Estadão sobe os juros, ameaça “dissidentes” e cai na real

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

Quem, como eu, é leitor regular do Estadão, nota que por trás da paginação do jornal existe uma ideia econômica: a ortodoxia mercadista.

Esqueça o noticiário objetivo, é o lobby dos juros em ação.

O Estadão se aproveitou de uma declaração anódina do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para aumentar os juros em 0,5%.

Segundo o jornal, uma palestra de Tombini em Washington “estimulou” analistas a elevar “apostas”.

O jornal Valor Econômico esclareceu:

Declaração de Tombini teria sido ‘superdimensionada’:

As declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na sexta em Washington foram “superdimensionadas” pelo mercado, afirmou ao Valor uma fonte que acompanha de perto a estratégia de política monetária. “O que o Tombini disse não tem sentido nem de quantidade nem de tempo”, disse. “A mensagem é que o BC está de olho na meta a ser cumprida em 2012 e vai analisar o que fazer de acordo com as circunstâncias”, afirmou. Na sexta, Tombini agitou o mercado ao afirma que o BC “está no meio de um ciclo de aperto monetário” e  “que tem muito trabalho a ser feito”. Apostava-se que Tombini havia sinalizado que será mais duro na reunião desta semana do Copom. Para a fonte do Valor, a frase de Tombini não significa “nada” sobre a reunião.

Em seguida, como notou o Luís Nassif, aqui (o que também ajuda a explicar porque o Estadão quer demitir o Nassif da TV Brasil), o Estadão ensaiou uma tentativa de assassinato de reputação de economistas que concordam com a política atual do BC para enfrentar a inflação:

Governo monta ”rede de proteção” entre economistas; O Planalto e as equipes do BC e da Fazenda buscam o apoio de formadores de opinião para a defesa da estratégia anti-inflação

Hoje,  na reportagem ‘Meta é não perder o encanto do crescimento’, o jornal finalmente faz o que deveria ter feito desde sempre: demonstra que não existe unanimidade na ortodoxia mercadista; ouve Delfim Netto e Francisco Dornelles e resume a política econômica do governo Dilma reproduzindo declaração de um ministro:

“O governo não vai perder o controle da inflação, mas também não quer derrubar o crescimento a ponto de gerar aumento de desemprego”.

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Comentários

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Chagas

O PIG agora adota a estratégia do "morde e assopra". Isso porque não dá mais para "acelerar direto". Mas o fim é o de sempre.

    Marcos

    Os EUA nunca tomam os "remédios" que mandam aplicar aos "amigos".

Carlos Pinheiro

Para todos aqueles que defendem a necessidade de aumentar os juros para "conter a inflação", eu tenho uma pergunta a fazer: Por que os Estados Unidos não aumentam a taxa básica de juros?

A taxa básica de juros nos Estados Unidos é de 0,25% AO ANO, há mais de dois anos. Isso mesmo: um quarto de 1% ao ano.

Os Estados Unidos estão sofrendo as mesmas pressões inflacionárias que o Brasil, causadas pelo aumento do preço do petróleo e demais commodities no mercado internacional. O preço da gasolina na bomba para o consumidor americano aumentou consideravelmente nos últimos meses.

Mesmo assim, o FED, o banco central americano, não está nem cogitando a possibilidade de aumentar a taxa básica de juros sequer para 0,5% ao ano.

Porque o Brasil precisa aumentar os juros para conter a inflação, e os EUA não?

Herminio

Carmen e Azenha, realmente ler esse pig ou é difersão ou quer ficar doente,

Herminio

Dizem que eles tem o poder de derrubar governos, que são uma espécie de quarto poder, então por essas e por outras é que tentam a todo custo causar dúvidas e induzir o governo ao erro, mas esse governo ja enfrentou a prova de fogo e venceu e não será esses pulhas do pig que o farão sair do rumo.

FrancoAtirador

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É o constante desserviço midiático oligárquico impatriótico

na tentativa de desestabilizar política e economicamente o País:

Inventam uma hiperinflação, depois aumentam a taxa de juros,

aproximam o governo brasileiro dos EUA e o afastam da UNASUL, da ALBA

e de todos os países que ameaçam a hegemonia norte-americana.
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E os especuladores financeiros apátridas agradecem.
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Antonio Abreu

Esta mídia é uma piada, apóia o Zé Serra, que perde para um poste(segundo a mídia) e agora, além de elogiar "O Poste", quer pautar a política do govêrno lulista(Dilma).
Ora bolas, tenham a competência de ganhar as eleições e aí façam a farra!
Caras de pau!

sergio

Estadão só no nome, jornaleco terceirizado. Ricardo Gandour deve ter feito um estágio no Pravda nos seus melhores anos.

    mauro ramos

    CONCORDO TOTALMENTE COM VOCE.ESSE TAL DE ESTADAO E UM JORNALECO TERCERIZADO.ESSE LIXO EDITORIAL ESTA AINDA NOS TEMPOS EM QUE O BRASIL ERA SO UMA FAZENDA DE CAFE.
    ESTADAO = JORNALAO ATRASADAO.

