Jerusalém: o “apartheid de rua”
10/7/2010, Mya Guarnieri, Al-Jazeera, Qatar
Mahmoud Alami, motorista de táxis em Jerusalém, conhece a cidade como a palma da mão. Conhece cada bairro, todas as ruas. E conhece os semáforos. Um dos semáforos, sobretudo, intriga-o muito, não profissionalmente, mas pessoalmente.
Esse semáforo fica entre Beit Hanina, bairro palestino, e Pisgaat Zeev, colônia exclusiva para judeus.
“O sinal fica verde [para os colonos judeus], por cinco minutos. Mas e para sair e entrar em Beit Hanina? Só dois ou três carros conseguem atravessar”, diz Alami. Na direção de Beit Hanina, o sinal fica aberto só por alguns segundos. “Não dá tempo de passar. Por isso, na direção de Beit Hanina, sempre há engarrafamentos-monstro. E ninguém passa.”
Al Jazeera foi conferir: o farol que abre na direção das colônias e bairros exclusivos para judeus permanece aberto por um minuto e meio. Nas áreas palestinas, por 20 segundos. Em todos os casos, o sinal verde, em todas as áreas predominantemente árabes de Jerusalém Leste, fecha em menos de 10 segundos.
“[Os palestinos] vivem engarrafados, sem poder avançar”, diz Amir Daud, também motorista de táxi. “É reflexo da situação terrível em que as pessoas vivem.”
Discriminação no orçamento
Engarrafamentos de trânsito são um dos problemas das áreas de infraestrutura e serviços nas áreas palestinas de Jerusalém. As estradas não recebem qualquer tipo de manutenção. São estreitas e esburacadas. E praticamente não há sinalização de trânsito nas ruas e calçadas.
As latas de lixo são quase sempre comunitárias, e sempre em número menor que o necessário. Os pedestres são obrigados a andar pelos acostamentos, tentando evitar as pilhas de lixo. (…)
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O orçamento municipal de Jerusalém é dividido de modo absolutamente desigual. O exemplo mais dramático é o departamento de esportes da cidade: apenas 0,5% dos fundos são alocados nos bairros árabes; 99,5% dos fundos municipais para esportes são alocados nas áreas exclusivas para judeus.
Qualidade de vida
Nisreen Alyan, advogado da Association for Civil Rights em Israel (ACRI), protocolou recentemente junto à Prefeitura de Jerusalém, moção de protesto contra a falta de coleta de lixo no bairro palestino de Tsur Baher, em Jerusalém Leste. Apesar de ali viverem 20 mil palestinos, só 12 ruas têm coleta regular de lixo.
A falta de coleta regular de lixo afeta a saúde e a qualidade de vida, diz Alyan. O lixo atrai cães. Tem havido casos de moradores atacados por cães portadores de raiva. As crianças têm medo de sair à rua.
“Não há áreas de lazer. Não há absolutamente nada para as crianças”, Alyan continua. “As ruas são o único lugar que há, onde se encontram as crianças, o lixo, os carros, os cães contaminados.”
A petição protocolada pela ACRI exige que a prefeitura cumpra seus deveres legais, “nada mais, nada menos”, diz Alyan. “É dever da prefeitura garantir melhores condições de saúde pública aos moradores da cidade – inclusive aos palestinos.”
Alyan já várias vezes levou ao conhecimento das autoridades as condições de vida dos moradores de Tsur Baher em Jerusalém Leste. Mas a prefeitura alega que não pode atender toda a cidade, porque os caminhões coletores de lixo não conseguem manobrar nas vielas estreitas. Alyan lembra que esse não é problema exclusivo dos bairros árabes, mas que, em outras partes de Jerusalém onde as ruas também são estreitas (mas vivem judeus israelenses), a prefeitura encontrou soluções criativas.
Um morador de Tsur Baher explica que as ruas são problemáticas, no bairro árabe, porque ali há poucas ruas.
Enquanto quase todos os demais bairros palestinos de Jerusalém são submetidos a restrições para construir, não há qualquer restrição em Tsur Baher, mas grande parte do território do bairro foi confiscado pela grande colônia exclusiva para judeus que está em construção ao lado do bairro, Har Homa; parte do bairro árabe de Jerusalém está localizada do lado israelense do Muro da Vergonha; e não há qualquer infraestrutura de atendimento à parte deixada do lado palestino.
