Apesar do terrorismo, das Globos e Vejas locais e das pesquisas fajutas, gregos rejeitam acordo com a troika por ampla maioria
Tempo de leitura: 8 minpor Luiz Carlos Azenha
Houve terrorismo por parte das autoridades europeias encarregadas de impor a austeridade, sob o olhar severo da chanceler Angela Merkel, que comandou a vilificação dos gregos como perdulários e preguiçosos — “mediterrâneos” está para a direita europeia como “nordestinos” está para a brasileira.
Provavelmente houve manipulação de pesquisas com o objetivo de modificar o resultado, da mesma forma que houve no referendo revogatório de Hugo Chávez em 2004 — uma delas, produzida por uma empresa de Washington, previa derrota chavista por 60% a 40%, mas deu o inverso.
Ainda assim, os eleitores gregos votaram OXI de forma maciça: 60% a 40%.
Saul Leblon, na Carta Maior, produziu uma importante reflexão antes mesmo de saber o resultado.
Porém, acrescentamos que existe uma diferença essencial entre o Syriza e o partido que no papel deveria conduzir a resistência ao neoliberalismo no Brasil, o PT. Este último tornou-se co-gestor da austeridade e, portanto, corre o mesmo risco enfrentando pelos antigos partidos gregos de esquerda e pelo PSOE espanhol: sumir do mapa.
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Foto publicada pela revista Veja sobre o plebiscito grego, compartilhada no Facebook pelo Fernando Morais
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05/07/2015 00:00 – Copyleft
O golpe em marcha: mirem-se no exemplo das lideranças de Atenas
Seja qual for o desfecho do plebiscito deste domingo, é o método o que mais importa à encruzilhada do Brasil nos dias que correm.
por Saul Leblon, na Carta Maior
Levar a lógica dos mercados financeiros a um plebiscito é algo de que nunca se tinha ouvido falar antes.
Mas foi justamente isso o que ocorreu na Grécia neste domingo.
Independente do resultado das urnas — a essa altura já sabido — é forçoso reconhecer: um anel poderoso da blindagem neoliberal foi rompido na cena política.
E isso não é um detalhe: é um método.
O que ele ensina é que a única opção à tirania financeira é submeter o mercado ao escrutínio da democracia.
Na crise de 2008, a brava Islândia já havia decidido o destino de seus bancos — um buraco especulativo dez vezes superior ao PIB do país — a um plebiscito.
Entre sacrificar a nação ou a banca, a decisão foi salvar a nação e deixar o rentismo falir.
A abrangência e o impacto daquela consulta, porém, foi menor. A pequena nação de 320 mil habitantes — que se recuperou de maneira formidável e hoje desfruta de pleno emprego — sequer pertencia ao euro.
Foi tratada como um pitoresco ponto fora da curva pelo colunismo de mercado.
O que a Grécia fez agora é de superior importância e vai muito além do pitoresco.
Ela resgatou o princípio segundo o qual política é economia concentrada na expressão mais direta dos conflitos de classe de uma sociedade.
Seu inestimável exemplo foi justamente dar transparência àquilo que as ideias dominantes de nossa época lograram mascarar. Ou seja, a farsa que empresta aos interesses plutocráticos da finança a condição de uma ciência acima dos conflitos sociais e econômicos.
Reforçar a blindagem a-histórica do capitalismo, de modo a cegar os olhos para a relação de poder que lhe é intrínseca, foi uma das maiores vitórias do neoliberalismo em nosso tempo.
Para consumar esse abastardamento, ademais de se atribuir à economia uma autossuficiência regulatória que ela não tem, o neoliberalismo cuidou de aprofundar a interferência do dinheiro no sentido inverso.
O esforço obstinado de Eduardo Cunha para legitimar a presença do dinheiro empresarial nas campanhas eleitorais é um emblema dessa inversão dos papéis, com o sotaque golpista que marca a urgência brasileira nesse momento.
Que isso tenha acontecido em meio a investigações de corrupção cuja origem reside justamente no intercurso entre empresas e partidos não é apenas um escárnio.
É a força do sistema corruptor do dinheiro impondo a sua supremacia na vida do país de forma explícita, quase obscena, nesse momento.
A dissonância aberta pela Grécia não é pequena.
Sobretudo, porém, não deve ser avaliada pelas forças progressistas brasileiras apenas com base no resultado efêmero do plebiscito deste domingo.
Seja qual for o seu desfecho, é o método o que mais importa à encruzilhada do país nos dias que correm.
Ou não foi justamente a equivocada decisão de endossar a ‘objetividade’ dos mercados na definição dos ajustes que deveriam ter sido repactuados politicamente, que levou ao afunilamento golpista atual?
A opção pela estratégia publicitária nas eleições de 2014 (criticada então neste espaço, e que quase levou à derrota da candidatura Dilma) subestimou a capacidade de luta e discernimento do protagonista social que que poderia fazê-lo.
Negligenciou-se a força e a centralidade política da tomada de consciência histórica de 60 milhões de brasileiros que saíram da miséria e da pobreza e ascenderam na pirâmide da renda no ciclo de 12 anos de governos progressistas.
Ao invés de ser corrigido, o equívoco eleitoral se aprofundou uma vez instalada o novo mandato.
A um centurião dos mercados foi dada carta branca para proceder a ajustes cuja pertinência e ponderação só teriam viabilidade se negociados com as forças sociais do país.
A frente de esquerda Syriza não cometeu esse erro; pode pagar caro por sua ousadia, é verdade.
Mas não tão caro a ponto de ver esfarelar a confiança de suas bases em sua coerência.
Não tão caro a ponto de, eventualmente derrotada no referendo, perder o vigor representativo para uma volta ao poder até com maior força, quem sabe.
É a emergência ameaçadora dessa força — não os bilhões de euros em questão no calote grego — que explica a determinação da troika (FMI, BCE e Comissão do Euro) de não permitir a consumação de um acordo favorável ao governo do primeiro ministro Alexis Tsipras.
A sequência política antecedente ao plebiscito ilumina essa hierarquia com clareza.
Vejamos:
1. Em 21 de junho, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o primeiro ministro grego, Alexis Tsipras, chegaram a um esboço de acordo que gerou euforia nos mercados;
2. Em 23 de junho, tudo havia ruído. O que se passou nessas 48 horas é a pergunta que analistas isentos se fazem em diferentes veículos;
3. A maioria atribui ao FMI, aos falcões germânicos e a governos reacionários do euro que vergastaram seus povos, Espanha e Portugal, por exemplo, o veto ao acordo favorável à Grécia. Não por divergências intransponíveis em relação a valores. Não. Acima de tudo porque uma vitória do Syriza abriria o precedente encorajador a novos hereges em marcha. Caso do Podemos espanhol, por exemplo;
4. O argumento é corroborado matematicamente:
— cálculos do Royal Bank of Scotland, divulgados pelo jornal Valor, estimam que a soma total das dívidas pendentes no imbróglio grego é de 537 bilhões de euros;
— se o país saísse do euro, as perdas para os credores seriam de 234 bi de euros (2,4% do PIB do euro);
— todavia, se lograsse uma reestruturação, como reivindica o Syriza, trazendo a dívida de 200% do PIB para 100% dele, com o perdão do restante, a perda seria de apenas 1,4% do PIB da zona do euro;
5. Estudos do próprio FMI divulgados na 6ª feira admitem que a dívida da Grécia é impagável, qualquer que seja o grau de sacrifício que venha a ser imposto a sua população;
6. De acordo com o estudo, vazado sem a assinatura da direção do FMI, a dívida grega deveria ser abatida em 30%, ademais de se assegurar uma carência de 20 anos para iniciar o pagamento restante. Qualquer ‘ajuste’ sem esse requisito é insustentável.
