O dia em que Marina Silva levou a mortadela ao bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro

Tempo de leitura: 4 min

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Enquanto Marina faz a “pequena nova política”, a educadora Neca Setubal aguarda sua vez de fazer a “nova Política”. Com P maiúsculo

por Luiz Carlos Azenha

Marina Silva acabou na Tijuca, o bairro de classe média branca do Rio de Janeiro. A locutora da campanha, que usava um megafone para animar o público, colaborou com o quadro. Repetia o velho bordão, “é a campanha do tostão contra o milhão”. Conclamava quem assistia à passagem da candidata a “varrer a corrupção” do Brasil. Dois slogans surrados, ambos de Jânio Quadros, o ex-presidente que renunciou para voltar “nos braços do povo” e acabou afogando as mágoas num destilado.

Histriônico, demagogo, exibicionista. Em seu tempo, Jânio também navegou nas ondas da antipolítica. Governou usando bilhetinhos dirigidos a subordinados ineptos. Num mundo de iletrados, a gramática — da qual Jânio era professor — foi colocada a serviço do povo. O teatro janista incluía a exibição da caspa que cobria os ombros dos paletós e a preferência pelos sanduíches de mortadela. Ainda estávamos na era do rádio, mas em seus comícios Jânio já fazia televisão.

O mise-en-scène servia muito bem para encobrir os interesses econômicos que se aglutinavam em torno de Jânio. Ele emprestou seu talento, direta ou indiretamente, ao Partido Democrata Cristão, à União Democrática Nacional e ao Partido Trabalhista Brasileiro. A fama de imprevisibilidade permitia ao candidato descartar as legendas de acordo com seus próprios interesses.

O encerramento da campanha de Marina, na Tijuca, também foi um espetáculo. Adiante da candidata, seguia um caminhão abarrotado de cinegrafistas e fotógrafos. Atrás, num jipe safari, a candidata e o seu círculo de assessores mais íntimos. Num discreto automóvel preto, de vidros filmados, viajava a educadora Neca Setubal, acionista do Banco Itaú. As duas — a candidata e a filha do banqueiro — chegaram e foram embora juntas.

Como outros candidatos, nesta campanha de 2014 Marina é refém da agenda da mídia. O consórcio Globo-Abril-Folha-Estadão, que controla 3 de cada 4 reais investidos em publicidade no Brasil, faz tempo enquadrou a política-eleitoral.

Promotores e beneficiários da ditadura militar, os irmãos Marinho, os Civita, os Frias e os Mesquita ficaram aflitos quando o movimento popular encurralou os militares e deu forma à Constituição cidadã de 1988. Desde então, as quatro famílias insistem em circunscrever o debate político às suas páginas e estúdios. É como se tivessem pedagiado a democracia. As catracas só se abrem para as ideias aceitáveis à elite que representam. Não é por acaso que capítulos inteiros daquela Constituição ainda não tenham sido regulamentados.

Soa zombaria a ideia que fazem de democracia.

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Em anúncios comuns durante o período eleitoral, a Globo compara sua liderança na audiência — obtida com benesses da ditadura, práticas monopolistas e o pagamento de jabás ao mercado publicitário — com a votação estrondosa de um candidato verdadeiramente popular.

Mesmo a Folha, cuja pretensão intelectual destoa do prédio coberto de pastilhas na vizinhança da cracolândia, vê e promove seus leitores como indivíduos “consumidores de informação”. Podem se dar ao luxo de consumir de um cardápio variado de opiniões, diz a mais recente campanha publicitária do jornal. Podem até discordar da Folha. Ainda assim, são sujeitos com autonomia pela metade, já que a definição do cardápio continua se dando na mesa do Otavinho.

Por outro lado, os movimentos coletivos, organizados, que ameaçam a tutela dos donos da mídia sobre a democracia, são tratados como entraves ao livre trânsito dos automóveis que transportam os “consumidores de informação”.

Esta tarde, na Tijuca, Marina cumpriu a agenda do GAFE. Compromissos foram feitos e desfeitos ao sabor de um objetivo: gerar imagens e “notícias” para preencher 90 segundos do Jornal Nacional, disputando o interesse do telespectador com a moça do tempo e os gols da rodada. Marina desfilou em carro aberto. Fez uma breve fala para estimular duas dúzias de eleitores a produzirem o que na TV chamamos de “sobe som”. Toda reportagem tem um. Hoje, foi um coro de aprovação.

