As duas entidades – na verdade, uma poderosa articulação política – tinham objetivos comuns, e a atuação delas ganhou intensidade depois da chegada de João Goulart ao governo, e contaram com a participação decisiva da mídia de então.
Goulart aparecia para as duas entidades como a encarnação do comunismo, embora saibamos que essa era uma linha argumentativa destinada a assombrar os brasileiros, especialmente as camadas médias e as senhoras católicas. O que o IPES e o IBAD não aceitavam era um governo reformista, como era o de Goulart. A mídia obviamente também não aceitava, como não aceita o projeto político iniciado em 2003. IPES e IBAD trabalharam intensamente a favor do golpe, formaram uma base ideológica e política fundamental para o sucesso daquele empreitada que nos envolveu numa longa noite de terror, de perseguição, de torturas, de desaparecimentos de pessoas, que persistiu até 1985.
Uma família unida
Discutia muito na Universidade Federal da Bahia, quando professor da Faculdade de Comunicação, o quanto a velha mídia tinha de identidade de propósitos e de como agia de acordo com tais propósitos. A linha editorial era absolutamente semelhante, e a pauta parecia que era combinada todo dia entre eles. Lia um jornal, bastava. Os outros dariam o mesmo enfoque. E assim com as tevês, diferenças apenas aquelas dadas pela abundância de recursos de uma, escassez de outras. As revistas, salvo exceções como CartaCapital (para falar só de semanais) também guardavam uma semelhança impressionante. E alguns de meus colegas, bons professores, diziam que eu tinha uma visão conspiratória.
Não se trata de nenhuma visão conspiratória. É que há uma consonância ideológica. Os meios da velha mídia não precisam se reunir para que tudo saia num mesmo diapasão. Tocam de ouvido. Tem a mesma ideologia, a mesma compreensão de mundo, a mesma visão política, o mesmo projeto político para o Brasil. Assim, em princípio, seria desnecessário um Instituto Millenium. Afinal, a concordância é natural. Esses meios fazem parte de uma mesma família política e ideológica. Por que então o Millenium? Essa a pergunta que intriga.
O professor Demian Bezerra de Melo, da Universidade Federal Fluminense, diz que a atuação do Instituto tem o sentido histórico da contenção – conter o avanço de governos de esquerda na América Latina, sejam quais forem as formas que eles adquiram. Creio que é uma boa pista. Penso, como acréscimo, que há, por parte do Instituto, uma particular preocupação com o Brasil, por obviedade. Contenção de um projeto político de esquerda que vem se afirmando há praticamente uma década. O Brasil tem mudado. A renda do povo melhorou. Nossa soberania afirmou-se. Somos respeitados em todo o mundo. Firmamos uma liderança popular como Lula – no Brasil e no mundo. Dilma afirma-se como grande presidenta, querida do povo. A classe trabalhadora tem um protagonismo acentuado.
Apesar de você
E tudo isso está ocorrendo apesar da mídia, e não contando com ela. O sucesso desse projeto acendeu o sinal vermelho para a direita brasileira, em todos os seus matizes. E o Millenium chega para tentar sustentar teoricamente a luta dos que ainda defendem o neoliberalismo à brasileira. Não lembrei o IPES e o IBAD por acaso. Não podemos esquecer as lições da história. O Millenium acompanha uma tradição golpista existente no Brasil, uma tradição golpista da nossa velha mídia inclusive. Não aceita, não engole um governo que, pela via democrática, e com parâmetros distintos do neoliberalismo, está mudando o Brasil. E fará de tudo para derrotar esse projeto. De tudo.
Assim, face a esse tipo de organização, é fundamental, para além da atuação cotidiana dos partidos políticos que se opõem à ideologia defendida pelo Millenium, que todos nós tenhamos consciência do quanto é essencial a luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil. E luta pela democratização significa garantir a emergência de tantos outros atores sociais que estão excluídos da cena midiática, que não tem a chance de transitar nela, esmagados pelos monopólios. Esta é uma luta política essencial dos nossos dias. Esperamos que brevemente chegue à Câmara Federal o projeto do novo marco regulatório das comunicações para que, com ele, assistamos a emergência de um novo tempo nessa área, que consiga revelar o Brasil diverso em que vivemos, tão rico culturalmente, que permita o trânsito, na esfera midiática, de pensamentos diferentes dos professados pelo Millenium.
* Texto publicado originalmente no site da Carta Capital. Emiliano José é jornalista, escritor e deputado federal.
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Comentários
Cidadão
A única coisa que eu discordo no texto é que o neoliberalismo teria sido derrotado em 2002, no Brasil. O povo disse não, mas o bicho é teimoso e ainda não saiu do poder. Recuou um pouco, atenuou-se, mas continua aí, como as altas taxas de superávit primário, precarização do trabalho e privataria não deixam de demonstrar.
