Breno Altman: Sionismo é o segundo Holocausto do povo judeu

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Reprodução Breno Altman defendeu durante exposição que o sionismo é o segundo Holocausto do povo judeu

Breno Altman: sionismo é o segundo Holocausto do povo judeu

Leia a íntegra da exposição do jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi, na Conferência Internacional de Solidariedade a Gaza e à Resistência Palestina, em Istambul

Breno Altman, Istambul (Turquia), no Opera Mundi

O jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, foi um dos convidados na Conferência Internacional de Solidariedade a Gaza e à Resistência – Palestina Livre, que se realiza entre domingo (14/01) e segunda-feira (15/01), em Istambul, capital da Turquia.

A conferência reúne 450 convidados de 16 países para debater a solidariedade ao povo palestino e crise no Oriente Médio. O tema debatido por Altman foi: sionismo como fonte mundial de opressão

Leia na íntegra a exposição de Breno Altman na Conferência Internacional de Solidariedade a Gaza e à Resistência – Palestina Livre:

Senhoras e senhores, irmãs e irmãos

Antes de mais nada, quero agradecer o convite para participar dessa relevante conferência, em solidariedade à resistência do povo palestino, especialmente na Faixa de Gaza. Muito me honra a oportunidade de me dirigir a tão seleta audiência, nesse momento dramático na história da humanidade.

A mim foi encomendada uma exposição sobre o sionismo como fonte mundial de opressão e tentarei atender esse pedido da melhor forma.

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Somente é possível compreender o papel que o pensamento sionista teve, desde o final do século 19 até hoje, se entendermos o contexto histórico de sua evolução e consolidação.

De forma sintética, podemos interpretar a doutrina formulada pelo jornalista húngaro Theodor Herzl como uma resposta a dois fatores.

O primeiro deles foi o que se convencionou chamar de antissemitismo, conceito aplicado à perseguição contra os judeus a partir de 1873, quando o também jornalista Friedrich Wilhelm Adolph Marr, alemão, teria recorrido pela primeira vez a essa expressão, com o objetivo de substituir o termo popular “Judenhass”, ódio aos judeus.

O segundo fator diz respeito ao choque dos Estados imperialistas em expansão, disputando entre si territórios coloniais, fontes de matéria prima, mercados de consumo e destinos de investimento.

No apagar das luzes do século 19, esse confronto dominava a geopolítica e prenunciava a guerra mundial que estava por vir, opondo as nações capitalistas mais consolidadas, o Reino Unido e a França, aliadas à Rússia czarista, contra os países de capitalismo tardio, os impérios alemão e austro-húngaro, apoiados pelo Império Otomano.

Quanto ao antissemitismo, não há dúvidas sobre a existência, naquela época, de uma questão judaica, especialmente em solo europeu, marcada por longa e traumática onda de perseguição iniciada nos primeiros séculos de nossa era.

Os judeus tinham desempenhado função essencial na economia agrícola da Antiguidade e da Idade Média, depois de empurrados para a diáspora pelo Império Romano, a partir do ano 70.

Estabelecidos na Europa, acabaram dominando o ofício de comerciantes, como ocorrera com outros povos nômades. Intermediando o abastecimento de bens para grandes propriedades rurais e seus senhores, para governos e exércitos, para burgos e aldeias, os judeus amealharam importante renda mercantil.

Ainda que houvesse diferenciação social no interior do judaísmo, são abundantes as provas históricas da importância desse grupo étnico, cultural e religioso nas transações comerciais durante os primeiros 15 séculos da era cristã.

Essa renda mercantil permitiu aos judeus mais ricos gerarem um excedente financeiro e torná-los, além de comerciantes, fornecedores de crédito a juros, prenunciando o que viria a ser o sistema bancário.

Ao contrário de se dissolverem e se integrarem às sociedades para as quais imigraram, os judeus tratavam de manter sua unidade comunitária, em um ambiente de guerras e conflitos como o que marcou a transição da Antiguidade escravagista para o feudalismo.

