As propostas do Sergio Telles para o encontro de blogueiros

Tempo de leitura: 3 min

Propostas que o blogueiro Sergio Telles apresentou, em seu espaço, para o Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas:

— Profissionalização, integração com a universidade e organização da mídia alternativa: as iniciativas amadoras e espontâneas são importantíssimas, mas temos que pensar em mecanismos que possam fazer a mídia alternativa ser viável economicamente sem perda de qualidade e sem passar a ter rabo preso com anunciantes ou com governos.

— Para isso, uma das propostas, que já falei anteriormente aqui no blog, é tentar conquistar junto ao Ministério da Cultura que a mídia alternativa seja considerada um patrimônio cultural imaterial do Brasil e da democracia brasileira, pois a atividade que exercemos, sem dúvida, tem total característica cultural, são milhares de internautas que diariamente executam hábitos similares e produzem conteúdo alternativo.

— Com esse reconhecimento, outros editais da área de cultura como um que já foi lançado ano passado serão mais frequentes, beneficiando a quem procurar se organizar em instituições privadas sem fins lucrativos, que podem ser premiadas por concursos com recursos públicos ou mesmo privados, com patrocínio de empresas que estarão apoiando a cultura e utilizando os benefícios das respectivas leis do setor. Essa é uma forma de injeção de recursos que organiza, por meio de instituições, a produção de mídia alternativa, sem prejudicar ou enviezar o conteúdo em benefício de quem patrocina ou apóia.

— Outro caminho é por meio da Ciência e Tecnologia, reconhecendo que produzimos inovação na comunicação. Recursos dos fundos setoriais de telecomunicações podem estabelecer parcerias entre as instituições privadas sem fins lucrativos que produzem mídia alternativa e as universidades, especialmente as faculdades de comunicação e outras faculdades de áreas sociais, visando a estruturação e programação inovadora, a produção de conteúdos alternativos em novas mídias, o enriquecimento da formação dos universitários e também a colaboração destes com a propagação do conteúdo alternativo.

— Que o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, ou outra instituição que tenha o reconhecimento e a credibilidade da mídia alternativa, crie mecanismos de agregação de valor e credibilidade de quem produz conteúdo alternativo. Isso é uma discussão extremamente complexa, parece a princípio tirar a liberdade, mas a questão da credibilidade é essencial em relação a informação, seria interessante que houvesse de alguma forma um reconhecimento de credibilidade de quem produz a mídia alternativa, através de um selo ou coisa parecida. Como disse, é polêmico, eu acho interessante existir, inclusive algum local comum em que existam comentários e recomendações sobre os conteúdos, certamente há diversas formas de se dar mais confiança ou se levar a sério quem publica uma notícia, ou ainda de se descobrir que o site que estamos lendo não é pra ser levado a sério, até porque às vezes é de humor escrachado mesmo. (os “estagiários” da grande mídia às vezes caem nessas pegadinhas, inclusive!)

— Numa mesma linha, seria interessante existir algo como uma Ouvidoria, ou algum lugar que fosse possível trocar idéias, tal como uma mediação de comunidades de Orkut, ou de fóruns. Ter um local em que algumas pessoas que possuem reconhecido respeito de toda a mídia alternativa pudessem receber colaborações, críticas, sugestões ou denúncias seria muito bom, além de ser mais um bom caminho para receber “material de qualidade” vindo da grande mídia, a maioria dos produtores de conteúdo sabem que o feedback dos leitores e comentaristas é tão importante quanto o próprio conteúdo que produzem, a dinâmica torna cada assunto abordado praticamente um tópico de discussão, um fórum, um debate aberto.

— Lutar para permitir que os blogs da mídia alternativa passem a ser permitidos em empresas, pois a maioria dos sistemas de bloqueio impedem esse acesso. Há como acessar via leitores de RSS, mas é precário. A mídia alternativa já é principal fonte de informação de considerável grupo de pessoas. O tema da certificação também ajuda nesse aspecto, até para definir quais seriam os blogs e outras ferramentas que poderiam ser agrupados dessa forma.