Gustavo Pamplona

Depois ainda me criticam o porque eu leio a Veja regularmente (*), aquilo é que é humor!!! (hahahahhaa)

Detalhe, já sabia que você, Azenha gosta do Estadão, inclusive lembro de uns artigos onde você dizia que gostava do Estadão porque não escondia a posição de direita deles.

(*) Já falei várias vezes isto por aqui.

    Elza

    Gustavo vc já ouviu falar daquele dito, que pra vencer o inimigo tem q/ tazê-lo pra perto de vc pra conhecê-lo melhor? Se ñ lermos o "PIG", como vamos tomar conhecimento das estratégias deles? Tou c/ o Azenha, eu ñ leio Veja, nem estadão, mas assisto o JN o Hoje, rrss.

Alceu Gonçalves

Tem algumas pessoas que comenta aqui e em outros blogs, sempre comparando o Brasil com a China em matéria de desenvolvimento econômico. Não sei se por desenformação, má-fé ou esquecimento, nada dizem sobre um detalhe de fundamental importância: A China, há mais de 30 anos iniciou uma política econômica e a pôs em prática. O Brasil começou a realmente levar a sério as políticas econômicas e desenvolvimentista com o governo do LULA, portanto, há apenas 8 anos. E ao contrário da China, que é uma ditadura, e neste caso não precisa enfrentar uma oposição desonesta e sempre disposta a trair o próprio país, como vimos na wikileaks, que é o que acontece no Brasil. Além da oposição, tem uma grande imprensa tão e até mais traíra do que a própria oposição. E também devemos considerar que o Brasil é uma democracia onde a liberdade de imprensa é total, e não por acaso a dita cuja usa e abusa desta liberdade principalmente para atacar o governo Petista. E por ser uma democracia respeita e se submete às restições de vários órgãos, tais como Ibama, TCU, MP e etc e estes geralmente caprichosamente ou por interesses inconfessáveis, estão sempre dispostos a contrariar os interesses do governo. E não devemos nos esquecer das bem(mal)ditas ONG! E o judiciário, sobre o qual vemos diáriamente notícias de corrupção e prática de injustiça. O congresso está abaixo de qualquer crítica. No frigir dos ovos, o governo Brasileiro demonstra uma infinita superioridade diante do governo chinês, o qual, se tivesse que enfrentar todas as barreiras que o governo petista enfrenta e enfrentou, certamente hoje seria somente mais uma colônia do do capital internacional. O fato mais relevante que os dois paises tem em comum é que, no momento certo da sua história, teveram o LULA e o Mao.

AlceuCG.

    Valdir Feitosa

    Angola estava em guerra civil apenas 10 anos atrás. Em 2006, 5 anos depois de terminada a guerra civil, o PIB de Angola cresceu 17% (bem mais que a China). Angola precisou de apenas 5 anos. O Brasil em 8 anos não consegue engrenar um crescimento acelerado sustentado?

    Airton Farias

    E a Índia? Como ele explica a Índia? Nos últimos 10 anos a Índia cresceu a uma média de mais de 7% ao ano, enquanto a média do Brasil foi inferior a 4% ao ano. Se a média da Índia é de 7% ao ano, porque a do Brasil não pode ser? A resposta é: porque nosso governo acha mais importante manter os juros altos, para remunerar os banqueiros e os especuladores.

    Alceu Gonçalves

    Já que vc lembrou da Índia, que tal também lembrar dos pobres indianos? Caso não saiba, embora a India tenha prestígio principalmente na área da informática, apenas 0,5% da população conecta a web. No Brasil são mais de 11%, e isto em 2009! Quanto aos programas de inclusão social na Índia, em proporção à sua população de mais de 1 bilhão, como o psdb só existe no papel, signifcando que por aí o governo economiza bilhões. E como vemos a seguir, extraido de parte de um atigo do Luis Nassif, a Índia também começou e plano econômico há muito mais tempo do que o governo petista:

    Fonte: Nassif 2006.

