Requião: Brasil se rende à globalização desenfreada justamente quando ela vai à falência
Tempo de leitura: 7 minPEC 55, ex-PEC 241, o Tratado de Versalhes self-service
por Roberto Requião*
A chamada PEC 241 tem assombrosas semelhanças e coincidências com o Tratado de Versalhes, que levou a Alemanha da República de Weimar à hiperinflação e à ruína econômica, na primeira metade da década de 1920.
As coincidências são quase matemáticas, numerológicas. O centro do Tratado de Versalhes estava no seu artigo 231, a chamada “Claúsula da Culpa”.
Mediante tal cláusula, atribuía-se à Alemanha toda a culpa da guerra e a consequente necessidade dela pagar reparações pelos danos causados aos aliados, particularmente à França, em cujo solo as grandes batalhas foram realizadas.
A Alemanha, já muito enfraquecida pelo esforço de guerra e pela perda de suas colônias e de territórios economicamente importantes, como os da Alta Silésia, ricos em carvão, e a região industrial do Sarre, foi forçada a assinar um cheque em branco.
Mais tarde veio a conta: 269 bilhões marcos ou 6,6 bilhões libras esterlinas, uma quantia astronômica para a época, claramente impagável, a não ser com sacrifícios insustentáveis.
Em síntese, as reparações impediriam a Alemanha de gastar suas receitas promovendo investimentos e o bem estar de sua população.
Os alemães protestaram, argumentando, com razão, que tal imposição levaria uma economia já muito debilitada à completa ruína e seus habitantes à fome. Em vão.
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O objetivo do Tratado de Versalhes não era propiciar a recuperação da República de Weimar, mas exatamente o contrário: humilhá-la e arruiná-la.
A agenda de Versalhes era a destruição irracional.
Mas havia vozes discordantes. A principal delas era a de Keynes.
À época funcionário do Tesouro britânico, Keynes participou das negociações do Tratado. Sua visão, entretanto, era bem diferente.
Para ele, as negociações deveriam focar na recuperação econômica da Alemanha e da Europa. Isso implicava que a Alemanha não deveria pagar reparações de guerra ou pagar uma quantia muito inferior à pretendida pelos aliados.
Mais ainda: os EUA, que estavam em melhores condições, deveriam subsidiar um programa de investimentos produtivos na Alemanha e no resto da Europa, promovendo o crescimento econômico do continente e obtendo dividendos da recuperação econômica.
Não foi escutado.
Frustrado e com problemas de saúde, voltou a Londres, onde escreveu As Consequências Econômicas da Paz, uma crítica duríssima ao Tratado de Versalhes. Escreveu ele:
É um fato extraordinário que o problema econômico fundamental de uma Europa faminta e se desintegrando diante de seus olhos fosse a única questão a não despertar o interesse dos quatro aliados. A reparação foi a principal excursão deles no campo econômico, e eles a estableceram lenando em consideração vários pontos de vista, exceto o do futuro econômico dos Estados cujo destino eles estavam manipulando.
Keynes descrevia a paz do Tratado de Versalhes como uma “paz cartaginesa”, referência ao tratamento dispensado a Cartago por Roma, que, após a terceira guerra púnica, destruiu a cidade e salgou a terra onde estava situada para que lá não se cultivasse nada.
O livro fez grande sucesso, em especial nos EUA, que acabaram por não ratificar o Tratado original.
Décadas mais tarde, após a outra grande guerra, ele inspiraria o Plano Marshall, programa de investimentos que foi decisivo para a recuperação econômica da Europa, principalmente da Alemanha, no pós-guerra.
Como previra Keynes, o Tratado de Versalhes levou à República de Weimar à ruína e à hiperinflação. Incapaz de pagar as reparações exorbitantes, a Alemanha sofreu, como retaliação, a ocupação do vale do Ruhr, sua principal zona industrial.
A produção caiu substancialmente e, com ela, as receitas. As parcas reservas sumiram e não restou alternativa ao Estado germânico que a emissão febril de moeda para pagar compromissos mínimos.
Em pouco tempo, milhões de papiermarks valiam menos que a tinta do Tratado. Havia moeda, havia títulos, havia bancos, mas não havia produção e investimentos.
A solução veio quando Hjalmar Schacht assumiu, em outubro de 1923, o Reichsbank e implantou uma reforma monetária combinando ideias dos economistas Karl Helfferich e Rudolf Hilferding.