— Essa é pra galera do software livre, sugiro que se construa gadgets que possam com poucos cliques acessar o conteúdo da mídia alternativa, que seja algo facilmente multiplicável e instalável em qualquer computador, que uma pessoa leiga possa ter acesso a esse conteúdo sem grande dificuldade.

— Como já existem bons sites divulgando a mídia alternativa, ou a replicando, minha velha idéia da existência de um grande portal que fosse referência para todos, parece envelhecida mesmo, e esse gadget sugerido no tópico anterior parece atender suficientemente.

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— No Twitter, que exista uma lista de usuários vinculados à produção de mídia alternativa, que esteja disponível para todos e que seja constantemente atualizada. E que claro, também realizemos uma rede social e uma lista de discussão, todos esses importantes mecanismos de pré-produção de conteúdos para a mídia alternativa.

— Que os futuros encontros de mídia alternativa sejam precedidos de encontros locais (quando o caso), estaduais, regionais e depois um nacional. A produção local e regional é um foco bastante importante da mídia alternativa e uma lacuna da mídia tradicional, que só preocupa-se com áreas nobres e esquece das periferias, do restante do país, que só é lembrado com notícias ruins. Valorizar e integrar a divulgação regional é importante para o próprio avanço e ganho de credibilidade da mídia alternativa.

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Comentários

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Ivan Arruda

Convém refletir melhor sobre usar essas liberdades da blogosfera, os êxitos conseguidos e as perspectivas, se convém engessá-los em organizações burocráticas regulamentadas que até sindicatos e associações exigem.
Os bons e criativos conseguirão financiamento privado sem ter que vender a alma ao diabo. Os outros, procurarão se encostar na viúva sem se preocupar com a qualidade da produção ou compromisso social a exemplo de muitas incubadoras de diplomas perdidas no meio de ONGs, OSCIPs e congêneres que duplicam meios para fins nenhum.

Roberto Locatelli

Nesse encontro será preciso equacionar o coletivismo com o individualismo.

Blogueiro é, em geral, um sujeito solitário, que escreve seus posts com paixão. É preciso, então, deixar claro que a proposta do encontro é FORTALECER os blogs.

Mas para fortalecer os blogs e profissionalizá-los são necessárias AÇÕES CONJUNTAS e, quem sabe, uma entidade que facilite a vida dos blogueiros.

    Hans Bintje

    Nesse sentido, eu prefiro o estilo do Viomundo: menos matérias, ênfase na qualidade dos textos. E o bom gosto na escolha das "Imagens da Vez".

    Acredito que logo vamos chegar no nível do CounterPunch – http://www.counterpunch.org/ – onde o editor Alexander Cockburn criou "America's Best Political Newsletter".

    A navegação naquele site é simples: no lado esquerdo da tela aparecem, por dia, em torno de seis a oito textos de primeiríssima linha de autores bastante diversos. Na direita, indicações de livros que valem a pena ler.

    Exemplo: "How the Economy Was Lost", de Paul Craig Roberts.

    No Brasil, algo equivalente seria o livro de Luis Nassif, "Os cabeças-de-planilha".

Nicolas

(…continuação) Dentre as pessoas que acharem o sítio útil e entrarem frequentemente seguramente haverá muitas que não serão Colaboradoras, mas haverá outras que sim serão. Meu sítio está começando, mas um sítio com o do Azenha certamente teria muitos Colaboradores que contribuiriam com o preço de um suco por mês. Espero que gostem da idea. Um abraço.

Nicolas

TENHO UMA IDEIA: Existe uma opção que faz com que não seja necessária publicidade privada nem estatal, financiamente de fundos do Estado, patrocínio de ONGs, partidos políticos, empresas, etc. Seria um financiamente feito exclusivamente pelos usuários do sítio de Internet. Eu tenho um sítio com essa proposta de financiamento, http://www.culturapolitica.com.br . Funciona assim: o conteúdo é aberto a todas pessoas da Internet, não há senha nem nada disso. Quem gostar e ler frequentemente, pode ser cadastrar como Colaborador, que contribui com 5 reais por mês, o preço de um suco. O pagamento é voluntário e é importante ressalta que O VALOR É FIXADO EM 5 REAIS POR PESSOA, NEM MAIS NEM MENOS. Não é "doe quanto quiser na hora que quiser". Não é doação, é o preço pago por um serviço. O que acontece é que esse serviço pode ser acessado por quem não paga também, por isso, sim, esse sistema exige que da parte dos Colaboradores haja uma consciência de que o veículo simplesmente não existirá se não houver Colaboradores. (continua…)

Roberto Locatelli

Fundamental que haja a profissionalização.