Tudo isso é muito, muito próximo do que argumenta e reivindica o governo Syriza.
Mas nunca lhe foi oferecido na mesa de negociações.
Por quê?
Justamente porque a vitória da democracia grega implodiria uma das mais eficazes operações ideológicas das últimas décadas.
Essa que apresenta a economia como um enclave autônomo, esfericamente subordinado às leis naturais dos livres mercados.
A serviço dessa mesma assepsia histórica vicejam no Brasil as editorias de economia e o colunismo dos vulgarizadores do capital metafísico, esse que em textos abestalhados de tanta toxina neoliberal, apresenta os desequilíbrios estruturais do desenvolvimento como mera inépcia do lulopopulismo.
Essa lixeira histórica e ética prendeu a respiração diante da odisseia do país que mais longe levou a politização da disjuntiva em torno da qual se debate a luta pelo desenvolvimento em nosso tempo: a economia deve trabalhar pela sociedade ou contra ela para servir a banqueiros e rentistas?
A transformação da pergunta em uma disputa política aberta e explícita é uma vitória da Grécia e uma derrota antecipada da ideologia mercadista urbi et orbi.
Não por acaso, uma gigantesca operação de asfixia foi acionada para impedir que esse levante se consumasse no plebiscito deste domingo.
A sociedade que já perdeu 1/5 de quase tudo, empregos, salários, aposentadorias, leitos hospitalares etc foi explicitamente ameaçada de confinamento financeiro e político, se insistisse em reinventar seu contrato social no escrutínio proposto pelo primeiro ministro, Alexis Tsipras.
A 48 horas do referendo, na sexta-feira, o sindicato dos banqueiros da Grécia lançou um comunicado coercitivo para dizer que o sistema dispunha de apenas um bi de euros em caixa — insuficiente para prover a liquidez do mercado no day after do escrutínio, quando o país ficaria órfão se votasse ‘não’ ao arrocho.
Grandes empresas e redes de serviços – postos de gasolina, por exemplo — anteciparam-se para vender exclusivamente cash a uma população sem caixa, confrontando-a assim com a prefiguração do colapso acenado.
Na antevéspera do plebiscito, as principais redes de televisão, as Globos de lá, dedicaram 46 minutos à cobertura dos comícios favoráveis ao arrocho e apenas oito minutos às concentrações pelo ‘não’.
Autoridades da União Européia, governantes conservadores, bancos e consultorias – compulsivamente ecoados pelo dispositivo midiático local — fecharam o cerco com ameaças, coações e chantagens.
Consumou-se assim uma operação de propaganda de guerra de virulência equivalente ao cerco do exército branco contra a Rússia revolucionária, em 1917.
‘O que estão fazendo com a Grécia tem um nome: terrorismo”, disse o ministro Yannus Varoufakis, autor também da frase síntese da polaridade entre a coerência e a coerção: ‘Prefiro cortar um braço a assinar um acordo que não contemple a reestruturação da dívida da Grécia’.
Independente do veredito do domingo, portanto, a heresia já terá desempenhado a missão pedagógica de produzir um clarão capaz de iluminar o imaginário social para muito além das fronteiras gregas.
Para que servem as urnas afinal, se um governo, e o projeto por elas escolhidos, é literalmente destruído no momento seguinte ‘pelas imposições dos mercados’ assim afrontados?
Ou para ser mais explícito diante da urgência do Brasil nos dias que correm: para que servem se, uma vez eleito, o governante é coagido pelo cerco do dinheiro a fazer concessões que corroem os vínculos de confiança com sua principal base de apoio, tornando-se ainda mais vulnerável às imposições dos mercados e dos interesses determinados a derrubá-lo?
A força e a tragédia do povo grego reside em particularizar a heresia em relação à encruzilha diante da qual muitos hesitam na vã esperança de obter a indulgência dos mercados.
Um dos principais jornais brasileiros, a Folha, dedica seu caderno de Política, na edição deste domingo, a avaliar as possibilidades, preferências e métodos mais adequados à derrubada do governo da Presidenta Dilma Rousseff, eleita com 54 milhões de votos há apenas e longínquos oito meses.
A principal batalha do nosso tempo, portanto, aqui ou na Grécia, fique claro, não se trava em torno de cifras ou adequações macroeconômicas em si. Mas, sim, em se preservar ou não o poder de dominação dos detentores das cifras.
O câmbio defasado no caso brasileiro — um exemplo de problema real que sucateou parte da indústria — não é tão grave para a plutocracia local e global quanto a consolidação de um poder progressista no comando do Estado.
Derruba-lo é uma prioridade que antecede e independe da genuflexão macroeconômica – ou as concessões suicidas em curso já teriam erradicado o furor golpista.
Não é propriamente uma trégua que se assiste no Brasil nesse momento.
A resposta, portanto, é de outra natureza.
Trata-se de trazer a economia para a política e de levar a política para a economia. Ou seja, repactuar o desenvolvimento com uma nova correlação de forças.
É essa fusão que pode devolver à democracia um poder ordenador que a sociedade cedeu ao mercado.
Não se negue à economia leis próprias, circunstâncias limitadoras e incertezas a exigir gestão, equilíbrio e bom senso.
Mas sancionar a não ingerência da política nas decisões do desenvolvimento é tão somente uma operação suicida de entorpecimento social para preservar e engordar interesses sabidos.
Nas crises cíclicas do sistema, quando se descarrega sobre a sociedade um fardo de sacrifícios dificilmente vendável como ciência ou fatalidade, o labor dessa catequese é afrontado pela natureza crua das coisas.
Democracia e capitalismo deparam-se então em pé de igualdade com a disputa pelo destino da nação e do seu desenvolvimento.
Atenas se transformou na capital dessa transgressão nos últimos meses.
O nó górdio que impede o Brasil de extrair as devidas lições dessa experiência é a rala contrapartida de organização coletiva para levar a cabo a luta por uma outra agenda de desenvolvimento.
Não há espaço para mágicas na história.
O país não sairá do atoleiro se o sujeito do processo, aquele do qual depende o respaldo para enfrentar a coerção mercadista, permanecer alheio aos conflitos que determinarão o seu destino.
O salto em direção a isso hoje no Brasil chama-se frente progressista e democrática.
E a pergunta que ela enseja às organizações populares é curta e grossa: “o que mais precisa acontecer aqui para que as lideranças sociais anunciem um comitê unificado contra o golpe e uma agenda política de repactuação do desenvolvimento?”
Mirem-se no exemplo das lideranças de Atenas.
Enquanto há tempo.
