Elaine Tavares: Ilegal e imoral

Tempo de leitura: 7 min

A dívida é ilegal e imoral

27/9/2011 18:56

Por Elaine Tavares – de Florianópolis, no Correio do Brasil

No Brasil é assim: tudo pode ser adiado, menos o pagamento das dívidas externa e interna. E isso não é conversa de “esquerdista”. É coisa firmada na lei. Quem explica é Maria Lucia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida. Segundo os estudos feitos pelo movimento que luta por uma auditoria, levantados desde as informações oficiais, só no ano de 2010 o orçamento nacional foi consumido em 44,93% (635 bilhões de reais) para pagamento de juros das dívidas. Isso significa que do bolo todo que o governo tem para gastar quase a metade já nasce morto. Da outra metade que resta para investimentos, o governo gasta apenas 2,89% com educação e 3,91 com saúde. Por conta disso, mais de 60% dos brasileiros não tem água tratada nem saneamento. Isso na sétima economia do mundo.

Diante desses números, Fatorelli mostra como e por que a dívida acaba consumindo o dinheiro que deveria servir para dar uma vida melhor à população. Segundo ela, a Constituição, no artigo 166, estabelece que um deputado só pode pedir aumento no orçamento se indicar de onde virão os recursos. Mas se o aumento do orçamento incidir sobre o pagamento do serviço da dívida isso não é necessário. “Isso configura claramente um privilégio e foi aprovado. Está lá, na Constituição”. Da mesma forma, a Lei de Diretrizes Orçamentárias define que o orçamento deve ser compatível com o superávit, assim como a famigerada Lei de Responsabilidade Fiscal obriga os governantes a cortar gastos no social, mas não os dispensa do pagamento da dívida. Ou seja, a dívida sempre em primeiro lugar, pois, se o governante não pagar, vai preso. “Mas ninguém vai preso se as pessoas morrem nas portas dos hospitais, se as crianças não têm escola”.

Fatorelli explica que o privilégio para o pagamento da dívida segue no desenho das metas da inflação, diretriz de política monetária proposta pelo Fundo Monetário Nacional que é seguida a risca pelo governo brasileiro. Isso se expressou, por exemplo, na criação da taxa Selic, a qual boa parte da dívida esteve e está atrelada. Essa taxa sempre é elevada, cada vez que há um suposto perigo para os investidores. Isso significa que quem investe nos papéis da dívida nunca vai perder.

Conforme Maria Lúcia o governo trabalha com inverdades no que diz respeito à política monetária. Um exemplo é justamente esse de tornar necessário o aumento da taxa Selic para conter a inflação. “Isso não é verdade. Aumentar a taxa Selic não controla a inflação nos preços existentes, porque eles decorrem da privatização. A luz privatizada, a água privatizada, a saúde, etc. O aumento dessa taxa só serve aos que têm papéis da dívida”. Outra conversa furada é a de que o excesso de moeda provoque inflação. “A montanha de dólares que entra no país só acontece porque o próprio governo isenta as empresas multinacionais de imposto. Não é decorrente da circulação de mercadorias reais. É fruto do movimento virtual de papéis”.

A entrada de dinheiro se dá da seguinte forma. Nas operações de mercado aberto (bolsa) que hoje superam meio trilhão de reais, o Banco Central entrega títulos da dívida para os bancos e fica com os dólares. Nessas operações, o Banco Central – que em tese é o Estado brasileiro – só consegue amealhar prejuízos. Em 2009 foram 147 bilhões de prejuízos, em 2010, 50 bilhões e neste primeiro semestre de 2011 já foram 44 milhões. Por conta disso, Fatorelli insiste em dizer que os gestores do Estado são responsáveis sim por essa política que arrocha cada dia mais a vida do povo. Os bancos lucram e o povo é quem paga a conta.

Outra coisa que muito pouca gente sabe  – porque a mídia não divulga – é que todo o lucro das empresas estatais é direcionado, por lei, para pagamento da dívida. O mesmo acontece com os recursos que os estados da federação pagam ao governo central. Toda e qualquer privatização que acontece carrega o valor da venda para pagamento da dívida, assim como os recursos que não são utilizados no orçamento também passam para o bolo do pagamento da dívida.

