Da esquerda para a direita: Evo Morales (Bolívia), Pepe Mujica (Uruguai), Dilma Rousseff (Brasil), Cristina Kirchner (Argentina) e Rafael Correa (Equador)
Fim de ciclo?
19/11/2014
por Igor Fuser, no Brasil de Fato
As notícias de Nuestra América no último final de semana, 15 e 16 de novembro, mostravam que, ao contrário dos desejos de Washington e das interpretações derrotistas sobre o suposto declínio do ciclo
político progressista, os ventos de rebeldia continuam soprando com força nesta parte do mundo.
Em Guayaquil, a maior cidade do Equador, o presidente Rafael Correa apresentou, perante uma multidão de 100 mil pessoas, o projeto de reforma das leis trabalhistas.
Uma das medidas concede estabilidade no emprego para a mulher gestante e para dirigentes sindicais – garantias que no Brasil já existem há muito tempo, mas que só agora chegam àquele país. O novo Código do Trabalho equatoriano também proíbe a terceirização da mão-de-obra e integra as trabalhadoras do lar no sistema público de previdência social.
Reeleito em fevereiro de 2013 com 57% dos votos, Correa tem o apoio de 75% da população e deverá aprovar uma mudança constitucional 0para que possa concorrer em novas eleições à presidência.
Na Argentina, uma pesquisa apontou que 49% da população têm opinião favorável sobre presidenta Cristina Kirchner e que – um dado que há tempos não se registrava – sua imagem positiva supera a imagem negativa.
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A mesma sondagem confirmou o Partido Justicialista-Frente para a Vitória, liderado por Cristina, como a principal agremiação política do país, com 35% de apoio, o que o torna uma força decisiva no complexo cenário das eleições presidenciais de 2015.
Por fim, na Venezuela, acumulam-se os sinais de que o presidente Nicolás Maduro está obtendo sucesso na campanha contra a escassez de produtos essenciais. A repressão ao contrabando chegou a tal ponto em que, no lado colombiano da fronteira entre os dois países, começa a faltar gasolina, na ausência do combustível que durante anos foi transportado ilegalmente através da fronteira.
Em outra frente, prossegue a implantação do sistema de identificação biométrica nos supermercados venezuelanos, impedindo – finalmente – que os produtos subsidiados com dinheiro público sejam desviados para o exterior ou para o mercado negro.
Enquanto isso, o México – até recentemente apontado pelos serviçais do imperialismo como um exemplo a ser imitado – chafurda no caos, no sangue e na crise, em meio às evidências de cumplicidade entre o crime organizado e as autoridades em todos os níveis.
Leia também:
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Comentários
Julio Silveira
Se por progressistas entendermos os nomes que estão sendo colocados para o governo brasileiro. Sim o progrssismo acabou provavelmente sendo trocado pelo clientelismo.
Mauro Assis
Podemos então elencar como conquistas dos governos progressistas na AL:
– Reeleição ilimitada de seus governantes
– Garantias trabalhistas básicas , que já existem nos países desenvolvidos a décadas
– No caso da Venezuela já não falta papel higiênico
– Biometria para compra em supermercados (quer dizer, o governo agora vigia até o arroz que o sujeito passa no caixa da mercearia da esquina)
Pouco, não?
Fernando
“- Reeleição ilimitada de seus governantes”.
Isso. Que nem em SP, rs.
Fernando
“- Reeleição ilimitada de seus governantes.”
Isso. Que nem em SP, rs.
Mauro Assis
Bom, aqui em Sampa como no resto do Brasil a reeleição é limitada a dois mandatos. Se continuamos votando no PSDB é pq achamos que a alternativa, assim como o crime, não compensa…
Fernando
Ou seja, o mesmo vale para o Brasil e para o PT.
JC
REAPARIÇÃO ?
Desculpem-me por inserir aqui este escrito. Mas ainda que talvez não devesse comentar um poster do Souza, por não conter o meu nome, devo fazê-lo pois também reapareci no blog e desta forma devo replicar. E não foi por ausência de coragem que não me associei aos admiráveis, dignos e piedosos colegas que rezaram o ato de contrição, se penitenciando pelas dúvidas e críticas que haviam tido ou feito quanto aos vencedores das eleições presidenciais. Simplesmente, porque além de me encontrar convalescendo de serissimo problema de saude, jamais me arrependi das críticas que fiz a Lula, Dilma, e ao PT em geral. Isto apesar de sempre haver votado neles, a princípio pelos propósitos que afirmavam postular, mas depois – como muitos o fizeram – por escolher o menor dos males para evitar a exaustão completa da nossa patria já tão dessangrada. Nas minhas pobres considerações procurei deixar claro quanto cederam ao entreguismo em suas docilidade e leniência ante às multinacionais, à mafia da comunicação – com a qual chegaram a confraternizar – e às oligarquias sem patria, as mesmas em que talvez ele procurou erradamente me incluir. As críticas que formulei foram as mesmas que vicejaram nos blogs responsáveis, respeitosos da cidadania e da soberania. Muitas delas até foram assinadas ou assinaladas por dignos representantes do povo. Acredito de minha parte que só através de uma crítica fundamentada, alicerçada em fatos, poderemos sustentar aqueles em que votamos, ampliando-lhes o apoio popular. Eu as fiz em vários espaços, inclusive neste blog, com a humildade – e dignidade –simples cidadão, o que pode ser facilmente comprovado. Não extraí, nem desejei em nenhum momento, quaisquer vantagens pessoais a partir delas. Mas dei nelas o melhor que pude em favor dos direitos humanos, de uma agricultura sadia, sem venenos, da campanha dos ‘Mais Medicos’ com aimportação deles da pequena-grande Cuba, e diversos outros programas de interesse do Brasil como é o caso da Lei da Mídia, muitos deles suscitados no Viomundo. Expandi-me tanto quanto pude em favor do gravíssimo problema dos Sem-terra brasileiros que, apesar de sua luta, do número de excluídos que abrange, da agricultura que praticam e das horríveis condições em que vivem em suas barracas, receberam quase nenhuma ajuda governamental enquanto o agronegócio das multinacionais e das oligarquias, recebeu imenso apoio, inclusive de vultosas verbas, dos nossos governos petistas.