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Comentários
tiao
O Aécio já disse que pedirá a recontagem dos votos na Grecia.
wendel
” A opção, certamente mais cômoda, para os governos de centro-esquerda que tivemos, foi estabelecer algumas políticas públicas que deram algum poder de consumo a parcelas da população que praticamente não o tinham. Só. Deu-se por feliz com isso. Não mobilizou, não organizou, não conscientizou. Não construiu uma base social de apoio. Ou seja, ganhar votos, ganhar eleições, ser governo, mas renunciar a ser poder real. Isso não seria pedir o impossível.”
Estamos numa encruzilhada, e graças ao ingênuo governo petista, ficamos agora na iminência de sofrer um golpe branco!
As acusações de antes, de que o PT estava aparelhando o Estado, e várias outras de vários matizes, fizeram a meuj ver que o PT se acoelhasse, e deixou que os ovos da serpente eclodissem.
Agora, no desespero de causa, vendo que o tempo é curto, e que poucos ainda se dispõem em ajudar, ficamos nós que sempre demos um crédito ao partido, órfãos de direção.
Os rentistas, de braços dados com a mídia prostituta, e os entreguistas de plantão, não pensarão duas vezes em traírem a nação, e o resto que exploda!!!
Sangue irá correr neste país, se não fazermos um contraponto ao golpe em curso !!!!!!!!!!!1
FrancoAtirador
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Auditora Internacional de Dívidas de Países, Maria Lucia Fattorelli,
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esclarece como foi constituída a Dívida da Grécia com a Troika.
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FMI ofereceu Papéis [Espelhinhos] em troca de Euros [Ouro].
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Entrevista à TV Brasil: (https://youtu.be/YxR5qqzZS-g)
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Querem efetivamente acabar com a Corrupção no Brasil?
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QUE TAL COMEÇAR PELA AUDITORIA DA DÍVIDA PÚBLICA…
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“A Dívida Pública é um Mega Esquema de Corrupção Institucionalizado”
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Para a ex-Auditora da Receita Federal do Brasil, Maria Lucia Fattorelli,
convidada para compor o Comitê pela Auditoria da Dívida da Grécia,
o Sistema Atual provoca Desvio de Recursos Públicos para o Mercado Financeiro
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“A Dívida Pública é o Ponto Central, é a Espinha Dorsal do Esquema”
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Por Renan Truffi, da CartaCapital
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Dois meses antes de o governo Dilma Rousseff anunciar oficialmente o corte de 70 bilhões de reais do Orçamento por conta do ajuste fiscal, uma brasileira foi convidada pelo Syriza, partido grego de esquerda que venceu as últimas eleições, para compor o Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais. A brasileira em questão é Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil.
Mas o que o ajuste tem a ver com a recuperação da economia na Grécia?
Tudo, diz Fattorelli.
“A Dívida Pública é a Espinha Dorsal”.
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Enquanto o Brasil caminha em direção à austeridade, a estudiosa participa da comissão que vai investigar os acordos, esquemas e fraudes na dívida pública que levaram a Grécia, segundo o Syriza, à crise econômica e social. “Existe um ‘sistema da dívida’. É a utilização desse instrumento [dívida pública] como veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro”, complementa Fattorelli.
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Esta não é a primeira vez que a auditora é acionada para esse tipo de missão. Em 2007, Fattorelli foi convidada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, para ajudar na identificação e comprovação de diversas ilegalidades na dívida do país. O trabalho reduziu em 70% o estoque da dívida pública equatoriana.
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Em entrevista a CartaCapital, direto da Grécia, Fattorelli falou sobre como o “Esquema”, controlado por bancos e grandes empresas, também se repete no pagamento dos juros da dívida brasileira, atualmente em 334,6 bilhões de reais, e provoca a necessidade do tal ajuste.
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Leia a entrevista:
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CartaCapital: O que é a dívida pública?
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Maria Lucia Fattorelli: A dívida pública, de forma técnica, como aprendemos nos livros de Economia, é uma forma de complementar o financiamento do Estado.
Em princípio, não há nada errado no fato de um país, de um estado ou de um município se endividar, porque o que está acima de tudo é o atendimento do interesse público.
Se o Estado não arrecada o suficiente, em princípio, ele poderia se endividar para o ingresso de recursos para financiar todo o conjunto de obrigações que o Estado tem.
Teoricamente, a dívida é isso.
É para complementar os recursos necessários para o Estado cumprir com as suas obrigações.
Isso em principio.
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CC: E onde começa o problema?
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MLF: O problema começa quando nós começamos a auditar a dívida e não encontramos contrapartida real.
Que dívida é essa que não para de crescer e que leva quase a metade do Orçamento?
Qual é a contrapartida dessa dívida?
Onde é aplicado esse dinheiro?
E esse é o problema.
Depois de várias investigações, no Brasil, tanto em âmbito federal, como estadual e municipal, em vários países latino-americanos e agora em países europeus, nós determinamos que existe um sistema da dívida.
O que é isso?
É a utilização desse instrumento, que deveria ser para complementar os recursos em benefício de todos, como o veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro.
Esse é o Esquema que identificamos onde quer que a gente investigue.
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CC: E quem, normalmente, são os beneficiados por esse Esquema? Em 2014, por exemplo, os juros da dívida subiram de 251,1 bilhões de reais para 334,6 bilhões de reais no Brasil. Para onde está indo esse dinheiro de fato?
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MLF: Nós sabemos quem compra esses títulos da dívida porque essa compra direta é feita por meio dos leilões.
O processo é o seguinte: o Tesouro Nacional lança os títulos da dívida pública e o Banco Central vende.
Como o Banco Central vende?
Ele anuncia um leilão e só podem participar desse leilão 12 instituições credenciadas.
São os chamados dealers.
A lista dos dealers nós temos. São os maiores bancos do mundo.
De seis em seis meses, às vezes, essa lista muda.
Mas sempre os maiores estão lá: Citibank, Itaú, HSBC…
é por isso que a gente fala que, hoje em dia, falar em dívida externa e interna não faz nem mais sentido.
Os bancos estrangeiros estão aí comprando diretamente da boca do caixa.
Nós sabemos quem compra e, muito provavelmente, eles são os credores porque não tem nenhuma aplicação do mundo que pague mais do que os títulos da dívida brasileira.
É a aplicação mais rentável do mundo.
E só eles compram diretamente.
Então, muito provavelmente, eles são os credores.
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CC: Por quê provavelmente?
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MLF: Por que nem mesmo na CPI da Dívida Pública, entre 2009 e 2010, e olha que a CPI tem poder de intimação judicial, o Banco Central informou quem são os detentores da dívida brasileira. Eles chegaram a responder que não sabiam porque esses títulos são vendidos nos leilões. O que a gente sabe que é mentira. Porque, se eles não sabem quem são os detentores dos títulos, para quem eles estão pagando os juros? Claro que eles sabem. Se você tem uma dívida e não sabe quem é o credor, para quem você vai pagar? Em outro momento chegaram a falar que essa informação era sigilosa. Seria uma questão de sigilo bancário. O que é uma mentira também.
A dívida é pública, a sociedade é que está pagando. O salário do servidor público não está na internet?
Por que os detentores da dívida não estão?
