No caso das próteses, mídia não repete o que fez com Mais Médicos

Tempo de leitura: 3 min

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SAÚDE PÚBLICA

Uma cobertura doentia

Por Luciano Martins Costa em 13/01/2015 na edição 833 do Observatório da Imprensa, recomendado por Julio Cesar Macedo Amorim

O escandaloso caso de médicos que recebiam propina para recomendar próteses caríssimas e nem sempre necessárias, revelado em reportagens do programa Fantástico, da Rede Globo, ganha nova dimensão com um ou outro episódio que denuncia cirurgiões que realizam cirurgias cardíacas e vasculares utilizando materiais com validade vencida. No entanto, o leitor abre o jornal nos dias seguintes, procura e não acha qualquer referência a esses assuntos.

Curioso, o cidadão ou cidadã mais exigente vai aos arquivos e compara o noticiário sobre saúde desses dias com os acontecimentos de um ano atrás, quando a imprensa promoveu uma enxurrada de notícias negativas sobre o Programa Mais Médicos. Lançado em julho de 2013, por Medida Provisória, foi no início de 2014 que o plano sofreu o grande bombardeio por parte das entidades profissionais da medicina, inicialmente com o argumento de que os médicos formados no exterior não teriam qualificação adequada; depois, as críticas passaram a visar o valor pago aos profissionais trazidos de Cuba.

Em doze meses, o programa superou a meta estabelecida nos estudos que levaram à sua criação, reduzindo em mais de 20% o encaminhamento de pacientes a hospitais, com o atendimento básico ampliado em 35% nos postos de saúde. O resultado vem sendo omitido pela imprensa, num momento em que a medicina corporativa tem seus vícios escancarados no noticiário sobre pagamentos de propina, mau atendimento e ações de quadrilhas que visam os segurados dos planos privados e o Sistema Único de Saúde.

Segundo as reportagens da televisão, a máfia da medicina promove todo tipo de falcatrua para aumentar o rendimento de suas atividades, desde o uso de advogados para forçar o serviço público a pagar por tratamentos e materiais de necessidade duvidosa, até a falsificação de prontuários para aumentar o valor cobrado dos grupos privados de seguridade.

Na comparação entre os dois setores, o lado representado pelo Programa Mais Médicos tem um balanço positivo a oferecer, e a imprensa o ignora; o lado representado pela medicina privatizada mergulha em escândalos, e os jornais apenas fazem uma referência aqui e ali.

Uma pauta tendenciosa

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Na edição de terça-feira (13/1), o Globo toca num ponto curioso, ao tentar demonstrar que o Programa Mais Médicos falhou no propósito de descentralizar a oferta de profissionais por meio da distribuição de vagas do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). A reportagem afirma que as universidades federais oferecem mais cursos de Medicina nas grandes cidades do Sul-Sudeste e do litoral, enquanto o interior do Brasil é atendido principalmente por faculdades particulares. No entanto, o mapa publicado pelo jornal mostra que houve um grande aumento de vagas no Nordeste, que oferece quase 80% a mais de postos do que as escolas federais do Sudeste.

O assunto apresenta muitas variáveis, como, por exemplo, as três maiores universidades públicas de São Paulo – USP, Unicamp e Unesp – terem vestibulares próprios e não participarem do Sisu, o que altera o quadro geral e exige uma abordagem diferenciada. Além disso, a reportagem deveria considerar outras questões importantes, como o fato de que essas instituições, principalmente a Faculdade de Medicina da USP, não terem como prioridade formar médicos clínicos, mas pesquisadores.

Há casos de médicos com doutorado que são incapazes de fazer um diagnóstico corriqueiro nos postos de saúde. Essa distorção, tema de polêmica nos conselhos universitários, tende a ser corrigida no longo prazo pela determinação de que, desde o dia 1º deste mês de janeiro, os alunos que ingressam na graduação deverão atuar por dois anos em unidades básicas de saúde e nos postos de emergência e urgência do SUS. O propósito dessa medida é estimular a formação de médicos com mais sensibilidade para os aspectos sociais de sua profissão.