Maria Lúcia Fatorelli afirma que essa é uma estratégia de manutenção de poder e acumulação que não mudou sequer um centímetro com o governo de Lula ou Dilma. Os papéis da dívida rendendo 12% ao mês são o melhor negócio que alguém pode ter. Tanto que em 2010 houve um acréscimo de mais 12 bilionários no Brasil e desse número, oito são banqueiros. A lógica do pagamento da dívida garante risco zero aos investidores, que são os mesmos que financiam as campanhas eleitorais e patrocinam a mídia. Assim, tudo está ligado.

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No meio dessa farra de dinheiro público indo para bolsos privados, há uma ilusória distribuição da riqueza. O governo acena com pequenos ganhos aos pobres, como é o caso da bolsa família. Vejam que esse programa consome apenas 12 bilhões ao ano, enquanto a dívida leva 635 bilhões. O governo também coloca como um grande avanço o acesso das classes C e D a produtos baratos e o acesso a crédito e financiamento. Mas na verdade, o que promove é o progressivo endividamento dessas pessoas. Por outro lado, o Brasil tem um modelo tributário que é um dos mais injustos e regressivos. “Quem ganha até dois salários mínimos tem uma carga tributária bem maior do que os demais trabalhadores. E os ricos, no geral, são isentos de imposto. Já os empresários são frequentemente presenteados com deduções generosas, inclusive sobre despesas fictícias, que nunca foram feitas, enquanto os trabalhadores não podem deduzir do imposto despesas reais como aluguel, remédios, óculos”.

A ilusão de que as contas estão boas também se dá na espalhafatosa decisão de pagar adiantado ao FMI, que trouxe dividendos políticos a Lula, mas acarretou em mais rombos aos cofres públicos, tirando dos gastos sociais para colocar no bolso dos banqueiros. Foi um resgate antecipado de títulos da dívida, feito com ágio de até 70%, para que não houvesse qualquer perda aos investidores.

Agora em 2011 o governo de Dilma Roussef iniciou anunciando o corte de 50 bilhões do orçamento, como um “ajuste necessário”. Faltou dizer, necessário para quem? Para os especuladores. Há que pagar a dívida. O Brasil consome um bilhão de reais por dia no pagamento da dívida. Fatorelli procurar dar uma visão concreta do que seria um bilhão. “Imaginem um apartamento, desses bem finos, que custa um milhão de reais. Um bilhão equivaleria a cem edifícios de 10 andares, sendo um apartamento por andar. É isso que sai do nosso país todos os dias”.  Não é sem razão que enquanto os trabalhadores são massacrados e não recebem aumento salarial, os bancos tenham auferido um lucro de 70 bilhões de reais no ano passado. É a expressão concreta da regra do mundo capitalista: para que um seja rico, alguém tem de ser escravo.

Na verdade o processo da dívida externa e também da dívida interna deveria sofrer uma auditoria e é nessa luta que um grupo de pessoas anda já há algum tempo. Maria Lúcia Fatorelli foi membro da comissão que auditou as dívidas do Equador, quando o presidente Rafael Correa decidiu realmente saber como funcionava o rolo compressor e ilegal da dívida daquele país. Segundo ela, no Equador, comprovou-se que mais de 70% da dívida era ilegal, fruto de anos e anos de acordos espúrios e irresponsáveis, muito parecidos com os que foram feito no Brasil. Correa decidiu não pagar e 95% dos seus credores aceitaram a proposta sem alarde, pois sabiam que se fossem discutir na justiça internacional correriam o risco de ter de devolver muitos bilhões.

Hoje, no Brasil, uma auditoria provaria muitas ilegalidades e até crimes de lesa pátria. Como explicar, por exemplo, que se pague 12% ao mês aos investidores enquanto o Banco Central brasileiro aplica suas reservas em bancos estrangeiros, que pagam juros pífios? Como aceitar que o Banco Central acumule prejuízos enquanto encha as burras dos investidores dos papéis podres? Por isso que a tão falada crise não pode ser vista como uma mera crise financeira. Ela é social e ambiental, pois coloca o salvamento dos bancos acima até da vida do planeta.