Brevemente, Marina compartilhou com os tijucanos o simulacro da “atividade política”.

Não houve debate, nem tempo para as lideranças comunitárias. Marina falou, o público ouviu. Os mais ousados tiraram selfies para usar no Facebook. Não deixam de ser retratos que resumem os rumos da política partidária no Brasil.

Ironia falar em “nova política” quando ficou evidente, para quem quis ver, a completa desconexão entre a candidata e o bairro que decidiu visitar.

Na breve entrevista aos jornalistas, Marina repetiu o discurso. Segundo ela, existem o PT, o PSDB e a “sociedade”, que ela pretende defender dos dois primeiros, separando bons de maus.

Tarefa de uma abelha-rainha, que paira sobre todos.

Se é a “sociedade” vista hoje na Tijuca, ela é amorfa, ahistórica, muda e cativa dos velhos bordões do Jânio.

Por trás do teatro, quem parecia fazer política com P maiúsculo estava em um automóvel preto, de vidros filmados, ouvindo e se fazendo ouvir pela candidata.

O mundo gira, a Lusitana roda, e a mortadela do Jânio veio parar na Tijuca.

Leia também:

Na intranet, Receita diz que Globo recolheu R$ 1 bi em dívidas

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Comentários

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Sidnei Brito

Nunca é tarde demais.
Acho que já mandei aqui, mas vou colar de novo uma crônica bastante interessante sobre o tema dessa postagem:

Crônica

A nova marcenaria
Por Faustus Sapienza

Pego um anúncio na internet: “Serviços de marcenaria. Não feche negócio antes de nos consultar. Ligue agora mesmo para (xx) xxxx-4040”

Precisando urgentemente do serviço, ligo para o tal número. Uma pessoa atende rapidinho.

– Oi, peguei o anúncio de vocês na Internet. Estou precisando de um servicinho de marcenaria. Como funciona? Podemos ver um orçamento.
– Olha, rapaz! Eu não sou marceneiro, nunca fui marceneiro, tenho bronca desses marceneiros que estão por aí.
– Desculpa, então será que foi engano? Será que errei o número? O senhor não trabalha com marcenaria?
– A resposta não é sim nem não. Lido com a marcenaria, realmente. Só que é uma nova marcenaria, uma proposta diferente de fazer marcenaria, tá me entendendo?
– Ah, mas de qualquer forma é marcenaria?
– Olha, você dê o nome que quiser. Eu só te digo que eu não tenho nada a ver com essa marcenaria que tá todo mundo acostumado a ver por aí.
– Bem, eu sou aberto a novas ideias no campo da marcenaria e estou disposto a arriscar a contratar seus serviços, mas meu medo é que o senhor disse que não é bem um marceneiro…
– Não importa o que você acha de mim. Basta que acredite em minhas propostas e em minhas ideias. Tem que haver um jeito novo de fazer marcenaria e você escolhe: a nova marcenaria que eu estou propondo, ou a velha marcenaria com seus marceneiros cheios de vício e seu estilo ultrapassado.
– Mas se o senhor mesmo diz que repudia a marcenaria e que não é um marceneiro típico…
– Olha, mas eu estou recebendo a ajuda e o apoio dos velhos marceneiros que…
– Epa, mas vem cá, o senhor tinha falado que estava em franca oposição aos velhos marceneiros que estão aí…
– Sim, mas…
– Como o senhor pode falar em uma tal nova marcenaria, se o serviço vai ser realizado pelo pessoal da velha marcenaria?
– Ora, não fique pensando muito nem questionando, meu amigo. O senhor tem que acreditar no nosso projeto e ponto.
– Quer saber: pra mim, essa tal de nova marcenaria de novo não tem nada. Aliás, tá me cheirando à velha marcenaria. Obrigado pela atenção.

Desliguei o telefone e voltei a pesquisar na internet. Tenho certeza de que, para fazer um serviço de marcenaria, é melhor encontrar um marceneiro de verdade.