Já que os veículos em papel estão em extinção e todas as formas de comunicação convergirão para a mídia das mídias, a internet, então que venha o reconhecimento de que somos produtores de cultura. Excelente a proposta.

Marcus

Mas queria tocar num outro tópico, muito importante:

PRODUÇÃO DE MATERIAS ORIGINAIS

Esse tema foi levantado mais de uma vez pelo PHA. Hoje nós praticamente não produzimos matérias jornalísticas, nós na maioria das vezes criticamos a imprensa mercantilista. É ótimo fazer isso, mas isso é como tentar ganhar a eleição sem programa de governo, só criticando o adversário. No fim, nossos holofotes ficam no adversário.

Temos que produzir em quantidade e qualidade, porém de modo difuso. Se pensarmos que somos milhares de potenciais jornalistas com as mais variadas formações, pode começar parecer promissor. Se cada um de nós produzir, anualmente umas cinco matérias que prestem, já seriam milhares de matérias originais, sem ter que tocar no assunto "imprensa manipuladora" (claro que isso não pode morrer). Mas, nossos blogs tem que ser fontes de informação primária também, só assim a imprensa manipuladora cairá no esquecimento.

Como fazer isso? É possível?

Wikileaks é um exemplo! Como conseguiram? Viraram fonte primária para jornalões tradicionais! NYT foi lá beber na fonte.

Outra coisa importante, até hoje as "fontes" tem que ser ouvidas por jornalistas, passar pelo editor, para que a notícia chegue ao público.

Não precisamos mais disso. Hoje a fonte pode ter um blog e produzir a notícia sem intermediários. Ex.: Blog da Petrobrás, Blog do Planalto, Tijolaço (do Brizola). Essas pessoas ou instituições eram entendidas, até ontem, como fontes de informação em que os jornalistas entrevistavam, fazia uma peneirada, editavam e publicavam o que queriam. Essa lógica foi subvertida!

Atualmente, eu leio mais o Tijolaço que o PHA, o Viomundo ou CartaMaior, porque ele tras notícias em primeira mão, porque ele é fonte, porque ele publica o que aconteceu no congresso, porque ele tem acesso as bases de dados de diversos órgãos públicos em primeira mão. Então ele virou o jornalista e a fonte numa coisa só.

É assim que é possível, a meu ver produzir notícias, matérias, sem a necessidade de uma superestrutura como um grande jornal.

Mas como saber se a fonte não é uma produtora de falsas notícias???

Acho que aí que entra o Barão de Itararé e as Universidades. Seria importante o Barão ter uma estrutura difusa que pudesse avaliar e distribuir "selos de garantia". Como no Buscapé: loja ouro; loja prata,… sei lá. Assim como no wikipedia, que existe um monitoramento sobre os tópicos (grande parte um robo eletrônico e outra parte feita por um grupo de pessoas). Ou mesmo o Wikileaks que recebem um zilhão de "documentos", mas que tem um grupo de pessoas que corre atrás para ver o que é ou não verossímel.

Pode parecer besta o selo, mas nenhum blogueiro necessita de selo para "blogar". Mas para os internautas pode ser uma referência do tipo: o Barão de Itararé confia nesses caras; a USP até agora entende que é uma boa fonte de informação. Penso que surgirão selos de todos os tipos: selo da TFP, selo da FIESP, etc… o que seria interessante.

Abraços a todos e boa sorte a todos nós.

Marcus

Uma das coisas que me dão arrepio é o financiamento privado "à la lei Rouanet", que tem financiado "grandes obras" de excelentíssimos atores globais. O teatro inovador, de pesquisa ou engajado, em geral não consegue nada.

