VÍDEO: Objetivo de Israel é impedir os jornalistas de contar a história e cumprir nossa missão, diz chefe Al Jazeera em Gaza

Tempo de leitura: 2 min
Wael Dahdou, com o microfone na mão, fala sobre seu câmera e amigo, o jornalista Samer Abu Daqqa, assassinado por tropas de Israel. Elas impediram o acesso de ambulâncias para socorrê-lo. Samer sangrou durante 6 horas, até morrer. Fotos: Reprodução

Da Redação

25 de outubro. Bombardeios de Israel assassinam a mulher, dois filhos e o neto do jornalista Wael Dahdou, chefe do escritório da tevê Al Jazeera em Gaza.

15 de dezembro. Bombardeio israelense a escola em Khan Younis, sul de Gaza, fere Wael Dahdou e assassina seu câmera e amigo, o jornalista Samer Abu Daqqa.

Tropas de Israel impediram o acesso de ambulâncias para socorrer Samer. Ele sangrou por 6 horas, até morrer.

É a Samer Abu Daqqa e a seu colete de jornalista, encharcado de sangue, que Wael Dahdou se refere no vídeo abaixo:

“Está claro que o objetivo dos israelenses é amordaçar jornalistas, nos impedir de contar a história e cumprir nossa missão humanitária e profissional”.

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Zé Maria

.

“Presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse em Discurso, em Teerã,
que “a continuação da ocupação [militar israelense] não confere
legitimidade ao ocupante e o povo palestino tem o direito de se defender”.

🔴 AL JAZEERA

Atualizações AO VIVO: http://aje.io/9uo0
https://twitter.com/AJEnglish/status/1738544988970168492

.

Zé Maria

A Estatística do Extermínio do Grupo Étnico Palestino pelo Estado Sionista

“Pelo menos 20.057 Palestinos foram Mortos e 53.320 Feridos
em Ataques Militares Israelenses a Gaza, desde 7 de Outubro,”

*A Maioria Mulheres e Crianças.
** Sem Contar os Desaparecidos
nos Escombros dos Bombardeios.

aje.io/0tru0c
AL JAZEERA
https://twitter.com/AJEnglish/status/1738084950879166854

Zé Maria

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/1/13/Hector_pieterson.jpg
https://pbs.twimg.com/media/Fyu0pYrXwAI2nEW?format=jpg

“História Sem Registro de Evidências Não é História”

PETER MAGUBANE

FotoJornalista Negro que registrou os Protestos
e o Massacre de Soweto, em 16 de Junho de 1976.

https://revistazum.com.br/ensaios/peter-magubane/
https://southafrica.co.za/recording-june-16th-made-history.html
https://southafrica.co.za/june-16th-1976.html
.

Zé Maria

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TIRO NO PÉ

“O PT acomodou-se na Relação com a Mídia Venal
deixando o Caminho Livre para a Extrema-Direita
nas Redes”, alerta Especialista da UERJ

Na avaliação do cientista político João Feres Júnior,
Coordenador do Monitor da Extrema Direita e do
Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública
da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ),
o bolsonarismo não sofreu grandes abalos mesmo
após o ‘Mito’ ser desalojado do Palácio do Planalto
ou ainda depois de ficar inelegível, pois a espinha
dorsal do movimento, a indústria de fake news,
continua operando a todo vapor.

“O bolsonarismo continua forte e organizado, porque
conseguiu preservar a sua estrutura de comunicação”

“Os bolsonaristas contam, inclusive, com a ajuda da mídia,
utilizam notícias [da Imprensa Venal ‘Tradicional’] para
produzir as suas próprias interpretações dos fatos.
Assim, os meios de comunicação tradicionais também
ajudam a construir narrativas para o bolsonarismo.”

Nesta entrevista à repórter Fabíola Mendonça, o especialista analisa
o comportamento dos bolsonaristas no primeiro ano de Lula, faz críticas
ao PT por não enfrentar a máquina da desinformação e discute o futuro
da extrema-direita.

CartaCapital (CC): Que análise o senhor faz do movimento bolsonarista
ao término de 2023, um ano após a saída de Jair Bolsonaro da Presidência?

João Feres Júnior (JFJ): O bolsonarismo continua forte e organizado,
porque conseguiu preservar a sua estrutura de comunicação.

Ele consegue, a partir de um centro, comunicar narrativas que
passam para pessoas apoiadoras em toda a sociedade.

A gente não sabe direito como isso funciona, inclusive a missão
do meu trabalho é desvendar esse aspecto.
Mas a difusão de fake news para essa base está tão forte
quanto no período da campanha.

A única diferença é que a central da desinformação,
o “gabinete do ódio”, estava enraizada no Poder Executivo,
mobilizando funcionários do aparato estatal.
Isso foi desmontado, mas não feriu de morte esse sistema
de comunicação.
Ao contrário, eles conseguiram montar canais alternativos.

CC: Como os bolsonaristas lidaram com a derrota de Bolsonaro?

JFJ: Lidaram mal, tanto os radicais quanto os moderados.
Acham que ele foi vítima de perseguição política, inclusive ao ser
declarado inelegível por oito anos.
Nesse aspecto há um consenso.
Ambos os grupos se irmanam na percepção de injustiça.

CC: A indústria das fake news sofreu algum abalo pós-eleições?

JFJ: Pelo relatório do “Observatório de Redes”, no qual a gente monitora
o debate político no Instagram e no Facebook, a indústria das fake news
não perdeu o poder, continua funcionando de maneira eficaz.
Neste trabalho, a gente escolhe um assunto e vê como foi a reação dos
bolsonaristas.

