10/3/2011
O Complexo do Alemão e as mudanças na relação entre capitalismo mafioso e capitalismo ”cognitivo”.
Entrevista especial com Giuseppe Cocco, no site da Unisinos
Para entender a relação entre relação entre capitalismo contemporâneo e capitalismo mafioso no Brasil, Giuseppe Cocco, na entrevista a seguir, concedida por telefone e email à IHU On-Line, falou da ocupação do Complexo do Alemão em dezembro de 2010. Nela também analisou o Pronasci e a desenvoltura do Ministério da Cultura. “Na era do Twitter, do Facebook e do Google, voltamos a um conceito restrito de cultura e, pior, a um conceito de cultura proprietária da época industrial. É estarrecedor! Temos milhões de jovens pobres que resistem nas periferias antropofagizando a cultura global, colaborando em redes e o MinC agora volta a enxergar o direito autoral sob o prisma do copyright e a cultura como virtuosismo elitista”, enfatizou.
Giuseppe Cocco possui graduação em ciências políticas pela Université de Paris VIII e pela Università degli Studi di Padova. É mestre em ciências tecnológicas e sociedade pelo Conservatoire National des Arts et Métiers e em história social pela Université de Paris I (Pantheon-Sorbonne). Doutor em história social pela Université de Paris I (Pantheon-Sorbonne), atualmente é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Publicou com Antonio Negri o livro Global: Biopoder e lutas em uma América Latina globalizada (Ed. Record, 2005). Também é autor de Mundobraz – O Devir Do Mundo No Brasil e O Brasil No Devir Do Mundo.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Para o senhor, o que a ocupação do Complexo do Alemão, em dezembro de 2010, revela sobre relação entre capitalismo e máfia no Brasil?
Giuseppe Cocco – Podemos apreender a recente ocupação do Complexo do Alemão de dois pontos de vista: um primeiro, de mais curto prazo, diz respeito ao plano de desenvolvimento das políticas de segurança no Rio de Janeiro, com as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs); um segundo, de mais longo alcance, diz respeito à transformação das relações entre capitalismo mafioso e capitalismo tout court.
Do ponto de vista das UPPs, tratou-se de retrocesso. Do ponto de vista da “guerra do Rio”, trata-se de uma batalha que marca uma aceleração das mudanças nas relações entre capitalismo mafioso e capitalismo “cognitivo”. O retrocesso está no fato que a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro não se realizou no âmbito das diretrizes do Pronasci, ou seja, da integração de “segurança” e “cidadania”. Ao passo que o Pronasci, concebido e implementado pelo então ministro Tarso Genro, articula combate à violência e reformulação da própria polícia (não por acaso, as UPPs são unidades recém formadas de jovens policiais), a ocupação do Complexo do Alemão foi feita pelas atuais forças de polícia e, pior, pelas Forças Armadas: a pacificação tornou-se uma militarização e o Ministro da Defesa ocupou o lugar que devia ser do Ministro da Justiça.
De maneira mais geral, voltam à tona os estragos incalculáveis, inclusive na retórica de esquerda, da adesão superficial à teoria política liberal, seja ela aquela do Leviatã hobbesiano ou a do “contrato” de Rousseau. Dize-se que o problema da violência nas favelas pode ser resolvido pela imposição do monopólio do uso da força por parte do Estado quando é o contrário: a violência nas favelas é o fruto de um monopólio absoluto do uso da força pelo Estado em sua relação neoescravagista com os pobres. Só que o Estado não consegue dar, a essa tremenda efetividade, uma legitimidade estável e sequer a “paz do medo” consegue impor. É nesse absurdo que toda política de segurança – até a mais bem intencionada – encalha! E isso porque a base da corrupção generalizada da polícia (quer dizer do Estado) está exatamente no direito de fato que os policiais têm de matar e torturar os pobres! O Estado sempre esteve presente nesses territórios na sua forma mais truculenta, para matar os pobres. Essa é a base fundamental de todo processo de corrupção.