É outra coisa: o PT pode criticar a direita brasileira à vontade, mas no mínimo deveria também parar de andar de mãos dadas com ela e copiar as suas propostas, como a privatização de empresas e serviços públicos, que Dilmalandra retomou em ritimo demotucano, mostrando que é realmente um FHC de saias.
Neo keynes
Não simpatizo e muito menos tenho procuração para defender o i millenium, assim mesmo, em minúsculas,mas compara-lo com o ibad e o ipes é uma forçada de barra. O nobre deputado deveria ter pouco mais de quinze anos de idade na época e eu fui, já adulto,contemporâneo. Pior, comparar Jango com a vitoriosa administração petista é um insulto ao PT.
Fernando Antonio Moreira Marques
O problema não está em eles terem os seus Institutos neoliberais. O problema está em impedir que possam existir outros Institutos com orientação diversa.
Regulação seria assegurar a igualdade dos direitos para os diferentes, o que absolutamente jamais existiu.
assalariado.
Sr. Emiliano Jose, o capital tem multiplos quartéis e cada quartel é um front, teremos que enfrenta -los diuturnamente. A mídia burguesa usa como tática de luta contra o povo, e o Brasil nação, um soldado de cada vez. Porém, em quartéis diferentes. Eles (o capital), atuam perante a sociedade de forma dispersa e colorida, para não dar aos olhos das massas o sentido de um ser único, com ideologia una, e de classe dominante, que são os donos dos meios de produção. Não são atos distintos, porque são peças de uma mesma orquestra, e que, a blogosfera devagar, devagarinho, vai desmontando este quebra cabeças, que o PIG nos ensinou a chamar, de ‘Estado de Direito’, regido tempo inteiro pelos donos do capital que por sua vez, se escondem atrás das leis mortas da constituição.
O capital já não consegue reposição de seus soldados no front politico partidário. E, o que tem, é de péssima qualidade. Sobrou o que, ou quem? Isso passa ser perigo eminente de golpe de Estado por parte da burguesia capitalista para tomar, na marra, o poder de Estado a qual ela se sente, e é, dona de fato e de direito. Basta olhar dentro da carta magna. Sobrou o PIG, último bastião, que é a grande muralha ideologica do capital elites, nos dias atuais, para ser enfrentado e derrotado cedo ou tarde. Uma coisa é certa, jamais desistirão ou jogarão a toalha, seja em que condição for. No resto, é só olhar nossa história. Não passaram, …
Saudações Socialistas.
ZePovinho
A regulamentação nunca foi de conteúdo,mas de CONCENTRAÇÃO DE MEIOS,Rodrigo Leme!!!Deixa de distorcer!!!!!!!!
Rodrigo Leme
Em suma: como irrita ter voz contrária. O sonho do Emiliano é um mundo onde a opinião dele é unânime, sem contraditórios. Causa-lhe espécie ter alguém contra o que ele acredita.
O mais irônico é que a “grande mídia” é acusada desse desrepeito ao contraditório por essas mesmas pessoas. Regulamentação pra essa gente é monólogo.
MARCELO
Será que o PT mandou uma coroa de flores pros
bandidos mortos pela Rota?Tenho minhas duvidas.
kkkkkkkkkkk
luiz mendonça
Não é voz contrária.É voz golpista.Que tem na mentira a base de suas convicções.
Rodrigo Leme
Muita ingeuidade achar que mentir é monopólio de um lado da política…
anac
Direita e esquerda no Brasil: CASAGRANDE e SENZALA, respectivamente.
anac
Para mudarmos o Judiciário, necessário o fim da vitaliciedade dos ministros do STF, que passariam a cumprir mandato sem direito de recondução.
anac
Como Dantas disse, no STF está tudo garantido…
O STF é um braço armado da CASAGRANDE para a manutenção do status quo, na mesma linha do PiG e seus formadores de opinião do instituto milenium.
Julio Silveira
Não consigo me conformar com essa simplificação tão facil para justificar aquilo que não se concorda, mas da mesma forma facil para se desconstruir. Por que a pensar assim temos errado na tentativa de mudança de paradigmas no congresso, e no executivo, o foco deveria ser o judiciário. É de lá que saem todos os jurisconsultos do STF, e todos sem excessão indicados por governantes. Sendo que essa representação do STF em especial foi em sua grande maioria instalada lá por representantes deste governo. Será que há carencia de juizes mais sintonizados com a maioria? isso é tão rara assim? Não creio, existem expressões muito conhecidaas que poderiam representar melhor a cidadania na interpretação da Leis. Por que não estão lá é do que devemos suspeitar. O que faz com que os homens publicos tenham a mesma identidade que impede mudança de rumo na representação judiciária no Brasil? para que continuem produzindo exclusividades e diferenças sob o manto da justiça e da igualdade? mais uma vez o chamado pragmatismo, que muitos oportunistas tem defendido, pode ser a justificativa para a expressão da melhor retórica, no papel.
assalariado.
