Amor à primeira vista nos trópicos: O romance que quase abalou a carreira do deputado Michel Temer

Tempo de leitura: 5 min

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Da Redação, com Garganta Profunda*

O Viomundo noticiou em 10 de junho de 2016 a longa viagem de um inquérito que poderia ter apurado propinas de ao menos R$ 2,7 milhões supostamente recebidas pelo então deputado federal Michel Temer em esquemas no porto de Santos. Não deu em nada.

O principal motivo aparente é que a proponente da ação de “reconhecimento e dissolução de união estável com partilha e pedido de alimentos” desistiu do processo, depois de fazer acordo com o ex-marido.

Em 24 páginas, os advogados Martinico Izidoro Livovschi e Sergio Paulo Livovschi descrevem uma história de amor, luxo, propinas e violência.

O casal se conheceu em maio de 1997, em Brasília. “Como soi acontecer em filmes e livros, apaixonaram-se à primeira vista”.

Ele, presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, a Codesp, indicado por Michel Temer. Ela, estudante prestes a prestar vestibular de psicologia. A lua de mel foi em Boston e Nova York. Ela decidiu estudar em São Paulo. Passou a receber R$ 5 mil “para auxiliar nas despesas fixas”.

[Leia as três páginas reproduzidas abaixo para saber sobre o envolvimento de Michel Temer]

Houve “românticos passeios de gôndola” em Veneza, numa viagem com os pais do noivo que incluiu Roma e Florença. “De verdadeira paixão foram acometidos. Logo nesta primeira viagem, demonstrando a intensidade do sentimento que lhe aflorava, o requerido deu à requerente presentes caríssimos, adquiridos nas finíssimas lojas Louis Vuitton e Chanel Boutique em um total de quase três mil dólares”.

Viajaram para Miami. No Natal de 1997, cearam no restaurante Apollinari da rua Oscar Freire. Visitaram Nova York e New Orleans. Em janeiro de 1999, nova lua-de-mel em Cancun, no México: conforme demonstram as fotos, “passearam, jantaram, mergulharam e brincaram com golfinhos”.

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Foram a Vail, a estação de esqui no Colorado, com os filhos do primeiro casamento dele. Em outubro de 1999, voltaram à Itália, mas seguiram para as ilhas gregas e, na volta, jantaram no Lucas Carton, em Paris. O dia dos namorados de 2000 foi em Buenos Aires. “A convivência familiar com o intuito de constituir família. A fidelidade. O mútuo amparo”.

Quando ele tinha a guarda dos filhos, “a requerente deles cuidava, cozinhava, passeava, etc. Havia almoços de domingo na casa dos pais dele. Recebiam amigos. A requentente organizava as festas e recepções dele. Recebiam os amigos na casa deles na praia”.

“Foram inúmeras juras de amor demonstradas através de bilhetes, cartões, etc.”, conforme as provas.

Ah, mas havia violência.

“Sempre que exagerava no consumo de álcool, o que ocorria quase que diariamente”, o amante “voltava sua violência para a requerente, agredindo-a inúmeras vezes”.

“Ela, porque o amava e ainda o ama, jamais deu queixa e relutava em abandoná-lo”.

Apanhou no dia dos Namorados de 1999. Apanhou no dia do aniversário dele, em 27 de abril, e apanhou de novo no dia 15 de julho — “decidiu sair da casa dele, por não haver mais quaisquer condições de manter a união estável. Quando saiu, passou por diversas humilhações. O requerido lhe tomou o cartão de crédito conjunto e seu celular. Não lhe devolveu suas roupas e objetos pessoais que estavam no apartamento”.

Ao longo do relacionamento, ela testemunhou que ele comprava bens mas colocava em nome de familiares: o Porsche Carrera, o Passat importado, a Mitsubishi Pajero e o Mercedes Benz C230. Uma casa de praia em Caraguatatuba, um apartamento na Ministro Godói, salas comerciais no edifício Park Avenue e “tapetes orientais de altíssimo valor, conforme certificados de garantia anexos”.