Os elementos positivos do Pronasci dizem respeito à afirmação de que a política de segurança é uma política de cidadania e que é desse tipo de paz que precisamos: a paz da cidadania e não do medo. Assim, no Rio de Janeiro, o Pronasci com seu programa dos “Territórios da Paz”, possibilitou a criação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), quer dizer de uma nova geração e de novas unidades de policiais voltados para a comunidade.
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A ocupação do Complexo do Alemão é na realidade um episódio da “guerra do Rio” pela reorganização do território. Uma reorganização do território determinada pela passagem às formas de acumulação próprias do capitalismo cognitivo. Por um lado, com o “pastiche midiático” denunciado por Luiz Eduardo Soares, construiu-se a imagem falsa de uma guerra do bem contra o mal, algo que desse vazão ao ódio da classe media para com os pobres. Pelo outro, por trás dessa falsificação, temos um processo de reorganização do controle territorial até agora exercido pelos comandos do narcotráfico. Isso é a consequência do esgotamento econômico do controle militar pelos comandos do narcotráfico da venda de varejo das drogas. Na medida em que o território das redes sociais está se tornando o espaço de organização da acumulação em geral, ele não pode mais ser deixado sob o controle militar exercido pela economia criminal do narcotráfico. Assistimos, assim, a uma reorganização das relações entre capitalismo mafioso e capitalismo em geral e isso na medida em que passamos a um regime de acumulação de tipo cognitivo.
IHU On-Line – Dentro da ideia de capitalismo cognitivo, que mudanças se revelaram nessa guerra que o Rio de Janeiro vivencia?
Giuseppe Cocco – A política de segurança atual não tem como objetivo acabar com o narcotráfico. Por isso, é uma grande hipocrisia dizer que o narcotráfico foi vencido. O fato novo é um outro: os espaços gigantescos de moradia dos pobres se tornaram grandes jazidas de acumulação para o capitalismo cognitivo, uma verdadeira nova fronteira. Na década de 1990, tivemos dois primeiros momentos de inflexão nessa direção, que já anunciavam a tendência ao esgotamento do modelo econômico e militar implementado pelos comandos do narcotráfico. O primeiro momento foi o da onda de privatizações dos serviços públicos (que amplificou o peso e o papel das concessionárias privadas de serviços públicos, em particular dos transportes coletivos).
Com isso, as privatizações foram se sobrepondo à gestão privada do espaço público que, no Brasil, sempre se manteve extremamente forte, muito mais do que nas economias centrais, mesmo nas economias liberais. Um segundo momento (que na realidade não é sequencial mas contemporâneo ao primeiro) é aquele da emergência das milícias. Setores da polícia e forças de segurança passaram a usar o poder que tradicionalmente lhe era (e continua sendo) entregue de vida e morte sobre os pobres para controlar diretamente as dimensões produtivas do território dessas populações. Então, as milícias expulsam os comandos do narcotráfico (pelo menos como organização hierarquizada e estruturada) e, às vezes, expulsam o tráfico de drogas. Elas tomam o controle da região e passam a controlar todos os tipos de serviços, a começar pelos “impostos”.
As milícias cobram “impostos“ em troca da paz que elas mesmas ameaçam. Esse é um mecanismo tipicamente mafioso de vender a proteção. E, em seguida, elas exploraram o transporte coletivo, as vendas de botijões de gás, a pirataria de CDs e DVDs, os gatos de eletricidade e o furto do sinal da televisão e internet a cabo (o “gatonet” ou “gatovelox”). Portanto, as milícias se tornaram, junto com a privatização dos serviços públicos, o outro lado da mesma corrida em direção ao capitalismo cognitivo. O capitalismo cognitivo não é apenas o Google e a internet. O capitalismo cognitivo é essa dimensão de uma produção que se torna serviço e que encontra na metrópole o espaço produtivo de uma circulação produtiva. Então, a do Alemão não foi nem uma batalha “final” nem uma luta do “bem contra o mal”, mas um episódio importante na reorganização das relações entre capitalismo mafioso (direta e explicitamente ligado à acumulação primitiva) e capitalismo cognitivo.
