Governador do Ceará diz que isolamento está achatando curva no estado

Por Luiz Regadas, de Fortaleza

O governador Camilo Santana mostrou, nas redes sociais, um gráfico comparando duas curvas do coronavírus no Ceará: a que poderia ter sido (vermelha) e a que está sendo registrada (azul).

O estudo foi feito por especialistas da Secretaria de Saúde e da Universidade Federal do Ceará.

Segundo Camilo, as medidas de isolamento social estão dando certo.

Depois de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Ceará tem o maior número de casos.

São 1.747 confirmados e taxa de letalidade de 4,35 por 100 mil habitantes.

O boletim epidemiológico mais recente, divulgado pela Secretaria de Saúde, é do dia 7 de abril.

Registrou a morte de uma pessoa de 46 anos de idade, sem doenças pré-existentes, em Fortaleza, depois de 17 dias de internação.

Um homem de 70 anos com doença cardiovascular e diabetes ficou apenas um dia no hospital.

Uma mulher de 41 anos, com histórico de doença pulmonar, também resistiu apenas um dia depois de ser internada.

A maioria é de idosos.

O governador também disseminou vídeo de uma paciente deixando o hospital, recuperada do coronavírus — para a grande maioria das pessoas, o vírus não causa danos duradouros.

Porém, ainda assim, muitas famílias já tiveram perdas irreparáveis.

São 74 mortes no Ceará oficialmente computadas, inclusive a de um bebê que tinha co-morbidade.

A pandemia nos tocou mais de perto, com a perda da esposa de um primo, a sra. Gládia Girão.

Ela foi internada no dia 29 de março e faleceu dois dias depois.

Era esposa do empresário Luiz Girão, controlador do Grupo Betânia.

A filha, Stella, fez um relato sobre a mãe:

Mamãe era uma mulher genuinamente generosa e silenciosa nas suas boas ações.

Não alardeava, pelo contrário, alegava que aquele que dá aguardando receber não compreendeu o sentido da doação.

Ela doava não somente materialmente, mas se doava nas palavras e no acalento dos que precisavam.

Seus olhos e gestos miravam sempre aqueles esquecidos, os menos favorecidos ou privilegiados.

Ela, em um breve olhar, sabia quando algo não ia bem e respeitava o silêncio, mas não deixava de demonstrar seu ombro amigo e afago.

Uma vez, ela me disse “não se pede aquilo que os outros tem obrigação de dar”.

Com ela, não se precisava pedir.

Ela se antecipava as necessidades de todos aqueles que a tocavam, mesmo na distância.

De todas as bandeiras, a da educação era sua favorita. Era uma grande incentivadora e investidora do conhecimento.

Conheço inúmeras pessoas que hoje estão formadas, que possuem uma casa, acesso a saúde entre outros graças a sua bondade.

Pessoas que se não fossem pelo olhar atento, teriam passado anônimos pela sociedade.

Ela era uma benfeitora silenciosa e altruísta. Uma mulher de muito valor.

(Stella Girão – Filha)