Nós temos que criar uma campanha nacional para saber quem é que está levando vantagem em cima do Brasil e provocando tudo isso.
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CC: Qual é a relação entre os juros da dívida pública e o ajuste fiscal, em curso hoje no Brasil?
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MLF: Todo mundo fala no corte, no ajuste, na austeridade e tal. Desde o Plano Real, o Brasil produz superávit primário todo ano. Tem ano que produz mais alto, tem ano que produz mais baixo. Mas todo ano tem superávit primário. O que quer dizer isso, superávit primário? Que os gastos primários estão abaixo das receitas primárias. Gasto primários são todos os gastos, com exceção da dívida. É o que o Brasil gasta: saúde, educação…exceto juros. Tudo isso são gastos primários. Se você olhar a receita, o que alimenta o orçamento? Basicamente a receita de tributos. Então superávit primário significa que o que nós estamos arrecadando com tributos está acima do que estamos gastando, estão está sobrando uma parte.
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CC: E esse dinheiro que sobra é para pagar os juros dívida pública?
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MLF: Isso, e essa parte do superávit paga uma pequena parte dos juros porque, no Brasil, nós estamos emitindo nova dívida para pagar grande parte dos juros. Isso é escândalo, é inconstitucional. Nossa Constituição proíbe o que se chama de anatocismo. Quando você contrata dívida para pagar juros, o que você está fazendo? Você está transformando juros em uma nova divida sobre a qual vai incidir juros. É o tal de juros sobre juros. Isso cria uma bola de neve que gera uma despesa em uma escala exponencial, sem contrapartida, e o Estado não pode fazer isso. Quando nós investigamos qual é a contrapartida da dívida interna, percebemos que é uma dívida de juros sobre juros. A divida brasileira assumiu um ciclo automático. Ela tem vida própria e se retroalimenta. Quando isso acontece, aquele juros vai virar capital. E, sobre aquele capital, vai incidir novos juros. E os juros seguintes, de novo vão se transformados em capital. É, por isso, que quando você olha a curva da dívida pública, a reta resultante é exponencial. Está crescendo e está quase na vertical. O problema é que vai explodir a qualquer momento.
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CC: Explodir por quê?
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MLF: Por que o mercado – quando eu falo em mercado, estou me referindo aos dealers – está aceitando novos títulos da dívida como pagamento em vez de receber dinheiro moeda? Eles não querem receber dinheiro moeda, eles querem novos títulos, por dois motivos. Por um lado, o mercado sabe que o juros vão virar novo título e ele vai ter um volume cada vez maior de dívidas para receber. Segundo: dívida elevada tem justificado um continuo processo de privatização. Como tem sido esse processo? Entrega de patrimônio cada vez mais estratégico, cada vez mais lucrativo. Nós vimos há pouco tempo a privatização de aeroportos. Não é pouca coisa os aeroportos de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro estarem em mãos privadas. O que no fundo esse poder econômico mundial deseja é patrimônio e controle. A estratégia do sistema da dívida é a seguinte: você cria uma dívida e essa dívida torna o pais submisso. O país vai entregar patrimônio atrás de patrimônio. Assim nós já perdemos as telefônicas, as empresas de energia elétrica, as hidrelétricas, as siderúrgicas. Tudo isso passou para propriedade desse grande poder econômico mundial. E como é que eles [dealers] conseguem esse poder todo? Aí entra o financiamento privado de campanha. É só você entrar no site do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e dar uma olhada em quem financiou a campanha desses caras. Ou foi grande empresa ou foi banco.
O nosso ataque em relação à dívida
é porque a Dívida é o Ponto Central,
é a Espinha Dorsal do Esquema.
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CC: Como funcionaria a auditoria da dívida na prática? Como diferenciar o que é dívida legítima e o que não é?
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MLF: A auditoria é para identificar o Esquema de geração de dívida sem contrapartida.
Por exemplo, só deveria ser paga aquela dívida que preenche o requisito da definição de dívida.
O que é uma dívida?
Se eu disser para você: ‘Me paga os 100 reais que você me deve’.
Você vai falar: “Que dia você me entregou esses 100 reais?’
Só existe dívida se há uma entrega. Aconteceu isso aqui na Grécia.
Mecanismos financeiros, coisas que não tinham nada ver com dívida,
tudo foi empurrado para as estatísticas da dívida.
Tudo quanto é derivativo, tudo quanto é garantia do Estado, os tais CDS [Credit Default Swap – espécie de seguro contra calotes], essa parafernália toda desse mundo capitalista ‘financeirizado’.
Tudo isso, de uma hora para outra, pode virar dívida pública.
O que é a auditoria?
É desmascarar o Esquema.
É mostrar o que realmente é dívida e o que é essa farra do mercado financeiro, utilizando um instrumento de endividamento público para desviar recursos e submeter o País ao poder financeiro, impedindo o desenvolvimento socioeconômico equilibrado. Junto com esses bancos estão as grandes corporações e eles não têm escrúpulos.
Nós temos que dar um basta nessa situação. E esse basta virá da cidadania. Esse basta não virá da classe politica porque eles são financiados por esse setor. Da elite, muito menos porque eles estão usufruindo desse mecanismo. A solução só virá a partir de uma consciência generalizada da sociedade, da maioria. É a maioria, os 99%, que está pagando essa conta. O Armínio Fraga [ex-presidente do Banco Central] disse isso em depoimento na CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da Dívida, em 2009, quando perguntado sobre a influência das decisões do Banco Central na vida do povo. Ele respondeu: “Olha, o Brasil foi desenhado para isso”.
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CC: Quanto aproximadamente da dívida pública está na mão dos bancos e de grandes empresas? O Tesouro Direto, que todos os brasileiros podem ter acesso, corresponde a que parcela do montante?
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MLF: Essa história do Tesouro Direto é para criar a impressão que a dívida pública é um negócio correto, que qualquer um pode entrar lá e comprar. E, realmente, se eu ou você comprarmos é uma parte legítima. Agora, se a gente entrar lá e comprar, não é direto. É só para criar essa ilusão. Tenta entrar lá para comprar um título que seja. Você vai chegar numa tela em que vai ter que escolher uma instituição financeira. E essa instituição financeira vai te cobrar uma comissão que não é barata. Ela não vai te pagar o juros todo do título, ela vai ficar com um pedaço. O banco, o dealer, que compra o título da dívida é quem estabelece os juros. Ele estabelece os juros que ele quer porque o governo lança o título e faz uma proposta de juros. Se, na hora do leilão, o dealer não está contente com aquele patamar de juros, ele não compra. Ele só compra quando o juros chega no patamar que ele quer. Invariavelmente, os títulos vêm sendo vendidos muito acima da Selic [taxa básica de juros]. Em 2012, quando a Selic deu uma abaixada e chegou a 7,25%, nós estávamos acompanhando e os títulos estavam sendo vendidos a mais de 10% de juros. E eles sempre compram com deságio. Se o título vale 1000 reais, ele compra por 960 reais ou 970 reais, depende da pressão que ele quer impor no governo aquele dia. Olha a diferença. Se você compra no Tesouro Direto, você não vai ter desconto. Pelo contrário, você vai ter que pagar uma comissão. E você também não vai mandar nos juros. É uma operação totalmente distinta da operação direta de verdade que acontece lá no leilão.
