Rogerio Galindo: Membros do MBL invadem reitoria da UFPR, chamam alunos de vagabundos e agridem mulheres

Tempo de leitura: 4 min
Aluna da UFPR exibe ferimentos causados por confronto com militantes do MBL. Foto: Divulgação/UFPR

Integrantes do MBL invadem Reitoria da UFPR, usam spray de pimenta e deixam mulheres feridas

Militantes que invadiram Centro Acadêmico chamavam alunos de vagabundos. Funcionária levou soco e aluna foi atirada ao chão

Por Rogerio Galindo, no Plural

Um grupo de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) agrediu duas mulheres dentro do Edifício D. Pedro I, parte do complexo da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O caso ocorreu nesta sexta-feira (1º) e uma aluna que saiu ferida registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. A universidade emitiu uma nota de repúdio contra a violência dos manifestantes (na íntegra, ao final).

Segundo o comunicado da UFPR, um grupo de oito pessoas, liderado por três homens identificados como João Bettega (que já foi candidato a deputado estadual pelo Partido Novo), Gabriel Costenaro e Matheus Faustino, começou a fazer imagens com celulares dentro do D. Pedro I, edifício que abriga vários cursos da área de Humanas, além de pró-reitorias e uma biblioteca.

Os problemas mais graves ocorreram no 6º andar, sede do Departamento de História.

Em postagens nas redes sociais, os membros do MBL disseram que foram ao Centro Acadêmico para mostrar inscrições consideradas por eles como elogios ao anarquismo e ao comunismo. Seria uma “defesa do patrimônio público”. Os alunos não aceitaram ser filmados e expulsaram os invasores do Centro Acadêmico.

De acordo com a nota da UFPR, uma funcionária terceirizada foi ver o que estava acontecendo e levou um soco no estômago (segundo a universidade, ela teria se sentido intimidada e preferiu não registrar queixa na polícia).

Câmera de segurança registra aluno sendo atacado com spray de pimenta por militante do MBL. Imagem: Divulgação/UFPR

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O conflito teria se agravado quando, ao fim de uma aula, alunos de Ciência Política desciam a rampa e pediram para não ser filmados, lembrando que estavam protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados.

Os invasores, no entanto, continuaram filmando e, depois de descer para o térreo, entraram em conflito com alunos, que eram chamados por eles de vagabundos.

Depois de um integrante do MBL dizer que a Reitoria era “lugar de vagabundo”, um aluno jogou água nele. Na versão do MBL, os estudantes teriam tentado tirar os celulares usados para filmagem.

Uma aluna da UFPR saiu ferida, e mais tarde disse à polícia que foi jogada no chão pelos agressores do MBL (os militantes dizem que ela caiu sozinha ao correr atrás deles).

Os estudantes foram em seguida à polícia e prestaram depoimento relatando os fatos. Os militantes do MBL disseram que foram eles os agredidos e que “não reagiram”.

A UFPR emitiu nota dizendo que “condena veementemente ações de grupos organizados que buscam promover invasões e confrontos com o objetivo de ganhar notoriedade nas redes sociais”.

Veja a íntegra do comunicado da UFPR

“Em relação ao lamentável incidente ocorrido no Prédio D. Pedro I da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no dia 01 de setembro, a UFPR deseja manifestar seu profundo repúdio a qualquer ato de violência em nossas instalações, independentemente da sua natureza e das partes envolvidas. A integridade e segurança de nossa comunidade acadêmica são prioridade para nós.

Estamos atualmente avaliando todos os detalhes deste incidente para tomar as medidas adequadas e inclusive jurídicas, se necessárias. De acordo com as informações disponíveis, um grupo de oito pessoas, autodenominados membros do MBL, liderado por Gabriel Costenaro e Matheus Faustino, juntamente com outros indivíduos, ingressou no Prédio D. Pedro I e começou a registrar imagens e vídeos no 6º andar.

Os vigilantes intervieram e também informaram aos manifestantes que a filmagem e fotografia nas instalações da UFPR requerem autorização prévia da Superintendência de Comunicação, conforme é rotineiramente solicitado, inclusive pela imprensa.

Uma trabalhadora terceirizada, ao notar a movimentação na sala, se aproximou para entender o que estava acontecendo e infelizmente foi agredida, com um soco no estômago, por um dos membros do MBL.

Nesse ponto, um grupo de alunos, ao término de uma aula, em frente a sala, também se manifestaram, invocando a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e se recusou a permitir o uso de suas imagens. Apesar disso, os membros do MBL continuaram a filmar e fotografar, gerando um aumento das tensões.

A situação escalou quando desceram pelas rampas e o conflito chegou à rua, resultando em uma aluna da UFPR sendo agredida, jogada ao chão e sofrendo ferimentos. Os manifestantes tentaram alegar que eram as vítimas, mas os estudantes envolvidos no incidente prestaram depoimentos e registraram o ocorrido na delegacia.

A UFPR quer enfatizar que a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis prestou todo o apoio necessário à trabalhadora terceirizada e a aluna ferida, acompanhando-a até a delegacia para registro do Boletim de Ocorrência e realização do exame de corpo de delito. Estamos ainda à disposição para oferecer suporte adicional no que seja necessário.

É de extrema importância ressaltar que a UFPR condena veementemente ações de grupos organizados que buscam promover invasões e confrontos com o objetivo de ganhar notoriedade nas redes sociais.

Estamos absolutamente comprometidos com a manutenção de um ambiente de paz, onde todas as vozes podem ser ouvidas e respeitadas. A Universidade Federal do Paraná reforça que é absolutamente contra qualquer tipo de violência física, verbal ou simbólica.“

https://www.facebook.com/reel/1277940386244881

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Comentários

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Miguel Silva

No Paranazi. Alguma surpresa?

Paulo Santos

Esse tipo de manifestação criminosa só acontece nesse Estado do Paraná, sede do Nazifascismo no Brasil.

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