A farra do Proer
por Maria Fernanda Arruda, no Facebook
O inesquecível PROER: em 1995 o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma amostra pública do seu compromisso com o capital financeiro e, na calada de uma madrugada de um sábado de novembro, assinou uma medida provisória instituindo o PROER, um programa de salvação dos bancos que injetou 1% do PIB no sistema financeiro – dinheiro que abandonou o sofrido Tesouro Nacional, para abastecer cofres privados, começando pelo Banco Nacional, então pertencente a família Magalhães Pinto, da qual um de seus filhos era agregado. Não é mesmo FHC?
O Proer demonstrou em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.
E agora, FHC, você vem aqui querendo falar o que…?
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Comentários
FrancoAtirador
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QUEM PERDEU COM O PROER DO GOVERNO DO PSDB
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FOI O TESOURO NACIONAL, OU SEJA, A POPULAÇÃO
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Capital Financeiro Internacional: Parasita de Países
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“Estudo Comparativo do Sistema Financeiro Brasileiro de 1995 a 2010″
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Trabalho realizado por Nazareno Godeiro, Pesquisador do ILAESE
(Instituto Latino-Americano de Estudos Sócio-Econômicos)
Revisão de Texto: João Bezerra de Castro
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(http://www.ilaese.org.br/wp-content/uploads/2012/10/Grandes-bancos-brasileiros-parasitas-do-Brasil.pdf)
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Excertos
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A PRIVATIZAÇÃO E DESNACIONALIZAÇÃO DOS BANCOS NO BRASIL
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De acordo com Informações Publicadas pelo Banco Central em 2011,
conforme Balanços Financeiros de 2010, o Capital Estrangeiro era, já à época,
Controlador Direto de 62 Bancos – Múltiplos e Comerciais – aqui no Brasil.
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E em outros 30 Bancos Locais, incluindo os Públicos, havia Participação Estrangeira,
ainda que Minoritária, sendo: de até 10%, em 9 deles; de 10% a 20%, em 18;
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e de 20% a 40% nos 3 Maiores do País:
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O Semi-Estatal Banco do Brasil em que o Capital Estrangeiro detinha 25% das Ações,
a Maioria dessas na Posse dos Fundos Norte-Americanos, Blackrock e Emerging Markets.
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E nos 2 Grandes Bancos Privados em Operação no Brasil – os ‘Nacionais’ da Globo –
ITAÚ e BRADESCO, onde a Participação Estrangeira no Capital é considerada ‘Natural’:
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Do BRADESCO, o Capital Internacional detinha, em 2010,
22,9% das Ações Ordinárias e 20,6% das Ações Preferenciais;
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E do ITAÚ-UNIBANCO, de 53% do Capital Total da Holding
Negociado nas Bolsas de Valores de São Paulo e New York,
61% das Ações Preferenciais estavam em Mãos Estrangeiras,
sendo 20% dessas na BOVESPA e 41% na NYSE (ADR).
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Assim, a Predominância do Capital Estrangeiro no Brasil
tem um Peso Determinante no Sistema Financeiro Nacional.
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PROER TUCANO: A ORIGEM
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Privatização, Desnacionalização e Concentração
das Instituições Financeiras no braZil,
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Na Década de 1990, sob o Comando de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP)
o Governo DemoTucano (PSDB/PFL) instituiu o PROER – Programa de Estímulo
à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional.
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O Objetivo do Programa Governamental implementado por PSDB/PFL
foi, por um lado, privatizar os Bancos Estatais (Estaduais e Federais)
e, por outro, fortalecer as Instituições Financeiras do Setor Privado.
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A Privatização dos Bancos Estaduais foi marcada por Negócios Obscuros,
como no Caso do BANESPA, vendido ao Santander por preço subfaturado
(segundo o DIEESE, o Valor foi 105% Menor do que o Banco Valia, á época).
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O Caso Mais Famoso, porém, foi o das Operações Financeiras no BANESTADO.
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No total, foram arrecadados US$ 6,4 Bilhões com a Venda dos Bancos Estatais.
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Para fins de Comparação, o Lucro Líquido do Itaú foi de US$ 7,6 Bilhões, em 2010,
Valor Superior, portanto, a Toda a Arrecadação obtida com a Privatização de Bancos.
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Ao todo, o Governo do PSDB Privatizou 14 Bancos Estaduais e Extinguiu Outros 10.
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Também por meio do Programa DemoTucano PROER, 7 Bancos Privados Falidos
foram entregues a outros ‘investidores’, totalmente financiados por Verba Pública.