A falta de vias, ruas e estradas implica que nenhum serviço de emergência pode chegar àquelas ruas. Têm havido casos de crianças mortas em incêndios. E a polícia proíbe a entrada de ambulâncias, nos bairros palestinos, se não for acompanhada por escolta policial; por isso, em muitos casos, os residentes morrem por falta de socorro rápido.
“O problema é que nunca se encontram policiais disponíveis para a escolta”, diz um morador. “A ambulância tem de ficar à espera da escolta, às vezes por meia hora. E os doentes morrem.” “Estamos [a ACRI] preparando outra petição exatamente contra a exigência dessa escolta” – diz Alyan.
Impostos pagos
Alyan diz também que não há semáforos nas ruas de Tsur Baher, em Jerusalém. Preocupados com a segurança das crianças, os moradores coletaram dinheiro entre eles para construir lombadas e obrigar os veículos a reduzir a velocidade.
Em outros bairros palestinos de Jerusalém, os palestinos cotizam-se para pagar serviços de coleta de lixo e varredura das ruas. Tudo isso, apesar de pagarem impostos municipais.
90% dos árabes-israelenses vivem em bairros cercados, separados da população de judeus israelenses. Por causa disso, os judeus israelenses justificam a diferença de tratamento com o argumento de que “as prefeituras e subprefeituras árabes” são pobres e sem recursos. Porque são pobres, dizem os judeus, os árabes não pagariam impostos ou não pagariam taxas suficientes. Assim sendo, seus bairros e vilas não podem esperar gozar dos mesmos serviços de outros bairros nos quais os judeus pagam regularmente seus impostos. É argumento que poderia fazer algum sentido em outras cidades israelenses, mas não em Jerusalém.
Jerusalém é praticamente rachada ao meio, entre áreas exclusivas para judeus e outras nas quais os palestinos são ‘admitidos’. Se se visita Nof Tzion (“Panorama de Sion”), colônia exclusiva para judeus localizada no centro de Jabel Mukhaber, bairro tradicional palestino, as diferenças são óbvias e gritantes.
“Durante muitos anos, não houve rua principal [em Jabel Mukhaber]”, conta Alyan. Depois que construíram a colônia exclusiva para judeus de Nof Tzion, [a prefeitura de Jerusalém] construiu ótima rua lá, com pavimentação e iluminação pública.” Mas a rua só existe dentro da colônia exclusiva para judeus. Daquele ponto em diante, a estrada volta a ser esburacada, sem iluminação, coberta de detritos e sujeira, na área do bairro dos palestinos.
É evidente que se trata da mesma prefeitura. E é ato da prefeitura beneficiar só os israelenses judeus que vivem em Jerusalém. O que não implica que os palestinos de Jerusalém não tenham importância alguma para a prefeitura de Jerusalém. De fato, são importantíssimos, porque pagam impostos, exatamente como os judeus israelenses que também vivem em Jerusalém.
“Os palestinos são obrigados a pagar seus impostos municipais, mesmo que não recebam quaisquer serviços públicos da Prefeitura de Jerusalém”, Alyan explica, “porque o recibo dos impostos pagos é o único documento que eles têm para provar a propriedade de suas casas. E quem não tiver casa em seu nome, perde o direito de residir em Jerusalém. Sem direito de residir onde sua família reside há séculos, os palestinos tornam-se cidadãos sem Estado, sem cidadania, refugiados.”
“Os palestinos residentes em Jerusalém desesperam-se mais para conseguir dinheiro para pagar os impostos municipais, do que para alimentar os filhos”, diz Alyan.
As subprefeituras de Tsur Baher e a vizinha Umm Tuba pagam aproximadamente 7 milhões de dólares anuais em taxas e impostos, a uma prefeitura para cuja eleição não podem votar.
‘Guerra psicológica’
Yousef Jabareen, diretor do Dirasat, Centro Árabe de Direito e Política, explica que os serviços públicos recebem também subsídios nacionais. E aí está outro ponto de desigualdade.
Jabareen lembra que o programa “Prioridade Nacional” distribui incentivos governamentais para áreas selecionadas. Quando o programa foi implantado, em 1998, 500 colônias exclusivas para judeus e cidades israelenses receberam status de prioridade nacional. Os palestinos são cerca de 20% da população de Israel e constituem metade da população mais pobre; apesar disso, só quatro cidades israelenses de maioria árabe foram incluídas no programa nacional.
“É mais um exemplo clássico de o quanto é discriminatória a alocação de recursos governamentais”, diz Jabareen. E, diz ele, também há graves desigualdades no sistema educacional público.