Ou seja, permitir que as empresas ganhem as benesses de uma lei fiscal só aumenta o mesmo ciclo "pedagógico" já predominante. As empresas não vão financiar blogs que denunciem o "modus operandi" das grandes cooporações. Vão financiar, com benesses fiscais, os blogs que vão melhorar a imagem delas e que cativem o consumismo e a superficialidade. (exceto se forem empresas do governo como a Petrobrás tem feito).

edu marcondes

Como eu entendo a coisa toda.
O que pretendemos é reunir e manter mecanismos de manter minimamente essa união entre blogueiros que acabaram se tornando espontaneamente um contraponto à mídia corporativa, intrinsecamente conservadora e majoritariamente elitista.
Somos blogueiros que apesar das nossas saudáveis particularidades pautamos por posições genericamente ditas de esquerda, o que deve ser entendido como a intransigente defesa dos direitos humanos, a disposição na luta constante pelo aprimoramento da democracia brasileira, assim como, o férreo combate a todas as formas de preconceito.
Essa reunião servirá para estreitarmos nossos laços, tanto pessoais como políticos e ideológicos, assim como, para a troca de experiências, idéias e conhecimentos tornando este campo da mídia alternativa mais forte e mais eficiente (tanto em termos organizacionais como tecnológicos)capacitando-nos para sermos agentes sociais colaboradores históricos para um país cada vez melhor.
Claro que, indo para o arroz com feijão, isso significará a feitura de blogs melhor elaborados, com mecanismos de maior interatividade, gadgets que os torne mais ágeis e, tão importante quanto, blogs que não apenas repercutam noticias, mas que as produzam. Blogs que emitam opiniões e análises alicerçadas em pesquisa histórica e de dados, que confiram confiabilidade ao que é postado Bem, tudo isso custa tempo e algum dinheiro e alguns de nós terão que diminuir o tempo dedicado a seu trabalho remunerado para exercer a atividade blogueiro de qualidade minimamente aceitável.
É aqui que entra a idéia de batalharmos por subvenção e/ou patrocínio (estatal ou privado) de quem veja com bons olhos a existência deste setor midiático para a concretização dos ideais citados acima.

klaus

Que tal uma Blogobrás?

    Hans Bintje

    A PROPAGANDA OFICIAL E A VOZ DO DONO ( http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos…. )

    Por Luiz Antonio Magalhães em 2/6/2009

    "A Folha de S. Paulo publicou no domingo (31/05) uma matéria muito interessante do repórter e colunista Fernando Rodrigues sobre os gastos da propaganda do governo Lula. O que a Folha vê como ponto negativo na política do atual governo este observador avalia ser a melhor novidade dos últimos anos no setor.

    A questão é simples: segundo a Folha, com praticamente o mesmo recurso utilizado na gestão anterior, considerando a correção monetária, o governo Lula anunciou em mais de 5 mil veículos de comunicação. Durante o governo de Fernando Henrique, eram apenas 500 os beneficiados.

    A matéria da Folha sustenta que essa prática não é condizente com as regras de mercado e cita exemplos da Fiat e Itaú, que publicam anúncios de alcance nacional em menos de 200 veículos. De fato, o governo Lula não obedece às regras de mercado e esta é a melhor notícia que se pode ter na área da distribuição das verbas públicas para publicidade em veículos privados de comunicação.

    Sim, porque com a maior distribuição dos recursos de propaganda, na prática o governo fomenta a democratização dos meios de comunicação. Antes, só os grandões levavam o meu, o seu, o nosso dinheirinho, impedindo o crescimento de outras publicações. Agora, jornais regionais e pequenos também levam e podem se tornar competitivos, o que é ótimo para a sociedade de várias formas: dinamiza o mercado de trabalho do setor, possibilita que diferentes vozes tenham meios de expressar suas ideias, enfim, é tudo de bom.

    A voz do dono

    Dois excelentes colunistas da Folha de S. Paulo – um dos quais o próprio autor da matéria publicada domingo – perderam na segunda-feira (1/6) a chance de ficarem calados. Defenderam a destinação dos recursos oficiais para propaganda apenas aos grandes veículos de comunicação.

    O texto de Fernando de Barros Silva, em especial, cairia perfeitamente bem na assinatura do patrão Otavio Frias Filho. Já o de autoria de Fernando Rodrigues é uma análise interessante, mas derrapa nas últimas linhas. Ambos vão reproduzidos ao final desta nota.