Como funciona o esquema dos papéis podres

Há um mito de que no mundo capitalista quem manda no movimento das coisas é o mercado. Ele define tudo, preços, valor, tudo baseado na oferta e procura. Assim, em nome desse mito criou-se a concepção de desregulamentação do mercado. Ou seja, o estado não pode interferir nesse movimento. Assim, o mercado, que é bem espertinho, sem um equivalente concreto de riqueza decidiu criar os famosos papéis podres, ou ativos tóxicos, ou derivativos. E o que é isso? Bom, para entender há que se fazer um bom exercício de abstração.  Imagine que a pessoa compra uma casa e ela vale um milhão. Aí a pessoa define que daqui a um ano ela estará valendo dois milhões, então vai ao mercado de ações e vende dois milhões em papéis. Desses dois milhões, apenas um tem valor real, está ali, consolidado em uma casa real. O outro milhão é fictício. Ele só existe no desejo.  Imagine que venha um furacão e danifique a casa. Lá se vai aquele milhão em papel podre, e quem comprou esses papéis perde tudo que investiu. Foi mais ou menos isso que aconteceu na crise imobiliária estadunidense.

Agora imagine que os bancos fazem isso todos os dias. Eles jogam ações no mercado e não precisam provar que essas ações têm uma correspondência real. Os derivativos são nada mais nada menos do que apostas. O mercado sabe que é uma aposta, e para não perder ele estabelece um seguro. Assim, se acontecer dos derivativos virarem pó, eles não perdem nada. E quem é que paga para os bancos continuarem quebrando a vida real dos que investem nos papéis podres? Nós. Porque quando os bancos entram em risco de quebra, como aconteceu lá nos Estados Unidos, o Estado vai e socorre. Para se ter uma idéia, na crise, o banco central estadunidense chegou a repassar 16 trilhões de dólares para salvar os bancos da bancarrota. O que mostra que é uma falácia esse negócio de “mercado livre”. O mercado só é livre quando há lucros, quando há prejuízos quem paga a conta é povo.

Então, quando aparece na televisão a crise na Grécia, os protestos na Espanha, na Itália, Irlanda, França e mesmo no Brasil, já se pode saber que o que está acontecendo é exatamente isso. Os países estão se endividando para salvar investidores e pagar as dívidas que contraem nessa roda viva de papel podre. Assim, define Fatorelli, a crise no setor financeiro dos países é falsamente transformada em crise da dívida. E os países então colocam sob os ombros do povo o pagamento de suas “apostas” mal feitas ou ilegais.

No Brasil a dívida externa chega a 350 bilhões e a dívida interna aos 2,5 trilhões. A dívida bruta consome 70% do PIB e o governo paga os maiores juros do mundo. É uma festa interminável para os investidores mundiais, sem risco algum. O governo de FHC consumiu, só em juros, dois trilhões de reais, o governo Lula, 4,7 trilhões. Tudo o que se diz na televisão sobre os problemas que o estado tem com o orçamento é mentira. Há dinheiro suficiente, mas ele é usado para enriquecer, sem riscos, os investidores. Não bastasse isso, ao longo dos anos, as taxas de juros, que garantem os maiores lucros do mundo, são definidas por “especialistas”. Desse grupo que orienta os juros 51% são representantes dos bancos e 35% representam o sub-grupo de gestão de ativos. Ou seja, eles atuam em interesse próprio. Só isso já bastaria para se dar início a uma séria investigação sobre o tema da dívida. Porque da forma como tudo acontece, assoma claramente a intenção do prejuízo à nação. Vem daí a proposta de uma auditoria, aos moldes da que fez o Equador. Mas, para isso precisaria haver uma decisão política. Por que será que ela não acontece? É hora de a gente pensar…

Elaine Tavares é jornalista, editora do boletim do IELA-UFSC

Leia também:

França: O risco de falência dos bancos

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Comentários

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Laico

Trata-se de assunto bombástico! Não precisa nem "espetacularizar", pois o conteúdo em si já o é: pauta jornalística e política urgente e necessária. Fiz dois comentários a respeito do assunto Auditoria Cidadã num determinado sítio, os quais não foram publicados. Não sei o motivo, mas como ali o conteúdo é mais governista que o próprio governo, com traço fortemente irônico, desconfio que como se trata de assunto espinhoso não queiram trazê-lo à pauta. Quero deixar claro que não sou da contra o atual governo, mas isso não me leva a uma "cegueira ideológica". Acima de tudo, sou a favor do povo brasileiro e da Constituição, especialmente no que ela se apresenta com caráter transformativo (v. g. art. 3.º).