Uma reorganização acelerada pelo fato que as políticas sociais do governo Lula tornaram esses territórios dos pobres, tradicionalmente entregues à exclusão e ao narcotráfico, na nova fronteira de expansão do capitalismo rumo à conquista daquelas camadas sociais que os marqueteiros definiram como “classe C”. Os pobres passaram a ter poder de compra e as favelas se tornaram territórios de consumo e, por consequência, atrativas para a acumulação.
Outro fator de aceleração é a agenda de Megaeventos do Rio de Janeiro. A cidade sediará, em 2011, as Olimpíadas Militares, em 2012 a cúpula do Rio+20, em 2014 a parte carioca da Copa do Mundo de Futebol e, enfim, os jogos Olímpicos de 2016. Tudo isso reconfigura o espaço metropolitano carioca e acelera a corrida para uma acumulação primitiva que passa pelo controle dos territórios, ou seja, dos fluxos que desenham as linhas de acumulação cognitiva: serviços, atividades de produção do intangível, trabalho imaterial, redes de telefonia e internet, transportes, moda, marketing, design, cultura etc.
Então, aquela do Alemão é fundamentalmente uma batalha dentro de uma reconfiguração social e produtiva da chamada “classe C”. E o verdadeiro desafio é de saber se continuaremos a ficar presos do discurso sociológico da classe C (da “nova classe média”) e vamos assim apoiar, de maneira cega e consensual, o regime discursivo da guerra do bem contra o mal (ou seja, da guerra contra os pobres), ou conseguiremos desenvolver novos conceitos e novas análises da composição da classe de um novo tipo de trabalho, um trabalho que investe, como já dissemos, a vida como um todo, na circulação produtiva dos territórios metropolitanos. Só uma análise de classe do trabalho permite uma crítica desses embates, ou seja, a construção de um ponto de vista adequado.
IHU On-Line – Como mudaram as relações entre capitalismo mafioso e capitalismo?
Giuseppe Cocco – No capitalismo industrial, o capitalismo mafioso se torna marginal e relegado à esfera do consumo. Isso porque a própria dinâmica do “desenvolvimento” industrial torna “primitiva” a acumulação mafiosa, algo que aconteceu no tempo, que até mesmo já esquecemos e aparece nas formas da propriedade privada, algo que depende do acaso (da herança) e da acumulação (industrial). Ricos e pobres aparecem não mais como resultado do roubo e da lei da força, mas como condições sociais determinadas por processos sociais assentados na força da Lei.
A apropriação direta e violenta dos bens, da terra, dos meios de produção e do trabalho dos outros (a escravidão e a servidão) é substituída pela dinâmica da inovação tecnológica. A acumulação mafiosa se torna marginal e podemos até dizer que a diferença entre desenvolvimento e subdesenvolvimento pode ser pensada em termos da presença explícita (ou não) de formas de acumulação primitiva: um país será tanto mais subdesenvolvido quanto a acumulação primitiva, ou seja mafiosa, é explicitamente atuante em sua dinâmica econômica e social. Nesse marco, o capitalismo mafioso se limita a esfera do consumo e aparece como uma das formas de rentismo parasitário, na disputa do que já foi produzido e valorizado. Não por acaso ele é duramente ironizado pelo Keynes.
O capitalismo cognitivo, diferentemente do capitalismo industrial, vive da apropriação direta do que é produzido em comum nas redes sociais (nas metrópoles onde se geram as significações – cultura – e se espalham os estilhaços do trabalho imaterial). A relação entre valorização e acumulação é invertida: a valorização acontece nas relações sociais (na cooperação social) e a acumulação vem depois, como uma apropriação parasitária que renova e atualiza, continuamente, a acumulação primitiva: é isso que exalta a necessidade das privatizações e todos os conflitos sobre as patentes e o copyright.
Ora, sabemos que no Brasil a relação entre o capitalismo mafioso (acumulação primitiva) e capitalismo industrial nunca foi resolvida, no sentido que a própria acumulação capitalista sempre aparece sendo como acumulação mafiosa em uma relação direta com a economia criminal. Aqui a corrida para o capitalismo cognitivo explicita suas novas relações com o capitalismo mafioso, pois ela aparece indiferentemente nas formas das milícias ou das privatizações, “privataria” e “pirataria” vão juntinhas. Exatamente porque o Brasil nunca conseguiu tornar primitiva a acumulação de tipo ilegal, a nova mafiosidade do capitalismo cognitivo aparece de maneira mais nítida.