Na eleição da Argentina, para citar um exemplo, eles se agarraram
à narrativa mentirosa de que o governo Lula havia doado 1 bilhão de
dólares para Sergio Massa na tentativa de impedir a vitória do Javier Milei.

É uma distorção (o Brasil apoiou a concessão de um empréstimo à Argentina
pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e a decisão foi mantida
após a vitória de Milei), mas os bolsonaristas deitaram e rolaram, ganharam
grande visibilidade nas redes.

Mesmo quando as notícias são favoráveis ao governo Lula, eles alimentam narrativas negativas e ganham o debate.
Ganham na interação, eles sempre estão na frente.
As narrativas do governo têm efeito quase nulo.

Os bolsonaristas contam, inclusive, com a ajuda da mídia, utilizam
notícias [da Imprensa Venal ‘Tradicional’] para produzir as suas
próprias interpretações dos fatos.

CC: Como os bolsonaristas estão vendo o primeiro ano do governo Lula?

JFJ: Olhando pela perspectiva do Monitor da Extrema Direita, vemos uma
certa divisão.
Os bolsonaristas convictos, mais radicais, não reconhecem virtude alguma
do governo Lula.
Tudo o que é feito está errado.

Já os moderados conseguem reconhecer um ou outro acerto do governo.

A repatriação dos brasileiros que estavam em Gaza, por exemplo, foi vista
como uma coisa positiva. O que parece separar convictos e moderados
é o hábito de consumir notícias, esta é a minha hipótese.

Os radicais só consomem informações políticas de canais bolsonaristas,
não apenas nas redes sociais, mas também na Record, na Jovem Pan,
em canais da mídia tradicional que também são bolsonaristas.

CC: Como foi a reação dos bolsonaristas ao 8 de Janeiro?

JFJ: Os moderados não apoiaram o vandalismo.
Os convictos dizem que o quebra-quebra foi uma armação da esquerda.
Os meios de comunicação tradicionais também ajudam a construir
narrativas para o bolsonarismo.

CC: E a inelegibilidade de Bolsonaro?

JFJ: Ambos acham que o Bolsonaro é vítima de perseguição política,
mas os moderados sempre dizem que, se há acusações, elas precisam
ser investigadas.
Os moderados têm uma postura antipolítica mais acentuada que a
dos convictos.
Se todo político é ladrão, Bolsonaro também pode ser.
É uma turma mais lavajatista.

CC: Isso se manteve nas denúncias sobre a apropriação das joias sauditas?

JFJ: Para os convictos, não há ilegalidade, essa coisa das joias é uma trama
da esquerda para derrubar Bolsonaro.
Os moderados se dividem: alguns não veem problemas, outros dizem que
precisa investigar.

CC: E a eleição do Milei na Argentina?

JFJ: Os convictos o enxergam como um aliado, um parceiro, um irmão
do Bolsonaro.
Os moderados têm uma posição mais cautelosa em relação a ele.

CC: O bolsonarismo chega forte para eleger um grande número de aliados
nas eleições municipais do próximo ano?

JFJ: Sim. Boa parte do espectro político partidário percebeu que Bolsonaro
tem uma capacidade de angariar votos muito grande.
A direita brasileira sempre teve um problema sério de apelo popular.
Conseguia ganhar algumas eleições, mas precisava modular o discurso.

Bolsonaro ofereceu, para a direita brasileira, uma narrativa moralista,
ultrarreacionária e conspiracionista.
Pode parecer um absurdo total, um amontoado de baboseiras e mentiras,
mas funciona, rende muitos votos.

CC: Qual o futuro da extrema-direita? Terá vida longa?

JFJ: Não acredito na longevidade da extrema-direita.

Primeiro, por ter uma doutrina antissocial que instiga o conflito.

Hoje, é a esquerda que tem um projeto de pacificação.

Mas, no curto e médio prazo, eles têm combustível para queimar,
sobretudo por sua notável capacidade de comunicação.

Como o governo Lula não fez nada significativo para combater isso,
a extrema-direita continua aí.

O PT voltou ao poder e acomodou-se na relação com a mídia.

Eles [os petistas] acham que a cobertura não está tão negativa
como esteve nos tempos da Lava Jato, do impeachment de Dilma
Rousseff.

Acho que isso é um tiro no pé, porque os meios de comunicação tradicionais
não apenas tem a sua própria agenda econômica, bastante distinta daquela
do governo, como também ajudam a construir narrativas para o bolsonarismo.

O PT comunica-se com as pessoas por meio de políticas públicas, o que é maravilhoso.
Mas nem sempre isso funciona, é preciso explorar outros caminhos.

CC: Qual seria o melhor antídoto?

JFJ: É preciso combater o bolsonarismo no âmbito da comunicação,
que é a espinha dorsal desse movimento.

Bolsonaro construiu uma rede de comunicação independente da ‘Grande Mídia’.

Chegou a hostilizar a toda poderosa Rede Globo.

O bolsonarismo não é um movimento social clássico.

Eles atuam na opinião pública, que depois se consolida e gera um efeito
eleitoral.
Eles não precisam fazer manifestações ou piquetes.

As últimas mobilizações de rua do bolsonarismo foram pífias,
mas eles quase venceram no voto.

(Publicado na edição n° 1291 de CartaCapital, em 27 de dezembro de 2023)

https://www.cartacapital.com.br/politica/tiro-no-pe-2/

Zé Maria

Imprensa Venal Ocidental da OTAN é Cúmplice
do Assassinato de Jornalistas Árabes em Gaza

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