João Quartim de Moraes: Sobre genocidas, facho-sionismo, Netanyahu e Menachem Biden
Tempo de leitura: 4 minSobre anões e genocidas
Argumentar com genocidas é perder tempo: eles só acreditam no “argumento” da força
Por João Quartim de Moraes*, em A Terra é Redonda
Em 24 de julho de 2014, furibundo porque o governo brasileiro condenara “energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza”, convocando para consultas o embaixador em Tel Aviv, o ministério israelense das Relações Exteriores replicou classificando o Brasil de “anão diplomático”.
Além de insolente, a réplica cometeu a baixa grosseria de usar uma contingência biológica (nanismo e distúrbio de crescimento infantil) como insulto.
Não obstante, houve e segue havendo por aqui sicofantas da extrema direita que aplaudiram a “diplomacia” do país do “apartheid” e atacaram a nossa…
O mais conhecido é o abominável Sergio Moro, que segue grasnando seu apoio ao aniquilamento dos palestinos de Gaza pelos criminosos de guerra israelenses.
O comunicado de Tel Aviv continha um enfático apelo: “Israel espera o apoio de seus amigos na luta contra o Hamas, que é reconhecido como uma organização terrorista por muitos países ao redor do mundo”.
Por “muitos países” entendem, obviamente, o império estadunidense e seus vassalos, dos quais o próprio Israel é vassalo-mor.
O comunicado omite, cinicamente, o apoio dos serviços secretos de seu país à formação do Hamas para dividir a resistência palestina, debilitar a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), reconhecida pela Liga Árabe em outubro de 1964 como “única representante legítima do povo palestino” e eliminar Yasser Arafat, seu principal dirigente histórico.
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Haaretz, o mais importante jornal israelense, publicou provas confirmando que Benjamin Netanyahu, decidido a impedir por todos os meios a viabilização do Estado palestino, admitiu em reunião reservada de seu partido Likud, em 2019, que “quem quiser impedir o estabelecimento de um estado palestino tem de apoiar o fortalecimento do Hamas e a transferência de dinheiro para o Hamas. Isso faz parte da nossa estratégia”. (cf. Intercept Brasil, 11/10/2023).
O frio descaramento de Benjamin Netanyahu e de seu entorno na execução dessa estratégia se inscreve numa longa sequência de morticínios que pavimentaram a formação e a expansão do Estado de Israel.
Um dos primeiros ocorreu em 22 de julho de 1946, antes mesmo da malfadada partilha da Palestina.
O grupo terrorista Irgun, comandado por Menachem Begin, introduziu pesada carga de explosivos na cozinha do hotel King David, em Jerusalém, onde residiam com suas famílias os funcionários do Mandato Britânico da Palestina (estabelecido pela Sociedade das Nações em 1923, após o colapso do Império Otomano).
A explosão estremeceu a velha Jerusalém: 91 mortos, entre os quais 28 britânicos, 41 árabes e 17 judeus e mais de uma centena de feridos.
O objetivo imediato era destruir os arquivos britânicos, que continham ampla documentação sobre o terror sionista, mas eles queriam também apavorar a população palestina, constrangendo-a a fugir de suas casas.
Comemorando, em julho de 2006, este feito que de que o facho sionismo se orgulha, Benjamin Netanyahu e seus asseclas colocaram no hotel King David uma placa comemorativa em homenagem aos terroristas do Irgun.
É longa e tenebrosa a lista de atentados sionistas contra os palestinos.
Alguns dos mais atrozes ocorreram durante os meses que precederam o final do mandato britânico, fixado pela ONU para o dia 15 de maio de 1948. Decididos a conquistar o máximo de terreno para o Estado israelense que pretendiam proclamar naquela data, os sionistas, utilizando a fundo a superioridade de sua organização militar, ampliaram a escala de sua ofensiva.
Entre dezembro de 1947 e março de 1948, muitas aldeias árabes (Beld Shaikh, Sasa, Karf etc.) foram varridas do mapa pela Haganah, a principal organização armada clandestina sionista e pelos agrupamentos Stern e Yrgun, dois esquadrões da morte especializados nas formas mais sórdidas e covardes de ação terrorista, nos quais os futuros primeiros-ministros Begin e Shamir aprimoraram suas peculiares carreiras militantes.
Decididos a ultrapassar a Haganah na caça ao árabe, eles atacaram de surpresa na madrugada de sexta-feira 9 de abril de 1948 a aldeia de Deir Yassin, cuja população indefesa foi chacinada numa orgia de bestialidade que sequer poupou mulheres grávidas, cujo ventre foi aberto a facadas. Duzentos e cinquenta e quatro palestinos foram trucidados; dezenas de meninas foram estupradas.[1]
Em dezembro de 1948, quando Menachem Begin, chefe máximo do Irgun, foi recebido por seus correligionários de Nova Iorque, membros eminentes da comunidade judaica, entre os quais Albert Einstein, lançaram um manifesto em que se dissociavam firmemente dos algozes de Deir Yassine:
“[…]os terroristas [dos grupos Stern e Irgun] atacaram esta aldeia tranquila (Deir Yassin).[…] Massacraram […]a quase totalidade dos habitantes, deixando alguns vivos para exibi-los como prisioneiros nas ruas de Jerusalém. A maior parte da comunidade judaica ficou horrorizada com este ato. […] Mas os terroristas […] mostraram-se orgulhosos do massacre, convidando todos os correspondentes estrangeiros[…] para ver os cadáveres amontoados[…]”.
