Pedro dos Anjos: Os protocolos sionistas judaico-neopentecostais no Rio e em São Paulo. Uma nova Santa Inquisição a caminho?

Por Pedro dos Anjos, especial para o Viomundo

Algumas cidades brasileiras – entre elas Rio e São Paulo – estão embarcando em uma nova e perigosa caçada.

Elas pretendem combater aquelas e aqueles que consideram ser pessoas portadoras de discursos ou práticas antissemitas.

Na verdade, gente que elas descrevem e arbitram que propala posições antissionistas.

Israel têm recrutado nacionais no exterior para persuadir prefeitos a aderirem a um protocolo especial.

De acordo com esse protocolo, qualquer crítica ou ação que deplore a ocupação israelense da Palestina e suas consequências extremamente sangrentas será tachada de antissemitismo.

Até as paredes sabem que o sionismo geralmente mascara seus verdadeiros objetivos geopolíticos explorando uma fachada religiosa.

A apropriação de petróleo e gás em Gaza e o confisco de terras palestinas, o bombardeio de crianças, populações e hospitais, todas essas desgraças temporais devem ser removidas da vida real e diluídas em narrativas religiosas.

Nesse ponto, alguém poderia apelar para o jargão repetitivo de que tudo é uma “guerra de narrativas”.

Mas não há uma guerra de narrativas, ao menos uma simétrica, pois a narrativa dominante é a das classes dominantes das potências dominadoras do mundo ocidental e das suas sucursais.

Apoie o VIOMUNDO

R$ 5 R$ 15 R$ 35 Qualquer valor

Os narradores dominantes são terminantes e destinam um papel único para os oprimidos: o de ser a parte “narrada” na guerra de narrativas.

O uso da religião é uma poderosa ferramenta política à disposição dos narradores dominantes.

Políticos iliberais bem conhecidos como Netanyahu e o inominável brasileiro, que chamam um ao outro de “brothers”, sentem-se à vontade em manipular trechos bíblicos para ocultar interesses geopolíticos seculares.

É de se perguntar se esse protocolo israelense com governos do mundo pode levar a um novo tipo de Santa Inquisição.

Quem sabe se:

— Os dois aspirantes a tiranos, que conspurcaram o Muro das Lamentações de Jerusalém, não estariam urdindo a intenção de julgar em tribunal religioso todos os acusados de antissemitismo?

— Há no horizonte um modelo reformatado de Santa Inquisição, agora liderado por um eixo judaico-neopentecostal?

— Está em perspectiva, punir severamente os novos marranos (veja PS do Viomundo), isto é, todos aqueles e aquelas que defendem os direitos humanos dos palestinos e denunciam as atrocidades cometidas por Israel contra a população de Gaza e da Cisjordânia?

– Está previsto nesta agenda macabra queimar em um novo auto-da-fé quem insistir em dizer que a Terra é redonda?

PS do Viomundo: Marranos – em espanhol significa porcos jovens. A palavra foi utilizada pelos liderados da rainha católica da Espanha, Isabel de Castela, desde fins do século 15, de modo ofensivo. Muçulmanos e judeus, que em comum não ingerem carne de porco, foram chamados de marranos pelos adoradores da Santa Inquisição.