As estruturas religiosas, com seus rabinos e sinagogas, eram elementos vitais para preservar tanto a identidade judaica quanto a comunhão entre as diversas camadas socioeconômicas do judaísmo.

A acumulação de riqueza também propiciaria aos judeus um padrão de acesso à educação e à cultura bastante superior à média, além de desobrigar esse grupo étnico do cansativo e brutal trabalho agrícola, dominante nas economias pré-capitalistas.

Mesmo oferecendo às classes principais do escravismo antigo e do feudalismo serviços fundamentais, quais sejam, o comércio e o crédito, os judeus atraiam para si o rancor das frações sociais que entregavam parte de sua renda a um grupo étnico que parecia se apropriar de riquezas sem suor ou sacrifício, além de se constituir como um coletivo exógeno ao universo agrário-cristão dominante na Europa, particularmente após o ano 380, quando Teodósio promulgou o édito de Tessalônica e estabeleceu o cristianismo como religião oficial da Roma imperial.

Malvistos, mas necessários, os judeus tinham suficiente força material e relevância cultural para garantir sua proteção junto a reis, aristocratas, juízes e militares, além de pagar por sua própria segurança.

Foi somente com o desenvolvimento econômico que levaria ao capitalismo que essa situação mudou, tornando o ódio aos judeus cada vez mais presente e agressivo, além de transformar a condição social judaica.

Na medida em que vai emergindo uma classe burguesa, capitalista, diretamente vinculada às sociedades locais e suas instituições, das quais os judeus se mantinham e eram mantidos afastados, as funções de comércio e crédito passam a ser assumidas por essa nova camada forjada pela decomposição da velha economia agrária.

Os judeus, nessas circunstâncias, vão se tornando dispensáveis e perdendo o antigo poderio comercial e financeiro. Essa relativa decadência material também levaria à fragilização frente às novas elites que vão ocupando o antigo espaço econômico do judaísmo.

Foi nessas condições que, na Europa ocidental, a partir do século 14, a perseguição aos judeus alcançou um patamar cada vez mais violento. Eram o corpo estranho de uma sociedade agrícola que se mercantilizava e se industrializava, na qual as novas classes emergentes mudavam a arquitetura social.

As velhas elites dominantes, feudais e aristocratas, viam nos judeus um grupo pouco confiável, potencialmente associado aos burgueses e credor exageradamente poderoso de monarquias falidas. A flamante burguesia, por sua vez, enxergava no judaísmo um concorrente a ser afastado por bem ou por mal.

Enfraquecidos, os judeus fogem. Uma parte se muda para a Europa oriental, onde a economia feudal se decomporia apenas a partir do século 19.

Outra parte, antes vivendo na Península Ibérica, iria para o norte da África e territórios do Império Otomano no Oriente Médio – os judeus foram expulsos da Espanha em 1492 e, de Portugal, em 1496.

Muitos judeus também imigrariam para as Américas e outros tantos se converteriam ao cristianismo, em um período histórico no qual essa religião, tanto em sua vertente católica quanto no ramo protestante, seria a principal agência do ódio aos judeus.

Uma nova diáspora judaica

O antissemitismo europeu provocaria, na prática, uma nova diáspora judaica, no curso de um longo processo de empobrecimento e aprofundamento da divisão de classes entre os judeus, com fortes movimentos de proletarização, ao mesmo tempo em que uma pequena minoria se integraria à burguesia europeia e, por compra de títulos, até à nobreza.

Essa tendência seria bastante expressiva sob o Império Russo. Na segunda metade do século 19, a radicalização do antissemitismo combinava racismo e repressão ideológica: muitos judeus se filiaram aos movimentos revolucionários, passando a ser também inimigos políticos do czarismo.

