Trabalhadores ao governador de SP e seu secretário da Saúde: Vocês conseguem almoçar com R$12?

Tempo de leitura: 3 min
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva. Fotos: SindSaúde-SP e reprodução de rede social

Amanhã Saúde fará ato em defesa do reajuste do auxílio-refeição

SindSaúde-SP, via Assessoria de Imprensa

Você consegue almoçar com R$12?

É essa a pergunta que as trabalhadoras e os trabalhadores da saúde, vinculados ao governo do estado de São Paulo, farão ao governador Tarcísio de Freitas e seu secretariado durante os atos que serão realizados em todas as regiões do estado, nesta quarta-feira (26).

Na capital, a partir das 10h, os profissionais que atuam na capital e região metropolitana farão um ato performático em frente à Secretaria da Fazenda e Planejamento (na avenida Rangel Pestana, 300, Sé).

No local, será servida uma mesa e o governador e seu secretariado serão convidados a dividir um almoço R$12 com os profissionais da saúde.

No litoral e interior, os atos serão em frente aos principais equipamentos de saúde.

Já estão confirmados os atos em frente a estes serviços:

Hospital Guilherme Álvaro (rua Oswaldo Cruz, 197, Boqueirão – Santos), às 10h, onde os(as) trabalhadores(as) estarão ornamentados com tiaras que simbolizam um copinho de guaraná e uma salada com uma de alface e uma fatia de tomate ou um ovo frito, para simbolizar o que é possível comer com o valor do vale pago pelo governo.

Hospital Regional de Assis (Praça Dr. Symphronio Alves dos Santos, Centro – Assis), das 9h às 12h.

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Ambulatório do HC Campus (R. Ten. Catão Roxo, 3.366 – Vila Monte Alegre – Ribeirão Preto), às 10h.

Conjunto Hospitalar de Sorocaba (Avenida Comendador Pereira Ignacio, 564, Lageado – Sorocaba), às 10h

Vale

Atualmente, é pago o valor de R$ 12 como auxílio-refeição, que é o mesmo desde 2018, quando houve a publicação do Decreto 63.139 (última vez que foi concedido reajuste), mas ainda insuficiente para custear uma refeição.

Para se ter ideia de como esse valor está desatualizado, com esses R$ 12 só é possível comprar um pão com ovo e um cafezinho, na região do quarteirão da saúde na capital paulista.

Os profissionais avaliam que com esse auxílio-refeição não é possível sequer comprar uma coxinha,   dependendo a região do estado e até mesmo de bairro na capital.

Os trabalhadores lutam por um vale que garanta uma refeição saudável. A categoria reivindica o reajuste do vale-refeição para R$ 43,27, que se refere ao preço médio da refeição, com base na pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).

Mobilizações

Esse movimento, organizado pelo SindSaúde-SP, faz parte da Campanha Salarial 2023 e será o quinto dia de mobilização da saúde.

Até o momento, houve a adesão de mais de 3,5 mil trabalhadores em todo o estado em atos realizados às quartas-feiras (28 de junho, 5, 12 e 19 de julho).

Na última atividade, os profissionais pararam o trânsito da Avenida Paulista e seguiram em marcha, carregando um bandeirão de 34 metros, até a Secretaria de Estado da Saúde.

Os trabalhadores prosseguirão com os protestos e, se necessário entrarão em greve, até que o Governo de Estado de São Paulo abra um canal de negociação efetivo com a categoria.

Reivindicações

O SindSaúde-SP cobra que o governo aplique a recomposição salarial de 50%, percentual que referente à perda inflacionária dos últimos 10 anos.

O índice é o mesmo já concedido ao governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao vice-governador e aos secretários de estado.

A categoria avalia que aplicá-lo “é mais do que justo”, para recompor o poder de compra daqueles que colocaram suas próprias vidas e de suas famílias em risco durante a crise sanitária da Covid-19, e que dedicam toda a trajetória profissional ao cuidado do próximo e a salvar vidas.

Além disso, os profissionais exigem a aplicação do piso da enfermagem e a abertura de concursos públicos, entre outras pautas.

Leia também:

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Comentários

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Zé Maria

Cara! 12 Pila não dá pra um Café!

Monica Lima

Emprego assim só tem um jeito é arrumar outro e ir embora.
O governo de SP quer que o funcionário público trabalhe por 2, por 3, por 4, mas só paga 1 salário. Não tem qualquer prêmio por produtividade.
É melhor fazer outro concurso e qdo passar se mandar.
O Estado de SP sempre foi assim e não vai mudar.
Os servidores faziam essas mesmas perguntas ao Alckimin.
O Estado não investe nos funcionários.
Como vai dobrar ou triplicar a produtividade sem por a mão no bolso ? $$$
Empresa que remunera mal, o trabalhador trabalha descontente ou trabalha mal, não faz nada.
Não tem como acertar isso sem pagar melhor os funcionários.
E o governo de SP não tem o menor interesse de arrumar o salário dos funcionários públicos. Não fará nada.
Só prometem e não fazem nada.
Se trabalhar por 5 ganha por 5 ?
Por isso as pessoas vão embora.
Faz outro concurso que é melhor.

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