Agência onde Flávio Bolsonaro fez depósitos picados, em envelopes, tem caixas onde ele poderia ter depositado tudo de uma vez

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Da Redação

“Preencher 48 envelopes de R$ 2 mil porque era o máximo que o caixa eletrônico permitia, mesmo existindo DOC, TED, cheque administrativo e caixa humano para depositar o valor integral. Quem nunca fez isso que atire a primeira mamadeira de piroca”, foi a piada que bombou nesta segunda-feira na internet, disseminada inicialmente pelo twitter do Meu Professor de História.

Piada, mas é nisso o que o senador eleito Flávio Bolsonaro quer nos fazer crer.

Recebeu uma bolada, fez ou mandou um funcionário fazer os depósitos picados.

Nas seguintes datas:

9 de junho de 2017: 10 depósitos no intervalo de 5 minutos, entre 11h02 e 11h07;

15 de junho de 2017: mais 5 depósitos, feitos em 2 minutos, das 16h58 às 17h;

27 de junho de 2017: outros 10 depósitos, em 3 minutos, das 12h21 às 12h24;

28 de junho de 2017: mais 8 depósitos, em 4 minutos, entre 10h52 e 10h56;

13 de julho de 2017: 15 depósitos, em 6 minutos.

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Essa é a relação de transações atípicas que constam do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) relativas ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

A pergunta óbvia é: por que ele não depositou ou mandou depositar na boca do caixa?

Repórteres do Jornal Nacional foram à agência bancária dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

“É uma agência que funciona normalmente no horário entre 10h e 16h, que tem caixas automáticos e também caixas com funcionários para atender clientes. Nos horários em que foram feitos a maioria dos depósitos do senador eleito no caixa eletrônico, com até 15 envelopes de uma única vez, às 11h, às 12h e às 15h, havia funcionários do banco trabalhando”, reproduziu o G1.

O homem que confirmou ter pago parte do rolo que fez com Flávio em dinheiro, Fábio Guerra, não se lembra de quanto exatamente pagou.

De novo, ao Jornal Nacional:

Produtor: Mas você deu o dinheiro em espécie?

Guerra: Dei. A média foi isso ai. Não posso falar ao certo, porque de repente foi 70, 80, foi 120, 110 [mil reais], entendeu, mas a média foi isso ai mesmo. O resto foi tudo depósito.

Guerra precisa esclarecer se entregou todo o dinheiro de uma só vez ou se também pagou a Bolsonaro picadinho, nos dias 9 de junho de 2017 (20 mil), 15 de junho (10 mil), 27 de junho (20 mil), 28 de junho (16 mil) e 13 de julho (30 mil).

Por que isso é importante?

Porque não haveria motivo para Bolsonaro receber R$ 96 mil no dia 9 de junho, manter o dinheiro vivo em seu escritório na Alerj e fazer depósitos em datas diversas, ao longo de mais de um mês — a não ser que fosse para escapar do radar de monitoramento do COAF.

Se Guerra pagou picadinho, como ele levava o dinheiro até Flávio? Ia na Assembleia pessoalmente? Usava um portador? Há registro da entrada de Guerra ou do intermediário na Alerj?

Fábio Guerra, o homem que pagou em dinheiro, disse que não tem relação com os depósitos. Nem, aparentemente, recibo ou recibos de pagamento assinados à época por Flávio Bolsonaro.

Além do mais, as datas divergem com as registradas na escritura, conforme informou o Jornal Nacional, que teve acesso ao documento.

O negócio foi fechado em 24 de março de 2017, com o pagamento de R$ 550 mil em sinal.

É parte deste valor que teria sido pago em dinheiro.

Mas, sendo assim, por que a varredura do Coaf só encontrou os depósitos em dinheiro de Flávio entre 9 de junho e 13 de julho de 2017, ou seja, mais de dois meses depois de fechado o negócio?

Pelo que está na escritura, os dois últimos pagamentos, em 5 cheques somando R$ 50 mil, foram em agosto de 2017.

Cabe perguntar, além disso: se Guerra tinha R$ 96 mil dinheiro para pagar a Flávio, por que não depositou em sua conta bancária e usou uma transferência eletrônica, que pode ser feita por aplicativo, do próprio celular?

Fábio também tem o que esconder?

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Comentários

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Helio

No mínimo teve ajuda pra fazer os depósitos. O tempo de operação de um depósito não permite que sejam feitos cinco depósitos em dois minutos.

robertoAP

Mas na lavagem de dinheiro tem que fazer assim mesmo, pequenos depósitos em envelopes.
Já pensou chegar na agência ali a 10 metros, e dizer : Vim fazer um depósito de lavagem… hahaha Não pode! Tem fazer assim mesmo como ele fez. O cara é do ramo.

Hudson

Ele devia dar cursos de como fazer denas de operações em caixa eletrônico em apenas um punhado de minutos.

Ia resolver o problema das filas em bancos.

Julio Silveira

Fico de boa pensando, se tem tanta coisa aparecendo, mesmo com a blindagem que se pronuncia na nossa justiça paraguaia, contra a 171 junior, imagina quando se dedicarem a investigar o mestre, o senior.
Como já diziam as boas familias tradicionais brasileiras “ a educação vem do berço, e da tradição em bons costumes”. Rsrsrs.

Abelardo

Com certeza a agência ou posto do banco deve ter câmeras instaladas que, pelo horário dos depósitos, possa identificar o(s) depositante(s). A própria Assembléia Legislativa também deve ter câmeras em seus corredores, onde transitam as pessoas. Então, se fizerem a conferência da movimentação de pessoas nos horários do depósito, se encontrará o depositante ou depositantes.

Fígaro Neto

Ahhh, se fosse o Lulinha.
Bolsotrouxas esses seguidores do clã Bozo.
Tá aí a ética do Bozo, a honestidade.
Cadê vc Sergio Aparecido Moro ?! O gato comeu sua língua ?!

Cláudio

Se não é desonesto, parece (e muito)…

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