Claudete Mittmann: A vitória política na greve de Santa Catarina
Tempo de leitura: 2 minpor Luiz Carlos Azenha
Uma greve longa, desgastante e que não atingiu todos os seus objetivos.
Mas uma grande vitória política.
Foi esse o resultado dos 62 dias de paralisação dos 60 mil professores de Santa Catarina, segundo Claudete Mittmann, da executiva estadual do SINTE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina).
“Foi um ganho político fantástico”, ela diz. Pela primeira vez os professores conseguiram colocar a educação de forma prolongada na pauta da sociedade catarinense, provocando debates que incluiram do direito de greve ao FUNDEB, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
“Conseguimos levar o debate do FUNDEB aos municípios. Muitos municípios daqui não implantaram o FUNDEB. O professorado local agora já debate plano de carreira”, diz a sindicalista.
Como acontece em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a greve dos professores nasceu essencialmente da luta pela implantação imediata do Piso Nacional do Magistério, que o Supremo Tribunal Federal considerou constitucional em abril deste ano e que hoje vale R$ 1.187,00.
Em Santa Catarina, a implementação do piso resultou, segundo Claudete, no achatamento salarial do escalão intermediário, especialmente dos professores que tinham graduação universitária. Para os professores em início de carreira, de nível médio, o salário anterior era de 609 reais.
Ainda assim, na avaliação de Claudete, a greve despertou um debate antes ausente, sobre a necessidade de colocar em prática o discurso bonito dos períodos pré-eleitorais.
“Não adianta falar em Plano Nacional de Educação, com metas e objetivos e sem dinheiro”, argumenta.
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Quis saber de Claudete se ela não acredita que matar a educação pública lentamente, de fome, é do interesse dos privatistas, que vicejam na cena política brasileira. Ela respondeu que o futuro da educação pública não depende apenas dos professores.
“É preciso que a sociedade se coloque contra essa ideia de que o que é público não é bom”. Exemplos de que o público pode ser bom? As universidades e as escolas técnicas federais, argumenta Claudete.
Para ouvir a entrevista, clique abaixo:
Comentários
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Neca Sester
Ganho político vamos se nós educadores não esquecermos destes deputados facistas que votaram contra a educação em SC ,e nos propormos a fazermos campanha desde já, para que esta corja não se reeleja, como aconteceu com o Bauer e o Luiz Henrique. Tempos que lembrar todos os dias do ´triste episódio da Alesc e também fazer com que a sociedade não esqueça!
Nenhum voto para eles!!! Este deve ser o nosso lema.
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Professores
A grande e linda luta do magistério público catarinense pelo cumprimento a lei do piso e contra os desvios do FUNDEB mostrou a sociedade quanto é necessário, numa democracia, estarmos atentos e nos opormos aos desmandos de governantes descomprometidos com o social.
Tivemos sim ganhos em termos de politização (o que é diferente do avanço político imaginado pela Claudete Mittmann, da executiva do SINTE SC) de muitos profissionais em educação que através de uma práxis de luta ampliaram suas visões de mundo.
Um fato que marca muito esta politização é o não reconhecimento das expectativas da categoria nas palavras de seus diretores sindicais como aconteceu mais de uma vez durante as assembléias estaduais dos professores catarinenses. Tal fato é caracterizado pela tomada de decisões por parte da diretoria sem consultar a categoria em assembléias.
É assustador para a base visualizar as “falhas” na condução da greve onde na metade de seu caminho os dirigentes sindicais tomam para si o discurso do governo de que houve “avanços” em vez de tomar partido dos professores que se expressaram em assembléia democrática dizendo que estes “avanços” não eram suficientes ou condizentes com a pauta de reivindicações.
Uma situação que para os leitores atentos pode lembrar a fábula de George Orwell, a Revolução dos Bichos. No final de sua aventura, os animais que se rebelam contra a exploração dos donos da fazenda e colocam os porcos a frente de sua revolução tem um grande desgosto ao perceber que não conseguem mais diferenciar os porcos dos humanos. Assim como nós, professores catarinenses, tivemos muita dificuldade em diferenciar o discurso de alguns de nossos sindicalistas do discurso de nosso governo.
Enfim, os reais objetivos da luta desta categoria não foram conquistados, permanecemos sem o piso salarial na carreira, tivemos o golpe na ALESC com a aprovação do PLC 026/2011 que além de reduzir a regência de classe dos professores, suprime direitos conquistados em outras lutas, como o plano de carreira, nivelando por baixo os rendimentos salariais. Esses atos irresponsáveis do governo e dos deputados que compõem sua base, possivelmente, decretaram a falência da educação catarinense.
Ass.Professores em "estado de greve" da EEB Profª Laura Lima.