    A questão, como já se viu acima, é muito simples – simplíssima, aliás –, mas vale repeti-la. Se Lula gasta a mesma verba que FHC gastava com publicidade, poderia fazer duas coisas: manter o padrão de gastos do governo anterior, que privilegiava os grandes meios de comunicação, ou diminuir o quinhão dos grandes e distribuir a verba entre os pequenos.

    O governo optou pela segunda forma de distribuir verba e é acusado pelos colunistas da Folha de estar comprando a simpatia dos proprietários de pequenas rádios, jornais e revistas. Ora, se o governo não pode distribuir a verba, resta então a outra hipótese: manter o padrão de distribuição da gestão anterior, na qual praticamente só os grandes veículos tinham acesso aos recursos da publicidade oficial.

    Ou seja, os dois Fernandos – mais o Barros e Silva e menos Rodrigues – no fundo defendem mais um capilé para a Folha de S.Paulo e nada para o Diário de Cabrobó do Mato Dentro. Justo? Talvez, mas a verdade é que seria muito mais elegante se o próprio Otavio Frias Filho defendesse a tese, em artigo assinado ou em editorial. Quando jornalistas decidem ser mais realistas que o rei, em geral o vexame é grande."

@stelles_13

Anos atrás, ou poucos blogueiros e produtores de mídia alternativa ficavam na internet como um verdadeiro gueto, e agora chegamos nesse patamar, reconhecidos pela sociedade e enfrentando com firmeza o golpe diário da grande mídia. Só que não podemos atuar como formiguinhas isoladas eternamente, boas idéias se perdem pela falta de estrutura, pela falta de recursos. É tal como uma cultura que se perde, exatamente da mesma forma.

Agradeço ao Azenha por repercutir e permitir esse debate pré-encontro.

@stelles_13

A proposta não é corporativista, é apenas para, tal como já é enxergado na Europa, a mídia alternativa tenha propagação entre estudantes de diversas áreas como um tema cultural e que seja mercado alternativo para novas idéias, que seja capaz de influenciar a mídia tradicional além do conteúdo, no formato e na forma de comunicar.

Não é concorrente ao blogueiro amador que eu e tantos aqui sempre seremos, a idéia é estruturar para que nossa atividade torne-se algo mais sério. Muitas outras atividades culturais começaram num "gueto" e foram institucionalizadas, e nem por isso perderam sua característica, continuam tanto com a atividade com captação de recursos (inclusive PRIVADOS, deixei bem claro no texto), aliada à atividade amadora.

Pedro

Opa, mais uma forma de conseguir verba do governo petista, né? Quer verba minha, verba do povo.

Esse monstro pantagruélico de blogueiros progressistas está louco para devorar uma parte do dinheiro público.

Canalhas!!!

    Ed.

    Sem entrar no seu (de)mértio:
    Quem já pratica isto larga e costumeiramente é o PIG, com assinaturas estaduais compulsórias, a preços "camaradas"(Veja, Folha), impressão de materiais (Folha), renúncias de dívidas (Globo, Abril) , cessão de uso de áreas públicas (Globo), financiamentos públicos fajutos (EstadãoxFINEP), …
    A lista é longa…e caríssima…
    Tudo dinheiro público, para usufruto privado dos "livres competiores de mercado".'
    Pago por vc também… só pra eles … comprarem o caviar de cada dia!…)
    Vai se informando por aí… fora do PIG, lógico…

    dukrai

    vai, meu filho, para os braços do Prof. Hariovaldo, lá é o seu lugar e seja feliz

Klaus

"…viável economicamente sem perda de qualidade e sem passar a ter rabo preso com anunciantes ou com governos. "

Não quer ficar de rabo preso com governos mas as primeiras propostas visam conseguir dinheiro público mais facilmente. Tá bom…

"Lutar para permitir que os blogs da mídia alternativa passem a ser permitidos em empresas, pois a maioria dos sistemas de bloqueio impedem esse acesso."

É pra rir? Patrão agora vai pagar pra empregado ficar lendo blog da mídia alternativa no trabalho? De novo: é pra rir?