Caro Julio Silveira, os juízes é bom não esquecer, são pessoas que em última análise nunca foram, nem são inocentes sociais. Estes escribas quando são indicados para casa grande chegam lá com a ideologia poliica já formada, segundo os preceitos do capital. Isto sem falar que muitos, e muitos deles, na vida real, também pertencem a classe capitalista, logo,eles sabem a que classe pertencem. E a história juridica recente mostrou isso varias vezes. Haja Habeas Corpus! Até aquele Demostenes, voltou para onde mesmo? Neutralidade, onde e quando?
Abraços.
assalariado.
Caro Julio Silveira, sabendo de antemão das injustiças que a sociedade baseada no modo de produção capitalista ia gerar/gerou. Você acha que as elites do capital iam criar os tribunais e suas cortes jurídicas, para reparar as mazelas que eles mesmo causam? Quanto as estratagemas das ‘esquerdas’. Estou de acordo!
Abraços.
assalariado.
Anac, o STF, é o braço jurídico do capital, um dos componentes da burguesia capitalista dentro do Estado, este, a serviço do capital. O outro braço que tu chamas de armado, veste outra roupa. Este, o armado, na história politica da luta de classes no Brasil apareceu, várias e várias vezes, para golpear a democracia. Não falo da ‘democracia’ burguesa, falo da democracia popular socialista, da nação Brasil.
Abraços.
Julio Silveira
Prezado Assalariado, concordo com ressalvas. As ressalvas são de que os judicantes são todos assalariados pagos pelos cidadãos brasileiros. E que assim como existe um assalariado sintonizado com as necessidades da maioria, haverá de ter lá dentro também outros. O que ocorre com minha critica é de que existe uma peneira muito fragil para descobrí-los e instalá-los onde deveriam estar fazendo parte de nossa representação. O processo de escolha do jeito que está trás beneficios também para a esquerdas, que deveriam fazer uso das suas prerrogativas para colocar nesses postos gente mais afinada com sua perspectiva de ver o mundo. Se não o fazem a culpa não deve ser debitada exclusivamente nos ombros conservadores da direita brasileira, mas também de uma falsa esquerda que apenas usa estratagemas para ocupar espaços de poder, para beneficio de grupos, sem mudar um centimetro da carcomida cultura nacional que beneficiaria todos os cidadãos.
Fabio SP
Democracia popular socialista… eu mandando neles…
Democracia burguesa… eles mandando nimim…
Mardones Ferreira
Belo grito de socorro de um grande representante do povo baiano e brasileiro.
Se o povo não exigir a aprovação do projeto do novo marco regulatório das comunicações, o governo de ”coalizão” vai seguir sob o comando da Globo, que tem o Temer (entre outros) nas mãos. E os votos do PMDB ”amigo”.
Aroldo
VOZES DO ALÉM BAIXAM NA REDAÇÃO DA FOLHA DE SÃO PAULO
Vejam esta manchete da Folha:
Dirceu diz a Lula não ter esperança de conseguir absolvição no Supremo
O ex-ministro José Dirceu afirmou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a outros aliados que não espera mais ser absolvido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão.
E QUEM TERIA DITO A FOLHA DE SÃO PAULO QUE O DIRCEU TERIA DITO AO LULA QUE ESPERA SER CONDENADO?
Quatro interlocutores do ex-ministro relataram à Folha conversas em que Dirceu se diz “preparado para o pior”. Uma delas ocorreu há dez dias durante reunião com Lula, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos e o petista Sigmaringa Seixas.
Para mim o octavinho continua ouvindo vozes do além. E de quatro defuntos diferentes.
RISÍVEL!
Hélio Pereira
Na realidade a Folha de SP esta ouvindo vozes dos “muito vivos”,que sonham em retornar ao Poder e acham que a condenação de Dirceu pode ser determinante nisto.
A Folha quer “induzir” os Juizes do STF a condenarem Dirceu sem Provas e que argumento melhor do que dizer “Que José Dirceu espera pelo pior”(?),que importa se Dirceu disse isto ou não(?),para a Folha o importante é os Juizes do STF acreditarem nesta “REPORCAGEM”e o pior é que pelo jeito eles acreditam em tudo que a “Falha de SP” publica,considerando que a opinião publicada ali é a opinião pública!
