Bia Barbosa: Velhas e novas ameaças à liberdade de expressão

Tempo de leitura: 5 min
por Bia Barbosa, em Carta Maior

Desde 2009, quando o tema da regulação e controle social da mídia ganhou espaço no debate público nacional com a realização da I Conferência Nacional de Comunicação, os grandes meios têm dedicado espaço considerável em suas páginas ou telejornais para bradar, sem cessar, que a liberdade de expressão está ameaçada no país. Foi esta a tônica da cobertura das resoluções da I Confecom; tem sido este um dos motivos para os ataques da imprensa ao Programa Nacional de Direitos Humanos; e foi este o discurso professado sem constrangimentos pelas entidades apoiadoras do Instituto Millenium, que recentemente realizou um seminário em São Paulo onde os donos da mídia garantiram que há censura estatal no Brasil.

No entanto, em um outro seminário, também realizado em São Paulo, esta semana, desta vez no Memorial da América Latina, o debate sobre liberdade de expressão ganhou outros contornos. E deixou claro que os limites e supostas ameaças a este direito fundamental em nosso país são de outra ordem e têm raízes muito mais profundas do que querem nos fazer crer os grandes empresários da comunicação.

Numa palestra elucidadora, o pesquisador e ex-professor da Universidade de Brasília, Venício Lima, apontou o sistema de concessões e renovação das outorgas de rádio e televisão como um lócus privilegiado para a manutenção de interesses privados – disfarçados de públicos –, que na prática caracteriza uma das maiores ameaças à liberdade de expressão no país. Segundo Lima, o funcionamento das concessões de radiodifusão no Brasil gerou um fenômeno agora conhecido por “coronelismo eletrônico”, só que em vez do controle da terra, como acontecia na República Velha, hoje é o controle dos meios de comunicação de massa que leva seus proprietários ao controle político de diferentes regiões do país.

“Não é novidade que os políticos locais tenham vínculos com a mídia, não apenas no nordeste. São governadores, deputados estaduais, senadores, que formam verdadeiras oligarquias regionais. Os nomes também são conhecidos: Sarney, Garibaldi, Collor, Magalhaes, Jereissati etc”, conta Venício Lima. “A moeda de troca continua sendo o voto, mas agora com base no controle da informação e na influência da opinião pública. A recompensa é antecipada aos coronéis pelas outorgas de rádio e TV, que depois são renovadas automaticamente”, explica.

Segundo o pesquisador, há uma série de normas e procedimentos legais das concessões que têm permitido e perpetuado essa situação, ameaçadora para a liberdade de expressão do conjunto da população brasileira. Uma delas, prevista na Constituição Federal, cria assimetrias em relação aos demais concessionários de serviços públicos. Ao contrário de outras áreas, onde o poder concedente pode cancelar contratos de concessão caso o serviço não esteja sendo cumprido a contento, na radiodifusão, para uma concessão não ser renovada são necessários dois quintos de votos nominais, ou seja, abertos, do Congresso Nacional.

“Diante do poder da mídia, é improvável que um processo de não renovação chegue a ser votado. Menos provável ainda que uma concessão não seja renovada por quem depende da televisão para sua sobrevivência política. Não há na história do Brasil um projeto de não renovação que tenha sido sequer apresentado no Congresso”, afirma. “Já o cancelamento de uma concessão durante sua vigência só ocorre com decisão judicial”, acrescenta.

Os critérios para definição dos concessionários de rádio e televisão também não têm relação com o que a legislação brasileira estabelece para o serviço de radiodifusão. Os princípios que devem orientar a programação das emissoras, por exemplo, previstos no Art.221 da Constituição, não são usados como critério. Tão pouco o respeito à complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal de comunicação e à regra que proíbe o monopólio da mídia.

“Sem falar dos casos em que os próprios representantes do coronelismo eletrônico votam em benefício próprio. Como a Constituição compartilha entre o Executivo e o Congresso Nacional o poder de outorga, há casos de senadores e deputados votando na renovação de suas próprias concessões”, critica Venício Lima. “O resultado é a formação de um sistema de radiodifusão protagonizado pela concentração privada, e onde há uma clara assimetria na disputa eleitoral entre aqueles que usam as concessões em benefício próprio e aqueles que não têm acesso a este serviço público”, completa.