Mas, por que?

“O motivo é que, como presidente da Codesp, tinha determinada renda e não teria como comprovar a origem de recursos para aquisição destes bens”.

Foram 42 mil só para instalar o som em um apartamento.

“É que o grosso dos recursos obtidos pelo requerido vinha de caixinhas e propinas recebidas em razão de seu posto como presidente da Codesp”.

Onde ele guardava o dinheiro?

“O produto desta renda é colocado em contas no exterior que o requerido mantém, principalmente junto a bancos suiços (doc. 87) e americanos, mantendo também cartões de crédito vinculados a tais contas (doc. 88)”.

O requerido teria pedido exoneração da Codesp para atuar com empresa própria na locação de equipamentos para os terminais do porto. “Ocorre que utilizando de seu prestígio e conhecimento o requerido fazia os contatos e contratos e desses tirava sua parte. Isso tudo, Exa., para demonstrar que o requerido possui renda muito superior à declarada em suas declarações de renda, conforme ficará provado em regular instrução processual”.

Ele, alegavam os advogados, seria sócio oculto de um restaurante no Jockey Clube de São Paulo, sócio de outro em um shopping do Tatuapé e de um estacionamento na avenida Paulista.

A requerente pede R$ 10 mil mensais de pensão. “É que embora tenha saído do lar ‘convivencial'”, na realidade ela “foi praticamente expulsa, tendo em vista as agressões sofridas e o temor de possíveis novas agressões. Está vivendo de favor em casa de amigos. Não possui qualquer fonte de renda para pagamento de sua faculdade e despesas pessoais. Corre o risco de não poder mais cursar a faculdade. Não fosse por seus amigos, não teria sequer onde morar e o que comer”.

A ação é datada de 11 de agosto de 1999, mas nunca houve a ‘regular instrução processual’ esperada pelos advogados.

A requerente fez acordo com o requerido. Os advogados foram “desconstituídos”.

Os inquéritos que nasceram da ação tiveram morte lenta e definitiva. Nunca se soube se por falta de interesse na investigação ou intervenção externa.

O ‘requerido’, segundo os documentos, levava apenas 25% da propina no porto de Santos. 50% do total, de acordo com o processo, ficavam com o hoje presidente interino Michel Temer.

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 *É jornalista investigativo com duas décadas de experiência contratado através de crowdfunding pelos leitores do Viomundo para organizar a Galeria dos Hipócritas

PS do Viomundo: Os terminais 34 e 35 do porto de Santos, pelos quais a propina de Temer teria sido de 640 mil reais, ficaram com o Grupo Libra. A concessão foi renovada recentemente.

Leia também:

Temer usa mansão para abrigar seguranças: R$ 23 mil de aluguel

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Comentários

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lulipe

Agosto está chegando, o tchau vai virar adeus querida, adeus fanfarrão, adeus pt…..

Leo

Que artigo ridículo! Se querem falar de passado negro, não sejam parciais: o PT tem muita história pra contar…

roxana aguilera

Essa Corja de Politicos do PMDB PSDB secarom aos Empressarios com as chorudas propina$$ i tirando a culpa dos males dos empressrios ao PT e Dillma, CADEIA pra eles .
Estoi a espera q o Ministro do STF Gilmal Miente se pronuncie sobre o inquerito ao Aecio Neve$ .DILMA VOLTA QUERIDA, !!! EU TODOS OS DIA penso nela , e’ ADMIRAVEL sua FORÇA ,sua HONESTIDADE. !! Disculpen não falo portugues .

gilberto

Patrimônio adquirido com dinheiro produto de crime não é abençoado e deverá abalar o próprio autor ou seus descententes.

Jose dias

Percebes quando o traidor aparece na frente das cameras. Parece um Pavão

Fernando

Perdoem-me a minha ignorância, mas “de quem” esse texto trata?

