Operação Zelotes: O Globo ainda não dedicou manchete de capa a seus maiores parceiros e patrocinadores

Tempo de leitura: 4 min

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por Luiz Carlos Azenha

Um leitor nos encaminha levantamento da cobertura de uma semana do jornal O Globo sobre a Operação Zelotes, da Polícia Federal.

Neste período a Operação Lava Jato, direta ou indiretamente, mereceu três manchetes de primeira página. Três dentre dezenas nos últimos meses.

A Operação Zelotes, por outro lado, saiu em chamadas de primeira página, mas nunca na manchete principal.

Poderíamos argumentar, em defesa do jornal, que a manchete principal foi dedicada a assuntos nos quais o diário detinha exclusividade — na Zelotes, O Globo foi atropelado pelo Estadão.

Mas, se é assim, como explicar que o escândalo do HSBC, no qual o jornal dos irmãos Marinho divide exclusividade no acesso aos dados com o UOL, também não mereceu uma única manchetona de capa?

O mesmo leitor notou que o Grupo RBS, ligado umbilicalmente aos Marinho, foi mencionado duas vezes em toda a cobertura: num texto que reproduziu a denúncia do Estadão — com direito de resposta da RBS — e num editorial.

Depois, nada, zip, zero.

É mesmo curioso observar a edição de sábado de O Globo (acima).

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No alto da primeira página, uma denúncia lateral à Lava Jato, sobre suposto esquema envolvendo empreiteiras na construção de estradas. Remete à manchete da nobre terceira página, aquela que a gente abre de cara.

Enquanto isso, a Zelotes foi parar num cantinho da primeira página, remetendo a um texto no caderno de economia, página 23.

Talvez seja mera coincidência.

Talvez tenha a ver com quem são os acusados: num dos escândalos, o da Lava Jato, tem petistas envolvidos. Nos outros, ainda não.

Por outro lado, nos casos do HSBC e da Zelotes tem muita gente que frequentou ou frequenta as colunas sociais de O Globo. Para não falar na viúva de Roberto Marinho, no sócio dos Marinho no jornal Valor Econômico (o dono da Folha, beneficiário de uma conta no HSBC), na turma da RBS e nos poderosos patrocinadores.

Segundo o Estadão: Bradesco, Banco Safra, Pactual, Santander, Bank Boston, Ford, Mitsubishi, BR Foods, Petrobras, Gerdau, RBS, Camargo Corrêa e Light.

A inapetência para o assunto pode ter relação com o imenso telhado de vidro das Organizações Globo quando se trata de sonegação fiscal.

Afinal, a empresa foi acusada por um auditor da Receita Federal de montar um esquema com empresa de fachada num refúgio fiscal — a Empire, nas ilhas Virgens Britânicas — com o objetivo de sonegar impostos na compra dos direitos de TV das Copas de 2002 e 2006, esquema pelo qual os irmãos Marinho foram multados em mais de R$ 600 milhões. Bota telhado de vidro nisso!

Acredito que O Globo ainda merece o benefício da dúvida.

Quando eu trabalhava na Globo, a gente media o interesse dos donos da empresa por este ou aquele assunto a partir dos recursos humanos e materiais dedicados pela empresa às investigações.

Quando investiguei caixa dois do PT em Goiânia, viajei com um dos melhores produtores da emissora, tive tempo e recursos à vontade. Quando investiguei as ambulâncias superfaturadas no Ministério da Saúde, o que poderia respingar no tucano José Serra, não pude viajar nem até Piracicaba. Foi tudo feito por telefone!

Se O Globo destacar seus mais competentes profissionais para investigar a relação entre a RBS e o Fisco, aí meu amigo terá cometido uma grande injustiça com o diário carioca.

*****

RBS sonegava sem saber. Haja caradura!

Por Altamiro Borges, em seu blog

A poderosa RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina e dona do jornal Zero Hora – entre vários outros veículos de comunicação –, está na berlinda. Ela foi uma das 12 grandes empresas flagradas pela Polícia Federal subornando conselheiros da Receita Federal para sonegar impostos. Segundo as provas já coletadas pela “Operação Zelotes”, ela devia R$ 672 milhões ao Fisco, mas pagou propinas para se livrar da cobrança. Descoberta na fraude fiscal, num primeiro momento ela jurou inocência: “A RBS desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal”. Na semana passada, porém, ela mudou de versão na maior caradura.

