ABI e EBC rechaçam decisão de Arthur Maia sobre o repórter fotográfico Lula Marques: Viola a liberdade de imprensa e de expressão; é autoritária e inaceitável

Tempo de leitura: 3 min
O presidente da CPMI, Arhur Maia (União Brasil-BA) e a foto de Lula Marques que ele não gostou.

Da Redação

Nessa quinta-feira, 24/08, o deputado federal Arthur Maia (União-Brasil/BA) proibiu o fotojornalista Lula Marques de ter acesso às reuniões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) sobre os Atos Golpistas de 8 de Janeiro.

Na condição de presidente da CPMI, Maia descredenciou o fotojornalista para cobertura das sessões.

Hoje, em seu perfil de uma rede social, Lula Marques contou o que aconteceu:

”Ontem fui proibido pelo presidente da CPMI do Golpe de entrar na comissão por ter feito uma foto do celular do senador Jorge Seif tentando explicar a contratação no seu gabinete do filho do Bolsonaro, Renan”’

Lula Marques flagrou o momento em que o senador Seif (PL-SC) tentava explicar a uma repórter a contratação em seu gabinete de Jair Renan, o filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nessa quinta, Jair Renan foi alvo de uma operação de busca e apreensão pela Polícia Civil do DF.

Junto com a explicação, Lula Marques postou a nota do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, sobre o caso e a foto que desagradou Maia.

Lula Marques é um fotojornalista brilhante. Ponto fora da curva.

As fotos dele não são para agradar os donos da festa, como num aniversário, casamento.

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Isso se aplica inclusive à CPMI dos Atos Golpistas.

Lula está aí para fazer o que sabe como poucos: fotojornalismo de primeiríssima qualidade, gostem ou não os parlamentares.

Isso porque ele não é apenas o fotógrafo que registra o que está à sua frente.

Lula é também ótimo repórter, que enxerga e captura com rara competência o que a maioria ”não vê”.

Ao proibir o acesso à CPMI, Arthur Maia impede Lula Marques de exercer plena e livremente o seu trabalho como repórter-fotográfico.

Viola, portanto, a liberdade de expressão e da liberdade de imprensa.

No início da noite desta sexta-feira, 25/08, duas importantíssimas manifestações de apoio.

Uma é da Associação Brasileira de Imprensa — a ABI.

Em carta aberta aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, a ABI, por meio de sua Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos, pede a revogação imediata do descredenciamento do fotógrafo Lula Marques.

A ABI considera:

— Ilegal e inconstitucional – por isso mesmo autoritária e inaceitável – a determinação de impedir o acesso de Lula Marques ao Plenário” onde se realizam as sessões da CPMI.

— Fundamental que a decisão do deputado Arthur Maia seja imediatamente revista, devolvendo-se ao fotógrafo Lula Marques a plena liberdade do exercício profissional dentro do Congresso Nacional.

Outra importante manifestação é a nota de Hélio Doyle, diretor-presidente da EBC.

Assim como a ABI, Doyle afirma que a decisão de Arthur Maia ”viola o livre exercício da profissão e a liberdade de imprensa, é autoritária e injustificável”.

E pede ao presidente da CPMI que reconsidere o descredenciamento do profissional

Diz, ainda, que, caso a decisão não seja revista, a EBC não irá designar outro profissional para a cobertura fotográfica da CPMI.

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Comentários

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CARLOS AUGUSTO DE BONIS CRUZ

Estão acostumados a bajuladores. Qdo enfrentam verdadeiros profissionais que honram a profissão, sem medos ou travas politicas, atentam contra a Constituição e a tão defendida (por eles, quando lhes convêm) liberdade de imprensa. Na verdade são hipócritas de rabo curto.

Zé Maria

“CongreSSo NaZional”

Zé Maria

Deputado Federal Joaquim Passarinho (PL-PA),
Presidente da Frente Parlamentar do
‘Empreendedorismo’ (FPE), que recebeu
“Terrorista do Aeroporto” de Brasília, articula
com Lira apoios à ‘Defórma Adeministrativa’.

Em parceria com Arthur Lira (PP-AL), grande defensor da proposta
que ataca os serviços públicos e os servidores e servidoras,
Passarinho (PL-PA) está articulando com outras frentes de deputados
e deputadas uma tentativa de votar a reforma administrativa
(PEC 32/2020) e diz já contar com o apoio de outros Grupos
de Parlamentares da Direita.

Ao mesmo tempo em que Passarinho se movimenta entre os deputados,
Lira tem articulado com empresários o aumento da pressão pela aprovação
da ‘Defórma’.

O presidente da Câmara está em uma espécie de turnê, participando
cotidianamente de eventos empresariais e cobrando dos presentes
que defendam publicamente a proposta.

O mais recente desses eventos foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O perfil do deputado traçado pelo site “De Olho Nos Ruralistas” conta que
Passarinho é o autor do PL 6432/2019, que autoriza empresas a comprarem
ouro diretamente da atividade predatória do garimpo ilegal, e que, com essa
credencial, “foi o escolhido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL),
para comandar o Grupo de Trabalho de Revisão do Código de Mineração
(GT Minera)”.

Ainda conforme a reportagem, “o parlamentar mantém uma relação próxima
com Raul Jungmann, diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), e
com lobistas como José Altino Machado, o Zé Altino, e Dirceu Frederico
Sobrinho.

É também um interlocutor frequente de políticos locais. Um deles,
o deputado estadual eleito Wescley Tomaz (MDB-PA), tem acesso livre
à alta cúpula do governo federal (Bolsonaro, à época).
Conhecido como o “vereador dos garimpeiros”, Tomaz exercia mandato
na Câmara Municipal de Itaituba (PA)”.

Reportagem do “De Olho Nos Ruralistas” também narra que, em novembro
do ano passado, o deputado Passarinho “recebeu em seu gabinete na Câmara o terrorista George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos,
que um mês depois tentaria explodir um caminhão com querosene perto
do Aeroporto Internacional de Brasília”.
E mais:
“Uma semana antes da visita, Passarinho esteve no quartel-general (QG)
do Exército, na capital federal, e posou para fotos ao lado de golpistas.
‘Todos juntos pela democracia e pelo Brasil’, escreveu”.

Ataque a concursos públicos, estabilidade e precarização
A reforma administrativa que tramita atualmente na Câmara afeta,
além da população que precisa dos serviços públicos, servidores
e servidoras das três esferas, dos três poderes, atuais e novos, da ativa
e aposentados.

Mesmo que, em um primeiro momento, somente os novos não teriam direito
à estabilidade, os atuais servidores e servidoras seriam submetidos a
avaliações de desempenho que poderiam, por exemplo, ser negativadas
por participação em greves ou por perseguições políticas. Importante
lembrar que a atual legislação já prevê a demissão de servidores e
servidoras estáveis, mas a PEC 32/2020 inclui ferramentas que favorecem
a pressão, o assédio e a ameaça nos locais de trabalho.

Os atuais aposentados e pensionistas que têm direito à paridade e
integralidade também seriam atingidos, pois estariam vinculados a carreiras
em extinção.

Outro ponto a destacar é a remuneração ligada à premiação
por produtividade, proposta na reforma, a qual, tira a possibilidade
dos aposentados de receberem esses valores, aumentando a diferença
salarial em relação ao pessoal da ativa.

Os atuais servidores ainda serão atingidos em vários outros aspectos,
uma vez que a reforma facilita a quebra da estabilidade no emprego;
reduz o salário de ingresso e, dessa forma, legitima o congelamento salarial
em longo prazo, sob alegação de disparidade salarial.

[Fonte: Sintrajufe]

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