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Em 1998, o Banco Central do braZil Tucano transferiu, por exemplo, R$ 11 Bilhões ao HSBC
para a compra do Banco Bamerindus – cujo Dono era um MegaPecuarista de Londrina,
ex-Senador do Paraná e ex-Ministro, Andrade Vieira – ficando isento das Dívidas Trabalhistas.
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Porém, os Casos Mais Escandalosos do PROER foram os Salvamentos,
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pelo Governo do PSDB, do Banco Econômico e do Banco Nacional,
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que, nos anos 90, receberam Dinheiro Público Federal, via BACEN,
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e ainda devem ao Tesouro Nacional R$ 28,8 Bilhões, em 2015.
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A Maior Parte dessa Dívida Pertence ao Banco Nacional, de Propriedade da Família
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do Banqueiro e Político Mineiro Magalhães Pinto, ex-Presidente da UDN, que foi,
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como Governador de Minas Gerais, um dos Principais Articuladores do Golpe de 1964.
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(https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/magalhaes_pinto)
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Atualmente, o Banco Nacional ainda precisa devolver aos Cofres Públicos R$ 21 Bilhões.
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O Banco Econômico, do Banqueiro Ângelo Calmon de Sá,
apesar de receber ajuda do Governo do PSDB, através do PROER,
acabou sofrendo Intervenção em 1995 e Liquidação Judicial em 1996.
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O Banco Central do Brasil apurou Indícios de Maquiagem no Balanço Contábil
e Desvio de Recursos do Banco para outras Empresas dos Mesmos Controladores.
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Calmon de Sá acabou sendo Processado na Justiça por Gestão Fraudulenta.
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Em 1996, o Banco Econômico foi então incorporado ao Banco Excel,
do Banqueiro Ezequiel Nasser, passando a se chamar Excel-Econômico.
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Em Agosto de 1998, o Excel-Econômico foi comprado pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA),
da Espanha, por um Valor Simbólico, sendo o Restante Lançado como Prejuízo.
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Finalmente em 2003, a Filial do BBVA no Brasil foi adquirida, por R$ 2,7 Bilhões,
pelo Bradesco que posteriormente alterou a denominação do BBVA para Alvorada.
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Em 2014, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) determinou
que o BRADESCO é, legalmente, o Sucessor do Banco Econômico.
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(http://www.muco.com.br/index.php?option=com_content&id=462:escandalo-banco-economico&Itemid=53)
(http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/justica-determina-que-bradesco-e-sucessor-do-banco-economico)
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Entretanto, ainda hoje é Devida ao Tesouro Nacional
pelo Banco Econômico a Importância de R$ 7,7 Bilhões.
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O restante de R$ 26,3 milhões, um valor bem menor
em Relação ao Montante Pendente de pagamento,
é devido pelo CREFISUL do Empresário Ricardo Mansur,
Fundador das Extintas Redes Varejistas Mesbla e Mappin.
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Durante o Governo do PSDB, foram injetados R$ 112 Bilhões,
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em Dinheiro Público, para Salvamento de Bancos Privados.
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(http://portalmetropole.com/2015/09/como-o-governo-fhc-injetou-r-112-bi-de-dinheiro-publico-para-salvar-bancos-privados.html)
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Lukas
Estranho, o PT está no poder há 13 anos e nada faz com estas denuncias bombasticas.
Os leitores aqui ja pararam para pensar por que?
Urbano
Creio que em algum momento do futuro, o termo proer passará a ser antônimo de probo…
Urbano
Um pouquinho só de bênção e de luz: uma coisa é o conteúdo; outra coisa é a forma…
Luiz dos Santos
Talvez voce nao se lembre mas o plano real fez a inflacao baixar bastante e nao havia outra saida se nao ajudar algumas instituicoes financeiras que viviam as custas da inflacao. Como voce deve ter estudado, Suecia, Indonesia, USA, Inglaterra entre outros salvaram seus sistemas financeiros tambem.
Luiz Clete
Bingo! Então por isso que a plano real trocou a inflação alta pelos juros altos para manter os lucros do sistema financeiro sempre em alta? Ah, o resto da economia que se dane!
Luiz dos Santos
Caro Luiz Clete, eh por isso que precisamos de reformas estruturais, que infelizmente nao fizeram parte desses ultimos 12 anos. Focou-se muito no consumo, o que nao eh ruim em si, mas as distorcoes estruturais aceleram inflacao ou aumento de juros.
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