Somada à ampliação de vagas – mais 11,5 mil alunos de graduação até 2017 e 20 mil novos especialistas formados até 2020 – esse conjunto de medidas faz parte da estratégia do programa de colocar a medicina a serviço da sociedade.

Por que a imprensa omite esses fatos e não se empenha em investigar o escândalo das propinas? Porque a pauta é definida pelo interesse de desmoralizar o sistema público e justificar a predominância da medicina privada.

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Comentários

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JCS

Primeiro, a máfia das próteses é um ação criminal de indivíduos, não do estado. Segundo, a máfia das próteses está sendo investigada pela Polícia Federal; já no caso dos escravos cubanos, a polícia chegou a ser usada para ir atrás de escravos fugidos. Terceiro, a máfia das próteses causou danos a saúde e aos indivíduos afetados; já a importação de escravos cubanos dependeu da destruição deliberada do sistema de saúde do Brasil, para conseguir o pretexto de enviar verba para Cuba. Quarto, o poder dos fraudadores das próteses é limitado; já o poder do estado aparelhado pelo PT é praticamente ilimitado. Quinto, a máfia das próteses, já sob investigação, tende a ter suas atividades interrompidas; a treta da importação de escravos segue impune e vai indo muito bem obrigado.

Luís Carlos

Entidades mēdicas completamente desmoralizadas pela omissão, complacência com crimes e covardia.

    Conceição Lemes

    Luís Carlos, gostaria de trocar uma ideia com vc sobre esse assunto. abs

FrancoAtirador

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Alguém sabe precisar quantos Repórteres

têm a Rede Globo e suas afiliadas no País.
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wendel

É muita ingenuidade esperar que o PIG denuncie seus parceiros, sócios de Planos de Saúde!
É o corporativismo: É o banditismo! É enfim a máfia de branco aliada aos laboratórios estrangeiros e os mercenários de sempre que não satisfeitos com o que é possível ser feito, ainda querem destruir nossa nação !
Recebendo é claro, seus polp.udos dividendos para isto !!!!!!!!

leandro

Engraçado que tem que ser o pig para denunciar isso. A esquerda não apura nada, nem contra nem a favor, simplesmente repete o que sai na mídia como um papagaio.

REINO DE CLIO

O MUSEU NACIONAL FECHOU!

Alô URFJ! Tem alguém vivo ai? O Museu Nacional fechou! Mas não no Reino de Clio! Convidamos todos a visitar este e vários outros museus no link abaixo:

http://reino-de-clio.com.br/Museus.html

Vlad

Pois é.
Para nós que não sabíamos o que havia naquelas malas tão gordinhas e pesadas dos “representantes” de laboratórios que furam a sua vez na consulta agora sabemos: grana em espécie.

Muito bem observada a falta de repercussão do caso pela mídia conservadora.
Honra entre as máfias?

Gerson Carneiro

Ei, você que frequenta os comentários do VIOMUNDO e malha os médicos cubanos, vai fimgir que não passou por aqui, né. Eu sei.

Gerson Carneiro

Deslize do Fantástico.
Ali Kamel está em férias?

Aracy

Aí vem o presidente do CREMESP dizer que 3500 médicos são denunciados por ano só no estado de SP. Segundo ele, 42 conselheiros são insuficientes para dar conta das sindicâncias e processos disciplinares em menos de cinco anos. Tenta, assim, justificar por que o processo disciplinar contra Roger Abdelmassih levou 21 meses até se decidir pela cassação. E notem que, de 66 médicos cassados em SP de 2010 a 2013, cinco ainda trabalham graças a decisões judiciais. Ou seja, salve-se quem puder.
Mas para desancar o Mais Médicos os conselhos atuam rapidinho.
http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=SaladeImprensa&acao=crm_midia&id=704

IZA

Alguém deveria procurar o catão da ética médica, o sr. Ronaldo Caiado?

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