    De acordo com os Planos Qüinqüenais, percebe-se que, de 1950 até 1990, os planos tinham como características semelhantes de modelo de desenvolvimento a substituição das importações, porem, dentro desse período, a Índia só teve crescimento econômico significativo, em comparação com o Brasil e outros países em desenvolvimento, entre 1985 e 1990, que foi o período de auge do modelo de substituição de importações. Esse crescimento está vinculado com a transição do governo Indira Gandhi para o de Rajiv Gandhi, no qual ocorre a ruptura de modelo de desenvolvimento econômico autoritário e centralizador para um modelo com reformas econômicas e com liberalização econômica.

    Em seu apogeu, no início dos anos 1980, o regime de licenciamento industrial funcionava como um verdadeiro sistema de castas: nos estratos superiores, apareciam as empresas públicas, sujeitas a maior influência política, seguidas pelas pequenas e médias empresas, que além de ficarem isentas do referido controle, tinham maior acesso a benefícios públicos diversos, como acesso a crédito, concessões tributárias, reservas de mercado e subsídios diretos, entre outros; às castas intermediárias pertenciam as grandes empresas não classificadas como big business houses ou que não tivessem participação estrangeira superior a 40% do capital acionário; e nas castas inferiores, operavam as big business houses, sujeitas às restrições impostas pela Comissão de Monopólio. Para essas últimas, o regime de licenciamento era tão rigoroso nas análises para a criação de empresas ou expansão de capacidade que, ao minar quase por completo a competição potencial ou efetiva nas respectivas indústrias, as empresas acabavam praticando preços bem acima dos custos marginais e, por conseguinte, mark-ups elevados” ( NASSIF, 2006: 32).

    Como se vê, o mesmo argumento que usei referente à China, também serve para a Índia.

    AlceuCG.

    Airton Farias

    Sei… Para qualquer país que tiver uma média de crescimento bem maior do que a do Brasil, você vai arranjar algum pretexto para justificar.

    Se puder, você vai dizer que é porque o país em questão "tem um plano" há mais temp (como se no Brasil no tempo de JK não tivesse o "Plano de Metas" dos "50 anos em 5", e como se a ditadura militar não tivesse também utilizado planejamento econômico estratégico).

    Se não puder usar esse argumento, porque o país estava mergulhado em uma guerra civil apenas 5 anos antes de crescer 17%, voce vai dizer que não pode comparar com o Brasil porque o país é "bem menor".

    O que você nunca vai admitir é que o Brasil tem a mais alta taxa de juros do mundo, e por isso é a "tartaruga" retardatária entre os países em desenvolvimento. Os 7% que o Brasil cresceu no ano passado foram apenas um "suspiro", um "soluço", e agora já voltamos à mediocridade tradicional.

    Alceu Gonçalves

    Vc precisa superar esta fase de analfabeto funcional, Artur. Em nenhum momento afirmei que as taxas de juros do Brasil são baixa, ou tentei justificá-las. O meu argumento básico foi que, ao contrário da China, as políticas econômicas e sociais do Brasil, que realmente são sérias, começaram no governo LULA. Ai, como bom analfabeto funcional, vc tenta equiparar os "planos" econômicos do JK, os quais, fundamentalmente não passaram de uma concentração econômica no sudeste, e a construção de Brasília. Quanto aos ditadores, foi mais ou menos a mesma coisa, com ênfase na segurança nacional. Em nenhum destes dois períodos da história do nosso país, foi planejada, e principalmente, implantada, uma política de inclusão social. E inclusão social, caro, é de fundamental importância para qualquer política econômica duradoura e realmente eficiente. Finalizando, vou logo avisando; não sei desenhar.

    AlceuCG.

    Alceu Gonçalves

    Velho, comparar a Angola com o Brasil é forçar a "amizade"! É o mesmo que comparar o Paraguai com seus 14 % do crescimento do PIB.

    AlceuCG.

Fernando

É verdade que a Editora Abril comprou o colégio PH?

Emília

Nunca tive saco pra lê jornal nenhum, Azenha, suja minhas mãos (rsrsrsrs). Falando sério, não gosto de jornal, sempre procurei me manter informada através dos telejornais e revistas e, mas recente, os blogs como o seu, do Nassif, do PHA, da Cidadania, o Tijolaço, o Terror do Nordeste, do Rodrigo Vianna e tantos outros.
E os economistas formadores de opinião, a maioria, não sabe porcaria nenhuma.

Ernesto Sales

Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012, que já foi enviada ao Congresso, a previsão é de que a economia brasileira cresça apenas 5% no ano que vem.