IHU On-Line – A partir dessa perspectiva da relação entre violência e capitalismo, quais são as novas batalhas da guerra no Rio de Janeiro?
Giuseppe Cocco – As batalhas que estamos assistindo são aquelas da desmilitarização do narcotráfico, pois seu funcionamento econômico se tornou obsoleto e por isso insuportável! As novas batalhas são as batalhas da “classe C”. Elas têm como teatro a emergência dos pobres como sujeito econômico e/ou político e a questão da “paz” está atrelada às alternativas que atravessam esse processo. Por um lado, capitalismo mafioso e capitalismo cognitivo visam homologar a nova classe média (“C”) como fronteira constituída por uma enorme jazida de novos consumidores, sem reconhecimento de suas dimensões produtivas.
Aqui, a disputa entre as duas formas de acumulação apenas aponta para o fato que o capitalismo cognitivo é necessariamente mafioso: seja quando ele aparece na forma da milícia e de seu monopólio (estatal, porém ilegal) do uso da força; seja quando aparece na forma das decisões de uma agência reguladora sobre compartilhamento de sinal wireless de internet, ou seja, de uma política estatal (legal, porém ilegítima) de produção da escassez (escassez de sinal nesse exemplo) como base para que o capitalismo renove e mantenha uma acumulação que é, ao mesmo tempo, mafiosa e cognitiva (e não tem mais legitimidade técnica).
É a mesma coisa que acontece com o fechamento, por uma delegada da polícia civil, da Xerox [empresa fotocopiadora] da faculdade de Serviços Social da UFRJ (no final de 2010): a aplicação truculenta do copyright visa às alunas pobres e do subúrbio e seu direito ao saber, e não aos jovens da PUC. O copyright se reafirma contra o compartilhamento e para subordinar os pobres e não se preocupa com os filhos da elite. A mesma delegada, não por acaso, aparecia na TV comentando as operações do Alemão.
É a mesma guerra, com batalhas diferentes. O que está em jogo é essa apropriação capitalista dos pobres como consumidores a serem explorados diante da possibilidade que eles se constituam como sujeitos capazes de afirmar politicamente sua riqueza. Nos 8 anos de governo Lula, o MinC de Gilberto Gil, Juca Ferreira e Célio Turino tinha começado a trabalhar nesse segundo sentido, de maneira muito forte e expressiva, com grande potencial para a reformulação das políticas públicas como um todo. É triste constatar que o Setor Cultural do PT (e setores do governo da Dilma) não entenderam literalmente nada e, desestruturando esse trabalho, entregaram de volta o MinC à Industria Cultural (aquela que precisa da mamata estatal para ser “criativa”) e aos interesses corporativos dos “artistas” assustados diante da mutação que o novo contexto tecnológico e do trabalho anuncia e proporciona: a estética não é mais definida pela transcendência dos poucos (curadores, marchands, medalhões da “arte” espetáculo), mas pela imanência da multidão que produz e cria em rede, de maneira colaborativa.
As periferias querem o reconhecimento de sua estética e criação – como podemos ler no belo livro de Marcus Faustini – e não o acesso à suposta criação culta dos artistas do Leblon. Essas redes de criação e trabalho são metropolitanas, sociais e técnicas ao mesmo tempo. Elas desenham os territórios de uma circulação que mistura produção e reprodução, tempo livre e tempo de trabalho. De repente, a questão da guerra e da “paz” aparece de maneira nova. Hoje em dia é preciso um espaço metropolitano de paz para que a cooperação produtiva aconteça dentro do território. Antes, esse território de paz acontecia dentro dos muros da fábrica, dos escritórios, das empresas e de seu copyright. Hoje, as empresas, para funcionar, precisam da metrópole e de seus serviços terceirizados.