Brasil de Fato: O impostor impostômetro | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Elaine Tavares: Ilegal e imoral […]

José A. de Souza Jr.

Prá que pagar juros se o governo pode emitir quanto $$$ quiser a custo zero? É inacreditável como nossas inteligências encontram-se entorpecidas por um discurso confuso e incompreensível que ainda posa de "complexo"!

    multiplus

    uma pergunta séria:

    vc tá brincando, né?

Almerindo

Se NEM a "ley de medios" a Presidenta Dilma e o Bernardo fazem sair da gaveta, IMAGINE uma auditoria nessa VERGONHA então…

Não me façam rir…

jaime

À luz daquela entrevista na BBC, ontem, faz todo o sentido. É sabido que desde a Idade Média os governos buscam dinheiro por empréstimo junto a banqueiros. Agora que temos uma economista como Presidenta, a esperança é a de que essa situação se resolva, ou pelo menos se encaminhe, do contrário a Grécia somos nós amanhã. Parabéns ao Azenha por manter o foco, pois na verdade esse assunto, tão escamoteado pelo PIG, me parece o mais fundamental de todos.

Flavio Lima

Exageros a parte, esse é o debate mais interditado que existe.

FrancoAtirador

<img src="http://www.divida-auditoriacidada.org.br/config/Orcam2010.jpg"&gt;

Fonte: SIAFI – Banco de Dados Access p/ download (execução do Orçamento da União) – Disponível em http://www.camara.gov.br/internet/orcament/bd/exe… . Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida

Nota Explicativa: O gráfico inclui todas as amortizações da dívida, inclusive as que são consideradas pelo governo como "refinanciamento", por se tratar de pagamento de amortizações com recursos obtidos com a emissão de novos títulos – a chamada "rolagem" da dívida.

Acrescentamos que a apresentação dos gastos com a dívida de forma consolidada visa a dar maior transparência a esse gasto e evitar distorções, tendo em vista o seguinte:

I – As recentes investigações da CPI da Dívida comprovaram que cabem questionamentos sobre as informações disponíveis sobre a classificação – como juros, amortização ou rolagem – dos gastos com a dívida pública. A CPI apurou que parte dos juros tem sido classificada como amortização, pois os juros indicados pelo Tesouro Nacional se referem apenas aos "juros reais", ou seja, à parcela dos juros que supera a inflação, enquanto a outra parcela é contabilizada como amortizações, ou até mesmo na "rolagem".

II – O Ministério da Fazenda e o Banco Central, questionados pela CPI, não informaram o montante de juros nominais efetivamente pagos pelo Tesouro, razão pela qual, diante da ausência de informação detalhada, a partir de agora consideraremos sempre os gastos com a dívida de forma consolidada.

III – Dados disponibilizados pelo Banco Central e Ministério da Fazenda que informam o valor dos juros “nominais” calculam tal valor sobre a dívida líquida e não sobre a dívida real, bruta. Dessa forma, o valor informado não corresponde aos juros nominais efetivamente pagos, mas apenas a uma parte da dívida.

IV – Essas inconsistências reforçam a necessidade de continuarmos lutando pela realização da Auditoria da Dívida e pelo respeito ao Princípio da Transparência, com amplo acesso aos dados.

http://www.divida-auditoriacidada.org.br/

    Fabio_Passos

    Corrupção institucionalizada com amplo apoio da mídia-lixo-corporativa: rede globo, veja, estadão, fsp

    O trabalhador produzindo riqueza e a banca sugando nosso sangue!

    "Oito maiores bancos do país tiveram um lucro de R$ 45 bilhões em 2010: R$ 5 bilhões a mais do que todo o orçamento federal para educação naquele ano; apenas R$ 9 bilhões a menos do que tudo o foi aplicado na saúde pública pela União" http://www.cartamaior.com.br/

_spin

Os 20 países mais endividados
Por Marco Antonio L.