Nessa etapa histórica, de ascensão do socialismo como opção entre as classes trabalhadoras, é possível afirmar que a mais influente corrente judaica era composta pelos seguidores da doutrina elaborada pelo judeu alemão Karl Marx.

Para os judeus marxistas e o próprio Marx, aliás, a velha questão judaica somente poderia ser resolvida com a superação do capitalismo e a extinção das classes proprietárias, eliminando completamente as relações sociais sobre as quais tinha se erguido o antissemitismo.

Esse setor do judaísmo via a si mesmo como incorporado ao proletariado russo e europeu, desenvolvendo uma cultura humanista, anticolonial, anti-imperialista e anticapitalista.

Essa postura integracionista, contudo, tinha em conta a persistência do antissemitismo por toda a Europa e suas áreas de influência.

Não apenas como ameaça à condição judaica, mas igualmente por sua serventia no discurso nacional-chauvinista das burguesias europeias, cujo ápice viria com a ascensão do nazismo na Alemanha e o Holocausto que levaria seis milhões de judeus à morte.

Os judeus marxistas, no entanto, consideravam que somente uma revolução socialista poderia dar solução estrutural a essa chaga que infernizava o seu grupo étnico e a toda humanidade.

O sionismo caminhou no sentido oposto, desde sua organização formal em 1897.

Financiado pela minoria judaico-burguesa, propunha a reunificação dos judeus em um Estado de supremacia étnica, a ser construído na Palestina, então sob domínio do Império Otomano, mesmo que ali existisse uma população amplamente majoritária de árabes-muçulmanos.

Esse projeto, além de pressupor uma relação colonial que expropriasse ou subordinasse a população não-judaica da região, se alinhava aos interesses do próprio colonialismo europeu, especialmente os do Reino Unido, maior potência imperialista até a Segunda Guerra Mundial.

Por essa razão, além de resposta chauvinista à questão judaica, o sionismo deve ser igualmente abordado como instrumento da expansão imperialista desde o final do século XIX.

O Império Otomano era rival de destaque dos Estados capitalistas mais antigos e poderosos, o Reino Unido e a França. A expansão ao Oriente Médio, especialmente depois que são descobertas vastas jazidas de petróleo na região, se transformara em tema decisivo para essas nações imperialistas.

A incursão de Londres e Paris incluía várias manobras para o enfraquecimento de Constantinopla, atual Istambul, capital otomana desde 1453. Desde acordos comerciais e financeiros que permitissem a penetração do capital europeu até alianças com grupos árabes que pudessem desestabilizar a hegemonia turca.

A partilha da Palestina

O fortalecimento do sionismo foi uma das cartas escolhidas para incentivar essa política imperialista, pois permitiria fazer de um movimento associado ao Reino Unido, mesmo com contradições e tensões, uma cunha nos territórios cobiçados.

Vale lembrar, por exemplo, que o principal financiador do sionismo era o barão inglês Lionel Walter Rothschild, judeu, um dos homens mais ricos e poderosos do mundo, a quem foi destinada a chamada Declaração Balfour, em 1917, anunciando o compromisso do governo britânico com a criação de um “lar nacional judaico” na Palestina, como era a reivindicação fundacional dos sionistas.

O desfecho da Primeira Guerra Mundial, travada de 1914 a 1918, com a derrota dos Impérios alemão, austro-húngaro e otomano, aceleraria a expansão sionista.

Ao mesmo tempo em que subordinaram povos árabes à divisão colonial fixada pelo Acordo Sykes-Picot, de 1916, traindo promessa de emancipação e independência, os Estados vitoriosos determinaram um mandato britânico sobre a Palestina que, apesar de conflitos intermitentes, alimentaria o crescimento dos herdeiros de Herzl.

A burguesia britânica, apesar de haver discordâncias a esse respeito entre seus pares, majoritariamente calculava que um Estado judaico no Oriente Médio seria peça decisiva para sua influência regional depois de desmontado o Império Otomano.

