Depois do golpe, a demolição da carreira dos professores de escolas particulares
Tempo de leitura: 3 minsugerido por Helena Simões
Professores e amigos,
A história dos professores se confunde com a história da democracia. A valorização dos educadores é essencial para o desenvolvimento social e ético de um país.
A última Convenção Coletiva de Trabalho, acordada entre sindicatos de professores de escolas particulares de São Paulo e o SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) chegou ao fim no último dia 28 de março de 2018.
Com enorme revolta, estamos observando o desmonte de conquistas firmadas nos últimos 20 anos, conquistas essas obtidas por meio de muita luta da categoria.
A fim de adequar a convenção às novas leis trabalhistas, o SIEEESP propõe precarizar nossas condições de trabalho, com a redução de direitos que garantem aos trabalhadores da educação dignidade, respeito e valorização.
Durante todo o mês de março, professores da rede particular se reuniram aos sábados em assembleias cheias, buscando maneiras de brecar os retrocessos propostos pelos donos das instituições privadas de ensino. Infelizmente, o sindicato patronal apela agora para o fim das negociações, levando o processo a tribunal, mostrando sua incapacidade para o debate.
Quando se precariza a profissão de professor, fere-se a democracia. É a isso que nos opomos, é contra isso que trabalhamos e é sobre isso e sobre as propostas da SIEEESP, que desvalorizam sobremaneira nosso trabalho que, nós, professores das escolas particulares, expressamos aqui nossa preocupação.
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A seguir, algumas das mudanças propostas pelo patronal:
— fim da garantia semestral, para profissionais com menos de 5 anos na escola;
— redução de duas para uma só bolsa de estudo para os filhos;
— redução do recesso de 30 para 20 dias;
— introdução do banco de horas e compensação de feriado (para nunca mais pagar horas extras, nem janelas);
— fim da complementação salarial durante a licença médica;
— exclusão da cláusula de garantia do pagamento do recesso, quando o professor pede demissão em dezembro;
— mudanças nas cláusulas que asseguram isonomia salarial e proíbem a escola de contratar professor por salários mais baixos;
— aumento da duração da hora-aula para mais de 50 minutos (na prática, uma redução brutal de salários!);
— fim do limite da jornada de mensalista;
— parcelamento das férias coletivas;
— não pagamento do recesso ao professor demitido no fim do ano;
— demissão sem pagamento de aviso prévio e multa se atrasar a homologação;
— pagamento de indenização apenas a demitidos com mais de 60 anos (hoje o limite é de 50 anos);
— isenção da escola de justificar demissão por justa causa;
— possibilidade de redução de salário e carga horária, sem consentimento;
— redução da garantia do emprego ao professor em vias de se aposentar.
Para que nosso ofício possa ser exercido com qualidade, havemos de preservar os direitos que garantem nossa excelência e o futuro da nossa profissão: salários dignos, proteção social e respeito. Sempre subimos ao trapézio com ou sem rede. No entanto, fazemos questão de que nossas cordas e nossos braços estejam fortes. Junte-se a essa causa, apoiando nossa luta por meio deste abaixo-assinado!
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Comentários
Hudson
Oi, VIOMUNDO.
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Luiz Carlos Azenha
Já acionamos. abs
Murilo
Sou professor da rede particular paulista desde 2007 e tenho certeza que a maioria dos professores gritou fora Dilma e odeia o Lula, o PT, o PSOL, o PCdoB e qualquer coisa que seja progressista ou de esquerda. Em uma das escolas em que trabalho, apenas dois professores (eu e mais um) aceitamos a contribuição sindical. Está cheio de professor da rede particular que pensa ser da elite e que chama o patrão de colega. É a maldita política do panetone, o cara ganha um panetone no natal e acha que o dono da escola é seu amigo, santa ingenuidade. Fora que grande parte é eleitor do Geraldo Alckmin, inclusive fazem campanha descaradamente para o PSDB nas escolas.
Vou sofrer as consequências como todos os trabalhadores do Brasil, mas eu ouço piadinhas constantemente por ter aceitado a contribuição sindical. Sinceramente, essa turma tem sentir na pele e no bolso as merdas que falam e fazem, não merece respeito.
Quanto ao sindicato, numa boa, nunca encontrei nenhum sindicalista nas escolas em que trabalho, não tem um trabalho mínimo de esclarecimento, de conscientização e de organização política, soltar notinhas na imprensa não resolve nada. É muito papo e pouca ação. Mais do mesmo!!!!
Hudson
Aproveitadores são assim: desprezam os sindicatos, sabendo que são beneficiados pelas conquistas dos que batalham por toda a classe. São verdadeiros parasitas dos sindicatos.
Hudson
Você pode pendurar uma cópia deste artigo/abaixo-assinado no mural da sua escola.
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