Mauricio Dias: Dilma continua em viés de alta

Tempo de leitura: 3 min

Não havia razões para relacionar a queda da presidenta nas pesquisas com as manifestações de rua. De verdade, o tombo foi coletivo

 Dilma Retoma Fôlego

por Mauricio Dias, em CartaCapital, sugestão de Julio Cesar Macedo Amorim

Mesmo munido de lupa o leitor terá dificuldades de encontrar nas fotos das manifestações de rua, entre junho de julho, e dos pequenos protestos de agora faixas ou cartazes diretamente dirigidos contra a presidenta Dilma Rousseff. Naquele momento ela surfava uma popularidade inédita na história do País.

As referências indiretas, no entanto, estavam lá, no mal-estar geral que a sociedade expunha: saúde, educação, violência e o surpreendente ataque às obras monumentais dos estádios de futebol, que contaram com apoio maciço dos governos estaduais onde foram e estão sendo construídos.

Não haveria palanque melhor na eleição de 2014. Ninguém duvidava disso. Prepararam uma festa, uma Copa do Mundo, para fazer orgulho ao país do futebol. Os torcedores saíram às ruas País afora. Não distribuíam os aplausos esperados, e, sim, inesperados apupos.

Dilma não era o alvo dos protestos e não houve, naquele momento, quem tenha afirmado que a violenta e rápida queda na popularidade dela e do governo era resultado das manifestações. Não se encontrava uma explicação consistente para sustentar a perda de apoio na sociedade, em torno de 35 pontos, em pouco mais de 30 dias. Uma anomalia.

Em pouco tempo, porém, Dilma virou alvo dos analistas conservadores ou “da imprensa de direita”, como pondera com razão e ousadia o ministro Joaquim Barbosa. Eles tentaram dar o empurrão para ela cair no precipício.

Mas o tombo foi coletivo. Poucos governantes escaparam do fenômeno. Há provas consistentes da queda geral na popularidade. De alto a baixo. Números da pesquisa Ibope de meados de julho, nunca publicados pela imprensa, mostram isso.

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A popularidade da presidenta, no conceito “ótimo e bom” (31%), após a queda vertiginosa (caiu de 57%), manteve-se maior, embora na margem de erro, do que a média dos governadores e dos prefeitos: 28%. Todos eram alvo daquela surpreendente irrupção social com pouca participação popular.

Dilma surpreende quando cai e quando sobe. Nas duas últimas pesquisas (Datafolha e Ibope), ela iniciou um processo de recuperação da popularidade. Voltou, segundo o Ibope, a alcançar 38% de “ótimo e bom”. Ao contrário do que se falou, a reação positiva nada tem a ver com o fim ou a diminuição das manifestações.

As melhores referências são as feitas livres e as gôndolas dos supermercados.

Na ótica do Ibope há uma correlação entre a avaliação da presidenta e a dos governadores: “De um modo geral, nos estados em que os governadores são mais bem avaliados, a presidenta também é mais bem avaliada, independentemente do partido político do governador”.

Ou seja, em geral, o negativo e o positivo são creditados tanto ao governador quanto ao governo federal.

Não havia certeza sobre o que a fez perder bruscamente a popularidade que tinha, assim como agora ainda não se pode avaliar a razão pela qual está se reabilitando. E há notícias de que continua em viés de alta.

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Comentários

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wagner paulista de souza

Perdoe-me o autor da frase seguinte, que copiei da (na) Internet:
“O Brasil não precisa de presidentas. Só Dilma”. (Di-u-ma, é ótimo).

Mário SF Alves

“Mauricio Dias: Dilma continua em viés de alta”
_______________________
E por falar nisso. Será que realmente algum dia ela esteve em viés de baixa?

Dias: Dilma chegou lá | Conversa Afiada

[…] Mauricio Dias: Dilma continua em viés de alta […]

MARCOS

Nossa Presidenta Dilma é pessoa de grande caráter. Aos 19 anos, uma menina ainda, enfrentou a barbaridade da tortura por um Ideal de Liberdade.JAMAIS TRAIRÁ SEU POVO.CORAGEM,DILMA! Troca o Paulo Bernardo pelo Franklin Martins e suspende a verba publicitária da Globo ( ao menos até pagarem os 615 milhões q devem).Troca o Zé Cardozo por alguém de confiança,mais enérgico…DE QUALQUER MANEIRA, BOA SORTE ! TODO O APOIO!

Julio Silveira

No começo fiquei contrariado com a Dilma. Depois, transcorridos os tempos e aguçando minha percepção sobre os atos da presidenta, percebi não ser realmente ela merecedora de minha insatisfação e desconfiança. Seu atos, tem sido corajosos por sinal, tem sido até inovadores na busca por novidades, tenta criar dinamismo, inteligentemente buscado diante da pasmaceira e do marasmo politico dominante. Propõe situações para fazer a cidadania pensar e discutir, como no caso dos médicos.
Surpreendi-me percebendo que não é ela, mas seus parceiros, no protagonismo politico, e também seus adversários( que podem ser ambos), os que não estão no mesmo nível de pro atividade dela para benefícios da cidadania. Todos, sem exceção, se tornaram robôs da burocracia institucional. Entram cheios de pretensas boas intenções, mas ao se instalarem nos poderes imediatamente absorvem o marasmo do sistema, passam a se comportar como miquinhos amestrados, exibindo a mesmice ritualística, até então suficiente para levar seus mandatos até o fim e ainda, com auxilio de seus grupos, que se beneficiam da situação, receberem ajuda que os levam a aspirar a renovação de suas posições. Reveladas inócuas para atender as aspirações da cidadania. Acredito, hoje, que a Dilma é um desperdício em meio a tanta acomodação e mediocridade politica, essa que tem sido atemporal e que dá argumento para levantes e situações de inconformismo da cidadania. Que por seu lado enfraquece a sociedade que fica vulnerável a pregação antidemocrática de grupos reacionários com expertise em oportunismo.

Julival Alves

Mulher guerreira e corajosa, que teve coragem de enfrentar a bárbara Ditadura Militar, e nunca traiu seus princípios,ao contrário de FHC que não quer lembrar o passado. A história e composta por passado presente e futuro, principalmente quando lutamos por liberdade.
Avante Dilma!

renato

Dilma esta linda, nesta foto.
Adoro minha presidenta.
Mas gosto mesmo, e quando ela esta
medindo as palavras, e chacoalhando
algum gaiato da mídia…

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