Renan Araújo

…Outra coisa, Temos que pensar no fortalecimento dos blogs, para isso é necessário aliar quantidade à qualidade, ou seja, os blogs podem – ao fim – se sairem mais fortalecidos na medida em que (podem também) ser instrumentos construídos coletivamente. Por exemplo, eu prefiro fortalecer – colaborando com um blog já existente – do que criar um novo blog. É preciso, portanto, aliar diferentes visões num único movimento, a busca da verdade, cuja crítica consciênte decorre da clareza das ações e dos seus fins. Acho que é preciso dar uma visão coletiva ao movimento, um coletivo plural, não partidário. É preciso reconstruir a idéia essencial de que pensamos um mundo melhor para todos. Nesse sentido, o encontro é de blogueiros, mas também pode ser aberto àqueles que aparecerão como força suporte desse movimento que agora se inicia.
até,
fraternalmente,
Renan Araújo

    Roberto Locatelli

    Concordo com você Renan, podemos construir um blog coletivamente. No entanto, os blogs individuais devem seguir ativos. Não há problema nenhum nisso. Aliás, se construirmos coletivamente um "blog dos blogs" isso fortalece – e muito – os blogs individuais.

    Muitos blogueiros têm um "xodó" pelo seu blog, por isso acho que devemos deixar claro que ninguém terá que abrir mão deles. Pelo contrário, eles são fundamentais para dar alicerce à Blogosfera. Têm é que ser fortalecidos.

Renan Araújo

Prezados colegas:

Acho interessante as propostas apresentadas por Sergio Telles, pois procuram encontrar alternativas à emergência e permanência de veículos de comunicação – particularmente os Blogs – considerando aspectos qualitativos, financeiros e principalmente a independência desses veículos. Contudo, penso que não se pode perder de vista que a principal força desse movimento decorre da urgência em "burlar" as regras que atendem aos objetivos da notícia encomendada e manipulatória, àquilo que atende aos interesses do "sistema". A força desse movimento que agora se inicia está no seu carater "subversivo" e independente, daí meu receio em atrelar sua existência a qualquer iniciativa de apoio governamental ou de empresas "sérias". abraços,
fraternalmente,
Renan Araújo

Carlos

O debate prosseguirá simultâneo à votação, no Congresso Nacional, a partir de 2011, da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que exige diploma para o exercício do jornalismo…

Hans Bintje

Na Europa, um dos programas do gênero custa 755 milhões de euros. O objetivo é estratégico ( http://www.ica-ip.pt/pagina.aspx?pagina=276 ):

"Além do aspecto cultural, o sector audiovisual europeu possui igualmente um forte potencial social e económico. Consequentemente, o apoio comunitário ao sector audiovisual insere-se também no contexto da Estratégia de Lisboa, a qual tem por objectivo tornar a economia da UE na economia mais competitiva e mais dinâmica do mundo.

Com esta proposta, a Comissão pretende dar continuidade, no quadro do programa MEDIA 2007, à acção comunitária desenvolvida no âmbito dos programas MEDIA I, MEDIA II, MEDIA Plus e MEDIA Formação (), que têm promovido o desenvolvimento da indústria audiovisual europeia desde 1991.

OBJECTIVOS GERAIS

O Programa MEDIA 2007 foi estabelecido para o período de 1 de Janeiro de 2007 a 31 de Dezembro de 2013. Os objectivos gerais do programa são os seguintes:

– Preservar e valorizar a diversidade cultural e linguística europeia e o património cinematográfico e audiovisual europeus, garantir o seu acesso ao público e fomentar o diálogo intercultural.
– Fomentar a circulação e o visionamento de obras audiovisuais europeias dentro e fora da União Europeia.
– Reforçar a competitividade do sector audiovisual europeu no quadro de um mercado aberto e competitivo favorável ao emprego.

Para realizar estes objectivos, o Programa MEDIA 2007 intervém nos seguintes domínios:

– A montante da produção audiovisual: aquisição e aperfeiçoamento de competências e criação de obras audiovisuais europeias (fases de pré-produção).
– A jusante da produção audiovisual: distribuição e promoção de obras audiovisuais europeias (fases de pós-produção).
– Apoio a projectos-piloto: estes apoios destinam-se a assegurar a adaptação do programa à evolução do mercado.