    [email protected]

    Interino: Michel Temer Lulia

    Fernando

    Para: [email protected]. De acordo com a sentença (frase): Ele, presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, a Codesp, “indicado por Michel Temer. ” (aspas minhas). Não poderia se estar falando de Michel Temer, a não ser que houvesse um lapso na frase. Estaria se falando de alguém indicado por Michel Temer. Fiz essa pergunta para não precisar sair procurando o personagem principal dessa narrativa. Muitíssimo obrigado pela atenção e resposta, mas não é a correta. Tive sim, que procurar no Google e descobri que se trata de Marcelo de Azeredo, esse sim, indicado por Michel Temer e que repassou propina para o Lulia, versão chinesa falsificada de quinta categoria da marca “Lula”. Fique com Deus!

    Cacilda Galiotto

    Não entendi, quem era a mulher que apanhava, a primeira, a segunda, a terceira, a………………..

Bacellar

Ah…Bater em mulher…Esse clássico dos covardes…

Julio Silveira

O que eu acho interessantes que me impressiona, ainda, neste país de corruptos é notar que basta a retirada de uma ação para deixar de existir os indícios de corrupção. Aqueles que são pagos pelo erário, dependendo de quem está relacionado no processo, demonstram uma rapidez para engavetar e com isso esconder indícios, se não chegaram ao nível de repulsa pública. Infelizmente o Brasil está podre em todas as suas instituições, de alguma forma criou dependência das ações corruptas e mostra um elo que liga de alguma forma todas as instituições, sem excessão.

FrancoAtirador

.
.
PORTO DE SANTOS-SP
.
COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – CODESP
Autoridade Portuária de Santos
.
Programa de Arrendamentos e Parcerias do Porto de Santos – PROAPS
http://www.portodesantos.com.br/pdf/Programa%20de%20Arrendamentos.pdf
.
Áreas Arrendadas pelo Porto de Santos:
http://201.33.127.41/lei_acesso/proaps.asp
.
Arrendatária: LIBRA TERMINAIS S/A
.
Área (m²): 139.949,20
Local: Margem Direita
.
PROAPS: 23
Concorrência: 12/97
Nº do Processo: 6415/97-10
.
Instrumento Contratual: PRES/032.98 de 25/06/98
.
Início: 25/06/1998

Contrato: http://201.33.127.41/docpublico/proaps/proaps_26_0.pdf
1º Aditivo: http://201.33.127.41/docpublico/proaps/proaps_26_1.pdf
2º Aditivo: http://201.33.127.41/docpublico/proaps/proaps_26_2.pdf

Término: 04/09/2035

Período: 37 Anos
.
Objeto
Abrangendo os armazéns 34 e 35, XXXVI,
os pátios entre os Armazéns 34 e 35
e os pátios do lado sul dos Armazéns 35 e XXXVI,
e a região de cais fronteiriça aos Armazéns 34 e 35
e os pátios entre os Armazéns 34 e 35
e do lado sul do Armazém 35, na Ponta da Praia,
para movimentação e armazenagem
de contêineres.

Área localizada na região do projetado Armazém 37,
denominada T-37 na Ponta da Praia,
para recebimento, movimentação e armazenagem
de contêineres no Porto de Santos.

Área localizada no Macuco,
abrangendo os Armazéns 33 (interno), XXXV (externo) –
Terminal T-33 e áreas adjacentes,
visando a movimentação de carga geral e/ou frigorificada
e/ou granel de origem vegetal.
.
http://201.33.127.41/lei_acesso/proaps.asp
.
https://antaq.wordpress.com/tag/libra-terminais-s-a-t35-e-t37
http://www.grupolibra.com.br/pg/71/libra-terminais/santos
https://br.linkedin.com/in/gabrielasanches
.
.