Duda Sirotsky, neto do fundador do grupo e seu atual presidente, garante agora que a culpa pela fraude fiscal foi de um escritório de advocacia. Segundo relato do repórter Renan Antunes de Oliveira, o empresário iniciou na quarta-feira (1) um giro de emergência entre as filiais da RBS para explicar o escândalo e conter os danos à imagem da empresa. Para os funcionários de Florianópolis, Duda Sirotsky afirmou que “a Receita Federal deve estar falando de uma operação que fizemos com a Telefônica”, supostamente em 2011 – a RBS e a multinacional espanhola já foram associadas.

“Duda disse aos empregados que o grupo não agiu por mal: ‘Nós apenas contratamos, inadvertidamente, um dos escritórios de advocacia hoje identificado como sendo de lobistas que subornavam conselheiros do Carf’, o que teria dado margem às acusações contra a RBS. Os empregados ouviram Duda sem questioná-lo. Tudo explicado, ele uniu as duas mãos e implorou: ‘Por favor, acreditem: eu não sabia de nada’”, descreve o jornalista Renan Antunes. A cena deve ter sido um bocado patética. Será que os “repórteres investigativos” do grupo acreditaram na história?

Os veículos da RBS adoram julgar e condenar seus adversários políticos, sempre posando de paladinos da ética. Durante a gestão de Tarso Genro (PT), eles se transformaram no principal partido de oposição ao governador gaúcho. Não deram trégua um segundo, sempre levantando suspeitas e promovendo intrigas. Agora, a RBS está na berlinda. Caso ainda haja Justiça no Brasil, os seus proprietários deverão ser convocados para explicar a milionária sonegação e poderão repetir: “Por favor, acreditem: eu não sabia de nada”. Será que a afiliada da TV Globo transmitirá ao vivo o cômico julgamento? O jornal Zero Hora estampará mais uma de suas manchetes sensacionalistas?

Em tempo: O sempre antenado Fernando Brito, do blog “Tijolaço”, apimentou ainda mais este escândalo. Ele descobriu que Armínio Fraga, o mentor neoliberal dos tucanos, tem fortes ligações com o império sonegador de impostos. “É que a RBS tem um sócio especializado, justamente, em operações financeiras: a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, ex-quase-futuro Ministro da Fazenda de Aécio Neves. Em 2008, Fraga comprou 12,6% do capital do grupo gaúcho, por valor não revelado. Passou a ser, portanto, beneficiário direto de anulação de débitos fiscais”. E não são “debitinhos”, não. R$ 672 milhões é mais que todo o ativo da holding RBS Participações apurado em suas demonstrações contábeis de 2013”.

Armínio Fraga também será convocado para depor sobre a escandalosa fraude fiscal? A conferir!

Leia também:

Aldeia Gaulesa: RBS passa de pedra a vidraça

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Comentários

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wandeley ferraz

SOBRE A OPERAÇÃO ZELOTES….. quem criou os conselhos não importa. as CNDs, emitidas a pessoas fisicas ou juridicas que se encontram na lista de fraude, é mais do normal serem desconsideradas, tipo cheque emitido sem suficiência de fundos. será que esse dano causado ao tesouro nacional, não é materia relevante para o PIG, porque tanto silêncio?, o próprio pig DEVE muito de impostos atrasados e continuam insistindo em não recolher OS MESMOS. enquanto isso as classes pequena e média sofrem na pele o peso da tributação perversa, sendo recolhido para o bem da nação em relação ao contingenciamento do orçamento da união. quando as duas casas em brasília irão resolver taxar as grandes fortunas desse país?, essa classe alta leva vantagem em tudo; pagam(quer quando pagam) pouco imposto, produz caixa 02, e ainda evasão fiscal…..assim não dá para a nação melhorar.