O noticiario de hoje referiu a escolha feita pela Presidente Dilma, da Senadora Kátia, para dirigir os destinos da agropecuaria brasileira. A mesma senadora, grande lobista do agronegócio, que defendeu a estranha tese que o pobre deve comer agrotóxico… Espero ler o protesto do Souzacontra tal nomeação que beneficia diretamente as multinacionais e as nossas oligarquias, com as quais, suposta mas erradamente insinuado, não tenho nem jamais tive com qualquer identidade, a menor que fosse.
Um abraço para todos, inclusive o Souza, e os melhores desejos que estejamos sempre firme na luta por um Brasil melhor, do
JC
JC
Desculpem-me de novo w agora pelo pequeno-grande equívoco. O autor do poster ao qual me referi não se trata de nenhum Souza, mas Silveira.
Grato pela atenção, JC.
Fabio Passos
Uma América Latina unida deixa os capachos dos ianques inconformados.
O PiG/psdb é o grande exemplo.
Vive furibundo porque a AL parou de lamber as botas do tio sam.
JMello
no Uruguai Frente Amplo por mais cinco anos!!!!
Mário SF Alves
“Igor Fuser: Fim do ciclo de governos progressistas na AL?”
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A essa pergunta eu responderia: é mais fácil acabar a prepotência norte-americana do que arbitrariamente impedir o atual ciclo político de desenvolvimento socioeconômico na América Latina.
Bom, pelo menos é isso que inferi da entrevista do estadista russo Vladimir Putin. Segue o link:
Fonte: http://www.anovaordemmundial.com/2014/11/impressionantes-declaracoes-de-putin-aselites-ocidentais-sobre-a-nova-ordem-mundial.html
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Enquanto isso, no Brasil, na Terra de Vera Cruz, os corvos do golpismo campeiam livres. Por quê? Fim do ciclo ou revigoração do ciclo?
A propósito, o presidente da Rússia, conforme mencionado, é a meu ver o único Estadista que teve a honra e o poder de trazer à tona a verdade sobre a realidade política mundial atual.
E isso num momento crucial da Humanidade, quando milhões e milhões de humanos já não suportam mais o mutismo e a cara de paisagem da maioria dos governantes do Ocidente.
Entre nós, o bizarro fica por conta da reação do poder econômico ao resultado das urnas no último dia 26 de outubro. Impossível não perceber o desprezo e mesmo ódio que tal poder manifesta em relação à política de consolidação da Democracia no Brasil.
Refiro-me à sabotagem midiática, especialmente ao crime perpetrado pela revista Veja, e ao extremismo manifesto por tal reação ao recusar o resultado das urnas. Para tanto, chega-se descaradamente ao perigosíssimo estratagema do impeachment.
Diante disso é quase impossível acreditar que o Brasil tenha amadurecido politicamente.
Parece que o que a maioria dos extremistas deseja mesmo é o País em chamas e como consequência a perpetuação do “confortável” subdesenvolvimentismo capitalista e as respectivas benesses do injustificável regime Casa Grande-Brasil-Eterna Senzala.
Esse tempo, essa conjuntara, com exceção do ideário golpista, presumo que, sim, já passou. O rio cujas águas correram em 64 não é mesmo rio cujas águas correm agora.
Ao insistir nessa aberração chamada impeachment o máximo que extremismo poderá conseguir é a provocação de uma igualmente injustificável, covarde e trágica convulsão social.
José X.
Aqui no Brasil precisamos acabar com a rede globo, e destruir esse lixo autoritário, aristocrático, corporativista, elitista, etc, que são o judiciário e o ministério público, que agem como se estivessem na França pré-1789.
Fabio Passos
Falou e disse!
A globo é o sustentáculo do Apartheid Social.
Uma máquina de idiotizar brasileiros… explorando um bem público.
É preciso fazer cumprir a constituição e mandar trabalhar estas oligarquias midiáticas vagabundas.
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