Do ponto de vista dos pobres, ou seja, da composição de classe do trabalho metropolitano, precisamos articular uma outra perspectiva, aquela que afirma (e constitui) a paz como condição e resultado da cooperação social. Mas essa paz não é aquela do medo, mas a paz dos cidadãos. Isso só pode acontecer pelo envolvimento dos pobres nos territórios onde eles vivem e trabalham, transformando politicamente essa fusão de vida e trabalho que caracteriza as novas formas de acumulação capitalista. Vida e o trabalho se unem diretamente e, portanto, precisam formar suas próprias milícias. As UPPs, inspiradas na Polícia Comunitária, fizeram um passo nessa direção. Mas precisamos avançar muito mais. Vejam bem, estou na realidade falando da reforma da polícia, para que ela seja uma milícia cidadã: ela não pode ser “técnica”. Somente a participação dos cidadãos também nas questões de segurança, por exemplo, passando a eleger, em eleições democráticas, os delegados e os comandantes das polícias irá nesse sentido.
O que o Rio de Janeiro precisa não é eliminar o conflito, mas organizá-lo para que os moradores se organizem, participem, manifestem as suas reivindicações sobre questões essenciais como a moradia, o ensino, a distribuição de renda, o transporte… Só o movimento social, só o conflito organizado dentro de um espaço democrático, só a emergência desses movimentos é que irão permitir a transformação da cidade. Então, o verdadeiro desafio das próximas batalhas é que a guerra não continue a ser o horizonte da destruição do espaço público e a paz do comum encontre sujeitos capazes de constituí-la. Por um lado, a “classe C”, pelo outro, a nova composição de classe do trabalho metropolitano.
De toda maneira, os únicos territórios da paz que funcionarão serão aqueles que saberão construir instituições do comum. As diferentes instâncias de governo ainda têm uma visão extremamente tradicional e inadequada. Como dissemos, no MinC do governo Dilma, a cultura volta a ser vista como enfeite (proporcionado por “artistas” virtuosos) ou como indústria cultural (uma múmia “nacional” revitalizada pela importação do chavão britânico de “indústria criativa”). Na era do Twitter, do Facebook e do Google, voltamos a um conceito restrito de cultura e, pior, a um conceito de cultura proprietária da época industrial. É estarrecedor! Temos milhões de jovens pobres que resistem nas periferias antropofagizando a cultura global (o funk, o tecnobrega, o rap cantado em guarani), colaborando em redes e o MinC agora volta a enxergar o direito autoral sob o prisma do copyright e a cultura como virtuosismo elitista. Assim, reduz-se a criação à indústria (criativa) e a criação (social) à pirataria. Para os jovens das periferias e das favelas, só é oferecido o horizonte do emprego e do trabalho subordinado e, no máximo, um “vale cultura” para assistir à medíocre produção “nacional” cujas bases tecnológicas e clichês são importados.
Comentários
Giuseppe Cocco, no site da Unisinos: Batalhas da classe C « Cirandeiras
[…] Giuseppe Cocco, no site da Unisinos: Batalhas da classe C via Viomundo – O que você não vê na mídia O Complexo do Alemão e as mudanças na […]
Consumitariado | Quadrado dos Loucos – Prosa, crítica, crueldade e desejo.
[…] Sobre as “batalhas da classe C”, capitalismo cognitivo e populismo miliciano no Rio, remeto à entrevista de Giuseppe Cocco à Unisinos. […]
ebrantino
Meus amigos, não tenho condições nem tempo de analisar as respeitáveis ideias do entrevistado. Alguem bem qualificado, e com suficiente disposição para um trabalho sério deve fazê-lo, e lerei com imenso prazer. Porem tenho uma sugestão pratica para fazer. É possivel uma abordagem empírica. – Basta ir ao local arrebatado aos tenentes do crime organizado – acredito que não passavam disso, uma vez que estavam na zona de conflito, e os generais em geral costumam ficar à distancia, presumivelmente para facilitar a visão de conjunto. Acredito que a sua propria segurança (dos generais) influa. Entrevistar umas tantas familias e moradores, ver a sua visão da coisa, cotejar com a visão nossa, de estranhos, e concluir se estao melhor ou não; de quebra, verificar se estão sendo tomadas as prometidas medidas complemnentares. Sendo aquela ocupação, uma operação de emergencia, é só o que se deve esperar. Filosofia de governo, discussão muito relevante, deve ser feita, sim, mas não influi ali. Ebrantino.