Nos mais de 20 anos que separam a Declaração Balfour do espocar da Segunda Guerra Mundial, o sionismo foi ganhando terreno e encurralando o povo palestino, com o apoio sempre providencial do Império Britânico, como ocorreu durante a revolta árabe-palestina de 1936-1939.

Finalmente, com o triunfo sobre o nazismo e as revelações do genocídio contra os judeus, as ambições sionistas ganharam legitimidade aparentemente inquestionável e foram chanceladas pela Partilha da Palestina, em 1947, o que levaria à fundação do Estado de Israel no ano seguinte.

Foram decisões que contaram com o apoio de todas os governos anti-hitleristas, incluindo a União Soviética e os demais países do emergente campo socialista, que colaboraram com o sionismo na Primeira Guerra Árabe-Israelense, entre 1948 e 1949.

Ao final desse conflito, o Estado sionista ampliara, de 53% para 79%, seu controle territorial sobre Palestina, alcançado a total colonização em 1967, com a Guerra dos Seis Dias.

Em poucos anos tinham se desfeito as ilusões soviéticas sobre uma possível aliança com Israel, em parte condicionadas pela animosidade com as monarquias árabes, fortemente anticomunistas.

Mas já não seria o Reino Unido a principal força propulsora do sionismo, com os Estados Unidos assumindo a direção do sistema imperialista fundado após a Segunda Guerra.

Aliança EUA e o Estado de Israel

A partir dos anos 50, o Estado de Israel se transforma em uma vital cabeça-de-ponte da Casa Branca no Oriente Médio, financiado e armado com extrema generosidade.

Essa tarefa ganharia relevância ainda maior depois de 1979, quando a revolução islâmica no Irã derruba outra administração diretamente comprometida com os Estados Unidos.

O fato é que, se internamente à Palestina o sionismo estabeleceria um regime segregador e colonial, externamente atuaria como guardião dos interesses norte-americanos, buscando desestabilizar governos e movimentos que pudessem se opor aos desígnios de Washington.

Esse cenário não seria alterado nem mesmo com o colapso da União Soviética, em 1991, e o fim da Guerra Fria.

Mesmo sem participar diretamente das invasões do Iraque, Afeganistão e Líbia, ou da guerra civil na Síria, Israel é um peão fundamental para ameaçar governos árabes ou muçulmanos, intervir em seus assuntos internos e servir como reserva militar no caso de eventual conflagração regional.

Essa hipótese está fartamente comprovada, a propósito. O governo Netanyahu, ao mesmo tempo em que recorre a práticas genocidas para finalizar a operação de limpeza étnica desencadeada em 1948 e consolidar seu projeto colonial, igualmente desfere ataques militares contra Líbano, Síria e Irã, embora de forma extraterritorial nesse último caso, ao menos até agora.

Mesmo fora do Oriente Médio, o sionismo opera ao lado dos piores agentes do sistema imperialista.

Não é novidade para ninguém a associação do Estado de Israel com a extrema direita tanto na Europa quanto nas Américas, de norte a sul. Vincula-se ao fundamentalismo neopentecostal e a lógica do confronto civilizacional, que oporia o Ocidente ao Oriente, a tradição judaico-cristã ao islamismo.

Aliás, nada disso é novidade. Ao longo do tempo, o Estado sionista foi rasgando suas fantasias, colaborando com os governos mais reacionários do planeta, como foi o caso da estreita aliança com a África do Sul na época do apartheid, ao menos até 1986.

Natureza colonial e racista

Ainda assim, o massacre contra os palestinos na Faixa de Gaza, que bravamente lutam e resistem, expõe como nunca as entranhas do regime sionista.

Sua natureza colonial e racista, sua violência, seu desrespeito histórico às resoluções das Nações Unidas e ao direito internacional, sua ofensa contra as melhores tradições e valores do judaísmo.

Como judeu, de antiga história familiar inscrita nas lutas revolucionárias e internacionalistas, com muitos parentes exterminados durante o nazismo, sinto-me profundamente indignado, ultrajado, com a malignidade do Estado sionista.

