VÍDEO: Anistia Internacional mostra os crimes de apartheid praticados por Israel contra os palestinos; legendas em português

Tempo de leitura: 3 min
Opressão, dominação, apartheid. Ë o sistema imposto por Israel nos territórios palestinos que ocupa há décadas. Os palestinos não têm liberdade de locomoção nem em seus próprios espaços. Para ir ao trabalho, por exemplo, são obrigados a passar por pontos de inspeção israelenses, que estão espalhados por todo lado. O complexo sistema de identificação é outra forma de segregação. Enquanto os judeus israelenses têm um único modelo que lhes permite ir onde quiserem, os palestinos têm quatro, todos com restrições. A milhares de palestinos, Israel não fornece nenhum documento de identificação, impedindo-os de se unirem aos demais membros da família. Resta-lhes vê-los do outro lado da fronteira. Um muro de 700 km de extensão e 8 metros de altura em alguns lugares (tem dobro da altura e quatro vezes a extensão do Muro de Berlim) foi construído por Israel na Cisjordânia para separar o território palestino dos assentamentos ilegais de colonos israelenses. Após o 7 de outubro, a situação deve ter piorado. Fotos: Reproduções do documentário da Anistia Internacional

Democracia para uns, escravidão para outros

Por Jair de Souza*

Tenho a impressão de que muitos de nós já nos deparamos com a esta situação.

Ao tecermos alguma crítica à maneira como o Estado de Israel trata a população palestina, recebemos como resposta uma retrucação do tipo: “Israel é a única democracia do Oriente Médio. Ali, há eleições, as pessoas podem assumir sua sexualidade com liberdade, etc.”

Porém, aqueles que respondem dessa maneira parecem não levar em conta as condições de vida de uma parcela significativa dos habitantes daquele espaço, o povo palestino.

Para estes, a tão decantada democracia está longe de existir. Muito pelo contrário, em realidade, os palestinos vivem muito mais próximos da escravidão do que da democracia.

Para ser mais preciso, o regime vigente em Israel para quase metade de sua população é algo muito semelhante àquilo que vigia na África do Sul até por volta de 1990. Em outras palavras, estamos falando do velho e conhecido regime de APARTHEID.

Neste regime segregacionista, a chamada categoria dos povos senhores podem gozar e usufruir de todas as riquezas disponíveis e até mesmo da democracia.

No entanto, para os que não têm a felicidade de ter nascido no seio da raça dominante, o panorama é muitíssimo mais sombrio.

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Poderíamos dizer que, naquelas terras onde sua gente vivia há milhares de anos, os palestinos padecem agora uma repressão e rechaço ainda mais cruel do que as populações negras sofriam sob o domínio dos chamados Afrikaners (colonizadores de ascendência holandesa que dominaram a África do Sul por longas décadas).

E, ao dizer que a vida dos palestinos é até pior do que aquela a que os negros africanos estavam submetidos sob o apartheid sul-africano, não estamos abusando da linguagem para dar maior dimensão ao problema.

É que, por mais que odiassem os negros, os afrikaners dependiam dos mesmos para fazer funcionar sua economia. Não havia outra mão de obra disponível para realizar os trabalhos indispensáveis para que a economia funcionasse e a classe dominante pudesse acumular riqueza.

Já em Israel-Palestina, os colonizadores não sentem necessidade de preservar a população nativa nem mesmo para explorá-la como fonte de mais-valia.

Por isso, os palestinos estão sob ameaça constante de expulsão e extermínio, visto que os colonizadores não têm nenhum projeto no qual eles possam ser incluídos.

Mas, não estaríamos exagerando nessas alusões?

Será que esse panorama tão sombrio não se origina de agitadores interessados em difamar os judeus que comandam e dirigem o Estado de Israel?

Não estaríamos, uma vez mais, diante de demonstrações de antissemitismo?

Existem organizações com credibilidade suficiente no Mundo Ocidental (já que há gente que não confia em fontes de outras origens) para dar evidências de que o Estado de Israel não dispensa aos palestinos um tratamento humanitário à altura de uma democracia?

Vamos responder afirmativamente a questão recém posta.

Conforme poderemos observar neste documentário produzido pela Amnesty International [Anistia Internacional], o regime mantido por Israel nos territórios sob sua ocupação deve ser literalmente classificado como APARTHEID.

