UNE convoca estudantes a irem às ruas no #M29: “Não seremos geração perdida”
Tempo de leitura: 3 min10 motivos para irmos à rua no 29 de maio
É preciso todo cuidado e é preciso barrar um governo que corta da educação, é contra a ciência e agrava a pandemia
Diante de uma postura do governo Bolsonaro que aumenta os impactos da pandemia, entidades estudantis e movimentos sociais convocam uma mobilização popular para o dia 29 de maio.
Todos os cuidados sanitários são essenciais, como máscara no rosto, distanciamento e álcool em gel.
Mas também é essencial dar um basta neste governo, listamos aqui 10 motivos.
1– Universidades Federais e Institutos Federais pedem socorro
Universidades Federais e a rede de mais de 600 unidades de Institutos Federais (IFs) estão com o menor orçamento da década. Os cortes em 2021 são de R$ 1 bilhão para as universidades e R$ 770 milhões para os IFs, em relação a 2020.
Diversos reitores e entidades representativas têm alertado que as instituições não têm verba para manter o funcionamento no segundo semestre!
Os IFs estão com a menor verba desde 2010, quando tinham metade do número atual de estudantes, mais de um milhão.
2 — Estão tentando destruir o Enem e os sonhos
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O Inep, órgão do Ministério da Educação que realiza o Enem, enviou um ofício ao Ministério da Economia de Paulo Guedes avisando que NÃO HÁ RECURSOS suficientes para organizar o Enem este ano.
É preciso uma comissão séria para avaliar o melhor momento e condições para a realização. Não aceitamos um adiamento “por falta de recursos e de tempo”, como alega o Inep sem nenhum diálogo.
O governo Bolsonaro não promoveu nenhuma edição razoável do Enem desde 2019, o que, junto com falas contrárias à formação universitária, indica intenção de esvaziar o exame e o acesso à universidade. Querem aproveitar a pandemia para destruir os sonhos e o futuro.
3 — Ciência e educação salvam vidas, precisamos salvá-las
Negar importância de vacinas, de apoios técnicos e de investimentos em saúde e educação tem sido caminho para mortes, caos, desemprego, fome e prolongamento da pandemia.
Não vamos superar as crises da pandemia sem educação e sem ciência. É isso que precisamos alertar ao país.
4 — Falta vacina por culpa do governo Bolsonaro
No ritmo atual de vacinação, o Brasil não conseguirá imunizar todos os habitantes acima de 18 anos contra a Covid-19 em 2021.
O Brasil continua em 58º lugar no ranking global da aplicação de doses da vacina e menos de 20% da população do país foi imunizada.
Por isso, é preciso pressionar e responsabilizar os culpados pelo agravamento da crise sanitária.
A CPI da Covid tem esclarecido o que já sabíamos: O governo Bolsonaro ignorou estatísticas, especialistas, alerta de colapso nos estados, e ofertas para a compra de vacinas.
“O Brasil receberia 18,5 milhões de doses da Pfizer até junho de 2021, se tivesse dado prioridade à vacinação. Quantas das 453 mil mortes poderiam ter sido evitadas? Responsabilizamos Bolsonaro, sim”, frisa a presidenta da UBES, Rozana Barroso.
5 — Fim da educação pública é projeto de governo
Não é só a rede federal de ensino e o Enem que enfrentam cortes e omissão. Desde que Bolsonaro assumiu, o Ministério da Educação tem sofrido cortes anualmente. Em plena pandemia, 2020 teve o menor orçamento da década!
6 — Faltam condições para estudar em casa e poder voltar à escola e à universidade
O aumento da evasão e do abandono escolar preocupam muito e o governo federal não oferece planos, financiamento nem vacinação suficiente para o retorno seguro das aulas presenciais.
O governo tampouco garante nosso acesso às aulas a distância, pois vetou o Projeto de Lei da Conectividade (PL) construído no Congresso Nacional em diálogo com o setor da educação para fornecer milhões de chips e tablets.
7 — As prioridades são equivocadas e absurdas
No meio da pandemia, em que precisamos de adaptação das escolas e de conectividade, o governo corta o orçamento da educação e estabelece prioridades bizarras: regulamentar o ensino domiciliar e militarizar escolas.
Os dois projetos, puramente ideológicos, menosprezam o real sentido do espaço escolar democrático e emancipador.
8 — Nosso povo está passando fome
O auxílio emergencial é irrisório e o governo federal não apresenta nenhuma proposta para solucionar a insegurança alimentar, que atinge 117 milhões de pessoas ou 55% da população, pior índice desde 2004, segundo a Rede Pesan.
Além de protestar por atenção e políticas públicas básicas, estaremos recolhendo alimentos nos atos. Se puder, vamos compartilhar solidariedade!
9 — Juventude negra está morrendo
Estudantes negros não têm nem mesmo o direito de estudar em casa durante a pandemia sem risco de serem assassinados ou terem suas casas violentadas. Os homicídios crescem entre jovens negros, enquanto diminuem para a população branca.
10 — Nos recusamos a ser uma geração perdida
Como ficará o Brasil com suas universidades fechadas, sem assistência estudantil, sem aulas e sem pesquisa? Como fica nosso futuro, da nossa família e do país?