Como a Alemanha não tinha reservas em ouro, lastreou-se uma nova moeda, o rentenmark, em terras e ativos agrícolas e industriais. Num átimo, a inflação cedeu.
O melhor, porém, foi que os títulos do rentenmark se tornaram muito mais lucrativos que quaisquer outros, pois o governo garantia lucros reais para os investidores. Assim, o novo sistema financeiro passou a canalizar o dinheiro para a produção, o que levou a economia alemã a crescer de novo.
Não obstante, o ignóbil Tratado de Versalhes continuou a humilhar a Alemanha de diversas formas, o que levou, em última instância, à emergência do nazismo e o mundo a uma nova guerra mundial.
Pois bem, a PEC 241 é o nosso Tratado de Versalhes.
Com uma grande diferença: a “Cláusula da Culpa” foi substituída, no caso, por uma “Cláusula da Vergonha”, pois o Versalhes tupiniquim, ao contrário do Versalhes germânico, é autoimposto.
Com a PEC 241, o Brasil do golpe decidiu se autoderrotar, se autoflagelar. Decidiu ser um país fraco, quase insignificante. Decidiu salgar a sua própria terra.
Somente os muito ingênuos ou os mentecaptos irremediáveis acreditam que a PEC 241 destina-se realmente a buscar o equilíbrio das contas públicas.
Nenhum outro país congelaria suas despesas primárias por 20 anos, a não ser que fosse obrigado a fazê-lo por potências estrangeiras.
Segundo o FMI, apenas cinco países praticam tetos de gastos. Nenhum deles, no entanto, o faz por 20 anos.
O prazo estipulado não passa de quatro anos, que é justamente o prazo do acordo político que viabiliza o teto. Em nenhum deles há imposição legal do teto, muito menos imposição constitucional.
Não há sanções para descumprimento e o teto pode ser abandonado a qualquer momento.
Em quase todos, há exceções e válvulas de escape.
Assim, nos poucos países em que há teto de gastos, há controle democrático do teto e há, sobretudo, flexibilidade para mudá-lo, descumpri-lo ou adaptá-lo.
Saliente-se, por último, que todos esses países são altamente desenvolvidos, com gasto social per capita muito elevado e serviços públicos de grande qualidade. Ao contrário do Brasil.
A PEC 241, no entanto, impõe uma austeridade, absoluta, inflexível e de longo prazo. Uma austeridade cartaginesa.
É óbvio que o reequilíbrio das contas públicas poderia ser obtido de outra forma.
É completamente irracional se gerir despesas independentemente do comportamento das receitas e do PIB.
Segundo alguns cálculos, poderemos chegar ao final do período de vigência da PEC, fazendo inacreditáveis superávits primários de 7% do PIB, sem poder investir em serviços públicos essenciais para o bem-estar da população ou em investimentos que dinamizem a produção.
Todo o dinheiro sobrante teria de ir para o pagamento do sistema financeiro e dos rentistas.
Como a Alemanha de Weimar, que trabalhava para pagar reparações às outras potências, o Brasil passaria a trabalhar exclusivamente para pagar reparações ao insaciável Mamon.
No mundo inteiro, ninguém faz uma loucura dessas.
Mas há método nessa loucura. O objetivo central da PEC 241 não é o reequilíbrio das contas públicas.
A PEC 241 faz parte de uma estratégia de longo prazo, a qual visa impor mudanças estruturais definitivas no Brasil.
A ideia central é substituir o modelo desconcentrador e inclusivo previsto implicitamente na Constituição de 1988 e parcialmente implantado e aprofundado pelo PT por um modelo concentrador e marginalizador, que diminuirá os custos do trabalho e da seguridade social, aumentando a margem de lucro das empresas e assegurando ao sistema financeiro e aos investidores especulativos o pagamento de juros extorsivos em larga escala.
Ao mesmo tempo, pretende-se alienar, a preços de conveniência, os setores estratégicos da economia nacional, como o setor de petróleo e gás, com as magníficas jazidas do pré-sal.
Também se almeja a abertura irrestrita às “cadeias internacionais de valor”, mediante a adesão a acordos de “nova geração” (TTIP, TPPP, TISA etc.), a desconstrução do Mercosul e o realinhamento da política externa à órbita estratégica dos EUA.