Para que todos possam conferir e analisar os relatos apresentados pelos responsáveis por uma das mais respeitáveis agências humanitárias do Mundo Ocidental, recomendamos que assistam com muita atenção ao vídeo-documentário que apresentamos em associação com este texto.

Visando superar os costumeiros entraves que são colocados na difusão de todo e qualquer material que não seja lisonjeiro com o sionismo israelense, estamos oferecendo dois enlaces alternativos para o acesso ao vídeo.

Pelo Dailymotion, está no topo.  Pelo Youtube, mais abaixo.

Para acessar as legendas em português, vá a CONFIGURAÇÕES, na parte inferior dos vídeos (tanto em Dailymotion como em Youtube), e ative-as.

Seguramente, depois de ver os relatos apresentados por Amnesty International, vai ser preciso estar dotado de muita aversão à verdade para não aceitar a conclusão de que o Estado de Israel é indudavelmente um estado de apartheid.

*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ

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Comentários

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Zé Maria

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Genocídio? Terrorismo? Massacre de Israel Escancara Limites
das Leis Internacionais com Confronto Colonial na Palestina

“Para além das possibilidades de responsabilização,
o Confronto Colonial IsraelxPalestina parece reforçar
a Assimetria entre as Partes e, assim, os Mecanismos
de Fundo da Produção da Violência.”

Por Arturo Hartmann, no Brasil de Fato
[…]
Raz Segal, pesquisador da Universidade de Stockton, estudioso do Holocausto e dedicado à investigação do conceito de genocídio, no quarto dia das operações israelenses levantou em artigo a possibilidade de Israel estar cometendo o que chamou de “genocídio de manual”. Dos cinco critérios da normativa, Israel implementava três: matar membros do grupo; causar dano sério corporal ou mental a membros desse grupo; deliberadamente infligir sobre o grupo condições de vida calculadas para trazer a destruição física de seu todo ou de parte.

Segal escrevia no dia que o exército de Israel, em comunicado militar, impunha à população do norte de Gaza, cerca de 1,1 milhão de pessoas, uma evacuação em direção ao sul do território. Se esse movimento fosse parte de um plano para deslocar palestinos de Gaza permanentemente para o Egito, isso configuraria uma forma de eliminação prevista, por exemplo, em definições de limpeza étnica.

O Artigo 49 da 4ª Convenção de Genebra afirma que “transferências forçadas de indivíduos ou de massas (…) do território ocupado para o território do poder ocupante ou para qualquer outro país, ocupado ou não, está proibido, não importa o motivo.”

Ellayan e Longobardo apontam que outro elemento que configura o crime de genocídio são as declarações de oficiais israelenses dadas no decorrer das ações de Israel. Yoav Gallant, o chefe do Estado Maior do exército, por exemplo, disse, ao informar que ordenava “o completo cerco de Gaza”, que “Não haverá eletricidade, nem comida, nem combustível, tudo estará fechado”. E completava: “Nós estamos lutando contra animais humanos, então vamos agir dessa maneira”. Já o presidente Isaac Herzog, no dia 13, dizia que não haviam civis em Gaza, ou seja, todos podiam ser alvos.

Rania Madi, palestina-suíça, é conselheira legal de organizações internacionais em Genebra e representante do setor Law for Palestine (Lei para a Palestina) da ONU, um arquivo de documentação sobre a questão. Ao Brasil de Fato, ela destaca que “as condições pré-existentes na Faixa de Gaza já tinham levantado discussões sobre o genocídio antes mesmo deste outubro”. Isso ocorreu em “debates entre especialistas, por exemplo, no Tribunal Russel para a Palestina, em 2014, e no Centro de Direitos Constitucionais, em 2016”, diz ela.

A questão aqui é se o direito de defesa de Israel se choca com o controle ilegal que exerce sobre os Territórios de Cisjordânia e Faixa de Gaza.
[…]
Madi aponta um ciclo vicioso na convivência desse direito de defesa
com a manutenção de uma brutal ocupação em Cisjordânia e Gaza|:
a soma desses fatores consolida a impunidade israelense.
Desde que Israel reformula seu controle sobre Gaza com a retirada e
a implementação do cerco, o modo de ação são bombardeios
(2008, 2012, 2014 e 2021) ou linhas de atiradores (2018).

O que tivemos foi “o silêncio da comunidade internacional,
apesar das muitas resoluções da ONU que pediam que Israel
parasse de bombardear as populações de Gaza”.