Tudo – das condições da infraestrutura que está em ruínas, até a total ausência de serviços públicos – contribui para que os palestinos de Jerusalém sintam-se rejeitados e desconectados, diz Jabareen.
“É um sentimento de frustração, de desenraizamento, de não pertencer a lugar algum (…). Os palestinos sentimos como se, em Jerusalém, o governo e o Estado existissem para nos excluir, como se não fôssemos seres humanos.”
Pode-se dizer que as desigualdades que se observam em Jerusalém e as diferenças de tratamento pelo governo e pelo Estado israelenses caracterizam situação de apartheid?
“Em várias áreas, não há dúvida que há características de apartheid, o que gera graves preocupações sobre o futuro das pessoas”, diz Jabareen.
Para um jovem israelense, judeu, que acaba de prestar o serviço militar obrigatório, a coisa é simples: “É guerra psicológica. A ideia é conseguir que os palestinos saiam daqui.”
Comentários
Marduk
Por que será que ninguém escreve aqui sobre a elite palestina, que desfruta as delícias do Roots The Club, enquanto profere suas grotescas palavras de ordem? Trata-se de um complexo multiuso – que comporta uma cozinha internacional, fino restaurante para jantares, um elegante hall de banquetes e um café no terraço . Fica a poucos minutos das principais atrações, shoppings e centros de negócios de Gaza. Está a apenas 200 metros das areias brancas das praias de Gaza.
Os palestinos não vivem nenhuma crise humanitária, como vomitam os sicários da ONU. Segundo o jornalista Tom Gross, que visitou recentemente os territórios palestinos, há mais Mercedes Benz circulando em Gaza que em Tel Aviv; e especialmente na Cisjordânia, graças a acordos com Israel, o progresso econômico é espantoso: em Jenin foi inaugurado um moderníssimo shopping center.
Onde será que está a hipocrisia?
Confuso da Silva
Marduk, vamos com calma. Eu já mencionei em outras ocasiões nesse site a corrupção da liderança palestina, e o Roots abriga boa parte dessa liderança corrupta, que desfruta da boa vida enquanto seu povo sofre. E é por esse lugar, e pelo novo shopping em Gaza (site oficial: http://www.gazamall.ps/ , fotos em http://www.alresalahtalk.net/vb/showthread.php?t=… que eu continuo a dizer que comparar Gaza a um campo de concentração é um exagero numa tentativa de capitalizar em cima do holocausto.
Mas daí a dizer que não há crise humanitária, é forçar a barra. A infra-estrutura básica (eletricidade, esgoto, água potável) não existe em várias partes de Gaza e da Cisjordânia, e a liberdade de ir e vir é severamente cerceada na Cisjordânia. Jovens imaturos recém saídos de seu treinamento básico no exército israelense são colocados em postos de controle, e acabam enebriados com uma mistura de medo, adrenalina e sensação de poder que os leva a maltratar e humilhar os palestinos que desejam ir de uma vila a outra.
Concordo que parte da culpa pela situação é dos dirigentes palestinos que não trabalham pelo seu povo e se aproveitam da miséria para gerar ódio e assim perpetuar sua posição de poder, mas as atrocidades cometidas pelo governo israelense também são causadoras de sofrimento, miséria, dor e morte. A vida também não é uma maravilha nos territórios palestinos.
Alceu C. Gonçalves
A velha conversa mole de misturar opressores e oprimidos e os deixar no mesmo nível, hein, Confuso? Bem, como é notória a sua desinformação sobre assuntos em geral e na Palestina/Israel em particular, vou lhe dar uma informaçãozinha básica: O Hamas se desvincilhou da OLP justamente por causa da corrupção dos seus dirigentes. Mudando de saco pra mala, vc já postou um comentário, não lembro onde (seus comentários não tem importância pra ser levado tão a sério, a ponto de ser lembrado em detalhes) afirmando que no estatuto do Hamas eles pregam o extermínio de Israel. Bão, eles estão em guerra, certo, ou quer que desenhe? Agora, pregar o extermínio? Será que vc pode mostrar literalmente essa parte do Estatuto ou é somente trololó de sionista disfarçado? Vamos lá, o google está aí pra isso! Finalizando, aproveito parte de uma resposta que dei sobre outro comentário seu:
" Esse seu blá, blá, blá de misturar opressores e oprimidos no mesmo saco é tipico do mau caráter que não tem coragem de defender publicamente os genocídios de nações criminosas que no passado recente tinha como líder o velho leão agora desdentado, a Inglaterra, e no presente os eua e seu início de decadência, destino de todos os impérios. E por falar em covardia e dissimulação, é fácil deitar falação protegido por um ridículo e anônimo nick, certo?"