Cláudio

:
: * * * * 04:13 * * * * .:. Ouvindo As Vozes do Bra♥♥S♥♥il e postando: A grande mídia (mérdia) é composta por sabujos sujos a serviço dos ianque$ e do $ionismo de capital especulativo internacional e outras máfias (como a ma$$onaria) dos canalhas direitistas…
.:.
* 1 * 2 * 13 * 4
*************
.:.
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
* * * * * * * * * * * * *
* * * *
Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já pra antonti (anteontem. Eu muito avisei…) !!!! Lula 2018 neles !!!!
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♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Serjão

Não fosse a globo…
Vomitaço.

FrancoAtirador

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“A TURMA DO PUDIM” NO “GRANDE BANQUETE DA REPÚBLICA” DEMOTUCANA
.
“O Epílogo é Invariável:
Pudim de Leite Condensado com Calda de Caramelo.
Unidos no Ritual Gastronômico, o Senador Jader Barbalho,
os Ministros Eliseu Padilha e Renan Calheiros
e os Deputados Michel Temer e Geddel Vieira Lima
administram a Fatia do Bolo Federal Reservado ao PMDB.”

“Hoje, Eles Controlam a Legenda – Uma das Colunas do Tripé Partidário
que Sustenta o Governo de Fernando Henrique (PSDB) no Congresso.”
.
27/06/1999 [*]| Revista Época/Globo | Edição 58 | Páginas de 22 a 24

Reportagem: ANA MARIA TAHAN, de Brasília, com ANDRÉA MICHAEL
.
http://clipping.radiobras.gov.br/anteriores/1999/sinopses_2706.htm
http://clipping.radiobras.gov.br/anteriores/1999/sinopses_2706.htm#10
http://www.brasilnews.com.br/arquivo/jornalismo/noticias/seman0.htm
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI182903-15223,00.html
.
*[Na Internet, a Globo Redatou a Matéria como se fosse do Ano 2010.
Aliás, foram Deletados os Links de Acesso a Datas Anteriores a 2003,
para Não Evidenciar nas Manchetes o Período do Governo do PSDB.
(http://epoca.globo.com/edic/index_1999.htm)]

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDT0-15518-777,00.html
.
O Grande Banquete da República
.
A Turma do Pudim, do PMDB, mostra muito apetite por cargos públicos
que o PFL, com métodos próprios, disputa com igual volúpia
.
Ao menos uma vez por semana eles se reúnem em torno da mesa e se debruçam sobre pratos de comida.

As refeições são até frugais – na maioria das vezes, feijão com arroz, filé com batatas e salada verde.

O epílogo é invariável:
pudim de leite condensado com calda de caramelo.
Unidos no ritual gastronômico, o senador Jader Barbalho,
os ministros Eliseu Padilha e Renan Calheiros
e os deputados Michel Temer e Geddel Vieira Lima
administram a fatia do bolo federal reservado ao PMDB.

Hoje, eles controlam a legenda – uma das colunas do tripé partidário que sustenta o governo [FHC] no Congresso.

Quando chega a hora do pudim, tratam de afinar os discursos e declarações que farão do lado de fora.

O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), amigo comum de todos e um dos mais experientes parlamentares do Congresso, é o secretário operacional do grupo.

Ele transmite aos destinatários os recados que o presidente da Câmara (Temer), o presidente do partido (Barbalho) e os ministros da Justiça e dos Transportes não podem formular com a própria voz.

Não é novidade, no PMDB, resolver diferenças à mesa. O hábito foi institucionalizado pelo deputado Ulysses Guimarães, morto num acidente aéreo em 1992.

Apelidado por correligionários de “O Grande Timoneiro”,
Ulysses e seus parceiros valeram-se de mesas de restaurantes
para montar a resistência ao regime militar,
organizar conchavos durante o governo José Sarney
e tratar do impeachment do presidente Fernando Collor (1992).

Em torno dos pratos de comida servidos por Ulysses
também se tratou de partilhas de cargos,
mas esse item nunca figurou entre os mais vistosos do cardápio.

