Zé Povinho: O que realmente interessa

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Sugestão do leitor Zé Povinho, a partir da Carta Maior — e do apetite insaciável de alguns por “tranquilizantes”:

ORTODOXIA À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

Dilma corrige os valores do Bolsa Família e dá reajuste real ao benefício recebido por 12,9 milhões de famílias. O menor valor da transferencia de renda passa de R$ 22 para R$ 32; o maior, de R$ 200 para R$ 242. O benefício médio atual, de R$ 96, subiu para R$ 115. Famílias com filhos foram contempladas com as maiores taxas de aumento real. A reunião do Copom desta 4º feira servirá um ‘lexotan’ aos mercados. Se subir 0,5% a taxa de juro básica, a Selic, oferecerá aos rentistas um ‘tranquilizante’ da ordem de R$ 7,5 bilhões/ano; quase quatro vezes o gasto previsto com o reajuste do Bolsa Família que vai beneficiar 50 milhões de brasileiros pobres.  Aguardemos  a avaliação da mídia para cada um desses dispêndios fiscais.

(Carta Maior; 4º feira, 02/03/2011)

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Comentários

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SILOÉ

Um lexotan agora se faz necessário para deixar o mercado 'calminho' para aceitar "bunitinho"o laxante que vem por ai…

r godinho

Eu gostaria muito que comentaristas de esquerda em geral, quando saem metendo o pau nesse governo de esquerda, aproveitassem e ensinassem publicamente como se sai de uma política anticiclo que já cumpriu seu papel sem reduzir a disponibilidade de moeda na economia.
Vamos lá, companheiros! Quais são os instrumentos de política fiscal e monetária que usariam para sair da política expansionista de 2009/2010?
Nós estamos numa economia capitalista. Não inventem instrumentos impossíveis, daqueles que, antes de usar, precisaríamos uma revolução socialista. Dêem uma solução dentro da realidade em que vivem, ou parem de atacar os moinhos. É por isso que nós erámos sacaneados com aquele velho adágio: NO BRASIL, A ESQUERDA SÓ SE UNE NA CADEIA.

    Marcia Costa

    Até que enfim alguém com bom senso! E aí, pessoas, qual a alternativa?! Olhem o mundo que desaba em volta! Não somos uma ilha independente do que acontece no mundo que, vamos combinar, continua capatalista como sempre.

Salvador

É simples assim, eu seguro as duas pontas que podem embolar meu jogo e deixo a classe media no seu esporte predileto: reclamar pelos cantos e corredores. Se fosse um governo "de direita" já teria mega manifestações de sindicatos, estudantes, etc, etc, etc. É facil prever isso? Tanto quanto dizer que os ipês irão florir na primavera. A imprensa grauda pode ser sossegada com mais publicidade oficial e o congelamento do debate ingenuo do controle social da midia. O Brasil tão muito bem, abram as portas para a mão de obra qualificada que quer vir pra cá e assistamos as revoluções arabes zapeando com o futebol.

Marco

Acompanho o boletim diário do grupo de trabalho da Auditoria Cidadã.
As previsões do grupo, infelizmente, tem se concretizado neste início de ano.

Boletim de 01/03/2011: http://www.divida-auditoriacidada.org.br/config/a

O Portal UOL mostra que os cortes orçamentários – detalhados ontem – incluíram a retirada de R$ 2 bilhões da Previdência Social, que estavam reservados para ressarcir os aposentados que foram prejudicados por reformas da previdência anteriores. Mesmo que este ressarcimento tenha sido ordenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ou seja: o pagamento da dívida com os aposentados – já confirmada pela Suprema Corte do país – pode ficar para depois, mas a questionável dívida financeira com os grandes rentistas e banqueiros sempre é paga em dia, ou até antecipadamente ou mesmo com ágio.

No dia seguinte ao detalhamento do corte de R$ 50 bilhões – que prejudicou a Previdência, servidores públicos, e diversas áreas sociais – a Presidente Dilma anunciou o aumento do gasto com o Bolsa Família em R$ 2,1 bilhões, ou seja, um valor equivalente a apenas 4% do corte detalhado ontem. Confirma-se, portanto, o alerta dado por este boletim no ano passado, no dia 1/11/2010, dia seguinte à eleição:

Destaca-se também na fala da presidente eleita o seguinte trecho: “Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.” Tal trecho dá a entender que, portanto, pode haver um amplo ajuste fiscal em todas as demais áreas, que não sejam o Programa Bolsa Família e outros gastos focalizados. O ajuste poderia se dar, por exemplo, na Previdência, no funcionalismo público e outros gastos sociais.

Tal política segue o receituário do Banco Mundial, de continuidade das políticas neoliberais – principalmente o “ajuste fiscal” – mas com pequenas concessões focalizadas aos mais pobres, legitimando o sistema, o que se convencionou chamar de “Novo Consenso de Washington”.

ZePovinho

Gostei do aumento no Bolsa Família,mizifio Azenha.Vai dar para nosso amigo Zé da Pinga(o maior cabôco da Jurema) tomar mais uma caninha.Porém,registro que para darmos 12 bilhões de reais,por ano,para mais de 12 milhões de famĺias(se elas tiverem,em média,5 pessoas são 60 milhões de brasileiros) temos,no governo,de dar 190-200 bilhões de reais de juros da dívida pública(por ano!!!) para 20 mil famílias,segundo o IPEA, de rentistas(cerca de 100 mil pessoas).Então,mizifio Azenha,tem algo muito errado nessa conta.
Esse pacto onde nós entramos com o trabalho e a oligarquia com os lucros deveria,em tese,desaparecer em um governo onde a esquerda trabalhou muito para ser eleito.

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