PROFESSOR
62 dias para continuar com salário baixo, só professor mesmo. As negociações futuras vão dar em nada, só em outra greve. Como todo presidente de sindicato, a greve começa com um discurso termina com outro. E o salário ó …
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Julio Silveira
A sociedade brasileira precisa enxergar o professor com a importância que ele merece, até superior ao politicos que sem nenhum pudor produzem aumentos e gratificações generosas para si.
O Professor de hoje cada vez mais assume papeis que as familias rejeitam, quer por omissão, quer por total despreparo para a associação conjugal na criação e formação educacional dos filhos. Aos professores a cultura deveria ser a principal função, mas os vemos cada vez mais assumirem papeis de educadores familiares, com apoio das midias, dos politicos, e consequentemente da sociedade que adere de forma covarde a essa postura, malandramente, irresponsavelmente, por que é facil transferir sem arcar com o onus, criar a falsa verdade, sem uma remuneração justa. Pelo menos isso, essa classe é a que mais merece no Brasil.
José Ruiz
Penso o seguinte: se for para debater, porque não colocar em pauta o fim do ensino privado. Como diz um amigo meu: "se for prá brigar, já chega com os dois pés no peito do capitalismo"… gente, educação tem que ser pública, senão é puro instrumento de controle de classe (social)…
Vinícius
É José. Chegue falando isso numa assembléia. Vai afastar 80% da turma. E com 20% você vai fazer o quê?
Cara, sindicato tem que lutar antes de tudo por dignidade para os trabalhadores: condições de trabalho, dinheiro, etc. Se você consegue as vitórias, as pessoas acreditam no sindicato. E quando o sindicato tem respaldo, vc pode, racionalmente, incluir o debate sobre os problemas fundamentais. E não adianta levantar temas polêmicos se você não estiver bem fudamentado com artigos, grupos de trabalho, ou seja, você tem que saber o que está pedindo. Se não as pessoas pensam "ih, isso é papo de louco", você despolitiza mais do que politiza.
Um sindicato é um lugar de luta em primeiro lugar, de debate em segundo lugar. Não adianta falar de socialismo se a base tá peidando pro sindicato. Um sindicato sem base é um sindicato morto… prefiro um sindicato despolitizado a um sindicato imaginário.
José Ruiz
Pois é, entendo esse lado, Vinícius, mas se a grande conquista do movimento foi o debate de idéias, acaba que o sindicato nem é politizado, nem prático – no sentido de obter ganhos salariais reais – que é o que sindicalizados despolitizados esperam. É uma equação difícil e tenho plena consciência do quanto é fácil – para quem está de fora, como eu – falar…
Vinícius
Bem pensado.
Por um lado eles chamaram a atenção da sociedade, é uma vitória sim. Apoio é essencial, e o "silêncio", a invisibilidade da sua causa, mata.
Por outro, se a categoria entender que não conseguiu nada, nadinha, pode muito bem se desmobilizar. Grande armadilha. O governo é um patrão inteligente: quanto mais você está organizado, mais forte ele reage. Método behavorista. Pra negar a pedagogia patronal, se você apanhou este ano, tem que dar a cara a tapa mais ainda no ano que vem, até quebrar a resistência.
Isso em teoria. O apoio da sociedade amolece o governo… mas isso também em teoria :)
Enfim, insisto que, havendo risco de desmobilização, não se fale demais em socialismo. É matar a galinha pra pegar os ovos, pois sem mobilização, socialismo e progressismo são ficção científica.
Mário José Costa
Santa Catarina é um caso a parte. Elegeram e reelegeram um dos piores governadores da sua história, Luiz Henrique da Silveira, "PMDB", hoje senador, que levou consigo o segundo mais votado, indicado por ele, Paulo Bauer ex-secretário da Educação, este mandou os professores as favas, fez e aconteceu como secretário. Daí elegeram um senador de pijamas para governador, Raimundo Colombo, DEM. Indicado por quem? Luiz Henrique da Silveira. Então professores, não me venham dizer que não votaram neles. Gente que não tem lado, nunca alcança o que quer.
João PR
Nãos se esqueça do Paraná (infelizmente). Por aqui tempos bicudos estão por vir.
Fala-se em privatização da COPEL e SANEPAR…e o moço (Beto Richa) nada fala, não se expõe, parece mais uma rainha da inglaterra.
Os lúcidos dos estados governados pelos demotucanalhas terão muito trabalho pelos próximos quatro anos para que os mesmos não escalpelem o que ainda restou do Estado.
Mauro A. Silva
[youtube ChytfrJ4E5s http://www.youtube.com/watch?v=ChytfrJ4E5s youtube]
Dr. Marcelo Nolasco – Educador Nota Dez – 2011.
Todos os anos o Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública (COEP) faz um destaque especial ao Educador Nota Dez, alguém que tenha tomado uma atitude exemplar em defesa da educação pública, principalmente se esta atitude for em defesa do aluno da escola pública.