O desfecho também era diferente:
Ulysses mandava servir taças de licor de pêra
– origem do apelido do grupo, “turma do poire”.

O grupo atual é fiel ao que se combina à mesa.

Às vezes, até usam a mesma mesa que o “Grande Timoneiro”
costumava ocupar no restaurante Piantella, em Brasília.

Na quinta-feira 24 [de Junho de 1999],
ao explicar a visita de Calheiros e de Vieira Lima
ao Líder Tucano na Câmara, Deputado Aécio Neves (PSDB-MG),
disseram em coro (embora em cenários diferentes):

“É hora de pôr fim à briga entre os aliados,
os líderes têm de se afinar mais,
combinar mais e conversar mais.”

Um dos integrantes da Turma do Pudim
diz que, de crise em crise,
o presidente Fernando Henrique Cardoso
parece viver o último ano de seu governo,
e não o primeiro de um novo mandato.

Eles passaram a reunir-se sistematicamente em 1995,
quando Temer se elegeu líder do partido na Câmara.

Vieira Lima era o vice-líder e Padilha, um “secretário informal”
– posto hoje ocupado por Henrique Eduardo Alves,
incorporado à Turma do Pudim pelas mãos de Geddel Vieira Lima.

Em 1997, como prêmio pelo esforço em favor da aprovação da emenda da reeleição,
os peemedebistas foram brindados pelo Palácio do Planalto com a nomeação de Padilha
para o Ministério dos Transportes, e do senador Iris Resende para o da Justiça (cargo que hoje é de Calheiros).

O que garante tamanha assiduidade aos jantares?

O senador Jader Barbalho explica:

“Não estou preocupado com os jardins do PFL e do PSDB,
mas não vou permitir que maltratem minhas rosas”.

Sempre que possível, esses jardineiros do Planalto
tratam de invadir estufas alheias,
sobretudo as administradas pelo PFL.

A resposta costuma ser imediata, articulada quase sempre pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).

Os pefelistas, mais discretos, não costumam expor-se em lugares públicos.

Não gostam de compor mesas com grupos fixos, nem demonstram predileção especial por pudins.

Mas têm muita gula por cargos federais, disponíveis ou não.

Nesses banquetes oficiais, revelam apetite semelhante ao dos peemedebistas.

Só a metodologia exibe algumas diferenças.

Na última terça-feira o ex-senador Guilherme Palmeira (PFL-AL),
que ficou sem mandato no ano passado ao perder a eleição em Alagoas para o PT,
ganhou o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Não foi um posto preenchido pela vontade da caneta de FH, amigo de Palmeira.

Ministros do TCU são nomeados pela Câmara e pelo Senado.

O caso atesta que o PFL nunca abandona os seus.

Palmeira foi íntimo da copa e da cozinha onde o PFL decidiu todos os passos
nos seus quase 15 anos de existência. Muitas vezes, esses passos eram traçados
à mesa da casa do presidente do partido, senador Jorge Bornhausen,
em torno de um churrasco ou de jantares servidos à francesa.

Além de Bornhausen e Palmeira, ACM, o vice-presidente Marco Maciel (PFL-PE)
e o deputado Inocêncio Oliveira sempre estão presentes a esses encontros.

O grupo patrocinou, sem rachas ou defecções,
a candidatura vitoriosa do ex-senador para o TCU.

Se não houve briga por causa da sinecura dada a Palmeira,
o caldo onde se encontram os partidos da base governista
está prestes a entornar por causa de outros ingredientes.

O secretário de Políticas Regionais, Ovídio de Ângelis, do PMDB,
demitiu o presidente da Companhia de Desenvolvimento
do Vale do São Francisco (Codevasf), Aírson Lócio,
afilhado do líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira.

O PMDB quer a vaga. O PFL não abre mão dela.

A presidência do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs),
cargo cativo do PFL cearense, está vago e Ovídio de Ângelis quer pôr ali
outro peemedebista, Newton Mamede Aguiar.