Do iG Economia
Veja quais são os países mais endividados do mundo
Políticas anticíclicas na crise de 2008 fizeram com que os Estados se endividassem, até 1.400% acima de seu PIB, como a Irlanda

Para evitar que suas economias entrassem numa crise profunda, diversos países aplicaram políticas anticíclicas em 2008, investindo em bancos e empresas. O resultado foi o aumento de seus endividamentos, ainda sem solução no curto prazo. Veja abaixo quais são os países mais endividados do mundo.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-20-pa

    _spin

    Pelo menos este consolo, os EUA e muitos paises do primeiro mundo estão mais endividados do que o Brasil. Foi FHC que aprofundou o endividamento mesmo tendo doado de mão beijada aos credores a Vale do Rio Doce, Sistema Telebrás…

    FrancoAtirador

    .
    .
    20º. Estados Unidos – 101,1%
    Dívida (como % do PIB): 101,1%
    Dívida bruta: US$ 14,825 trilhões
    PIB de 2009 (est): US$14,66 trilhões
    Dívida per capita: US$ 48.258

    19º. Hungria – 120,1%
    Dívida (como % do PIB): 120,1%
    Dívida bruta: US$ 225,24 bilhões
    PIB de 2009 (est):): US$ 187,6 bilhões
    Dívida per capita: US$ 22.739

    18º. Austrália – 138,9%
    Dívida (como % do PIB): 138,9%
    Dívida bruta: US$ 1,23 trilhão
    PIB de 2010 (est): US$ 882,4 bilhões
    Dívida per capita: US$ 57.641

    17º. Itália – 146,6%
    Dívida (como % do PIB): 146,6%
    Dívida bruta: US$ 2,602 trilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 1,77 trilhão
    Dívida per capita: US$ 44.760

    16º. Espanha – 179,4%
    Dívida (como % do PIB): 179,4%
    Dívida bruta: US$ 2,46 trilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 1,37 trilhão
    Dívida per capita: US$ 60.614

    15º. Grécia – 182,2%
    Dívida (como % do PIB): 182,2%
    Dívida bruta: US$ 579,7 bilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 318,1 bilhões
    Dívida per capita: $ 53.984

    14º. Alemanha – 185,1%
    Dívida (como % do PIB): 185,1%
    Dívida bruta: US$ 5,44 trilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 2,94 trilhões
    Dívida per capita: US$51.572

    13º. Portugal – 223,6%
    Dívida (como % do PIB): 223,6%
    Dívida bruta: US$ 552,23 bilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 247 bilhões
    Dívida per capita: US$ 51.572

    12º. França – 250%
    Dívida (como % do PIB): 250%
    Dívida bruta: US$ 5,37 trilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 2,15 trilhões
    Dívida per capita: US$ 83.781

    11º. Hong Kong – 250,4%
    Dívida (como % do PIB): 250,4%
    Dívida bruta: US$ 815,65 bilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 325,8 bilhões
    Dívida per capita: US$ 115.612

    10º. Noruega – 251%
    Dívida (como % do PIB): 251%
    Dívida bruta: US$ 640,7 bilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 255,3 bilhões
    Dívida per capita: US$ 137.476

    9º. Áustria – 261,1%
    Dívida (como % do PIB): 261,1%
    Dívida bruta: US$ 867,14 bilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 332 bilhões
    Dívida per capita: US$ 105.616

    8º. Finlândia – 271,5%
    Dívida (como % do PIB): 271,5%
    Dívida bruta: US$ 505,06 bilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 186 bilhões
    Dívida per capita: US$ 96.197

    7º. Suécia – 282,2%
    Dívida (como % do PIB): 282,2%
    Dívida bruta: US$ 1,001 trilhão
    PIB de 2010 (est): US$ 354,7 bilhões
    Dívida per capita: US$ 110.479

    6º. Dinamarca – 310,4%
    Dívida (como % do PIB): 310,4%
    Dívida bruta: US$ 626,1 bilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 201,7 bilhões
    Dívida per capita: $113.826

