Jeferson Miola: Discussão sobre jatinho ofusca tema central, que é o relançamento do Brasil no mundo por Lula

Tempo de leitura: 2 min

Discussão sobre jatinho ofusca tema central, que é o relançamento do Brasil no mundo por Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog

Não tem o menor cabimento aceitar que a participação do Lula na COP27, aguardada como um grande acontecimento mundial, seja ofuscada pelo enredo criado em torno do avião usado para a viagem dele ao Egito.

É óbvio que o ideal seria que, como presidente eleito, Lula contasse com o suporte e a segurança propiciada pelo Estado brasileiro, mas até as pedras do Planalto sabem que isso é absolutamente irreal.

Nem é preciso perder tempo com a hipótese de que a viagem fosse realizada em vôo comercial, o que sujeitaria Lula a toda sorte de atentados terroristas. Os ataques e agressões de bolsonaristas a ministros do STF em New York falam por si.

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin informou que Lula e parte do staff de segurança viajaram de carona com o empresário José Seripieri Junior, proprietário do jatinho usado para a viagem.

É a solução ideal? Claro que não é, mas é a solução viável no contexto concreto que vivemos no Brasil.

Ou já esquecemos que a PF considera que Lula corre um risco nunca antes visto de atentado à sua vida?

Julgam Lula moralmente como se ele fosse presidente no cargo, mas se esquecem que ele ainda não foi empossado, como tampouco dispõe dos meios conferidos ao Presidente, os quais diapensariam usar soluções como a presente.

O PT [ou a equipe de transição] precisa comunicar esta realidade de maneira serena e transparente.

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Será que é tão difícil se tratar do assunto sem histeria e sem essa exploração sensacionalista barata?

A presença do Lula na COP27 é o primeiro ato para tirar o Brasil da condição de pária mundial legada pelo governo militar.

Lula na COP27 representa o relançamento do Brasil no mundo. Este é o grande fato a ser celebrado nesta trajetória recém iniciada em 30 de outubro para a restauração da democracia.

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Comentários

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Hugo Gurgel

Aqueles caras que o Bolsonaro levava na garupa nas motociatas era quem ?
Era tudo EMPRESÁRIOS, e detalhe – fez isso quase uma centena de vezes em pleno cargo público de presidente da república.
O Lula nem presidente é ainda.
Eu sempre achei muito estranho o mandatário da nação andar com a linguiça nas nádegas. Só macho na garupa dele. Nunca uma mulher.
Motociata só com macho. ui !
Ui !
Arrepiou até as costas.
Levava o veio da Havan enganchado nele.
Como negar os empresários no lombo dele se todo mundo filmou, fotografou etc.

Luiz Mattos

Mas que é vergonhoso isso é! Como acabar com a pecha da corrupção aceitando carona de um milionário delator?

Zé Maria

Excerto

“O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin informou que Lula
e parte do staff de segurança viajaram de carona com o
empresário José Seripieri Junior, proprietário do jatinho
usado para a viagem.

É a solução ideal?
Claro que não é, mas é a solução viável no contexto concreto
que vivemos no Brasil.

Ou já esquecemos que a PF considera que Lula corre um risco
nunca antes visto de atentado à sua vida?”

.

Elimar

Não vejo problema legal nenhum na viagem. Só que ele precisa saber que será vigiado e cobrado( e deve). Então, não deveria ter cometido esse erro político. Ficamos na defensiva sem necessidade. Espero que não seja por soberba e que não se repita.

Zé Maria

.

Até Foi Positivo o Lula não pegar o Avião da FAB.

Vá que os Milicos plantassem uns Quilos daquela
Droga que eles estão acostumados a traficar em
Aviões Presidenciais para Outros Países.

.

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/FhmZE3gX0AEhBpk?format=jpg

Militares Não São Intermediários

Dizem que o artigo 142 lhes dá
‘o poder de moderação’
Leem a Constituição como querem.

Por Lenio Luiz Streck*

Hermes [Mercúrio para os Romanos] era um semideus [Grego]
que fazia a intermediação entre os deuses e os mortais.

Nunca se soube o que os deuses disseram; só se soube
o que Hermes disse que os deuses disseram.

Dependendo de como se olha, hermenêutica é uma delinquência.
Rouba sentidos. Diz o que quer.
O dilema é: controlar Hermes, para que não vire um ditador.

Pois, no Brasil, parece que as Forças Armadas se arvoram em novos hermeneutas.
Com a vantagem de não serem — e não terem — intermediários.
Afinal, (de)têm a força.