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walkerpoa
Azenha, corrija não é no UNISINOS e sim nA Unisinos (Universidade do Vale dos Sinos) que situa-se em São Leopoldo RS a aproximadamente 30km de Porto Alegre.
FrancoAtirador
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Com o perdão pela intromissão:
É o sítio do INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS (IHU-ON LINE)
http://www.ihu.unisinos.br/
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Luiz Carlos Azenha
E aí? É "o"? Ou "a"?
FrancoAtirador
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Esta perguntinha está mais parecendo: "Qual é o sexo dos anjos?"
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Da forma como foi estampada a manchete, se referindo apenas à universidade (UNISINOS) e não ao instituto (IHU) que a ela pertence, o walkerpoa tem razão.
Mas a entrevista foi concedida especificamente 'ao' IHU ON-lNE, muito embora conste equivocadamente na introdução do texto: "na entrevista a seguir, concedida por telefone e email 'à' IHU On-Line".
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De qualquer forma, isto não vai alterar em nada a ordem universal, não podendo se afirmar o mesmo em relação ao conteúdo da entrevista, que é absolutamente revolucionária.
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FrancoAtirador
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Aviso à trollagem demotucana e do MinC (a que ponto chegamos: já não se sabe diferenciar uns dos outros):
APROVEITEM PARA POSTAR COMENTÁRIOS, ANTES QUE O ECAD COMECE A COBRAR.
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Ana
"Do ponto de vista dos pobres, ou seja, da composição de classe do trabalho metropolitano, precisamos articular uma outra perspectiva, aquela que afirma (e constitui) a paz como condição e resultado da cooperação social. Mas essa paz não é aquela do medo, mas a paz dos cidadãos. Isso só pode acontecer pelo envolvimento dos pobres nos territórios onde eles vivem e trabalham, transformando politicamente essa fusão de vida e trabalho que caracteriza as novas formas de acumulação capitalista. Vida e o trabalho se unem diretamente e, portanto, precisam formar suas próprias milícias. As UPPs, inspiradas na Polícia Comunitária, fizeram um passo nessa direção. Mas precisamos avançar muito mais. Vejam bem, estou na realidade falando da reforma da polícia, para que ela seja uma milícia cidadã: ela não pode ser “técnica”. Somente a participação dos cidadãos também nas questões de segurança, por exemplo, passando a eleger, em eleições democráticas, os delegados e os comandantes das polícias irá nesse sentido."
Excelente, direto no ponto, medo não leva a nenhuma paz, se é que existe paz.
FrancoAtirador
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O Professor Emir Sader nos traz um dado concreto relevante:
"O Brasil é dos poucos paises que mais consome musica nacional que estrangeira.
Mas é deficitario em US 2 bilhões, porque as arrecadadoras são estrangeiras."
11:37 AM Mar 5th
via Twitter:
http://twitter.com/emirsader/status/4411933196930…
Fabio_Passos
Entrevista muito interessante.
Intelectual peso-pesado claramente engajado na emancipação das populações pobres e marginalizadas.
Análise duras e propostas muito criativas. Esta de radicalizar a democracia com escolha popular para delegados e comandantes de polícia é sensacional.
Quanto ao MinC a análise foi arrasadora. Uma lástima este retrocesso, não?
Lima
Por que sempre aparece um intelectual para desmerecer o que já esta feito. Pergunta para ele se o povo que mora no Alemão achou a ocupação um retrocesso? Depois de feito é muito facil falar um monte de … (Fede)
Siron
Excelente entrevista, Azenha! Apesar de discordar em alguns pontos – principalmente, quando ele fala sobre copyriht/copyleft – ou de considerá-lo pouco aprofundado em outros, acredito que ele tocou em pontos importantes sobre o que significa as implantações das UPPs (ampliação de zonas de conforto) e sobre o imperativo econômico na busca pela nova classe C. O Bradesco chegou antes de qualquer obra de saneamento no Complexo do Alemão.
betinho2
Minha resposta a esse dito cujo está aqui:
http://www.suicidiovirtual.net/dados/lerolero.htm…
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