    5º. Bélgica – 335,9%
    Dívida (como % do PIB): 335,9%
    Dívida bruta: US$ 1,324 trilhão
    PIB de 2010 (est): US$ 394,3 bilhões
    Dívida per capita: US$ 127.197

    4º. Holanda – 376,3%
    Dívida (como % do PIB): 376,3%
    Dívida bruta: $2,55 trilhões
    PIB de 2010 (est): $676,9 bilhões
    Dívida per capita: $152.380

    3º. Suíça – 401,9%
    Dívida (como % do PIB): 401,9%
    Dívida bruta: US$ 1,304 trilhão
    PIB de 2010 (est): US$ 324,5 bilhões
    Dívida per capita: $171.528

    2º. Reino Unido – 413,3%
    Dívida (como % do PIB): 413,3%
    Dívida bruta:: US$ 8,981 trilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 2,173 trilhões
    Dívida per capita: US$ 146.953

    1º. Irlanda – 1.382%
    Dívida (como % do PIB): 1.382%
    Dívida bruta: US$ 2,38 trilhões
    PIB de 2010 (est): US$ 172,3 bilhões
    Dívida per capita: US$ 566.756

De Paula

Que qui é isso dona Fatorelli? Só essa dos papeis da dívida renderem 12% ao mês já desacredita todo o seu texto. O resto que segue na mesma linha só reforça a condenação. A quem serve tanto chute? Está me parecendo um daqueles textos do antigo IPES do pré-golpe.
Quem fatorou tá fatorado!!!

    Fabio_Passos

    Completamente errado. Exatamente o inverso.
    Atuar contra a roubalheira rentista é defender o Brasil dos mesmos canalhas que promoveram a ditadura.

    Você é leitor do PIG? Fã da miriam leitão?

    dukrai

    trollzinho, lê direito, a matéria divulgada é de autoria de Elaine Tavares – de Florianópolis, no Correio do Brasil, sobre um artigo de Maria Lucia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida.

_spin

Incrível a realidade exposta neste artigo, em resumo, a crise mundial não é dos países e sim dos bancos que, ao que tudo indica, estão apostando na crise para faturar mais e mais. A Europa vai doar trilhões de euros para quem mesmo? Para os bancos. Ué, a crise é dos países ou dos bancos? Se a crise é dos países, a grana não deveria ser dada para os paises quebrados e não para os bancos. Em resumo, o mundo vive a reboque dos bancos. Os banqueiros são verdadeiros parasitas sugando o sangue dos países. Que morram todos empanturados de grana.

ZePovinho

Você é um dos poucos jornalistas que mantêm o foco nesse assunto,Azenha.Valeu!!

Fabio_Passos

Estes R$7,2 TRILHÕES, investidos em infra-estrutura e resgate social da população fubecada, teriam transformado o Brasil em uma sociedade justa e extremamente próspera.

É preciso por fim a roubalheira promovida pela "elite" branca e rica, que surrupia a riqueza produzida pela população.

Temos de fechar o cassino. Basta de dar de mamar a especulador vagabundo.
O caminho é valorizar a produção e o trabalho.

Lucas

A boa notícia é que com a recente diminuição dos juros pelo banco central, assim como possíveis diminuições futuras, é possível que o governo tenha abandonado (pelo menos temporariamente) a política de teto da inflação.

Carlos Miranda

Tá Tudo escrito errado aqui. O Taxa Selic é de 12% ao ano e não ao mês. Ou existe uma outra que eu não conheço… Sou completamente a favor de uma auditoria na dívida do país (não acredito em um 'não pagamento de 95%, mas acho que acharíamos boas oportunidades), mas com umas historinhas como essa aí em cima não vamos angariar uma alma para nos apoiar… Se fosse simples assim lucrar em cima do banco central, tudo estaria mais perdido do que parece (pelo menos acho). Se fosse tão fácil chegar a uma conta provando que 40 e tantos por cento do orçamento vai para a dívida, também. Enfim, sempre fui um apoiador de auditoria e, talvez até, do não pagamento. Sempre li os textos deste blog também com muito respeito, mas esse aí não me parece condizente. Algumas contradições:

1) "…12 bilhões ao ano, enquanto a dívida leva 635 bilhões." e "O Brasil consome um bilhão de reais por dia no pagamento da dívida.". Pergunto: Que ano é esse de 600 dias?