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CC: Por que é tão difícil colocar a auditoria em prática? Como o mercado financeiro costuma reagir a uma auditoria?
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MLF: O mercado late muito, mas na hora ele é covarde. Lá no Equador, quando estávamos na reta final e vários relatórios preliminares já tinham sido divulgados, eles sabiam que tínhamos descoberto o mecanismo de geração de dívida, várias fraudes. Eles fizeram uma proposta para o governo de renegociação. Só que o Rafael Correa [atual presidente do Equador] não queria negociar. Ele queria recomprar e botar um ponto final. Porque quando você negocia, você dá uma vida nova para a dívida. Você dá uma repaginada na dívida. Ele não queria isso. Ele queria que o governo dele fosse um governo que marcasse a história do Equador. Ele sabia que, se aceitasse, ficaria subjugado à dívida. Ele foi até o fim, fez uma proposta e o que os bancos fizeram? 95% dos detentores dos títulos entregaram. Aceitaram a oferta de recompra de no máximo 30% e o Equador eliminou 70% de sua dívida externa em títulos. No Brasil, durante os dez meses da CPI da Dívida, a Selic não subiu. Foi incrível esse movimento. Nós estamos diante de um monstro mundial que controla o poder financeiro e o poder político com esquemas fraudulentos. É muito grave isso. Eu diria que é um Mega Esquema de Corrupção Institucionalizado.
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CC: O mercado financeiro e parte da imprensa costumam classificar a auditoria da dívida de calote. Por que a auditoria da dívida não é calote?
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MLF: A auditoria vai investigar e não tem poder de decisão do que vai ser feito. A auditoria só vai mostrar. No Equador, a auditoria só investigou e mostrou as fraudes, mecanismos que não eram dívidas, renúncias à prescrição de dívidas. O que é isso? É um ato nulo. Dívidas que já estavam prescritas. Uma dívida prescrita é morta. E isso aconteceu no Brasil também na época do Plano Brady, que transformou dívidas vencidas em títulos da dívida externa. Depois, esses títulos da dívida externa foram usados para comprar nossas empresas que foram privatizadas na década de 1990: Vale, Usiminas…tudo comprado com título da dívida em grande parte. Você está vendo como recicla? Aqui, na Grécia, o país está sendo pressionado para pagar uma dívida ilegítima. E qual foi a renegociação feita pelo [Geórgios] Papandréu [ex-primeiro-ministro da Grécia]? Ele conseguiu um adiamento em troca de um processo de privatização de 50 bilhões de euros. Esse é o Esquema. Deixar de pagar esse tipo de dívida é calote? A gente mostra, simplesmente, a parte da dívida que não existe, que é nula, que é fraude. No dia em que a gente conseguir uma compreensão maior do que é uma auditoria da dívida e a fragilidade que lado está do lado de lá, a gente muda o mundo e o curso da história mundial.
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CC: Em comparação com o ajuste fiscal, que vai cortar 70 bilhões de reais de gastos, tem alguma estimativa de quanto a auditoria da dívida pública poderia economizar de despesas para o Brasil?
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MLF: Essa estimativa é difícil de ser feita antes da auditoria, porém, pelo que já investigamos em termos de origem da dívida brasileira e desse impacto de juros sobre juros, você chega a estimativas assustadoras. Essa questão de juros sobre juros eu abordei no meu último livro. Nos últimos anos, metade do crescimento da divida é nulo. Eu só tive condição de fazer o cálculo de maneira aritmética. Ficou faltando fazer os cálculos de 1995 a 2005 porque o Banco Central não nos deu os dados. E mesmo assim, você chega a 50% de nulidade da dívida, metade dela. Consequentemente para os juros seria o mesmo [montante]. Essa foi a grande jogada do mercado financeiro no Plano Real porque eles conseguiram gerar uma dívida maluca. No início do Plano Real os juros brasileiros chegaram a mais de 40% ao ano. Imagina uma divida com juros de 40% ao ano? Você faz ela crescer quase 50% de um ano para o outro. E temos que considerar que esses juros são mensais. O juro mensal, no mês seguinte, o capital já corrige sobre o capital corrigido no mês anterior. Você inicia um processo exponencial que não tem limite, como aconteceu na explosão da dívida a partir do Plano Real. Quando o Plano Real começou, nossa dívida estava em quase 80 bilhões de reais. Hoje ela está em mais de três trilhões de reais. Mais de 90% da divida é de juros sobre juros.
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CC: E isso é algo que seria considerado ilegal na auditoria da dívida pública?
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MLF: É mais do que ilegal, é inconstitucional. Nossa Constituição proíbe juros sobre juros para o setor público. Tem uma súmula do Supremo Tribunal Federal, súmula 121, que diz que ainda que tenha se estabelecido em contrato, não pode. É inconstitucional. Tudo isso é porque tem muita gente envolvida, favorecida e mal informada. Esses tabus, essa questão do calote, muita gente fala isso. Eles tentam desqualificar. Falamos em auditoria e eles falam em calote. Mas estou falando em investigar. Se você não tem o que temer, vamos abrir os livros. Vamos mostrar tudo. Se a dívida é tão honrada, vamos olhar a origem dessa dívida, a contrapartida dela.
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CC: Ao longo da entrevista, a senhora citou diversos momentos da história recente do Brasil, o que mostra que esse problema vem desde o governo Fernando Henrique Cardoso, e passou pelas gestões Lula e Dilma. Mas como a questão da dívida se agravou nos últimos anos? A dívida externa dos anos 1990 se transformou nessa dívida interna de hoje?
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MLF: Houve essa transformação várias vezes na nossa história. Esses movimentos foram feitos de acordo com o interesse do mercado. Tanto de interna para externa, como de externa para interna, de acordo com o valor do dólar. Esses movimentos são feitos pelo Banco Central do Brasil em favor do mercado financeiro, invariavelmente. Quando o dólar está baixo, e seria interessante o Brasil quitar a dívida externa, por precisar de menos reais, se faz o contrário. Ele contrai mais dívida em dólar. Esses movimentos são sempre feitos contra nós e a favor do mercado financeiro.
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CC: E o pagamento da dívida externa, em 2005?
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MLF: O que a gente critica no governo Lula é que, para pagar a dívida externa em 2005, na época de 15 bilhões de dólares, ele emitiu reais. Ele emitiu dívida interna em reais. A dívida com o FMI [Fundo Monetário Internacional] era 4% ao ano de juros. A dívida interna que foi emitida na época estava em média 19,13% de juros ao ano. Houve uma troca de uma dívida de 4% ao ano para uma de 19% ao ano. Foi uma operação que provocou danos financeiros ao País. E a nossa dívida externa com o FMI não era uma dívida elevada, correspondia a menos de 2% da dívida total. E por que ele pagou uma dívida externa para o FMI que tinha juros baixo? Porque, no inconsciente coletivo, divida externa é com o FMI. Todo mundo acha que o FMI é o grande credor. Isso, realmente, gerou um ganho político para o Lula e uma tranquilidade para o mercado. Quantos debates a gente chama sobre a dívida e as pessoas falam: “Esse debate já não está resolvido? Já não pagamos a dívida toda?’. Não são poucas as pessoas que falam isso por conta dessa propaganda feita de que o Lula resolveu o problema da dívida. E o mercado ajuda a criar essas coisas. Eu falo o mercado porque, na época, eles também exigiram que a Argentina pagasse o FMI. E eles também pagaram de forma antecipada. Você vê as coisas aconteceram em vários lugares, de forma simultânea. Tudo bem armado, de fora para dentro, na mesma época.