Independência editorial
Se por um lado o sistema de outorgas de rádio de TV historicamente tem contribuído para limitar a liberdade de expressão no país, o seminário no Memorial chamou a atenção para uma nova ferramenta que, de forma indireta, pode trazer conseqüências na linha editorial dos veículos, sobretudo dos impressos: a publicidade governamental.

Para o jornalista Eugênio Bucci, professor da Universidade de São Paulo e articulista do jornal O Estado de S.Paulo, a influência do poder político no funcionamento dos meios de comunicação através da publicidade oficial tem crescido nos últimos anos. Levantamento do Grupo de Mídia São Paulo, que faz uma avaliação anual do tamanho do mercado anunciante no Brasil, mostrou que em 2008 foram gastos R$ 23 bilhões em publicidade no país. O maior anunciante são das Casas Bahia, com R$ 3 bilhões. Somados, todos os governos municipais, estaduais e federal totalizaram R$ 2,7 bilhões. Somente o governo de São Paulo saltou de R$ 59 milhões de publicidade oficial em 2007 para R$ 158 milhões em 2008. Os Ministérios da Educação, do Turismo e da Saúde, juntos, gastaram R$ 628 milhões no mesmo ano.

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“Por meio da verba governamental, interesses dos governos adquirem uma entrada privilegiada nas redações dos jornais, influenciando na pauta e minando a liberdade de imprensa. Tenho dúvidas sobre a necessidade e pertinência do Poder Executivo ser um anunciante tão grande”, questiona Bucci. “Na prática, os anúncios são a continuação da propaganda eleitoral fora do período de campanha. Não é à toa que são feitas pelas mesmas equipes, com a mesma linguagem”, acredita.

Com este tipo de política, na opinião do jornalista, abre-se espaço para um tipo de pressão do governo sobre jornais de porte médio ou pequeno, onde a presença do anúncio público pode representar a diferença entre a viabilidade econômica e a falência. “A força de pressão que o controlador da verba pública tem sobre essas publicações é imensa. Direta ou indiretamente as oligarquias que controlam as verbas públicas acabam interferindo na pauta desses jornais”, afirma.

Bucci admite que há uma chantagem mútua neste processo, onde muitos veículos também podem pressionar governos por mais anúncios em troca de uma cobertura favorável ou não às administrações públicas. “É um ecossistema. Este tipo de pressão existe de um lado e de outro e setores do mercado e do Estado se associam nesta simbiose”, diz.

Um caminho apontado no seminário para garantir a independência editorial dos veículos de pequeno e médio porte foi a criação de linhas de financiamento e fomento público para órgãos de comunicação, prática bastante difundida nos países europeus e também nos Estados Unidos e que ainda não se tornou realidade no Brasil.

A convidada internacional do seminário, a jornalista Liza Shepard, ombudsman da Rádio Pública Nacional (NPR) dos Estados Unidos, concordou. Com a crise econômica que atravessa o país e a queda nas vendas dos jornais impressos diante do boom da internet, pela primeira vez algumas empresas americanas privadas de comunicação começam a pensar em ajuda governamental.

“Vivemos um tempo de instabilidade e revolução na mídia. Se o governo ajuda a indústria bélica, automobilística, porque não pode fazer o mesmo com a indústria de notícias? É algo que ainda está em discussão”, conta.

Hoje, no entanto, a independência editorial da NPR é garantida em parte por sua forma de financiamento. Somente 2% dos 150 milhões de dólares de seu orçamento anual vêm do governo dos Estados Unidos. A NPR não é uma emissora, e sim uma produtora de conteúdo para rádios públicas que tira a maior parte de seu sustento da venda de programação para 900 emissoras em todo o país. Sua programação atinge 34 milhões de pessoas, das quais 10%, todos os anos, doam recursos para a sustentação das rádios.

“Pode o governo fazer parte do financiamento e não controlar nada editorialmente? Sim. É assim que funciona nos EUA. A NPR é um exemplo positivo de como uma mídia pública pode operar de forma independente de um governo”, conclui Liza.

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Comentários

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Carlos

Outra ameaça à liberdade de expresão é ´constitucionalizar´ a exigência de diploma para o exercício do jornalismo, o que poderá – am algum momento futuro – ser usado contra blogueiros.

Gerson Carneiro

"Somente o governo de São Paulo saltou de R$ 59 milhões de publicidade oficial em 2007 para R$ 158 milhões em 2008".