É pelo direito de sonhar e de ter perspectivas. Bolsonaro não pode matar nosso povo e nosso futuro.
Comentários
Zé Maria
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“Se o Povo vai às ruas durante a pandemia
é porque o governo é mais perigoso que o vírus”.
Médicos Populares dão dicas
de como participar dos atos
contra Bolsonaro de forma
segura contra Covid-19
O uso de máscaras N95 e PFF2 é apontado como fundamental para as mobilizações marcadas para o sábado (29)
Por Lucas Rocha*, na Revista Fórum: (https://t.co/G6piIdO8eI)
A Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares
(https://twitter.com/RedeMedPop/status/1396495811098431488)
divulgou no último domingo (23) uma lista de precauções
a serem tomadas nas mobilizações convocadas contra
o presidente Jair Bolsonaro para esta semana.
Atos foram convocados em todo o país contra o presidente
Jair Bolsonaro para o próximo sábado (29).
Na quarta-feira (26) foi realizado um ato simbólico.
As recomendações principais do Guia de Segurança Sanitária
na Pandemia são sobre o uso de máscaras de modelos que
oferecem maior proteção, como N95 e PFF2, a utilização de
álcool em gel e a importância do distanciamento entre as
pessoas de, pelo menos, 2 metros. (https://t.co/Md7bFHqDyV).
O perfil Estoque PFF (https://twitter.com/estoque_pff)
ajuda a encontrar locais para comprar essas máscaras
a preços mais acessíveis.
Além dos médicos populares, a epidemiologista Denise Garrett também fez recomendações em suas redes:
(https://pbs.twimg.com/media/E2HBcE4WQAMC9_3?format=jpg)
“Manifestações ao ar livre durante a pandemia podem ser feitas
de maneira segura, com risco mínimo de transmissão e sem
resultar em aumento do número de casos”, disse no Twitter,
ressaltando a importância das máscaras, álcool gel e a adoção
de óculos de proteção ou face shield.
(https://twitter.com/dogarrett/status/1396610069949726725)
O perfil “Qual Máscara” também fez recomendações
no mesmo sentido:
(https://twitter.com/i/status/1397273741135056902)
Diferentemente do que foi feito por Bolsonaristas, manifestações
ao ar livre durante a pandemia podem ser feitas de maneira
segura, com risco mínimo de transmissão e sem resultar em
aumento do número de casos.
Mais de 100 organizações, partidos e movimentos sociais,
sindicais e populares estão envolvidas na organização da
manifestação marcada para o sábado: frentes Brasil Popular
e Povo Sem Medo, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST),
União Nacional dos Estudantes (UNE), Central de Movimentos
Populares (CMP), PT, PSOL, PCdoB, UP, PCB e PCO, além das
centrais sindicais.
O movimento pede “Fora Bolsonaro” e tem como um dos lemas
uma frase que ganhou repercussão após os protestos que
tomaram a Colômbia contra o presidente Iván Duque, de
extrema-direita: “se o povo vai às ruas durante a pandemia é
porque o governo é mais perigoso que o vírus”.
Na quarta, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB,
Intersindical, Pública, CSP-Conlutas, CGTB, CONTAG, MST e
as frentes BP e PSM organizaram mobilização simbólica
contra a fome e pela vacina.
Na ocasião, foram doadas 3 toneladas de alimentos agroecológicos a catadores de material reciclável cooperativados e distribuídas mais de 600 cestas básicas.
CONFIRA AS RECOMENDAÇÕES DOS MÉDICOS POPULARES:
Guia de Segurança Sanitária na Pandemia
1. As manifestações devem ser feitas SEMPRE em local aberto
e bem ventilado
2. Manter distanciamento de 2 metros entre manifestantes.
3. Uso de máscara deve ser obrigatório, de preferência, PFF2/N95
ou máscara cirúrgica embaixo da máscara de pano. Sempre
bem ajustadas no rosto, sem vazamentos.
4. Recomendamos aos movimentos que puxam as manifestações
que forneçam máscaras adequadas àqueles que não possuem.
5. Muito importante pensar no deslocamento até o ato. Preferir
transportes com janelas abertas e usar máscara o tempo todo.
6. Não deve haver abraços ou beijos.
Evitar compartilhar objetos pessoais, água e alimentos.
7. Lavar as mãos ou utilizar álcool em gel sempre que for tocar
nos olhos, boca, nariz ou na máscara.
8. Leve máscaras extras para outras pessoas que necessitam.
9. Não devem participar as pessoas com sintoma suspeito de
Covid-19 ou teste positivo, ou ainda que tiveram contato com
pessoas com sintomas ou teste positivo.
Exemplos de sintomas: Tosse, Febre, Cansaço, Dor de cabeça,
Coriza, Congestão nasal, Dor de garganta, Perda de olfato ou
paladar, Falta de ar e Diarreia.
Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares
(https://medicospopulares.org/como-participar-dos-atos-de-rua-com-protecao/)
*Lucas Rocha é formado em jornalismo
pela Escola de Comunicação da UFRJ.
https://revistaforum.com.br/movimentos/medicos-populares-dao-dicas-de-como-participar-dos-atos-contra-bolsonaro-com-protecao-covid
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