AlceuCG.
Confuso da Silva
Alceu, parece que você resolveu me pegar para cristo, não é?
Realmente sou notoriamente desinformado, por isso estou sempre pesquisando, argumentando, checando fatos e levantando provas que sustentem meus argumentos. Por isso, recomendo que você leia http://en.wikipedia.org/wiki/Hamas e http://en.wikipedia.org/wiki/Hamas_Covenant .
O Hamas não se desvencilhou da OLP, ele foi criado com base na Irmandade Muçulmana, um grupo fundamentalista egípcio. E a principal disputa do Hamas com a Fatah não é por corrupção, é pelo fato de a Fatah defender a criação de um estado laico, e o Hamas acreditar que é seu dever sagrado instituir um estado islâmico.
Quanto ao estatuto do Hamas, será que você sabe um pouco sobre a cultura árabe/muçulmana, e sobre como eles escrevem seus textos? Em geral, textos tradicionais muçulmanos são escritos de forma subjetiva, permeados de citações ao Corão ou a algum hadith que ilustre seu ponto. O estatuto do Hamas segue a mesma linha, mas posso mostrar algumas passagens ( o documento na íntegra está aqui: http://www.thejerusalemfund.org/www.thejerusalemf… ):
Artigo 6:
"The Islamic Resistance Movement is a distinct Palestinian Movement which owes its loyalty to Allah, derives from Islam its way of life and strives to raise the banner of Allah over every inch of Palestine." – significa que eles querem que cada polegada do território seja muçulmana.
Artigo 9:
"As to the objectives: discarding the evil, crushing it and defeating it, so that truth may prevail, homelands revert, calls for prayer be heard from their mosques, announcing the reinstitution of the Muslim state." – nem precisa dizer que o tal "evil" é representado pelo sionismo e pelo povo judeu.
Artigo 11:
"The Islamic Resistance Movement believes that the land of Palestine has been an Islamic Waqf throughout the generations and until the Day of Resurrection, no one can renounce it or part of it, or abandon it or part of it."
Confuso da Silva
Hmm, estou comproblemas para postar respostas grandes, então aí vai a continuação de meu post:
Admito que não há em nenhuma parte que explicitamente diga "nosso objetivo é a destruição do estado de Israel", mas em parte isso se deve ao estilo muçulmano de escrever, e em parte ao fato de que na visão deles uma menção explícita significaria reconhecer que o estado de Israel exista. Se você acha que isso quer dizer que eles não pregam a destruição de Israel, você está sendo ingênuo, ou está fazendo o mesmo que os judeus fazem quando vêm aqui defender as ações de Israel – está fazendo vista grossa para o elefante na sala.
Além disso, é notório que grupos extremistas não podem declarar objetivos claros, pois uma vez que esses objetivos sejam atingidos, o grupo não tem mais propósito, e seus líderes então perdem sua posição de prestígio e poder. Interessante notar, nesse sentido, que ainda no estatuto do Hamas, no artigo 11, se encontre esse trecho:
"This is the status [of the land] in Islamic Shari’a, and it is similar to all lands conquered by Islam by force, and made thereby Waqf lands upon their conquest, for all generations of Muslims until the Day of Resurrection."
Significa que, na visão do Hamas, qualquer terra conquistada pelo Islã à força se torna waqf, ou seja, se torna propriedade sagrada do Islã. E isso abre espaço para a reivindicação da Península Ibérica como território muçulmano. E mais, então quer dizer que os muçulmanos podem conquistar e anexar territórios à força, mas os judeus não? Note que não defendo nenhum dos dois, apenas estou ilustrando um caso de "nós podemos, eles não", que tanta gente critica no governo israelense, mas que acontece do outro lado também.
Minha posição sempre foi a de denunciar os erros (e acertos) de ambos os lados, em um conflito onde a vítima é, como sempre, o povo – de ambos os lados.