Mancini

Bom dia Fernando, a bancária está na foto. Será que se casaria comigo?!?!

De novo e novamente…
Nessa hora confusa seria muito interessantes seus digníssimos leitores lerem um artigo brilhante de JT Palhares e ainda mais o link que está ao final do primeiro post. Ele acertará??? Em
http://refazenda2010.blogspot.com.br/

Muito obrigado e torço para que termine hoje!

Isso sim que é espaço democrático!!!

Ricardo Scar

Texto primoroso.

“Ainda estávamos na era do rádio, mas em seus comícios Jânio já fazia televisão.”

E esta frase, eu sei, será inesquecível…

Marat

Pessoas, estou com dó da Marina… deu uma de Monika Lewinsky, mas a verdadeira Monika é o PSDB, no caso, o Aécio… Será que algum psiquiatra pode explicar?

roberto

A Neca como educadora,ensina suas crianças a cantar a “Ciranda Financeira”.

L@!r M@r+e5

Marina pode ter levado a mortadela pra Tijuca, mas com certeza foi aos EUA entregar a rapadura.

Mara Arouca

Pobre Marina, como a vaidade às vezes não permite fazer uma leitura real do ser ou não ser… ainda não se deu conta que está sendo gentilmente subutilizada…ela já nem sabe no que ela acredita realmente, seu valores que outrora acreditou foram dissipados…se por ventura fosse eleita (Deus nos guarde) de marionete não passaria…ela não suportaria tamanha pressão para colocar seus projetos tão “imaginários” em prática…ou quem sabe logo fosse posta de lado…de fora é claro.
Acredito que seja um atalho com voz de comando, #direitavolver.

Mário SF Alves

Essa candidatura-mortadela me diz muito mais do que o AhÉsim e toda trupe do PSDB juntos. Não que ela seja pior do que o tucano. Podem ser irresponsavelmente iguais. No limite da irresponsabilidade iguais. Isso de pouco importa. O que os diferencia é a rte da dissimulação. Ela é perigosamente muito mais dissimulada.

Isso me preocupa. Se a ideologia neoliberal vencer no Brasil outra vez e, tomara que aconteça, o povo dos Estados Unidos, enfim, acordar do hipnotismo midático que o controla há quase um século, aí a coisa pega. E basta um “é agora!” emitido por alguém da índole de um Lula e o circo pega fogo.

O bom de tudo isso é que, assim, logo, logo, iríamos recuperar o que é por direito nosso. Inclusive aquilo que sob pretexto de privatização foi dado de mãos beijadas, e bolsos coçando e no limite da estupidez a interesses estranhos e particulares.

Ô, elitizinha burra…

Mário SF Alves

O Brasil é único.

Tem a elite mais burra do mundo. A única que apela pra desonestidade intelectual, porrada, sumiço e tortura contra direitos e deveres constitucionais. A única que prefere o risco de uma revolução social ao pacífico, lento e gradual desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

Como se já não nos bastasse o endemismo da nossa fabulosa jabuticaba. Única do gênero a ocorrer expontaneamente no Brasil. Agora temos seu contrário: o endemismo dos camaleões políticos. No caso, indesejáveis pretensões e planos “políticos” capitaneados por camaleônicas senhoras que comem caviar e superdemagogicamente arrotam mortadela.

Vá entender este País.

Leo V

Engraçada essa lembrança sobre a Neca Setubal. O vice do Lula era um grande empresário brasileiro.
Dilma é apoiada por Katia Abreu, recebe milhões de empreiteiras e grandes corporações.

Pela legenda da foto acredito que o Viomundo vai votar no Mauro Iasi ou no Zé Maria…

Urbano

Inda pouco eu falava exatamente sobre os bordões, como eu disse, da época da proclamação da República e que os cretinos da oposição ao Brasil se utilizam sempre desde então. Ademais, quem mesclou o tronco do malote de dinheiro com o as pernas do malote de votos?

Cláudio Medeiros

Sou o cara da foto que está tirando ##selfie com a marina, não sou eleitor dela, mas admiro como liderança feminina, uma pena ler 1 título tão depressiador. Recebi este link e tive a felicidade de Nem saber este blog existia. Antes de associar imagem de alguém com 1 texto tão pobre procurem ao menos saber porque tirei a foto. Vc é jornalista mesmo?