O Dr. Marcelo Nolasco, titular da Delegacia de proteção à Criança e ao Adolescente de Cariacica, Espirito Santo, Brasil, não teve dúvidas ao prender o professor, lutador de jiu-jitsu, que agrediu um aluno "magrinho" dentro da escola Angelo Zani. http://movimentocoep.ning.com/
IVO MORESCO
A Profª Claudete está correta no tocante ao ganho político, em termos de levantar debates sobre caos da educação pública de SC e provável continuação dos mesmos. Porém, os 60 mil professores perderam em termos de ganho salarial que deverá ser um dos principais temas a manter a luta viva.
El Cid
O PSDB mineiro e o paulista
Enviado por luisnassif, seg, 01/08/2011 – 13:15
Por Weden
Comentário ao post A Força Sindical no PSDB mineiro
PSDB mineirim versus PSDB paulistáno
Sem dúvida nenhuma o PSDB mineirim é um caso à parte no PSDB nacional (que será, no passado, paulistáno)
Aliás, na terra do sindicalismo, o PSDB paulistáno (que será, no passado, nacional) conseguiu uma proeza: quis ignorá-lo sistematicamente. Aliás, quis ignorar sindicatos, movimentos sociais, pobre, preto, e quem mais eles não considerassem massa cheirosa.
Até aliou-se à mídia da quinta coluna conservadora para dizer que o Governo Federal praticava "república sindicalista", alegação a la UDN. Até alertou para o perigo comunista, a la neocons. E até fez reuniõezinhas com golpistas, a la clube militar. E até bancou de moralista, a la TFP.
Mas é evidente, que, mineiramente, os tucanos comandados por Aécio e Anastasia, que é comandado por Andrea Neves, que é quem comanda Aécio, não iriam cometer os erros dos bitolados tucanos paulistános.
Aliás, põe erro nisso.
O PSDB paulistáno tornou-se um partido neoliberal sem dó. O seu símbolo maior, José Serra, convidou-se para o tea party, sem piedade.
O mineiro, cujo símbolo é Aécio, é neoliberal de ré, e samba no Salgueiro (escola do Rio, cidade que não tem tucano, bem entendido..).
O PSDB paulistáno (que, no futuro, deixou de ser nacional), com sua arrogante imprensa ultra-mega-neocon, queria ser o representante dos republicanos americanos no país. Republicanos, tipo Schwarzenegger.
Chegou a determinar, coisa daquele colunista que já foi bom, que mineiro que é mineiro vira vice. Esqueceu a lição da República Café com Leite, quando conterrâneos quiseram passar a perna nas Geraes.
Já o PSDB mineirim quer ser o representante de si mesmo, porque a imprensa eles já compraram.
Quanto à propriedade das propostas de aproximação entre o PSDB mineirim com o sindicalismo, só o futuro dirá.
Mas é certo que o PSDB paulistáno continuará sua rota de colisão com o inferno. Pelo menos, enquanto insistirem em ouvir o Zé.
A priori, uma diferença já é notada: em Minas, os tucanos não gostam de professor. Mas não batem. Em SP, se reclamarem, metem a porrada.
Para muitos, entre a mordaça e a chibata, é melhor a primeira.
Força sindical que o diga.
Roberto Locatelli
A função das lideranças é essa mesma: ampliar a consciência de seus liderados, para que eles decidam os rumos de seu movimento com lucidez.
Luiz Carlos Azenha
É o que penso a respeito, Roberto. Sindicalismo não pode e não deve ser só dinheiro…
José Ruiz
Mas há que se preocupar, muito, com a visão prática do sujeito que participa dessa greve… debate político é bom, mas não paga as contas… não é fácil (para todos) vincular o debate com melhoria de salário (dinheiro = é isso que interessa, no fim das contas)..
Leonardo Câmara
E não só a questão do salário de quem participa dessa greve, mas a falta de interesse que tal salário causa nos jovens talentosos. Poucos têm o interesse de ingressar numa profissão que paga muito mal, outros tantos a abandonam.
E olha que dá um trabalho danado formar um professor e é muito frustante vê-lo seguir por outras profissões que não vão requerer tamanho preparo. Quem perde sempre é a sociedade, que por não ter a exata dimensão do que está perdendo, não reclama.
A situação é calamitosa e precisa ser debatida exaustivamente para pressionar os governantes.
paulo chacon
Governos demotucanalhas têm como objetivo a destruição dos serviços públicos em geral, a educação no meio.Enquanto a classe "mérdia" e os pobres continuarem a votar em demos e em tucanos , tudo o que é público será destruído. Veja o que está acontecendo com a educação em Santa Catarina, São Paulo, Minas , Rio.O povo precisa acordar e perceber que está elegendo quem vai por a corda no seu pescoço.
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