Confuso da Silva
Terminando minha resposta, dividida em três partes:
E já que você copiou seu post de outro artigo, também copio minha resposta aqui:
Alceu, seus ataques apenas demonstram sua falta de conteúdo e argumentos. Eu entendo sua revolta contra os absurdos praticados pelo governo israelense mas, usando uma frase que já usei em outro debate por aqui, você parece sofrer do mesmo mal que a maioria dos judeus, só que em polaridade inversa – se alguém ousar criticar qualquer atitude do lado palestino, você já vai logo dizendo que é um defensor de genocídio. O mundo não é preto-e-branco, Alceu, e reduzir o conflito no Oriente Médio a um simples maniqueísmo da luta do bem contra o mal é algo simplório e perigoso.
Quanto a meu pseudônimo, de que adiantaria você conhecer meu nome real? Minhas idéias e opiniões continuam sendo as mesmas, seja expressando-as aqui neste site "protegido" pelo meu "ridículo e anônimo" nick, seja conversando com amigos e familiares cara-a-cara.
Seria muito melhor para o debate e para o nível do site que você deixasse essa agressividade e esses ataques sem conteúdo e participasse apresentando argumentos e discutindo civilizadamente.
Tavares
Parabéns, Azenha, por vc denunciar essas coisas. O silêncio da mídia em geral sobre as injustiças que se cometem em Israel é algo criminoso. É a ditadura da mídia, sonegando informações preciosas e impedindo o avanço do bem e da justiça.
flavio marcio
Como judeu, tremo com a seguinte especulação: se pudessem pegar os nazistas logo após o término da 2a. Guerra, os judeus aplicariam métodos nazistas para fazer justiça ao holocausto, a hediondez e os crimes humanitários praticados contra nossa gente?
Jair de Souza
O artigo revela com clareza qual é o objetivo dos nazi-sionistas (de todas as pelagens: de "esquerda", direita, centro, "moderados", radicais, etc.). O que todo nazi-sionista deseja é se ver livre do povo palestino. Para alcançar tal objetivo eles empregam várias táticas: a expulsão pura e simples, a matança (fósforo branco e outros instrumentos de morte), a proibição de construção de moradias para os palestinos e, ponto importante, tornar insuportável a vida dos palestinos que ousam permanecer em sua terra milenar. Com isso os nazi-sionista ashkenazis de origem khazária buscam eliminar a presença dos habitantes semitas palestinos. É realmente uma monstruosidade ver que gente de origem européia khazária (que não tem nada a ver com as populações hebréias antigas) se empenhe em massacrar um povo que, conforme todos os estudos sérios indicam, está muito mais relacionado com os antigos hebreus que os nazi-sionistas atuais.
Confuso da Silva
Jair, você deve ter lido o livro do Shlomo Sand recentemente, não é? A tese da ascendência khazária dos ashkenazis é disputada por muitos historiadores, e é apenas uma entre muitas teorias, que não deveria ser tomada como a mais pura verdade, e sim como uma possibilidade. Além disso, já manifestei em outra ocasião neste site a minha opinião de que a discussão sobre quem tem o "direito milenar" à terra não faz mais sentido, pois nenhum dos dois povos vai dar o braço a torcer e sair.
Quanto à sua afirmação inicial, parece que você tem um ódio profundo pelos judeus, pois junta todos num mesmo saco rotulado de "nazi-sionistas" – pois é notório que associar qualquer coisa ao nazismo evoca choque no inconsciente coletivo – e ignora o fato de existirem pessoas em Israel que lutam pelos direitos dos palestinos e que denunciam as ações do governo israelense.
Ana Bednarski
Infelizmente este tipo de matéria mostra como a mídia é oficial e tem senhores a quem obedecer, já que voce não vê estas materias em jornais como FSP, Estadão, Globo, Band entre tantos, isto sem falar na midia de outros países.
Por isto a internet tem que continuar a ser livre , para que possamos ter acesso a informações como esta.
Nestas horas fico indignada e frustrada, pois gostari ade poder ajudar não só ao povo palestino mas todos os povos que são massacrados por algum tipo de estado fascita. È frustrante ler estas coisas e se sentir impotente. Acho que deviamos divulgar, eu pelo menso vou divulgar entre as pessoas que conheço, embora seja pouco, acredito que cada um de nos pode fazer pelo menos isto.
LIBERDADE PARA A PALESTINA JÁ! DIGA NÃO A ESTADOS FASCISTAS E NAZISTAS, SEJAM ELES DA RELIGIÃO QUE FOREM!
Marcos C. Campos
Detalhe:
Os árabes-palestinos ainda pagam impostos …
Marcos C. Campos
“É um sentimento de frustração, de desenraizamento, de não pertencer a lugar algum (…). Os palestinos sentimos como se, em Jerusalém, o governo e o Estado existissem para nos excluir, como se não fôssemos seres humanos.”