    Luiz Carlos Azenha

    Jornalista há 40 anos. O blog existe há 10. Boas vindas. abs

    Mário SF Alves

    “…liderança feminina…”

    ________________________________
    Oops! Por favor, acrescente aí:

    Feminina e… midiática.

    Feminina e … volúvel.

    Feminina e… anti-desenolvimentista.

    Feminina e… neocolonizadora.

    Feminina e… financista.

    Feminina e… rentista.

    Feminina e… sionista (?). Epa! Aqui fica a dúvida. Não basta apenas apoiar a “política” predadora e cruel de Israel contra o povo da Palestina. Aí, reconheço, é preciso mais. Quem sabe… dar a ela a chance de um outro IBAMA; desta vez do tamanho do Brasil, onde, no mínimo, cabem uns 350 Estados de Israel?

    _______________________________________
    Ou… nada disso. Mas, tão somente isso:

    Feminina e… absolutamente ambiciosa, magoada e INGÊNUA?

    Mário SF Alves

    Ambiçãozinha perigosa essa. Aliás, dona Responsabilidade que está acima de interesses pesoais eleitoreiros e que não vive de comer caviar e nem de arrotar mortadela, já mandou lembranças. E o recado veio voando, ralampaguendo, nas sábias palavras da candidata Dilma:

    Eu conheço o seu passado. Sei bem como costuma gerir Instituições Públicas. Sei de seu assessor afastado por corrupção.
    _________________________________
    A propósito:

    É candidata Dilma ou presidenta candidata Dilma?

    FrancoAtirador

    .
    .
    Mestre Mário.

    É precisamente essa Frágil Ingenuidade Aparente

    que livra a MariNéca de sofrer Avaliação Pior.
    .
    .

    FrancoAtirador

    .
    .
    Aliás, o Insubstituível Millôr Fernandes,

    sempre que tinha oportunidade, dizia:

    “A Madre Tereza de Calcutá tem o Orgulho

    de Ser a Pessoa Mais Humilde do Planeta”.
    .
    .

    denis dias ferreira

    Se você não fosse um alienado, já teria ouvido falar no Azenha. Aliás, não fique chateado com o Blog. Passe a visitá-lo diariamente. Você não se arrependerá.

    Silvio – Sampa

    Cláudio, você duvidou sobre a profissão do nosso querido Azenha. Cabe-me então informa-lo de que este jornalista maiúsculo foi o único profissional que conseguiu entrevistar Gorbatchov quando da instalação da Perestroika, na antiga União Soviética, penso que você nem tinha nascido ainda. Azenha era enviado especial da antiga TV Manchete. Se houver uma próxima vez procure se informar melhor.

Aracy

Olha a expressão da Neca no evento.! Não é à toa que o sanduíche de mortadela também é conhecido como x-velório.

teixeira

Ô VIOMUNDO!!! Acorda!!! LULA disse para trabalhar até depois da eleição, não podemos vacilar!!!

Leleco

“(…) O consórcio Globo-Abril-Folha-Estadão, que controla 3 de cada 4 reais investidos em publicidade no Brasil, faz tempo enquadrou a política eleitoral.(…)” . Diria que é muito mais . É o que destrói a democracia o tempo todo.
É a metástase nacional , que engessa e pauta o país há muito tempo. O porta voz da “gloriosa casa-grande”. Sua vitrine , microfone , palanque , amplificador e holofote .Seus sabujos. O que fala e age pelos 1% . O que “toca a boiada para o curral desejado” . o que manipula e impõe sua ditadura , sempre travestida de outra coisa , na eterna criação do simulacro do real . Quando esse véu cair , suas fachadas terão mais que m…, como nas manifestações de junho ,para reescrever a história.

teixeira

E os R$18bilhões sonegados? Necas de pitibiribas? NADA, DILMALÁ VAI COBRAR!!! gRoubo já pagou uma parte! Medo?

Susana

Ninguém reparou também que o Aécio teve seu dia de Collor de Melo quando num ataque de fúria, esbugalhou os olhos e apontou o dedo em riste pra Luciana Genro.