Huuummmm… "Governo de São Paulo, cada vez melhor!"

Marcelo Martins

O controle total sobre a imprensa exercido em Minas pela jornalisa Andréa Neves, irmã do governador Aécio Neves, foi conseguido com a inédita unificação das verbas publicitárias da administração direta e das empresas públicas tais como Cemig, Copasa, Comig e outras. A distribuição de uma montanha de dinheiro estimado em R$400 milhões por ano está condicionada a aceitação integral aos ditames da irmã super-poderosa. Depois de oito anos com todo este "prestígio" não é por outro motivo que ela vem sendo cogitada para ser a vice da chapa tucana à presidência.

Pitagoras

Embora somente sejam citados os "capi" dessas olligarquias, em geral criminosas, a realidade é que elas representam somente a ponta do iceberg. Uma relação mafiosa, promíscua se estabelece entre poderes da república, que se tornam dependentes de favores uns dos outros, uma mão suja lavando a do outro: magistrados, delegados, promotores, políticos, participam todos da mesma festa de rapinagem do erário e de empulhação e controle do povo. O voto de curral, quando não abertamente comprado ou impresso nas mentes pela cadeia de rádios e tv's que lhes pertencem, perpetua a situação para sempre.
Milhares de "moscas" gravitam em torno desses mafiosos, tirando casquinhas onde podem, fazendo o trabalho sujo, gozando uma sinecura num órgão público ou tribunal, infiltrados em todas as instãncias públicas.
Daí a dificuldade em mudar, pois a educação no nível e qualidade de um Paulo Freire é anátema e a conscientização popular não interessa a essa vasta casta de aproveitadores. Só mesmo uma revolução popular com um líder carismático para dar uma sacudida nesse marasmo.

Neo

.
VEJA só as duas capas de uma panfletinho partidário de circulação nacional…
.
.
Capa edição 2151 e edição 2160, ambas sobre – quase – o mesmo assunto,
.
Um trata da maior chuiva dos últimos 6 anos em São Paulo ( do SERRA),
.
A Outra da maior chuva dos últimos 50 anos no Rio de Janeiro…
.
.
VEJAM quanta imparcialidade…
.
. http://blogdoonipresente.blogspot.com/2010/04/ain
.
.
.
Será que ela ainda engana alguém ???

Fernando Vaz

Olha aí a cobertura “Isenta” do PIG (ou melhor FSP – Força serra presidente).

IG… Só dá Serra…

Aécio diz que estará ao lado de Serra "onde for convocado"
10/04 – 14:06 – Adriano Ceolin e Marcelo Diego http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/04/10/

Destaque em evento do PSDB, FHC diz que governo Lula abusa do marketing
10/04 – 14:25 – Adriano Ceolin e Marcelo Diego
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/04/10/

Nós contra eles não cabe numa nação, afirma Serra ao se lançar candidato à presidência
10/04 – 13:41 – Adriano Ceolin e Marcelo Diego
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/04/10/

O GLOBO… Só dá Serra…COM MUITO DESTAQUE…

Eleições 2010
Serra é lançado pré-candidato a presidente pelo PSDB com festa em Brasília
10/04/2010 13h32m
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/04/10/serra

Aécio, recebido aos gritos de 'vice, vice', diz que estará ao lado de Serra 'onde for convocado'
Publicada em 10/04/2010 às 13h14m
O GloboReuters/Brasil Online
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/04/10/aecio

R7… Nada de Serra e de Dilma…

FOLHA… SÓ DÁ SERRA…

10/04/2010 – 16h36
Em palanques diferentes, Serra critica governo Lula, e Dilma, o de FHC
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u7
ESTADÃO… SÓ DÁ SERRA…

Em Brasília, Serra diz que vai trabalhar pela união do Brasil, e não para dividi-lo
Pré-candidato do PSDB à Presidência esteve neste sábado em evento no Distrito Federal
10 de abril de 2010 | 13h 59
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,em-br

francisco.latorre

ilustrando a história essa da npr.

tv brasil arrasando.

a gente já tem comunicação pública.

e de primeira.

outra do melhor governo da história.

tv brasil fura concorrência. no repórter brasil.

denuncia que houve mortes há um mês no bumba.

e que o governo ignorou.

mais… a moradora morta havia processado o estado. exigindo obras.

jornalismo de isenção. naquela tv que seria 'oficial'.

bofetada nas moscas hipócritas que cobravam 'imparcialidade'.

notícias com isenção. o básico. fácil. só querer.

na tv brasil tem jornalismo.

dvorak

" Em plena crise no Senado, o presidente Lula encaminhou ao Congresso o processo para aprovação de uma concessão de rádio FM para a família de Renan Calheiros, líder do PMDB e um dos comandantes da tropa de choque para a manutenção de José Sarney na presidência da Casa, informa reportagem de Elvira Lobato"

    José

    Cite a fonte.