Julio Silveira
Acredito que o grande erro das esquerdas brasileiras é ter consentido, no decorrer do tempo, terem permitido, o reducionismo delas a meras expressões tipo comunismo, socialismo e outros ismos, todos importados e muito bem utilizados pelos estrategistas da direita. Que souberam, como ninguem, marqueteá-los, para defesa de suas minorias exclusivistas, como simbolo do mal diante da maioria da população, que não tão culta e nem tão familiarizada assim com conteudos estrangeiros absorveram essa mensagem sem associá-los aos interesses contraditórios(no minimo) desses grupos exclusivistas.
E a direita foi tão bem sucedida e tão eficiente que tem conseguido sob muitos aspectos capturar parte do ideário da esquerda camuflando as diferenças que existem nos principios que os regem.
Alias os principios que a esquerda, não soube explorar, não sabendo sair do lugar comum, da inspiração doutrinária de Marx e Engels, fazendo com muitos possiveis adeptos, mas sabedores da originalidade e da cultura de cada país, suspeitassem dessa pregação um tanto quanto biblica, já que ela produz elementos fora de foco, engessa e faz perder o respeito a essência do povo, que tem indole pacifica sendo sensivel a necessidade de mudanças culturais, são adepto dos melhores sentimentos de igualdade mas respeitando as vidas. Querendo o combate pela mudança cultural, mudando atos e cumprindo discursos. Vejo a ascensão das esquerdas no Brasil, que muitos podem não ter entendido, quando conseguiram finalmente sair do lugar comum do discurso proletário passando para o humanista, contaram para isso com o tempo e com a ascenção da democracia e uma maior percepção popular de que era possivel acreditar no conteudo da proposta ideológica das esquerdas mais sintonizada como o sentimento de mudança necessparia, que sob muitos aspectos é mais que Marx e seus adeptos, é uma carta de bons principios, de resgate dos bons sentimentos da cidadania. E nesse aspecto é bom a esquerda não perder isso de vista, sob pena de perder a bandeira para seus adversários que podem por força de seus recursos e sua maquina de propaganda, ainda, muito fortes no Brasil, e apoiados até pelo exterior, vê-los roubarem suas premissas e simpatias.
FrancoAtirador
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INSTITUTO MILLENIUM
A VERDADEIRA FACE QUE A DIREITA OCULTA
Com espaço na grande mídia e forte apoio do empresariado,
entidade desenvolve papel fundamental no projeto da direita
Por Débora Prado, na revista Caros Amigos nº185*
“Direito de propriedade, liberdades individuais, livre iniciativa, afirmação do individualismo, meritocracia, transparência, eficiência, democracia representativa e igualdade perante a lei”.
São esses os valores e princípios que o Instituto Millenium (IMIL) afirma promover “com base na filosofia que combina respeito pelas virtudes das democracias de mercado com sólido compromisso com os indivíduos que, por deficiências, idade, despreparo, infortúnios ou políticas públicas inadequadas, permanecem à margem da sociedade”.
Disfarçado de inofensivo, em sua carta de princípios, o IMIL já adianta um pouco a que veio: defende a liberdade do mercado acima de todas as outras, faz apologia ao individualismo e considera que a existência de marginalizados é fruto de infortúnios da vida, peças pregadas pelo destino ou má sorte – omitindo relações com o processo histórico e contexto social.
Ignora a desigualdade estrutural existente no Brasil e propõe princípios que devem ter validade universal, aplicáveis mesmo nas mais diferentes condições.
Apesar de listar a transparência entre um dos seus princípios norteadores, ironicamente a entidade parece não segui-la ao pé da letra.
O que as entrelinhas do conteúdo veiculado pelo Millenium guardam é seu papel protagonista na reorganização de um projeto de extrema direita, que busca reafirmar a agenda neoliberal em um momento no qual a crise econômica global poderia incentivar a busca por novos modelos.
Nesse sentido, privatizações, defesa do sistema financeiro mesmo quando ele entra em colapso, campanha permanente contra a regulamentação das comunicações, redução dos direitos sociais e combate a qualquer tipo de política afirmativa por parte do Estado seriam, talvez, princípios mais honestos a serem listados pela entidade, avalia o historiador da Universidade Federal Fluminense Demian Bezerra de Melo, que desde 2009 acompanha o IMIL.
*Íntegra da matéria na edição impressa.
http://carosamigos.terra.com.br/index/index.php/economia/206-revista/edicao-185/2387-instituto-millenium-a-verdadeira-face-que-a-direita-oculta-por-debora-prado
Fabio SP
Cada Instituto Millenium tem o Foro de São Paulo que merece…
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