PODE TER CERTEZA DISTO
Pode-se dizer que as desigualdades que se observam em Jerusalém e as diferenças de tratamento pelo governo e pelo Estado israelenses caracterizam situação de apartheid?
ABSOLUTA CERTEZA.
Jairo_Beraldo
"Eu digo de forma muito clara: nenhum navio chegará a Gaza. Nós não permitiremos que nossa soberania seja prejudicada”, disse Lieberman a uma rádio, referindo-se ao bloqueio naval de Israel ao território Palestino controlado pelo Hamas.A informação é da agência Reuters e repercutida por toda a mídia.A pergunta é simples. Desde quando Gaza é território israelense?Se Israel reconhece que Gaza é território israelense, por que não concede cidadania a seus habitantes?
Confuso da Silva
Pra começo de conversa, Lieberman é um lunático de extrema direita. Além disso, na cabeça dele e de seus comparsas, pode até ser que ele ache que seja "direito divino" de Israel ter a posse de Gaza (e da Cisjordânia, e da Jordânia). Mas em sua lógica deturpada, a "soberania" israelense seria ameaçada sem o bloqueio naval de Gaza, pois isso abriria as portas (ou melhor, os portos) para a entrada de armas para o Hamas.
O problema é que isso é verdade. Acabar com o bloqueio implicará com certeza na importação de armas pelo Hamas. E mesmo que Israel suspenda o bloqueio unilateralmente, num milagroso gesto de boa vontade, o Hamas usará isso para se rearmar e voltar a atacar os civis israelenses, alimentando novamente a fogueira do ódio e fazendo com que cada vez mais israelenses acreditem no mantra "com eles o único diálogo é a violência", que impera por tanto tempo na região.
Qual é a solução? Na minha opinião, Israel deve acabar com esse bloqueio estúpido, e continuar a mostrar gestos de boa-vontade como por exemplo proibir de vez qualquer expansão de assentamento judaico em Jerusalém oriental ou na Cisjordânia. E do lado palestino, aproveitar uma trégua para melhorar a qualidade de vida do povo, ao invés de investir na luta armada.
Lucas Cardoso
Entre o Estado israelense e o Hamas, este último é, ultimamente, o mais moderado. Há algum tempo eles disseram que estavam preparados a aceitar a solução de dois Estados. Israel continua negando a solução, e construindo assentamentos, e ferrando com a vida dos palestinos.
Além disso, o Hamas, e não o Fatah, foi quem ganhou aquela eleição que teve na Palestina antes do bloqueio (e, de fato, o bloqueio se deu porque o Hamás ganhou as eleições democraticamente, confirmando o desejo dos palestinos por liberdade incondicional).
Mesmo assim, Israel e os EUA reconhecem apenas o Fatah como os líderes dos palestinos (dizem que o Hamás é um grupo terrorista). Entre o Fatah e o Hamas, o primeiro tende a ser mais corrupto, e submissivo às vontades israelenses, e o segundo, além de ser menos transigente (quer as fronteiras originais) faz trabalhos de caridade na Palestina.
Acima de tudo, o único "ataque" que o Hamas fez contra Israel foi lançar aqueles foguetes feitos à mão, que nem acertar alguma coisa acertavam. Por pior que isso seja, depois de "Chumbo Derretido", os israelenses estão, no mínimo, quites. O bloqueio não se justifica. Qualquer trégua e qualquer paz tem que começar com eles.
Confuso da Silva
Lucas, o Hamas não é moderado não. Seu estatuto prega a destruição de Israel, e embora tenham falado à boca pequena em alguns momentos que estariam preparados para a solução de dois estados, até agora todos os seus pronunciamentos oficiais negaram isso. Por outro lado, concordo que construir assentamentos enquanto se fala em negociações de paz é dar um tapa na cara dos palestinos.
Quanto à Fatah ser mais corrupta, eu acho que o Hamas é tão corrupto quanto. Quanto à caridade, praticamente toda organização muçulmana tem um componente de caridade, já que a caridade é um dos cinco pilares do Islã. Até grupos violentos como Al Qaeda ou Brigadas de Al-Qassam têm seus braços filantrópicos. E é assim que eles conquistam o apoio popular, levando ajuda a lugares aonde ninguém mais está disposto a levar.