Marat

Eles sempre utilizam este surrado argumento: "ameaça a liberdade de expressão", contudo, eles (os jornalistas vendidos) não se cansam de propalar mentiras e sofismas e de defender interesses contrários à soberania brasileira. Isso sem contar que eles recebem, de bandeja, concessão pública… ora, usemos nossa liberdade de expressão, mas sejamos sensatos, patriotas e responsáveis (inclusive judicialmente) perante nossos atos!

francisco.latorre

alterglobo…

número um… 9 de abril de 2010.

aplauso. claps

queremos mais edições.

alterglobo. direto na 'rede neural'.

faz história a rede social nessa eleição.

é cultural… vamos de século vinteum.

os destronados tentarão o golpe. como sempre.

e vão falhar.

virou o século. outro tempo.

chegou o futuro.

e o brasil país-do-futuro está pronto.

titio lula derrotou o ectoplasma viralata que assolava a mente do brasileiro.

inoculada pela máquina da propaganda… a tal mídia.

a rede envolveu a pirâmide.

papel embrulha pedra.

foi no tijolaço do brizola neto a imagem histórica da primeira página. altergobo.

breve… alterfolla.


http://www.tijolaco.com/?p=11769

Marcos

E o blog continua sem dar a noticia do assassinato de cinco jornalistas em Honduras.

Wildner Arcanjo

Já notaram que o site do Terra andou tirando os comentários sobre as matérias. Interessante… Acho que não aguentaram a quantidade de puxadas de orelha, que os internautas davam neles, com relação a manipulação de títulos de matérias e textos.

Alcindo

Enquanto isso, continua o esforço para, deposto o comunista bolivariano Zelaya, restaurar a Liberdade de Imprensa na gloriosa Nova Honduras Direitista:
5 jornalistas assassinados no mês de Março:
http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=3426http://www.google.com/hostednews/ap/article/ALeqM

Freitas

Acredito que poderia ser editada uma lei ou emenda constituicional limitando os gastos governamentias com publicidade a um determinado percentual da receita.

Samuel Lima

(Cont.) O presidente Lula, admirável em tantas coisas, em entrevista ao "Canal Livre" (Band, 04/04) foi infeliz nas colocações sobre o tema, e jogou pra seleta platéia dos donos da mídia: O único controle social, para o Lula, seria o telespectador (caso tv), o ouvinte (pro rádio) e o leitor (jornais impressos). Ou seja, o presidente abdica do papel que o Estado deve cumprir neste debate. Os ecos da I Confecom, no entanto, são promissores. A batalha será longa, assimétrica, mas nada que não se possa acumular força pra fazer avançar as propostas que avançam na democratização da comunicação. Congratulações, Bia.

Samuel Lima

A I Confecom é talvez o maior ato política da luta mais geral pela democratização da comunicação, no país, desde a Constituinte de 1988. Não é por acaso que os artigos da CF tratando do tema jamais foram regulamentados. A lenga-lenga dos barões da mídia, seus arautos, "colonistas" e apaniguados objetiva manter o "coronelismo eletrônico" intacto. A rigor, o governo Lula foi de uma covardia ímpar no trato desse tema, basta lembrar os dois ministros da Comunicação são homens de irrestrita confiança do alto empresariado da comunicação.

Jperesop

Este controle é aplicado amplamente aqui em Minas através da írmã do Aécio Neves, Andrea Neves.

valmont

O Professor Venício Lima retratou com exatidão o nosso sistema feudal, em que o poder político real é exercido pelos suseranos marinhos, civitas et caterva. Os coronéis que dominam o poder da mídia regional não passam de vassalos-representantes dessa meia dúzia de aristocratas, seja no Congresso, seja nos governos estaduais.
E pensar que estamos em pleno século XXI… quanto atraso!
Isto, sim, é motivo para nos envergonharmos.
Até quando suportaremos esse descalabro?