Anos depois, em carta a seu amigo Haim Ghori, datada de 15 de maio de 1963, Ben-Gurion, patriarca do sionismo socialdemocrata e principal fundador do Estado de Israel, assim caracterizou Menachem Begin: “[…] é um personagem talhado da cabeça à planta dos pés à imagem do modelo hitleriano. Está disposto a eliminar todos os árabes para completar as fronteiras do país. […]. Considero-o um grande perigo para Israel[…]”.
“criminosos de sua espécie à frente da polícia e do exército”. E concluiu: “Não duvido de que Begin deteste Hitler, mas este ódio não prova que ele seja diferente de Hitler”.
Sessenta anos depois, é certamente o caso de dizer de Benjamin Netanyahu o que Ben-Gurion disse de Menachem Begin.
Sob nossos olhos desfilam os insuportáveis horrores da “diplomacia” facho sionista em Gaza, aquela mesma que chamou o Brasil de “anão diplomático”.
Argumentar com genocidas é perder tempo: eles só acreditam no “argumento” da força.
Em vez disso, em 30 de outubro, exercendo a presidência do Conselho de Segurança, o ministro Mauro Vieira honrou a diplomacia brasileira ao expressar o consenso majoritário dos 120 países membros da ONU que votaram a favor de um cessar fogo imediato na faixa de Gaza, perguntando: “Quantas vidas serão perdidas até passarmos à ação?”.
Se depender de Menachem Biden, protetor de Benjamin Netanyahu, quantas forem necessárias para esvaziar o ghetto de Gaza.
*João Quartim de Moraes é professor titular aposentado do Departamento de Filosofia da Unicamp. Autor, entre outros livros, de A esquerda militar no Brasil (Expressão Popular) (https://amzn.to/3snSrKg).
Nota
[1] Um dos relatos mais objetivos da chacina de Deir Yassin, está no livro Ô Jerusalém, escrito pelos jornalistas Dominique Lapierre e Larry Collins, na edição francesa, Paris: Laffont, 1971, pp.363-369.
Os depoimentos dos poucos sobreviventes e os relatórios de policiais ingleses com mandato da ONU foram reunidos por Sir R. C. Catling, diretor-geral adjunto do Criminal Investigation Department na pasta “secreta e urgente” nº 179/11017/65.
Comentários
Zé Maria
https://twitter.com/HoyPalestina/status/1721933504571646282
https://twitter.com/kleberdual/status/1721947719462273206
Serviços de Espionagem de Israel e EUA
fizeram circular na Internet FAKE NEWS
sobre um [FALSO] Atentado ao Líder da
Autoridade Nacional Palestina (ANP) e
do Partido Fatah na Cisjordânia, como
se fosse uma ação do Partido Hamas.
A Extrema-Direita Mundial Pró-Sionista
se encarregou de Disseminar a MENTIRA
que foi imediatamente republicada pelos
Veículos de Comunicação da Imprensa
Venal ‘Tradicional’.
O Vídeo não se refere a NENHUM ATENTADO.
.
.
◾ “Vídeos de um suposto ataque contra o carro do
presidente palestino Mahmoud Abbas surgiram
recentemente.
◾ Na verdade, os vídeos são de um antigo incidente
da Polícia da Autoridade Palestina com traficantes
de drogas em Jalazon, um campo de refugiados
palestinos na província de Ramallah & al-Bireh,
localizado 7 Km ao norte da Cidade de Ramallah,
Capital da Cisjordânia.
As drogas foram apreendidas e os traficantes presos:
https://pbs.twimg.com/media/F-WP97DawAIDR4A?format=jpg
https://pbs.twimg.com/media/F-WP97DawAEeizS?format=jpg
◾ Uma campanha de falsificações orquestrada
pelas Agências de Inteligência Israelenses está
tentando provocar uma guerra civil entre facções
palestinas.
◾ Há dois dias, um FALSO grupo chamado ‘Abu Jandal’
supostamente divulgou uma declaração conjunta
de funcionários da Autoridade Palestina declarando
motim contra o Presidente Abbas dentro de 24 horas.
Apenas os nomes dos funcionários da AP são reais.