Concordo plenamente que o bloqueio não se justifica, mas acho que a trégua e a paz devem vir de ambos os lados. Ficaria difícil para um governo israelense manter medidas de paz e manter o apoio popular se começassem a cair foguetes vindos de Gaza, mesmo que não acertassem ninguém.
Jair de Souza
Na verdade Sr. Confuso, você de confuso não tem nada. Você só tem mesmo é vergonha de dizer abertamente que defende um estado neo-nazista, genocida e racista. Deixe de ser enganador e declare abertamente suas convicções.
Lucas Cardoso
Jair, aí já é exagero. Discordo do Confuso em alguns pontos, mas acredito que ele é bastante razoável e não deu motivos pra gente achar que é um daqueles fanáticos que defendem Israel incondicionalmente. Chega de ad hominem. Se você discorda dele, argumente, não fique só xingando.
Confuso, estou distante da Palestina, não tenho meios para julgar objetivamente, entre o Fatah e o Hamas qual é o pior, só sei o que leio. Mas o Hamas foi eleito líder da Palestina em eleições reconhecidas mundialmente (indicando que seus trabalhos de caridade são melhores que o de outros grupos islâmicos). Se os palestinos querem o Hamas como líder, temos que respeitar a opção. Se o Hamas aceitará a a opção dos dois estados só vamos descobrir tentando.
De qualquer forma, Israel é a parte mais poderosa nesse conflito. Você há de concordar que a resolução de qualquer conflito tem de começar com a parte mais poderosa, não é? A parte mais forte tem que aceitar fazer concessões para que a paz tenha alguma chance, e Israel não aparenta querer fazer quaisquer concessões.
Confuso da Silva
Lucas, concordo com você. O Hamas foi eleito pelo povo, e se Israel quer mesmo a paz, deve negociar com o governo vigente, goste dele ou não. E também concordo que Israel deve começar a fazer concessões (começando com a proibição de qualquer expansão de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém oriental).
Mas reitero minha opinião de que o Hamas deve retribuir fazendo também concessões (começando, ainda em minha opinião, por eliminar de seu estatuto qualquer menção à destruição de Israel).
Quanto ao Jair, me parece que ele sofre do mesmo mal que a maioria dos judeus, só que com polaridade inversa: se alguém critica o governo palestino, ele já acha logo que se trata de um "nazi-sionista"…
Mª vivamandela
Hitler, lá de um dos anéis do inferno onde reside, deve estar aplaudindo o povo judeu, a semente do ódio e do racismo foram bem disseminadas nesses corações, que desejamextirpar os palestinos da face da terra.
Israelenses capitalizam o Holocausto para justificar a insanidade como política de Estado e o mais triste, com a conivência das grandes potências ocidentais.
Aqui entre nós, quando leio textos como este fico irada, luto para não ser antisemita.
Confuso da Silva
Pois é, vivamandela, não vamos misturar as coisas. Uma coisa são as ações do governo isralense (ou nesse caso da prefeitura de Jerusalém), outra são os cidadãos israelenses que, apesar de terem votado nesses imbecis (e muita gente por aqui já votou em canalha/corrupto e ainda continua votando), não necessariamente apoiam essas ações, e outra ainda são os judeus do resto do mundo, que não são cidadãos de Israel e não elegem os políticos de lá.
Infelizmente, muitos judeus de fora de Israel temem tanto o anti-semitismo que encaram qualquer crítica ao governo israelense como ataque anti-semita, e se sentem compelidos a defender Israel a qualquer custo, mesmo que as ações do governo sejam inaceitáveis. O problema é que alguns desses judeus podem até querer levantar suas vozes contra esses absurdos, mas como todo protesto contra Israel envolve paravras de ordem que clamam a destruição de Israel ou morte aos judeus, eles ficam quietos. E o resto se envolve em manifestações pró-Israel sem ao menos considerar a ética ou enxergar o outro lado.
Só nos resta esperar que esses moderados (e seus pares do outro lado do conflito) tomem coragem e levantem-se não para criticar o outro, mas para denunciar os erros de seu próprio lado.
Sophia Cordeiro
Também pensava assim, Silva, mas numa entrevista recente, (tv globonews)uma jornalista israelense (em portugues) desmentia que a população de Israel desaprovasse a política sionista.Ela afirma que 90% dos israelenses aprovam as medidas de força que o seu governo vem empregando. Isso, na frente de um defensor do governo de Israel, também judeu. Há, diz ela, os que abominam essa política, como ela própria, mas são poucos, como poucos são os judeus que residem fora do Estado de Israel. Essa minoria tem se pronunciado, mas não parecem ter logrado exito nos seus argumentos. Só para registrar.