Ubaldo

O governo exerce um controle ameno nos meios de comunicação pela contrapartida em publicidade. Se um veículo de comunicação começa a incomodar com comentários e opiniões contrárias a seus interesses o governo reduz ou corta a verba de publicidade destinada a esse veículo. Se tal veículo conta com verba publicitária significativa do governo evidentemente que ele muda o tom dos comentários. Como os grandes veículos de comunicação não dependem da verba publicitária governamental, pois captam seus recursos na iniciativa privada, ficam mais independentes para fazer suas críticas. Dai surgem os veículos nanicos, quais já nasceram recebendo verbas publicitárias do governo, com a ladainha da Partido da Imprensa Golpista (PIG) e a criação de associações que visam captar a maior parte das verbas publicitárias do governo. A grande mídia reage no Congresso através de lobby impedindo a aprovação crescente de verbas publicitárias no Orçamento e o governo rearranja o Orçamento para criar mais verba para a mídia que lhe dá sustentação. Traduzindo, é um jogo de interesses

    Carlos

    "Se um veículo de comunicação começa a incomodar com comentários e opiniões contrárias a seus interesses o governo reduz ou corta a verba de publicidade destinada a esse veículo. Se tal veículo conta com verba publicitária significativa do governo evidentemente que ele muda o tom dos comentários."
    Exemplifique, cite casos do que você afirma, Ubaldo.
    Qual tua opinião sobre Convocação de Assembléia Nacional Costituinte que, dentre outras características, seja EXCLUSIVA, ou seja, se autodissolve após conclusão dos trabalhos, e que – óbvio – não tenha participação do Congresso, de nenhum parlamentar com interesses na radiodifusão?
    Qual tua opinião sobre tal proposta?

    Cecéu

    Há lógica no raciocínio do Ubaldo.
    Mas é uma lógica que parte de uma premissa falsa. A premissa de que todos os meios de imprensa, grandes e pequenos, nascem neutros e virtuosos e apenas depois, com o andar dos acontecimentos, movimentam-se para um e outro lado (governo ou iniciativa privada) buscando formas de sobreviverem e crescerem. Primeiro, o governo não é antagônico à iniciativa privada. Depois, os órgãos de imprensa têm uma história particular, cada um deles, que está condicionada a diversos fatores desde suas origens e não pode ser desprezada. Não se discute que cada um deles tenha pontos de vista sobre assuntos diversos, inclusive política. Discute-se que a notícia, mesmo que depois comentada, deve ser enfocada por todos os seus aspectos, com honestidade narrativa. Isso não acontece. O que se vê é inegavelmente órgãos de imprensa que se unem em uma espécie de truste da informação, gerando um monopólio que é usado como instrumento político, afastando-se do fim último que é o bem informar. E neste uso político da mídia, inclui-se comprovadamente todo tipo de manipulação e distorção, inclusive a mentira pura e simples. Para quê isto? Para enganar o povo, favorecendo seus interesses comuns.Não é para outra coisa. As pequenas mídias que procuram fazer contraponto com estes gigantes, devem, sim, ser amparadas pelo governo, não porque o governo se contraponha à iniciativa privada, não tem nada uma coisa com a outra. Mas sim porque é dever do governo promover as pequenas iniciativas neste campo, como em muitos outros. Do contrário, não nascerá mais nada por aí. Os brontossauros vão viver mil anos sem nenhuma nova ninhada de idéias que os desafie e os substitua.

Gilberto M M Santos

Excelente…. quam controla o que vc sabe controla o que vc pesa…

O PIG é usado para selecionar as informações que o publico deve ter e por consequencia formar opiniões e incutir idéias.

o baixo numero de canais existentes demonstra a concentração do poder de selecionar as informações a serem passadas.

O PIG não faz jornalismo e entrtenimento, o PIG faz lobby

Nelson Quintanilha

Tal e qual a um cão correr atrás do rabo, um circulo vicioso.

sergio

aqui no brasil deve-se cortar a verba oficial pela metade para os grandes grupos de mídia, para eles irem ao mercado disputar os anuncios

    José

    Basta ampliar a pulverização já feita.

    francisco.latorre

    é só manter o rumo.

    o lado de lá… desmancha sózinho.

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