2)"Nas operações de mercado aberto (bolsa) que hoje superam meio trilhão de reais, o Banco Central entrega títulos da dívida para os bancos e fica com os dólares. Nessas operações, o Banco Central – que em tese é o Estado brasileiro – só consegue amealhar prejuízos.". Pergunto: Será que quem estuda economia, passa quatro anos lá para aprender esta continha de menos? Acho difícil e acho o sistema, até por sua burocracia, bem mais complexo.

3)"Imagine que a pessoa compra uma casa e ela vale um milhão. Aí a pessoa define que daqui a um ano ela estará valendo dois milhões, então vai ao mercado de ações e vende dois milhões em papéis. Desses dois milhões, apenas um tem valor real, está ali, consolidado em uma casa real.". Pergunto: E se a casa, dentro de um ano passar a valer (estou pensando que ainda estamos no mercado) 3 bi. Quem sai ganhando? Os ganhos são só para um lado mesmo?

Resumindo, vocês poderiam caprichar mais, principalmente em questão de dados. Digo isso pelo ideal de ver esta dívida auditada.

    dukrai

    "Tá tudo escrito errado aqui. O (sic) Taxa Selic é de 12% ao ano e não ao mês."
    menas, bródi, menas, um lápis não invalida o argumento.
    1 – muito pior que o exemplo da autora, o Brasil gastaria DOIS BILHÕES DE DÓLARES por dia no pagamento da dívida: “Imaginem um apartamento, desses bem finos, que custa um milhão de reais. Um bilhão equivaleria a cem edifícios de 10 andares, sendo um apartamento por andar. É isso que sai do nosso país todos os dias”.
    2 – O curso de graduação em Economia é de cinco anos e não é necessário pra entender a continha básica do custo da reserva e de compra e venda de dólares e a taxa Selic como um dos indexadores.
    3 – "E se a casa, dentro de um ano passar a valer (estou pensando que ainda estamos no mercado) 3 bi."
    Uma casa comprada por um milhão não poderia passar a valer três bilhões em um ano. (estou pensando que ainda estamos no mercado e presumo que vc tenha se enganado).
    Por fim, veja que temos uma matéria divulgado pela mídia impressa de autoria de Elaine Tavares – de Florianópolis, no Correio do Brasil, sobre um artigo de Maria Lucia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida, com todos estas incorreções que vc atentamente aponta, mas que não invalida a ideia central do questionamento da legalidade da dívida.
    O que eu questiono é se por voluntarismo tudo poderia ser questionado e se as retaliações do mercado seriam um blefe.

    Carlos Miranda

    Concordo que um argumento não deveria ser invalidado por "um lápis". E também concordo, como escrevi, com a luta por uma revisão da dívida. Acontece que uso a abrangência do que é escrito neste blog justamente para encorajar pessoas a entrar em debates de assuntos como esse. E, com essas "incorreções" não convenceremos ninguém.
    Ah! Sobre o apartamento, eu exagerei para mostrar que a discussão não pode (em minha opinião) e não deve ser travada em tamanha simplificação. Se quiser, melhore o exemplo trocando os 3 bi por 4 mi…
    Enfim, foi mais um alerta para evitar que outras pessoas, ao lerem o blog com essas "incorreções" nunca mais voltem…

Ronaldo Cananéia

Ninguém vai comentar sobre estas declarações? Contra ou a favor?

Preciso de contribuições para definir minha opinião. E na sequência pensar em uma estratégia.

Onde está a marcha da dívida?

FrancoAtirador

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Os midiáticos alardeiam que o país não pagar os juros da dívida pública é calote.

Mas como podemos calotear alguém que usurpa o que é, de fato e de direito, nosso ?
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Roberto Locatelli

Várias medidas tem que ser tomadas para reduzir esse descalabro:

– primeiro, reduzir drasticamente a taxa básica de uros (taxa Selic) e, assim, reduzir a parte dos especuladores e banqueiros.

– segundo, rever os acordos realizados anteriormente (como o governo do Equador fez) para verificar o que é ilegal.

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