Foi um momento super importante que passou batido por todos. Ele disse que ia “desnudar” os candidatos naquele debate, mas quem acabou nu foi ele.

Aquele momento de Collor merecia mais destaque.

lauro c. l. oliveira

Valeu Azenha! Marina foi colocada como contraponto a Lula pelos marinhos-setubal. Uma tentativa para retornar a tempos de vantagens indevidas aos poderosos, de exclusão de enorme parcela de cidadãos desassistidos, da negação da solidariedade e de valores morais civilizatórios. Melhor ainda, do pós FHC, o incensado príncipe poliglota, louvado pela nossa elite privata do caribe e pela nossa imprensa pig. Com a palavra o povo brasileiro para nos mostrar sua preferência por vida digna ou pelo belo canto das sereias.

    Mário SF Alves

    Clap, clap, clap…

    Valeu, companheiro.

    Racionalidade, meu caro, racionalidade. Ninguém quer trocar uma mortadela na mão por revoada de mortadelas e/ou salames voado.

    Racionalidade, meu caro. Um dado da realidade. Coisa que a elite mais burra e truculenta do mundo arrogantemente ignora.

    Tamém, pensar pra quê, né, não? Quem tem a força costuma dispensar a força dos argumentos. Fato já comum por aqui, desde o vergonhoso 64. O deletério PiG que o diga.

darcel andrade

Greta Garbo acabou no Irajá (por desejos de muitos) e não deixou de ser a Greta Garbo. Qual de todos esses candidatos concorrentes à Presidência foi à Tijuca com mortadela ou sem mortadela?

sergio m pinto

Bela matéria, Azenha. Pena que ela não foi a Irajá. Aí, seria perfeito.

franciscão

Maravilha de texto Azenha!

FrancoAtirador

.
.
Muito Bons o Artigo e a Metáfora

do Escritor-Jornalista-Repórter

Luiz Carlos Azenha, que Viu o Mundo

para Além das Aparências Ilusórias

e teve Sabedoria para transformá-lo.
.
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    FrancoAtirador

    .
    .
    PRESSÁGIO

    Com permisso ao uso da Metáfora:

    A Mortadela já virou Salame.

    E a Campanha dela, e a Candidatura,

    Amanhã, Cedo da Noite, será Presunto.

    E um Dia depois não será mais Carne,

    Nem Manchete ou Principal Assunto,

    Nem Mão Auxiliar dos Coadjuvantes

    Figurantes na Revoada de Abutres.

    Como Consolo Único Restará um Soluço,

    Ao Silêncio Crepuscular Lacrimejante,

    Pranteando um Corpo Solitário e Mudo

    No Definitivo Enterro do Morto-Vivo.
    .
    .

    Mário SF Alves

    O prezado, estimado e valoroso, FA, a gente bem que podia, vez por outra, admitir a velha [e quase sempre irresponsável] tese do “quanto pior melhor”. Já pensou?

    Imagine…. imagine o poder mais reacionário do Planeta de volta ao Planalto. Imagine o trio: mídia fora da lei; ditadura econômica e esses camaleônicos-mortadela tendo de gerir esse Brasilzão que fizemos surgir. Imagine…

    Cara! É óbvio que seria trágico, e mesmo dramático. Por outro lado, com certeza, a gente ia rir um bocado. Não à toa Jânio Quadros, com aqueles pés trocados, já acena mandando aventureirescas lembranças!

    He, he…

    FrancoAtirador

    .
    .
    Mas a questão cômica, Mestre Mário,

    se transformaria em tragédia,

    não propriamente por eles [do trio],

    mas pelos que viriam depois deles.

    E aí, o quanto pior seria o pior.

    Grande Abraço Camarada e Libertário.
    .
    .

Léo

Fico imaginando Marina carimbando a testa de parlamentares, ministros… “Esse é bom”, “esse não presta”…
Posso está enganado mas, é impossível alguém saber a índole de uma pessoa somente com um olhar, uma conversa. Será que ela, caso fosse eleita, iria passar quatro anos investigando antes de contratar? hahahahahaha

    Maria Apafrecida Jube

    Essa se fosse eleita não teria quatro anos para escolher, teria no máximo sete meses antes de renunciar.

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