Com essa taxa de juros, vamos continuar sendo a "tartaruga" dos países em desenvolvimento. Enquanto isso, China cresce 10%, Índia cresce 8%, Angola e Paraguai crescem 14% em um único ano, e por aí vai.

O Brasil é a sétima economia do mundo, mas vai demorar muuuuito para se tornar a quinta, até porque em breve vai ser ultrapassado pela Índia, perdendo uma posição.

E tome juros altos e "Bolsa Banqueiro" com a dívida pública… Valeu Palocci!

dukrai

grassas adeus eu acino a fôia/UrinOL

francisco p. neto

Sinceramente não consigo entender essa confusão toda.
Se Tombine não disse o que disse, se o Estadão interpretou que a sinalização é para aumento da Selic.
A verdade vem de dentro de nós, e eu em particular, não tenho dúvida nenhuma que haverá aumento da Selic.
Esperem para ver!!!
Infelizmente…

João

Estou rindo a toa.
Eles estão mais perdidos do que "cego em tiroteio". Quando falo "eles" refiro-me a todos do lado de lá: PIG, partidos da oposição…eles se acostumaram com a cartilha neoliberal emanada do Consenso de Washington que agora não conseguem sair dessa camisa de força.
E ainda querem governar o Brasil.
Jisuis, valei-nos todos os santos, anjos, querubins e serafins.

@daniel_lucena

Azenha, peloamor, quando as boas pessoas desse país se juntarão para transformar isso aqui, ainda chamado de PAÍS? Espero que o Estadão não lhe frite o cérebro.

ZePovinho

O PHA foi no rio e colocou o chamboré na chincha,Azenha:

A melhor obra neoliberal:eles quebraram os EUA
http://www.conversaafiada.com.br/economia/2011/04

Aqui o PHA indica a matriz de onde a Miriam Leitão e a Globo se baseiam para ideologizar TODA a programação que fazem,desde novelas até os telejornais.Para quem não acredita,basta lembrar como na novela das 8 o banqueiro Horácio Cortez analisa o jovem humilde que é namorado da filha dele:

"-Não tem dinheiro,mas isso não tem importância.Ele tem o essencial:AMBIÇÃO".

Vejam o site da filósofa Ayn Rand,pitonisa do egoísmo(uma Miriam Leitão que estudou) com pretensa base científica:

ttp://www.aynrand.com.br/pages/celebration.htm

Outro macumbeiro ideológico que fundamenta o discurso do PIG é Garret Hardin,que escreveu um artigo em 1968("A tragédia dos bens comuns") dizendo que os bens públicos são inferiores aos bens privados.Ideologia na veia,analisada aqui:

O mito da tragédia dos baldios
http://resistir.info/varios/baldios.html

Será que recursos partilhados serão sempre mal usados ou utilizados em excesso? Será a propriedade de terras, florestas e recursos pesqueiros pela comunidade um caminho garantido para o desastre ecológico? Será a privatização o único meio de proteger o ambiente e acabar com a pobreza no Terceiro Mundo? A maior parte dos economistas e planeadores do desenvolvimento responderá "sim" — e como prova indicarão o mais influente artigo já escrito sobre estas importantes questões.

Desde a sua publicação na revista Science em Dezembro de 1968, o artigo "A tragédia dos baldios" ("The Tragedy of the Commons") foi reproduzido em pelo menos 111 livros, tornando-o um dos mais reimpressos alguma vez aparecidos em qualquer revista científica. É também um dos mais citados: uma pesquisa recente no Google descobriu "cerca de 302 mil resultados para a frase "tragedy of the commons". …………

carmen

Ainda bem que vc é um cara saudável,lê o Estadão e depois me conta,porque eu não tenho mais saúde.

    Luiz Carlos Azenha

    Carmen,

    Preciso me divertir pelo menos uma hora por dia. É recomendação médica. abs

    sergiopamplona

    Tá certo, Azenha, só pra garantir, enquanto vc faz isso vai monitorando sua pressão arterial, glicose, colesteral, triglicérides e demais taxas. Vai que isso começa a te detonar insidiosamente por outro lado. Esse negócio aí é meio tóxico, sabe? Apenas um conselho amigo. ;-)

    edv

    Gostaria de me divertir como vc, mas, tomando um sal de frutas, também leio (e ouço) ,com frequências variadas (inclusive diárias), os "arautos" do PIG, pois faz parte do meu entendimento de como eles pensam e o que eles estão tentando fazer…
    Um sacrifício necessário.

    PS: Só não consigo ver a TV Globo, a não ser acidentalmente…aí nem os sais não funcionam…

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