Os pefelistas reagem: entre perder a vaga e extinguir o Dnocs,
estão propondo ao governo retomar os planos
de acabar com o órgão – velha reivindicação do PSDB.

A volúpia do PMDB é tanta que o presidente da República, em meio à disputa
pela escolha do diretor-geral da Polícia Federal, reviu a decisão de nomear
apenas técnicos para postos de comando nas estatais.

Criou uma diretoria na BR Distribuidora
para colocar ali um afilhado de Jader Barbalho.

Na presidência da Companhia Docas da Bahia,
alojou-se Afrísio Vieira Lima,
pai do líder do PMDB na Câmara.

O PFL tem reagido à altura. Há dois meses,
mesmo tendo de agüentar as reclamações
dos tucanos paulistas em geral
– e do governador Mário Covas
e do ministro José Serra em particular –
FH nomeou o ex-deputado pefelista Luiz Carlos Santos
para a presidência de Furnas Centrais Elétricas.

Santos não entende nada de energia.
Foi o maior distribuidor de cargos do Planalto durante as negociações
que culminaram com a aprovação da emenda de reeleição.

Sua nomeação saiu na conta do ministro das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho.

A federalização das dívidas de Santa Catarina decorrentes de precatórios judiciais falsificados,
executada na semana passada, foi outra obra do PFL urdida pelo senador Bornhausen.

Nem sempre as artimanhas da Turma do Pudim passam incólumes pelo crivo da imprensa,
do Ministério Público ou mesmo das áreas técnicas do governo e de seus partidos aliados.

As nomeações para a Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), são exemplares.

O assunto, tratado discretamente nos almoços peemedebistas,
tornou-se público durante o duelo verbal travado há duas semanas
entre Michel Temer e Antonio Carlos Magalhães,
em torno da probidade administrativa.

ACM mostrou-se intrigado com o Interesse
do Presidente da Câmara [Michel Temer]
nos Negócios do Porto de Santos.

O Controle da CODESP é do PMDB.

Em 1995, Michel Temer indicou
seu amigo Marcelo Azeredo
para a presidência da CODESP.

Cauteloso, o PMDB tratou de fazer algumas concessões ao PFL e ao PSDB,
embora distribuísse entre seus próprios caciques os principais cargos de direção.

A precaução foi inútil. Dois anos e meio depois,
Azeredo foi derrubado por denúncias
de irregularidades nas licitações
para a privatização das operações portuárias.

O caso foi parar no Ministério Público.

“Temer, acho que a administração daquele rapaz tem problemas
e vou patrocinar ações judiciais contra ele”, avisou o ministro Eliseu Padilha,
que formalizara a nomeação de Azeredo.

Paulo do Carmo, um técnico, foi indicado
pelo Presidente da Câmara [Michel Temer]
para substituir o afilhado caído em desgraça.

Também acabou caindo, fulminado por novas denúncias.

O ex-deputado Wagner Rossi, escolhido por Temer, assumiu a vaga.

Tem o aval da Turma do Pudim e, por isso mesmo,
está na alça de mira dos fuzileiros do PFL.

É bom que se cuide.

O Porto de Santos está no Cardápio do Banquete Federal.
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Íntegra em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI182903-15223,00.html
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Messias Franca de Macedo

[Perdão pelo fora de pauta não tão fora de pauta assim!]

‘Ultrapassei os limites morais e éticos’, diz delator que admitiu propinas para cúpula do PMDB

Ex-executivo da Hypermarcas Nelson Mello disse pagou R$ 30 milhões ao operador Milton Lyra que teriam ido para Romero Jucá, Eduardo Braga, Renan Calheiros e Eunício Oliveira

01/07/2016, 14h41

(…)

FONTE, pasme: jornaleco ‘Estadão’ em estado comatoso!
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/ultrapassei-os-limites-morais-e-eticos-diz-delator-que-admitiu-propinas-para-cupula-do-pmdb/

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