Leem a Constituição como querem.
Dizem que o artigo 142 da Constituição lhes dá
“o poder de moderação”, algo como “todo o poder
emana das Forças Armadas”.

Antes do julgamento do famoso habeas corpus de Lula, em 2018,
o general Villas Bôas usou o argumento da força,
admoestou o Supremo Tribunal e deixou os hermeneutas
“nas chinelas”.

Sem maiores “epistemologias”, fez um “alerta” à Suprema Corte,
usando, em vez da força da hermenêutica, a hermenêutica da força.
E vimos o resultado.

Agora, passada a eleição, quando deveria vir a bonança da democracia,
retornam os novos hermeneutas. Ou deuses.
Desta vez lançam nota que coloca combustível na tempestade
que substitui a bonança.

Fazem uma leitura seletiva da nova Lei 14.197/2021, que diz que
“não constitui crime […] a manifestação crítica aos poderes
constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação
de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas,
de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma
de manifestação política com propósitos sociais”.

Pela hermenêutica verde-oliva, os militares são os defensores
dos manifestantes que fazem manifestações pacíficas.
Dizem que os protegerão, desde que não façam arruaça.
O que é isto —a “arruaça”?
Perguntemos aos hermes camuflados.

Qual parte ficou de fora da hermenêutica verde-oliva?
Simples. O dispositivo da nova lei não foi feito para servir de haraquiri.
Por isso foi posto, no final do artigo, que as manifestações pacíficas
seriam toleradas sempre que fossem com “propósitos sociais”.

Ora, não consta a ninguém do mundo jurídico que movimentos
que clamem pelo fim da democracia, com a intervenção deles mesmos,
os militares, sejam considerados com “propósitos sociais”.

E não consta que “manifestação crítica aos Poderes” possa significar
“acabar com esses Poderes”.

Sabotagem: eis o nome da coisa.

Assim não há institucionalidade que funcione.

Se a força vale mais que a lei, então já não te(re)mos Direito.
Pois é ele que filtra e controla a força.

Imaginem se fosse o MST acampado à frente dos quartéis…!
Para os militares, não seria democrático, e os tirariam em minutos.
A tapa.

Quando os militares se transformam em “deuses intérpretes”
da Constituição, há que perguntar onde foi que erramos.
Fracassamos mesmo?

Dá para brincar de fazer hermenêutica?
Não?
Que bom!

https://pbs.twimg.com/media/FhmZE3gX0AEhBpk?format=jpg

*Lenio Luiz Streck é Doutor em Direito,
Professor Titular da Unisinos/RS e da UNESA/RJ.
Catedrático da ABDConst.
Procurador de Justiça (RS) Aposentado.
Advogado e Parecerista.
Jurista, Autor do Livro
“Hermenêutica Jurídica e(m) Crise”
https://twitter.com/LenioStreck/status/1592472257716420609

.

    Zé Maria

    https://youtu.be/9SkK1N9xLRw?t=5168

    Os Lobbies da Direita já conseguiram deixar de fora do GT Justiça

    Lenio Streck e Pedro Serrano, dente outros. Isso foi uma Injustiça.

    .

    Zé Maria

    .
    Melhor Dizendo:
    Lobbies Fascistas
    Lavajatistas.
    .

    Zé Maria

    Espera-se, aliás, que ninguém da Esquerda
    tenha Participação nesse Boicote Jurídico.

    Zé Maria

    Quiçá, não seja por isto:

    “Costuma-se brincar no meio jurídico que os constitucionalistas somos uns ‘espalha-rodas’.
    Sempre temos uma opinião contra-majoritária e acabamos desagradando,
    nas palavras do ‘poeta’, a ‘gregos e baianos’.”
    […]
    “O que nós democratas estamos buscando são formas de superar
    esse momento e manter vivas as Constituições e democracias.

    Tatear no escuro os caminhos que os democratas temos para manter
    e restaurar, à luz da democracia brasileira e dos princípios constitucionais.

    Para isso, contém sempre com os constitucionalistas ‘espalha-rodas’.

    Enquanto a Constituição for um remédio contra maiorias,
    seremos contramajoritários.

    Como dizia T. S. Eliot, em terra de fugitivos, quem anda na contramão
    parece que está fugindo.
    É o nosso caso.
    É o risco da profissão.”

    Juristas Lenio Luiz Streck e Pedro Estevam Serrano, na ConJur

    Íntegra:

    https://www.conjur.com.br/2020-mai-04/streck-serrano-constitucionalistas-espalha-rodas-ramagem

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