FrancoAtirador

http://jornalggn.com.br/tag/blogs/operacao-zelotes

RONALD

Azenha:

A melhor coisa que você fez na vida foi sair do jugo e do ambiente poluído da Globo e sua matrix sem fim.

Deixo dois pensamentos de Gandhi:

“O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo, a verdade não se torna erro pelo fato de ninguém a ver.”

“O Amor e a verdade estão tão unidos entre si que é praticamente impossível separá-los. São como duas faces da mesma medalha.”

Parabéns pelo Site Viomundo !!!!

Sds,
Ronald

Flavio Wittlin

Uma pergunta não cala, não cala, não cala: qual a relação entre a Operação Zelote e a D. Zelite?

FrancoAtirador

.
.
Adotando como Paradigma o “Big Brother do Norte”
.
as EmpreZas de ComunicaSSão no braZil se transformaram
.
em ÇucurÇais Norte-Americanas para ‘Portuguese Language’.
.
E foi a isto que a PopulaSSão braZileira restou resumida:
.
(http://www.saraiva.com.br/stupid-white-men-uma-nacao-de-idiotas-128859.html)

Rafael

Comentários altamente moderados, deixam muito a desconfiar.

FrancoAtirador

.
.
E assim se constrói um “Empire” [Império],
.
em Comunicações e Marketing Global,
.
e se vira Bilionário Top Ten da Forbes.
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    E ‘fazendo tudo direitinho’, com Off-Shores, Contas Secretas, Sonegação, Corrupção,
    .
    Mentira, Enganação, Cinismo, Sensacionalismo e Patrocinadores de igual Quilate,
    .
    e mantendo a Ganância, pode-se chegar a Top Five e até ao Topo da Lista da Forbes.
    .
    (http://top10mais.org/top-10-homens-mais-ricos-do-brasil)
    .
    .

Mário SF Alves

Vale reproduzir o trecho principal do texto do amigo jornalista para entender melhor as origens da festa do caqui em que se transformou a Receita Federal, com a mudança nas leis promovida durante o primeiro governo Fernando Henrique Cardoso.

“Aqui cabe lembrar que nossos governantes, com o aval dos nossos legisladores, já em 1995, através da Lei nº 9.249, de 26/12/1995, como estipula o artigo 34, simplesmente extinguiram a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 8.137/90, que cita crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e na Lei nº 4.729/65, específica para a sonegação fiscal, quando o agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia”.

“Ou seja, em outras palavras, amarraram as mãos do Ministério Público, impedindo qualquer processo criminal contra grandes sonegadores, em especial empresários e gente do mercado financeiro, que forem pegos, desde que o sonegador “arrependido” acerte as contas com a Receita. Ele, então, tenta fraudar. Se for pego, corre e se acerta com a Receita _ normalmente, parcelando a dívida ou aderindo ao Refis e, com isto, não pode ser processado criminalmente. É como se o ladrão da esquina, depois de pego, devolvesse o que roubou e fosse deixado em paz, livre, leve e solto”.

É o popular: se colar, colou. Se a fiscalização, por acaso, pegar alguma mutreta e multar a empresa do bacana, sempre restará contratar um bom escritório de advocacia e recorrer da punição no agora famoso “tribunal” do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) do Ministério da Fazenda, alvo de investigações da Polícia Federal por fraudes que podem representar um prejuízo já identificado superior a R$ 19 bilhões aos cofres públicos. No total, tramitam atualmente no tribunal centenas de recursos em processos no valor de R$ 500 bilhões (isso mesmo, meio trilhão de reais), que o governo deixa de arrecadar.

Fonte: Balaio do Kotscho
http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/

JURIDICO

Pessoal é só ler sobre o DIREITO PENAL DO INIMIGO (JAKOBS) aplicação na íntegra na Guantánamo do Paraná… Minha hipótese é que essa armação começou quando Moro descobriu YOUssef no Banestado e por isso não Inestigou Janene naquela época ele precisava de um instrumento para o seu “Mãos Limpas”

Luís CPPrudente

Esse Armínio Naufraga é aquele mesmo pilantra do governo do finado FHC? Então tá explicado porque as organizações mafiosas da famiglia Marinho desconhecem a Operação Zelotes.

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