Nesse sentido, os verdadeiros objetivos da PEC 241 são:
i. Estrangular o incipiente Estado de Bem Estar do Brasil, reduzindo a níveis mínimos.
ii. Pavimentar a reimplantação de um padrão de acumulação centrado na redução de custos trabalhistas e sociais. Esse padrão será funcional para a inserção do país nas “cadeias internacionais de valor”, como exportador de commodities e de insumos baratos. A dinâmica econômica será transferida do mercado interno de massa, que não pode subsistir com desigualdade, para o setor externo, que a exige.
iii. Impor, pelo rebaixamento das despesas, a Reforma da Previdência e a Reforma Administrativa, velhos sonhos dos nossos neoliberais, que consideram o Estado Mínimo condição sine qua non para a competitividade do país.
iv. Forçar a desvinculação dos benefícios assistenciais e previdenciários ao salário mínimo.
v. Propiciar a privatização de serviços públicos, como recomenda o TISA, e como já sinalizaram vários ministros do governo golpista.
vi. Sinalizar, para os investidores internacionais e nacionais, que a política econômica ortodoxa e neoliberal estará blindada na Constituição e fora do controle democrático do voto popular.
O golpe e a PEC 241 vieram para destruir e arruinar, como o Tratado de Versalhes. Não vieram apenas para acabar com a democracia política.
Vieram para acabar com nossa incipiente democracia social. Vieram para acabar com a saúde pública, a educação pública, a previdência pública e os programas sociais.
Vieram para acabar com os direitos trabalhistas e previdenciários. Vieram para tirar os pobres e os negros das universidades.
Vieram para tirar as crianças pobres da escola e devolvê-las às ruas. Vieram para tirar os pobres do orçamento.
Vieram, sobretudo, para acabar com a soberania e com a possibilidade do país ter desenvolvimento nacional e autônomo.
Os estrategistas de Versalhes queriam uma Alemanha fraca, submissa, politicamente secundária, militarmente nula, desindustrializada e economicamente dependente.
Os criadores da PEC 241 querem o mesmo para o Brasil.
Há, porém, alternativa e esperança. O Brasil precisa de um Plano Marshall, que recupere a economia produtiva e real, não de um novo Tratado de Versalhes, que só alimentará um sistema financeiro parasitário e promoverá a destruição dos núcleos estratégicos do nosso sistema produtivo e a dependência econômica.
Como a Alemanha da década de 1920, precisamos de um mecanismo financeiro que estimule a produção e os investimentos.
Nas próximas semanas, apresentaremos nossas propostas para incentivar os investimentos produtivos e promover o desenvolvimento do País.
O equilíbrio das contas públicas virá como resultado do crescimento, não do corte irracional, pró-cíclico e contraproducente dos gastos públicos.
Keynes, sempre premonitório, escreveu, em As Consequências Econômicas da Paz, que os homens nem sempre aceitarão morrer de modo resignado. Os alemães não aceitaram.
A PEC 241 é a morte do Brasil soberano, forte, próspero e inclusivo.
Mas temos certeza que o Brasil não aceitará sua morte de forma resignada.
Roberto Requião é Senador da República em seu segundo mandato. Foi governador do Paraná por 3 três mandatos, prefeito de Curitiba e deputado estadual. É graduado em direito e jornalismo com pós-graduação em jornalismo.
PS do Viomundo: O curioso é esta adesão do Brasil à globalização desenfreada justamente quando o edifício sobre a qual ela se assenta apresenta as rachaduras do Brexit e da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.
Leia também:
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Comentários
Garoto
http://www.ocafezinho.com/2016/11/12/lava-jato-uma-operacao-conduzida-por-bandidos-que-visa-liquidar-soberania-e-democracia-no-brasil/
Lava Jato, uma operação conduzida por bandidos, que visa liquidar a soberania e a democracia no Brasil
12/11/2016 Miguel do Rosário
O show de mentiras da Lava Jato não pára.
Eu não tenho mais complacência ou paciência nenhuma com esse festival de arbítrios, tanto por parte dos meganhas da Lava Jato quanto por parte da mídia.
Para mim, são um bando de bandidos, ainda piores do que aqueles que roubaram a Petrobrás, porque estes cometeram crimes que podem ser punidos. Os bandidos que conduzem a Lava Jato estupram valores e instituições que não podem ser recuperados, não por muito tempo. Além de entregar nossa principal riqueza aos maiores ladrões de todos: os abutres internacionais.