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CC: O que a experiência grega de auditoria da dívida poderia ensinar ao Brasil, na sua opinião?
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MLF: São muitas lições. A primeira é a que ponto pode chegar esse plano de austeridade fiscal. Os casos aqui da Grécia são alarmantes. Em termos de desemprego, mais de 100 mil jovens formados deixaram o país nos últimos anos porque não têm emprego. Foram para o Canadá, Alemanha, vários outros países. A queda salarial, em média, é de 50%. E quem está trabalhando está feliz porque normalmente não tem emprego. Jornalista, por exemplo, não tem emprego. Tem até um jornalista que está colaborando com a nossa comissão e disse que só não está passando fome por conta da ajuda da família. A maioria dos empregos foram flexibilizados, as pessoas não têm direitos. Serviços de saúde fechados, escolas fechadas, não tem vacina em posto de saúde. Uma calamidade terrível. Trabalhadores virando mendigos de um dia para o outro. Tem ruas aqui em que todas as lojas estão fechadas. Todos esses pequenos comerciantes ou se tornaram dependentes da família ou foram para a rua ou, pior, se suicidaram. O número de suicídios aqui, reconhecidamente por esse problema econômico, passa de 5 mil. Tem vários casos de suicídio em praça pública para denunciar. Nesses dias em que estou aqui, houve uma homenagem em frente ao Parlamento para um homem que se suicidou e deixou uma carta na qual dizia que estava entregando a vida para que esse plano de austeridade fosse denunciado.
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(http://jornalggn.com.br/noticia/especialista-brasileira-em-divida-publica-na-grecia-compara-os-paises)
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C.Paoliello
PIKETTY: ALEMANHA NUNCA PAGOU SUAS DÍVIDAS:
http://actualidad.rt.com/economia/179428-alemania-deudas-derecho-lecciones-grecia
C.Paoliello
AUDITORIA DA “DÍVIDA” GREGA REVELA GOLPES DE BANCOS PRIVADOS:
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/544075-tragedia-grega-esconde-segredo-de-bancos-privados
José Carlos Vieira Filho
Curioso o silencio de Dilma sobre o resultado do referendo grego.
Caracol
Por que será que, apesar de todos os exemplos históricos, as pessoas insistem em chamar de “colonialismo” aquilo que na verdade não passa de uma descarada pirataria? Será porque no imaginário popular pirata tem que ter tapa-olho, perna de pau e papagaio no ombro?
É… deve ser. Às vezes eu me sinto tão papagaio…
Archenemy
O Cinema do Parlashopping
Nesta semana em que os brasileiros assistem estarrecidos a mais uma execrável manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, outro polêmico projeto vem sendo conduzido a portas fechadas naquela que deveria ser a casa do povo. Desta feita, não um projeto de lei ou de emenda à Constituição, mas um que poderia receber o mesmo número 171 daquele recém aprovado na marra. Um ardil para blindar fisicamente o parlamento contra a sociedade, para que os “representantes” não sejam mais importunados pelos representados enquanto perpetram suas vilanias. A cereja do bolo de uma democracia sem povo que Cunha com afinco vai construindo, sob o olhar parvo da primeira mandatária, a cumplicidade de seus pares de legislativo, a perigosa miopia de nossa corte suprema e os delírios golpistas da mídia, que cria o mito e alimenta as hienas.
Em meros cinco meses de comando, o megalomaníaco janota que preside nossa câmara baixa coleciona vitórias e episódios nada edificantes; atos que seriam tidos como graves máculas em sua reputação não fosse ele um despachante da plutocracia, um aprendiz de déspota que parece almejar a biografia de um príncipe macabro, que leva às últimas conseqüências a cartilha de Maquiavel em sua louca cavalgada em direção ao poder absoluto. Às chicanas na redução da maioridade penal, na aprovação do financiamento empresarial de partidos políticos e demais pautas retrógradas da constituinte pirata de Eduardo Cunha, somam-se o ataque à CLT com o projeto da terceirização, o aparelhamento de órgãos administrativos da casa com políticos aliados, as denúncias de achaque feitas pelo doleiro Alberto Youssef no âmbito da operação Lava Jato, corroboradas por registros nos sistemas informatizados da Câmara. Descoberta esta que culminou não no afastamento de Cunha, mas do diretor do Centro de Informática e na edição de um casuísta Ato da Mesa a institucionalizar os laranjas no âmbito do processo legislativo.
Nessa avalanche de lama, age o presidente como um jogador desonesto, que com seus asseclas arremessa vários dardos de uma só vez. Além das pedaladas regimentais, quando as regras não valem se for para impedir resultado que lhe seja mais favorável – enquanto filigranas são invocadas contra opositores -, não podemos deixar passar despercebido o outro estratagema que vem sendo aplicado: os dribles que aplica em adversários e observadores incautos, desviando sua atenção para um tema enquanto por baixo dos panos articula outro, como ocorreu com vários jabutis enfiados em Medidas Provisórias. Todos já se esqueceram, por exemplo, da menina dos olhos de Cunha, a Parceria Público-Privada para a construção de três novos anexos, praticamente duplicando o complexo da Câmara dos Deputados. Lucrativa parceria que prevê até uma questionável área comercial, o Parlashopping – ou Parlamall, para os íntimos do dinheiro. E é no projeto da famigerada PPP que está o novo golpe que se trama em segredo.
Já está em tramitação um Procedimento de Manifestação de Interesse, que pode ser consultado na página da Câmara dos Deputados, para que empresas apresentem anteprojetos para os novos anexos consoante as premissas definidas em edital. Findo esse PMI a quatro mãos, a licitação deverá ser realizada pouco tempo depois, de modo que o cronograma satisfaça aos planos imperiais de Cosentino I. Como ocorreu nos projetos da Petrobras investigados na operação Lava-Jato, a imposição de prazos exíguos pela presidência obriga que o departamento técnico responsável conduza todo o processo a toque de caixa, deixando lacunas e erros graves que provocarão aditivos em série extremamente rentáveis para as empresas parceiras e seus financiados. Além da herança maldita financeira, a poeira levantada por esse atropelo permite que vários “jabutis” passem despercebidos por quem tenta acompanhar e fiscalizar. E o mais grave deles poderia ser chamado de o Cinema do Parlashopping.