No que se refere aos domínios de intervenção, o programa assenta nas prioridades seguintes:

– Incentivar o processo criativo no sector audiovisual europeu, bem como o conhecimento e a divulgação do património cinematográfico e audiovisual europeu.
– Reforçar a estrutura do sector audiovisual europeu, em especial das pequenas e médias empresas (PME).
– Reduzir os desequilíbrios existentes no mercado audiovisual europeu entre países com grande capacidade de produção audiovisual e países ou regiões com fraca capacidade de produção audiovisual e/ou de área geográfica e linguística restrita. Esta prioridade vem dar resposta à necessidade de preservar e reforçar a diversidade cultural e o diálogo intercultural a nível europeu.
– Acompanhar a evolução do mercado em matéria de utilização da tecnologia digital.

DOTAÇÃO FINANCEIRA

O programa dispõe de uma dotação financeira de cerca de 755 milhões de euros."

dukrai

as propostas não são excludentes, nem entre si e nem com o Kaos da rede. A questão da profissionalização dos blogueiros é coisa pra ser incentivada no circuito acadêmico e as possibilidades de financiamento público podem ser viabilizadas através de leis como a de incentivo à cultura ou à pesquisa.
A questão do controle, ouvidoria e selo de qualidade são muito polêmicas e a sua discussão traz esta riqueza, o pau vai quebrar e podem surgir propostas muito criativas. Eu penso numa autoregulamentação ou código de ética para quem se associasse à uma instituição tipo Barão de Itararé.

Roberto Takata

Discordo das propostas de financiamento. É preciso sim viabilizar economicamente, mas ficar mamando nas tetas do governo (ou do dinheiro público) não torna uma mídia independente.

É preciso ter uma organização enxuta de modo a manter os custos baixos – gastos com banda podem ser diminuído com o uso de serviços como YouTube (e, a depender da visitação pode até render alguns caraminguás).

Com baixos custos, é possível se manter com doações, vendas de livros, DVDs… Limita, mas é o preço da liberdade.

[]s,

Roberto Takata

Hans Bintje

O destaque é reforçar os trabalhos do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Respeito demais esse Centro, tanto que já escrevi no Viomundo que o pessoal deveria postar tutoriais sobre as novas ferramentas de mídia naquele site – http://www.baraodeitarare.org.br/

Em caso de dúvidas sobre algum ítem específico, poderia ser criado um fórum semelhante ao do Guia do Hardware – http://www.guiadohardware.net/comunidade/ – que possui tópicos como:

"ENTRETENIMENTO E MULTIMÍDIA

– Vídeo, AVI, Codecs e DVD

Programas de edição, ripagem, dúvidas gerais sobre codecs e leitores, programas de compactação de vídeo, travas, players de vídeo, etc.

REDES

– Acesso à internet

Dúvidas e dicas sobre planos de acesso, opções de acesso, velocidade da conexão, provedores, tecnologias de acesso movel, etc.

PROFISSIONAL

– Programação, scripts, web e banco de dados

Compartilhe seus conhecimentos e dúvidas sobre linguagens de programação para Web, como ASP, Kylix, Delphi, PHP, Perl e também sobre outras linguagens em geral. Encontre aqui dicas, rotinas e idéias."

Nelson Menezes

Blogs empresariais,ganhar dinheiro com blogs,já vi tudo ,logo este canal de midias alternativa será comprada pelos grande monopólios e la se vai nossa imprensa alternativa, aí teremos que procurar outros meios e começar tudo de novô,na minha modesta opinião uma péssima idéia.

Erigutemberg Meneses

O comicio da Dilma em Curitiba foi transmitido pela internet através do Twiter cam. Sugiro que o mesmo processo seja utilizado durante o encontro de blogueiros para que todos nós que não temos condições de estar presente aproveitemos as discussões realizadas.

Eduardo

Putz, logo logo vão emitir carteirinha de blogueiro "profissional" com curso superior especializado em gestão comunicacional em blogs!!!

Lá vem corporativismo!!!

Deixa rolar mano!!!!

    Roberto Locatelli

    Eduardo, a Blogosfera é livre, assim como a internet é livre.

    Queremos ser livres E RECONHECIDOS como produtores de cultura.

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