Não hesito em afirmar: o sionismo entrará para a história como um segundo Holocausto.

Não somente pelo genocídio contra o povo palestino, mas porque destruiu e renegou os valores humanistas e democráticos que eram abraçados pela maioria dos judeus. O sionismo, em sua fase mais apodrecida e violenta, trocou esses valores pela cartilha daqueles que massacraram os judeus no Gueto de Varsóvia e nos campos de concentração.

O Estado de Israel está se tornando a principal fonte de antissemitismo dos nossos tempos, pois compromete todos os judeus com seus crimes de guerra e lesa-humanidade.

Por ironia da história, está nas mãos da resistência palestina e da solidariedade mundial a chance de libertar o próprio judaísmo da desonra, da dor e da vergonha que passou a representar o regime sionista.

Vim a Istambul, irmãs e irmãos, porque o lindo combate do povo palestino, por liberdade e justiça, é a maior das batalhas de toda a humanidade em nossos dias.

Que os povos do mundo se levantem para dissuadir a mão assassina do Estado de Israel, em um só grito e uma só vontade: Palestina livre!

Muito obrigado.

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Comentários

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Zé Maria

Theodor Herzl was born in the Dohány utca (Tabakgasse in German), a street in the quarter of Pest (now eastern part of Budapest), Kingdom
of Hungary – Austro-Hungarian Empire -(today Hungary), to a “Neolog
Faction” (“Neológ Irányzat”) Jewish family.
[Cohen, Israel. “Theodor Herzl, founder of political Zionism”. T. Yoseloff.
1959. p19.]

He was the second child of Jeanette and Jakob Herzl, who were
German-speaking, assimilated Jews.
His father’s family had migrated from Zimony (today Zemun, Serbia),
to Bohemia(so Heiliges Römisches Reich Deutscher Nation), in 1739,
where their family’s surname Loebl were germanized to Herzl.

[“Theodor’s father and grandfather were born in Zemun”. See: Loker, Zvi. “Zemun”. In Berenbaum, Michael; Skolnik, Fred (eds.). 2007. Encyclopedia Judaica. Vol. 1 (2nd ed.). Detroit: Macmillan Reference. pp. 507–508.
Archived from the original on 2 November 2013. Retrieved 1 November 2013.]

Zé Maria

Theodor Herzl: “An Ardent Germanophile”

According to Amos Elon [“Herzl”. New York:Holt,Rinehart&Winston. 1975.p23], as a young man, Herzl was an ardent “Germanophile” who saw “the Germans
as the best Kulturvolk” (Cultured People) in Central Europe and embraced the “German ideal of Bildung” – the “Bildung theory” tended to equate beauty
with goodness -, whereby reading great works of literature could allow one
to appreciate the beautiful things in life and thus become a morally better
person.

Herzl believed that through Bildung Hungarian Jews such as himself could shake off their “shameful Jewish characteristics” caused by long centuries of impoverishment and oppression, and become civilized Central Europeans, a true Kulturvolk along the German lines.
[Ian Buruma.”Anglomania: A European Love Affair”.New York: Vintage Books. 1998. p180.]

According to Henry Wickham Steed [“The Habsburg Monarchy”. London.
1914. p188], Herzl was initially “fanatically devoted to the propagation
of Jewish-German ‘Liberal’ assimilationist doctrine.”

As a young law student, Herzl became a member of the German
Nationalist “Burschenschaft Albia” (“White Fraternity”), which had
the motto “Ehre, Freiheit, Vaterland” (“Honor, Freedom, Fatherland”).

[Helge Dvorak. “Herzl, Theodor”. Biographisches Lexikon der Deutschen Burschenschaft (in German). Vol. Band I: Politiker Teil 2:F-H. Heidelberg: Universitätsverlag C. Winter. 1999. p317–318.]

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