No mar de documentos do PMI, em que a Câmara curiosamente já forneceu às interessadas um projeto pronto de arquitetura para um dos anexos, um observador atento verá que nele há um suposto auditório de grande porte. Segundo a versão oficial, tal espaço seria destinado a eventos organizados pela casa, uma vez que o atual auditório Nereu Ramos é tido como pequeno demais. No entanto, nos bastidores, trabalha-se sorrateiramente para que o amplo recinto tenha destinação diversa: um novo plenário, maior que o atual Ulysses Guimarães. Este rotineiramente é alvo de críticas dos parlamentares por não mais comportar a (elevada) quantidade de deputados – mas lembremos que 90% da opinião pública são favoráveis a outra solução, a drástica redução desse número-, bem como as sessões conjuntas do Congresso Nacional; a alegação de superlotação já enseja inclusive um outro projeto estapafúrdio de Cunha, a instalação de catracas em sua entrada, também em marcha acelerada.
A segunda camada de falácia que é contada para quem chega perto de saber da verdade é que o espaço será equipado apenas para uso eventual, por exemplo quando de reformas, uma vez que o atual plenário é muito antigo. Mas parafraseando o preciso Duque de Wellington, algoz de Napoleão Bonaparte em Waterloo, quem acredita nisso acredita em tudo. Ou será que nosso Napoleão construiria um elefante branco, um plenário com quase o dobro da capacidade do atual, apenas para “uso eventual”? Um espaço que até nome oficioso já possui, Plenário Deputado Carlos Lacerda, simbólico de quem é mais importante para a força dominante no parlamento, de que para eles o golpismo de Lacerda é maior que o diálogo de Ulysses. E tem mais: como de costume, o inferno está nos detalhes. Vem passando em branco, por exemplo, o fato de que será construído em meio a um complexo de edifícios, acessível apenas por vias estreitas; passagens facilmente bloqueáveis pelas Polícias, longe da vastidão incontrolável da Esplanada. Pior, que o novo plenário não possuirá galerias abertas ao público, apenas uma tribuna de honra para convidados. Para que ter o trabalho de ficar mandando a Polícia Legislativa esvaziar o local, se podemos simplesmente aboli-lo?
Quando questionado sobre o recorrente atentado à Democracia feito por sua gestão, de realizar sessões com galerias vazias, Cunha tem matreira resposta: a participação popular está preservada, pois a TV Câmara transmite ao vivo todas as sessões. Uma participação de mão única, em que o povo é mero espectador, sem interatividade, como a de um sujeito no cinema. No cinema do janota, em que estará em cartaz o filme Parlamentarismo Now, ou mesmo a produção B clamada por zumbis nas ruas, Ditadura Reloaded, realmente esse detalhe não deverá fazer muita diferença. Cosentino I também não parece se preocupar muito com questionamentos no Supremo sobre a Constitucionalidade desse plenário, pois os ensaios que vem promovendo com as pedaladas regimentais até agora não foram seriamente importunados, logrando pleno êxito. E de todo modo, pelo fato consumado, a correção dos vícios de projeto produzirá enorme rombo no Erário.
Ao tradicional Plenário Ulysses, projetado por Oscar Niemeyer e ícone da arquitetura do país, restaria apenas a função de museu, de atração para turistas. Se o projeto for adiante, o novo plenário deverá ser um enorme caixote quadrado, de acabamento moderno como as atuais salas de projeção, mas sem qualquer identidade que lhe permita ser símbolo do legislativo brasileiro. Outro aspecto é que por sua estrutura em formato stadium, fica ainda duvidosa a acessibilidade do recinto; acessibilidade que recentemente motivou uma reforma do atual plenário, para a construção de uma rampa de acesso à mesa diretora, autorizada pelo próprio Niemeyer antes de sua morte. Cunha não parece preocupado com isso também. Neste exato momento, o departamento técnico da Câmara trabalha loucamente para buscar soluções técnicas para não precisar desfazer essa rampa, outra determinação do imperador ainda pouco conhecida. Ordem dada sob a alegação de que da nova posição da mesa não se consegue debater com os oradores das tribunas; pelo visto, o achacador-mor sentiu profundamente os golpes desferidos por Cid Gomes a partir do púlpito esquerdo, querendo se preparar contra novos constrangimentos a seu reinado.
E aí, alguém quer ingresso para o Cinema do Parlashopping?
marcio ramos
… quando teremos democracia o ano inteiro??? Um Viva para a Grécia de boa vontade!
https://www.youtube.com/watch?v=Qam7h1jMIwI&index=1&list=LLd0p4xyPdiwLSD70GNCja-g
https://www.youtube.com/watch?v=nwlJDAufvnM&list=LLd0p4xyPdiwLSD70GNCja-g&index=2
Bacellar
Chupa Nasdaq!
Hahahahaha…
Marat
Apoiada por Zeus e, principalmente guiada por Palas Atena, a Grécia dá uma verdadeira paulada nos moneyteístas, em especial a poodle alemã do terrorista-Obama… Já é algo… resta a nós confiarmos no rebotalho da justicinha brasileira a trancafiar o fanático (ou falso beato???) Cunha!
FrancoAtirador
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Do Sono da Desperta Grécia
(Ruy Belo)*
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Declamação: (https://youtu.be/kKrK1mVToFQ)
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Nenhuma voz em Esparta nem no Oriente
Se dirigira ainda aos Homens do Futuro
Quando da Acrópole de Atenas
Péricles Hierático falou:
“Ainda que o Declínio das Coisas,
Todas Humanas, ameace,
Sabei vós, ó vindouros, que nós aqui
Erguemos a mais Célebre e Feliz Cidade”.
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Eram Palavras Novas
Sob a mesma Abóbada Celeste
Outrora Aberta em Estrelas
Sobre a Cabeça do Emissário de Argos,
Que aguardava o Sinal da Rendição de Tróia,
E sobre o Dramaturgo Sófocles
Roubando aos Dias desse Tempo
Intemporais Conflitos chegados até nós
Na Força do Teatro.
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Apoiada na sua Longilínea Lança
A Deusa Atenas pensa ainda para nós.
Pela Primeira Vez o Homem se interroga
Sem livro algum Sagrado sobre a sua Inteligência.
E a Tragédia, a Arte, o Pensamento
Desvendam o Destino, a Divindade, o Universo.
Em Busca da Verdade o Homem chega
Às Noções de Justiça e Liberdade.
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Após Quatro Milénios de Sujeição Servil,
O Homem olha os Deuses, Face a Face,
E desafia a Força do Tirano.
E nós ainda hoje nos interrogamos…
A Interrogação define a nossa Livre Condição.
O Desafio de Antígona e de Prometeu
É hoje ainda o nosso Desafio,
Embora, como um Rio, o Tempo haja corrido.
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“Diz em Lacedemónia, ó Estrangeiro,
que morremos aqui, para servir a Lei”
“E se esta Noite é uma Noite do Destino,
Bendita seja ela, pois é Condição da Aurora”.
Palavras Seculares Vivas – ainda Agora
Uma Grécia Secreta Dorme em Cada Coração
Na Noite que precede a Inevitável Manhã.
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*”Transporte no Tempo” (1973)
Todos os Poemas II. Assírio e Alvim. 2004)
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(http://www.presente.pt/PDFs/Belo.pdf)
.
.
POVO DA GRÉCIA NA PRAÇA SYNTAGMA CELEBRA
VITÓRIA DO ‘NÃO’ A BRUXELAS AO FMI E AO BCE
.