No período de setembro de 2000, quando explode a 2ª Intifada,
até 5 de outubro de 2023, a contagem era de 10.559 palestinos
mortos por forças israelenses em Gaza (dados do Btselem).

Um dado central é que, já em 2012, a ONU previa que por volta
de 2020, devido ao bloqueio israelense, a Faixa seria um local
inabitável, entre outras coisas porque não haveria água potável.

Assim, na prática Israel invoca seu “direito de defesa contra
formas de resistência como base para justificar violações
de lei internacional”, afirma a consultora em Genebra.

Palestinos e palestinas têm o direito de resistir à ocupação ilegal
de seus territórios.

O consenso atualmente é que a Faixa de Gaza e a Cisjordânia,
parte do que foi a Palestina histórica, são de direito palestino
e externos à Israel.

O que ocorre, depois da 2ª Guerra e a partir dos processos de descolonização, é que há um apoio crescente à legitimidade
da luta armada contra poderes ocupantes em nome do princípio
da autodeterminação dos povos.

De fato, já em 1960 temos a “Declaração da Garantia de Independência
aos Povos Coloniais e Territórios” e, em 1977, o “Protocolo Adicional I
à Convenção de Genebra”, que inclui a regulação de conflitos armados
no qual “povos estejam lutando contra dominação colonial e
ocupação estrangeira, e contra regimes racistas no exercício
de sua autodeterminação, como exposto na Carta da ONU…”.

Para Madi, a legitimidade da resistência é impulsionada pela gravidade
da ilegalidade da própria ocupação, aumentada pela ausência de vontade
política da comunidade internacional para acabar com a posição
assimétrica entre uma população subjugada colonizada e o poder colonial.

E ela faz uma observação importante, talvez o cerne da questão dentro
desse labirinto de prescrições legais:
“a afirmação da legitimidade da resistência é clara quando fontes são lidas
com a justa consideração das posições de Estados e pesquisadores do Sul
Global no fazer da lei internacional”.

*Arturo Hartmann é jornalista, pesquisador da questão palestina
e um dos diretores do documentário “Sobre Futebol e Barreiras” com
Arturo Hartmann, Lucas Justiniano, J. Menezes e João Assumpção
(https://icarabe.org/entrevistas/documentario-aborda-o-conflito-israel-palestina-sob-a-otica-do)

Íntegra:
https://www.brasildefato.com.br/2023/10/29/genocidio-terrorismo-massacre-escancara-limites-das-leis-internacionais-com-confronto-colonial-na-palestina
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Zé Maria

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“Um Caso Clássico de Genocídio de Manual”

“Israel tem sido explícito sobre o morticínio
que está fazendo em Gaza.
Por que o mundo não está ouvindo?”

Por Raz Segal, no ‘Jewish Currents’

A campanha de Israel para deslocar os habitantes de Gaza
– e potencialmente expulsá-los completamente para o Egito –
é mais um capítulo da Nakba, em que cerca de 750 mil palestinos
foram expulsos das suas casas durante a guerra de 1948 que
levou à criação do Estado de Israel.

Mas o ataque a Gaza também pode ser entendido noutros termos:
como um caso clássico de genocídio que se desenrola
diante dos nossos olhos.

Digo isto como um estudioso do genocídio, que passou muitos anos
escrevendo sobre a violência em massa israelense contra os palestinos.

Escrevi sobre o colonialismo dos colonos e a supremacia judaica em Israel ,
a distorção do Holocausto para impulsionar a indústria armamentista israelense, a utilização de acusações de anti-semitismo como arma
para justificar a violência israelense contra os palestinos e o regime racista
do apartheid israelense.

Agora, após o ataque do Hamas no sábado, o pior dos piores está a acontecer.

Segundo o direito internacional, o crime de genocídio é definido
pela “intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional,
étnico, racial ou religioso, como tal”, conforme observado na
Convenção das Nações Unidas sobre Prevenção e Punição do
Crime de Genocídio, de dezembro de 1948.

No seu ataque assassino a Gaza, Israel proclamou em voz alta esta intenção.

O Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou- o em termos
inequívocos no dia 9 de Outubro:

“Estamos a impor um cerco completo a Gaza. Sem eletricidade, sem comida,
sem água, sem combustível. Tudo está fechado.
Estamos lutando contra animais humanos e agiremos de acordo.”
[…]
Esta linguagem desumanizadora é claramente calculada para justificar
a destruição em larga escala de vidas palestinas; a afirmação do “mal”,
no seu absolutismo, omite as distinções entre os militantes do Hamas
e os civis de Gaza, e obstrui o contexto mais amplo da colonização
e da ocupação.

Os líderes ocidentais reforçaram esta retórica racista…

A Convenção das Nações Unidas sobre Genocídio lista cinco atos
que se enquadram na sua definição.
Israel está actualmente a perpetrar três destes crimes em Gaza:
“1. Matando membros do grupo.
2. Causar graves danos corporais ou mentais aos membros do grupo.
3. Infligir deliberadamente ao grupo condições de vida calculadas
para provocar a sua destruição física, total ou parcial.”

A Força Aérea Israelense, segundo suas próprias contas, lançou
até agora mais de 6.000 bombas em Gaza, que é uma das áreas
mais densamente povoadas do mundo – quase tantas bombas
quanto as que os EUA lançaram sobre todo o Afeganistão
durante o período recorde. anos de sua guerra lá.

A Human Rights Watch confirmou que as armas utilizadas incluíam
bombas de fósforo [branco], que incendiaram corpos e edifícios,
criando chamas que não se extinguem em contato com a água.

Isto demonstra claramente o que Gallant quer dizer com “agir
em conformidade”: não visar militantes individuais do Hamas,
como afirma Israel, mas desencadear violência mortal contra
todo os palestinos em Gaza, “como tal”, na linguagem da Convenção
sobre o Genocídio da ONU.

Israel também intensificou o seu cerco de 16 anos a Gaza – o mais longo
da história moderna, numa clara violação do direito humanitário
internacional – para um “cerco completo”, nas palavras de Gallant.

Esta expressão que indica explicitamente um plano para levar o cerco
ao seu destino final de destruição sistemática dos palestinos e
da sociedade palestina em Gaza, matando-os, matando-os à fome,
cortando-lhes o abastecimento de água e bombardeando os seus hospitais.

Não são apenas os líderes de Israel que usam tal linguagem.

Um entrevistado do Canal 14 pró-Netanyahu apelou a Israel
para “transformar Gaza em Dresden”.

O Canal 12, a estação de notícias mais assistida de Israel,
publicou uma reportagem sobre israelenses de tendência
esquerdista pedindo “dançar no que costumava ser Gaza”.

Entretanto, apelos verbais genocidas – para “ apagar ” e “ achatar ” Gaza – tornaram-se onipresentes nas redes sociais israelitas .

Em Tel Aviv, uma faixa com os dizeres “ Zero Gazans ”
foi vista pendurada numa ponte.

Na verdade, o ataque genocida de Israel a Gaza é bastante explícito,
aberto e descarado.

Os perpetradores do genocídio geralmente não expressam
as suas intenções de forma tão clara, embora haja exceções.

No início do século XX, por exemplo, os ocupantes coloniais alemães
perpetraram um genocídio em resposta a uma revolta das populações
indígenas Herero e Nama no sudoeste de África.

Em 1904, o general Lothar von Trotha, comandante militar alemão,
emitiu uma “ordem de extermínio”, justificada pela lógica de
uma “guerra racial”.

Em 1908, as autoridades alemãs tinham assassinado 10.000 Nama
e alcançado o objetivo declarado de “destruir os Herero”, matando
65.000 deles, 80% da população.

As ordens de Gallant em 9 de outubro não foram menos explícitas.

O objetivo de Israel é destruir os palestinos de Gaza.
E aqueles de nós que estão assistindo ao redor do mundo
negligenciam a responsabilidade de impedi-los de fazê-lo.

Íntegra:
https://jewishcurrents.org/a-textbook-case-of-genocide
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abelardo

Hay hombres que luchan un día y son buenos
Hay otros que luchan un año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida
Esos son los imprescindibles
Bertold Brecht

Creo que está loca
Le doy de masticar una paloma
Y la enveneno de mi bien oh-oh-oh-oh-oh

Pero se destruye
Cuando llego a su estómago
Y planteo con un verso una verdad
¡Oh, oh, oh! La mato y aparece una mayor
¡Oh, oh, oh! Con mucho más infierno en digestión

Após a morte da serpente do nazismo, será que está surgindo uma maior?

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