Confuso da Silva
Sophia, infelizmente a cada passo na espiral de violência em que se encontra a região as vozes moderadas de ambos os lados se tornam mais fracas, menos ouvidas e em menor número. O povo em geral aprova essas medidas de força porque os palestinos são pintados como "os terroristas", e as medidas server para "nos proteger deles". Do doutro lado o mesmo fenômeno acontece – todos os israelenses são vistos como "o opressor".
É o tipo de estratégia política que deu a Bush apoio popular suficiente para invadir o Iraque, e é o tipo de estratégia política que ainda mantém muita gente no poder pelo mundo afora.
O mais irônico é que teoricamente o bloqueio de Gaza, segundo o governo israelense, serve para impedir a entrada de armas que cheguem nas mãos do Hamas, argumento que deixa o povo israelense mais tranquilo, contente e propício a apoiar o governo, mas que na prática não adianta, pois as armas estão sim entrando pela fronteira com o Egito.
Mª vivamandela
A coragem deve ser tomada pelos os israelenses, que possuem tecnologia, intelligentzia e um estado democrático.
DUDU
Não é para odiar um povo que age assim?
Confuso da Silva
Isso é uma vergonha para um povo que foi tão perseguido. E como disse o Carlos Cruz, que enquanto era perseguido pela Inquisição na Idade Média nos países dominados pela Igreja Católica, era bem recebido nos países de domínio muçulmano.
O povo israelense tem que acordar para o fato de que esse tipo de atitude só alimenta o ciclo de ódio e violência, e só dá ao povo palestino mais obstinação em não desistir e não sair de onde está. O tal jovem israelense do final da matéria está redondamente enganado se acha que isso vai fazer com que os palestinos saiam desses bairros.
A única saída é a convivência. Se os dois povos deixarem o ódio e preconceito de lado e trabalharem juntos, a região verá uma prosperidade sem igual, superando até a Europa e talvez os EUA. Hmm, talvez tenha gente que não queira isso…
O Brasileiro
São os israelenses tentando absolver os nazistas perante os judeus de todo o mundo.
Só isso explica as ações israelenses semelhantes às dos nazistas!
André Frej
Obrigado, Azenha, por difundir em seu blog o holocausto sofrido pelos palestinos.
Free Palestine !
eduardo ayrton
Depois ninguem entende porque lançam misseis, explodem e querem varrer israel do mapa. eles dao motivos…o caso da lombada é um absurdo fiquei impressionado até onde vai a loucura de Israel
Jairo_Beraldo
A verdade é que Israel não pode reconhecer a Palestina por uma simples razão.O pais deixará de ser estado judaico e correrá o risco de se tornar uma democracia.Fato impensável para os dirigentes do país. O conceito de democracia deles exclui todos os que não professam a religião judaica.E o estranho nisso tudo não é a arrogância dos governantes de Israel, mas o silêncio da mídia, que jamais questiona qualquer atitude do estado judaico.Nem mesmo quando constrói muralhas abomináveis e mantém em campo de concentração mais de um milhão e meio de seres humanos.
Carlos Cruz
Hoje os israelenses tratam os palestinos como no passado foram tratados… A matéria é triiste. O racismo, as desigualdades sociais… Assim como na época nazista guetos são criados, segregação pura dos palestinos. Falta apenas a suática na pele, marcada em braza, o fogo, a câmara de gás. Fomentam ódio, quando podiam e deviam ser exemplo de paz e união. Sofreram as mesmas perseguições, os mesmos tratamentos que hoje impõe aos árabes. Li, certa vez, que durante a Idade Média os árabes protegeram os judeus, diferente dos "cristãos europeus" que os perseguiam. O exemplo não deveria ser repetido?
Até quando se tolerará o racismo israelense? | ESTADO ANARQUISTA
[…] Mya Guarnieri, Al-Jazeera, Qatar pelo Viomundo […]
Leider_Lincoln
E ainda têm a cara de pau de dizer que são uma "democracia". São, no Sentido que a República Sul Africana era, em 1980 ou que a Alemanha era, em 1938. Quando o COI e a FIFA verão as coisas como elas são e impedirão a participação de Israel em suas competições? Aliás, que federação esportiva dará o primeiro passo? Que nação será a primeira a reconhecer o óbvio e, em nome da humanidade, romper relações com o Estado de Israel?
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