(https://www.facebook.com/hashtag/oxi?source=feed_text&story_id=1464330993882315)
.
.
Gerson Carneiro
Cunha manobra para nova votação na Grécia nesta madrugada.
É o que informa Maria Regina Alves, no facebook.
Francisco
Cunha incluiu uma linha a mais no plebiscito, criando a alternativa “Talvez”.
Ganhou e um país inteiro de abestado ficou olhando e dizendo: que jeito, né?
Cláudio
:
.:. 19:13
Ouvindo As Vozes do Bra♥S♥il (e do mundo) e postando:
* 1 * 2 * 13 * 4
*************
Uns poemas (acrósticos) de autoria de Cláudio Carvalho Fernandes (poeta anarcoexistencialista) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus, e Lula, o comedor de tucanus :
.:.
D uas vezes contra o espectro atro
I nscreveu já seu nome na história
L utando contra mídia venal & Cia e seu teatro
M ulher forte de mais uma vitória
A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !
.:.
D ilma, coração valente,
I magem de todo o bem em que se sente
L ivre o amor maior pela brasileira gente
M uito humana e inteligente
A PresidentA do nosso Lula 2018 de novo Presidente
.:.
D ignidade
I ntegridade
L iberdade
M aturidade
A mabilidade
.:.
D ilma, de uma nação vitoriosa
I lustre brasileira lutadora
L uz de dedicação esplendorosa
M otivando a pátria gloriosa
A uma luta digna, vencedora.
::
L uz do povo brasileiro
U m digno e fiel lutador
L astreando com real valor
A honra do Brasil inteiro.
.:.
D ilma, os conscientes te agradecem
I nfinitamente por tua digna história
L utando por todos que reconhecem
M ais a vida no bem comum de fazer na glória
A grande pátria-nação que os brasileiros merecem
.:.
D ilma, coração valente,
I sso que a gente sente
L ibertar o ser plenamente
M antendo sempre presente
A humanidade inteligente
.:.
D ilma deu mais uma surra na ó-posição
I gual ao que Lula também já fez
L ivrando o povo brasileiro da infelicitação
M ostrando que o Brasil tem voz e vez
A o mundo todo dignificando sua população
.:.
L ula livrou 40 milhões da pobreza
U m feito memorável sem precedentes
L utando contra a mídia venal, teve a certeza
A bsoluta de estar ao lado dos brasileiros conscientes
.:.
D ilmais deu mais uma surra na ó-posição
I nstalada na grande mídia venal
L ula teve a sua participação
M andando o pig & Cia ao
A bismo na quarta eleição
.:.
D oar-se a seu povo é exemplo dignificante
I luminando a vida de outros seres lhanos
L ouve-se quem bem merece que se cante
M aravilhas de se acreditar nos humanos
A promover em cada ser o mais do ser em ser interessante
.:.
L ivrando da pobreza absoluta 40 milhões de brasileiros
U m feito sem igual que por si só já bastaria
L ula segue sendo no mundo um dos primeiros
A fazer de seu povo a eterna rima rica de sua poesia
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 ! ! ! !
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Solange
À nossa luta é diária no microcosmos. Eu é que sei. Mas miremos nos exemplos daquelas mulheres de Atenas:
https://youtu.be/b_c5gcPChAU
Orgulho e raça de Atenas.
hc
Esse não é acordo e sim entendimento do FMI. Ainda bem que o FMI tem quem mande, mas coloca pessoas que fazem a diferença em defesa da humanidade (grifem). O FMI teve que engolir a Grécia, se um Europeu não paga, imaginem outro Pais, de qualquer continente explorado pelo esquadrão da morte da OTAN.
Allan Patrick
Caro Azenha, o Syriza não rompeu as negociações com a Troika nem se negou a adotar a lógica da austeridade. Achou que assim seria visto como um “menino bem comportado”. Não foi, e continuaram pressionando-lhe a cortar aposentadorias e pensões. A opção pelo referendo não mostra que ele é muito mais corajoso que o PT, posto que havia aceitado 90% das condições impostas por Bruxelas. Não estou menosprezando a atitude do Syriza, apenas tentando chamar a atenção pra termos os pés no chão, pois mesmo um partido com maioria absoluta no Congresso e amplo apoio popular, tem limites à sua atuação.
Maria
Mas chamou o povo a participar. Esta governando com a força das ruas, coisa que o PT e o governo não fez, aliás, muito pelo contrário, rapidinho trataram de jogar um balde de água fria naqueles que deram o sangue pra esse governo sair vitorioso das eleições passadas e foram fazer conchavinhos com a direita com a esperança que eles ficassem bonzinhos. Levaram uma banana da direita e perderam o povo. Ah! Mas a correlação de forças. Vão morrer abraçados a correlação de forças. Parabéns a Grécia. Tem um governo corajoso.
FrancoAtirador
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Com exceção d@s Paulistas, quase todas as Pessoas no BraSil
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já estavam treinadas em perceber a Manipulação da Informação
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pela Mídia-Empresa FamiGliar Anti-Esquerda, UltraLiberal e Fascista,
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contra os Governos Não Alinhados com os United States of America.
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Desta vez, o Plebiscito proposto pelo ‘PSoL da Grécia’ contra a Troika
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foi esplendorosamente Didático não só para os Países da América Latina,
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Fora do Eixo United StatesEuropei Union, mas para o Mundo Inteiro.
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Nunca Antes na História Deste Planeta ficou tão Evidente à Humanidade
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a Distorção da Informação, a Omissão da Verdade e a Mentira Simulada
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nos Conglomerados Empresariais de Mídia Locais e Internacionais.
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Somente os Portais da Mídia Alternativa noticiaram a Realidade Grega.
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VIVA OS BLOGS SUJOS! VIVA A DEMOCRACIA REAL! VIVA O POVO GREGO!
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FrancoAtirador
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(http://abre.ai/complo-midiatico-ultraliberal-contra-a-grecia)
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FrancoAtirador
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‘NÃO’ [‘OXI’] DEIXOU DIREITA GREGA SEM LIDERANÇA
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O ex-Primeiro-Ministro e Líder do Maior Partido da Oposição
foi Derrotado este Domingo, pela Segunda Vez em Seis Meses,
pelo Voto Popular.
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Antonis Samaras apresentou Demissão à Direção
do Partido Nova Democracia [UltraLiberal].
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A saída de Antonis Samaras era vista como inevitável desde a derrota de janeiro.
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Nos meses seguintes, a Nova Democracia [PSDB Grego] caiu ainda mais
nas sondagens e a popularidade de Samaras, principal executor das políticas
da Troika na Grécia nos últimos anos, era a Pior de Todos os Líderes Partidários.
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Esta demissão ocorre semanas depois da saída do líder do PASOK [PT Grego],
Evangelos Venizelos, que foi o ‘número 2’ de Samaras no Anterior Governo
e viu o seu Partido correr Risco de Perder Representação Parlamentar em janeiro.
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O Líder Interino do Partido passa a ser Evangelos Meimarakis,
ex-Presidente do Parlamento Grego
e atual Vice-Presidente da Nova Democracia.
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(http://www.infogrecia.net/2015/07/oxi-deixou-a-direita-grega-sem-lideranca)
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