A presunção de inocência é um princípio moderno contramajoritário, que vai contra o impulso popularesco de culpar aquele para o qual se aponta o dedo. Mesmo em sociedades avançadas, o problema do linchamento midiático é um fato grave. No caso do Brasil, é uma tragédia.
Agentes do Estado responsáveis e comprometidos com os mesmos valores que regem a nossa Constituição jamais poderiam aderir ao jogo sujo da mídia golpista.
Setores da casta jurídica brasileira assumiram um banditismo que raras vezes se viu na história mundial da justiça política.
O banditismo é tanto que o Estado é leniente com os ladrões enquanto persegue os inocentes e destrói os empregos.
E tudo isso com um motivo torpe: entregar as riquezas do Brasil a interesses estranhos ao bem estar dos brasileiros.
Hoje a Petrobrás divulgou nota sobre a produção de petróleo. Mais recordes. Em todo esse tempo em que esteve sob ataque, a Petrobrás tem batido recordes sobre recordes.
A produção brasileira de petróleo e gás atingiu 2,81 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). O barril, que tem se valorizado este ano, caiu um pouco nos últimos dias para 45 dólares. Mesmo com esse preço, historicamente baixo, a produção brasileira corresponde, grosso modo, a 126 milhões de dólares por dia, ou 3,8 bilhões de dólares por mês.
Ou seja, a Petrobrás retira, do fundo do mar, quase 13 bilhões de reais por mês. Isso sem contar com as receitas advindas da venda do petróleo refinado.
R$ 13 bilhões ao mês!
E tudo isso, repito, com o preço baixo de 45 dólares o barril.
É preciso lembrar uma coisa importante: o petróleo vale ainda mais que dinheiro, porque não se abastece caminhão com dinheiro. O valor estratégico do petróleo para as nações desenvolvidas se mede pelos gastos trilionários das guerras feitas em nome dele.
Ou seja, a pretexto de combater uma roubalheira cujo montante total, no acumulado de vários anos, não chega perto do que a empresa retira do fundo do mar em menos de duas semanas, a Lava Jato destruiu setores inteiros da indústria petroquímica, subsidiou um golpe de Estado e entregou a gestão da Petrobrás aos verdadeiros ladrões, aqueles que planejam desnacionalizar nossa riqueza.
Quando setores do Estado, pagos com o nosso dinheiro, trabalham deliberadamente, criminosamente, em conluio com os bandidos da mídia, para assassinar politicamente a principal liderança popular do Brasil, uma pessoa que poderia ajudar o país a sair da crise, atingiu-se o grau máximo da deliquência estatal.
Lula não é a única vítima. Todo cidadão brasileiro, o próprio Estado de Direito, são violados nesse processo.
Uma hora essa canoa vai virar, e esses golpistas, da mídia e do Estado, pagarão dobrado pelos crimes que cometeram contra a soberania brasileira, contra a democracia, contra a economia nacional.
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FrancoAtirador
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Quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Portal do STF
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O presidente [SIC] Michel Temer,
apresentou ADPF 429 na qual pede
que o Supremo Tribunal Federal
declare a inconstitucionalidade
de decisões judiciais que têm
impedido a outorga ou a renovação
de Concessões de Rádio e TV
a Detentores de Mandato Eletivo. [!!!]
A Relatora é a Ministra Rosa Weber.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=329213
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=429&classe=ADPF&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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FrancoAtirador
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Suprema Côrte de Darth Vômitus
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https://twitter.com/danibacedo/status/796732452794433536
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FrancoAtirador
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“O Opressor Não Seria Tão Forte
se Não Tivesse Cúmplices
entre os Próprios Oprimidos”
Simone de Beauvoir
https://twitter.com/Emanoel1953/status/796663463166799873
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FrancoAtirador
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Por Baixo dos Panos,
Comi$$ão do $enado
aprovou PEC 55 (241)
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#PáraTudo #OcupaTudo
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Cobrem Mais Impostos dos Ricaços
e Menos dos Trabalhadores Pobres
que o Brasil Sai Rápido do Buraco.
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https://pbs.twimg.com/media/Cw6rBAGWEAE9l7a.jpg
https://twitter.com/PortalCTB/status/796762228838060032
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FrancoAtirador
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https://twitter.com/emirsader/status/796712301101518848
https://twitter.com/justopratodos/status/796360869613568001
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