◾ A postagem de conteúdo FALSO foi compartilhada por
um canal de Telegram recém-criado, e apenas 3 minutos
depois foi republicada por uma famosa página virtual
de oposição chamada ‘Msh Hek’; o endereço de IP da
página está, no entanto, localizado em “TEL AVIV” [ISRAEL]
de acordo com um oficial de inteligência da ANP.
◾ A Autoridade Nacional Palestina desmascarou
essas falsificações do Mossad, logo após a publicação,
nesta manhã (7/11), expondo a tentativa como uma obra
do Serviço Secreto Israelense com o objetivo de
desestabilizar a Palestina e criar divisões sociais
e conflitos de segurança na Cisjordânia.
“Uma fonte da RIA Novosti [Agência de Notícias Russa]
na administração do presidente palestino Abbas negou
relatos da mídia sobre o ‘bombardeio’ de sua carreata.
-‘Abbas está totalmente saudável e trabalhando em
seu escritório em Ramallah’, disse a fonte.”
https://twitter.com/DD_Geopolitics/status/1721927689316282454
https://twitter.com/DD_Geopolitics/status/1721927696740205000
https://twitter.com/DD_Geopolitics/status/1721940730644709753
.
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Zé Maria
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“Israel e o Terrorismo de Estado”
Por C.F.*, no Jornal Extra Classe (2006)
Para o Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel, Israel é um Estado terrorista.
Ele considera as atitudes do governo israelense aberrantes no que se refere
aos ataques ao Líbano.
Em artigo escrito após os ataques, ele diz:
“Sempre apoiei o povo judeu; um povo que sofreu o Holocausto, a diáspora,
perseguições, torturas e morte, mas que teve dignidade, resistiu à opressão
e lutou por seus valores religiosos, culturais e a unidade do povo”.
E mais:
“É doloroso ter que assinalar os comportamentos aberrantes que o Estado
de Israel vem cometendo contra o povo palestino, atacando, destruindo,
oprimindo e massacrando a população;
mulheres, crianças, jovens são vítimas destas atrocidades em relação às
quais não podemos calar e devemos denunciar.
Basta!
Derrubou-se o Muro de Berlim, mas se levantaram outros muros como o
que Israel levantou para dividir o povo palestino.
Os ataques, a destruição e morte em Gaza e no Líbano e as ameaças
permanentes a outros povos levaram o Estado de Israel a transformar-se
em um ‘Estado terrorista’, utilizando a tortura, os ataques à população civil,
onde as vítimas são mulheres e crianças.
Até quando continuará essa política de terror?”,
pergunta ainda Esquivel.
“Sabemos que não é todo o povo de Israel que está de acordo com a política
de destruição e morte levada adiante pelo governo israelense, apoiado pelos
Estados Unidos e pelo silêncio dos governos europeus, cúmplices do horror
desencadeado no Oriente Médio.
Existem aqueles, tanto dentro de Israel quanto da Palestina, que desejam
o diálogo, a resolução do conflito e o respeito à existência dos povos.
Lamentavelmente, as Nações Unidas perderam presença, coragem e
capacidade de tomar decisões para construir uma solução diante do
enfrentamento entre os dois povos, situação que põe em sério risco a paz
mundial.”
Vale lembrar que esse texto foi escrito antes da morte dos quatro
observadores da ONU e a contabilidade de mortos ter chegado a
aproximadamente 500 pessoas civis, grande parte mulheres e
crianças.
* César Fraga é Jornalista e Editor Executivo do Jornal Extra Classe.
https://www.extraclasse.org.br/geral/2006/08/israel-e-o-terrorismo-de-estado/
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Zé Maria
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Os Membros Integrantes da Milícia “Haganah”,
Oranização Paramilitar Sionista -assim como
os Assassinos dos Esquadrões Armados “Yrgun”
e “Lehi” (“Stern Gang”)- foram incorporados às
“Forças de Defesa de Israel”(FDI), em especial,
ao “Exército Isrelense’, quando da Fundação do
“Estado Judeu”, em Maio de 1948; e, tempos após,
também Recrutados pelo “Mossad” (“Instituto”),
o Serviço Secreto de Israel, notamente para
executar as Operações do “Kidon” (“Baioneta”),
Sub-Unidade da Organização de Espionagem
que faz parte da Política de Execuções Fatais
de Israel, agrupando “uma Elite de Homicidas
Especializados que operam sob uma Unidade
Denominada “Cesaréia” – um dos 8 Departamentos
do Mossad – que compõe um Grupo chamado
‘orgulhosamente’ pelas Organizações Militares
Israelenses Integradas de “Terror do Zion”, pois
executam sumariamente Indivíduos Considerados
“Inimigos de Israel”, principalmente “Islâmicos”,
sendo a Maioria Fora do País.
Pelo Exposto, é Possível Afirmar, com a ‘Convicção
e pela Definição’ dos ‘Analistas Internacionais’ da
Imprensa Venal, que “Israel é um Estado Terrorista”,
desde sua Declaração Unilateral de Independência.
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