Max Gimenes: Quem tem medo de um papa “reconvertido” ao cristianismo?

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Quem tem medo de um papa “reconvertido ao cristianismo”?

por Max Gimenes

Uma boa forma de avaliar o potencial de um discurso é observar o modo como se dá a reação daqueles cujos interesses são contrariados por ele.

A atual visita de Jorge Mario Bergoglio, vulgo para Francisco, à América Latina, bem como os discursos que ele tem proferido no decorrer dela, considerados os mais “politizados” de seu pontificado, têm causado certo incômodo em elites e setores conservadores em geral.

Incômodo este que se encontra claramente expresso no afã de separar, via grande imprensa, o que a seus olhos seriam, de um lado, o trigo (certo cristianismo social de bom tom para os tempos modernos, desde que inofensivo) e, de outro, o joio (os presidentes “populistas” do continente, os partidos de esquerda “extremistas” que se postulam como alternativa antiausteridade ao redor do globo e o marxismo como método “ideológico” de entendimento da vida social).

Um exemplo de descarada seletividade crítica da nossa imprensa: a “Folha” noticiou que a tal visita papal exporia “divergências entre papa e Evo”. O vaticínio se fundamenta numa suposta oposição entre a última carta encíclica do papa, de tom ambientalista, e as atuais medidas do governo boliviano, de aumento da exploração de recursos naturais.

Ora, mas a mesma “Folha” noticiou mês passado que, no documento acima mencionado, o papa afirmava categoricamente que “as nações pobres não podem ser penalizadas economicamente por um problema que deriva, em grande parte, da poluição gerada em países ricos”. Desnecessário acrescentar que a Bolívia está entre os países mais pobres de um continente em si mesmo periférico etc.

Um homem de boa vontade poderia então ter a brilhante ideia de financiar a preservação de recursos naturais em países periféricos com algum tipo de fundo internacional mantido por países centrais, grandes empresas e pessoas célebres comprometidos com a causa ambiental, tão na moda.

Poderia não, já teve, e o nome desse “homem de boa vontade” é Rafael Correa, que foi eleito presidente do Equador, assim como Evo Morales no caso da Bolívia, comprometido com a “Pacha Mama” (“Mãe Natureza”, em quíchua). Tratava-se da preservação dos recursos naturais bilionários localizados sob a Reserva Nacional de Yasuní, que de fato ficou seis anos intocada, até meses atrás, quando o presidente Correa se deu conta de que há mais hipocrisia que compromisso efetivo com a natureza entre os poderosos do planeta: a arrecadação, prevista nesse tempo para US$ 3,6 bilhões, chegou só a US$ 13 milhões.

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Tudo muito contemporâneo e relevante em relação ao tema tratado pelo papa e à visita justamente a Equador e Bolívia (além do Paraguai, que fecha o tour). Mas, na nossa imprensa, apenas o silêncio, quebrado vez ou outra pelo reiterado e retumbante “cri” dos grilos. E nada mais.

Depois foi a vez da falsa polêmica em torno do presente dado por Evo Morales ao papa: um Cristo pregado a uma cruz em formato de foice e martelo, símbolo do comunismo (mais precisamente, do “marxismo-leninismo”). A peça, esculpida na década de 1970 pelo jesuíta espanhol Luís Espinal, assassinado pela ditadura boliviana em 1980, era aceno ao diálogo, visto com certa frequência à época como necessário, entre cristãos e socialistas, na luta contra o capitalismo e seus aliados, como as ditaduras latinoamericanas.

Que um tal presente seja considerado “esdrúxulo” por colunistas de coisas como “Veja”, nada mais natural. Mas a mesma “Folha” já citada deu espaço a um de seus articulistas para que, fora de sua casinha, ele chamasse o presente de “aberração”.

Em chave distinta, trata-se porém da mesma adjetivação incomodada que vimos quando, na última Parada do Orgulho LGBT em SP, uma transexual, Viviany Beleboni, decidiu representar a Paixão de Cristo. A unir os dois casos igualmente pertinentes, a injustiça do sofrimento infligido a seres humanos inocentes: pela lgbtfobia num caso, pela exploração não inteiramente recompensada da força de trabalho dos trabalhadores da cidade (martelo) e campo (foice) no outro.

A história da Igreja é marcada pela ambiguidade de ora servir de ânimo à luta emancipatória dos povos (com os ideais de fraternidade e justiça encarnados por um Jesus humilde como testemunham os Evangelhos) e ora à justificação da opressão (que legitimação melhor, afinal, para o exercício ilimitado e arbitrário do poder, se não o de fazê-lo na condição de suposto representante terreno de Deus?).

Longe de ser uma instituição que serve unilateralmente a um ou outro desses lados, ela expressa em seu seio, por sua amplitude e complexidade, as contradições da própria sociedade, emprestando-lhes a mediação simbólica do imaginário cristão e da doutrina católica.

A despeito de surpreendente, nada disso que o papa tem dito contra o capitalismo e em defesa de transformações estruturais é propriamente novidade no interior do catolicismo (fora dele, menos ainda). Peguemos o exemplo das três tarefas enunciadas por ele durante o encontro de movimentos sociais em Santa Cruz de la Sierra em que discursou: colocar a humanidade no centro da economia, unir os povos e preservar a natureza.

Tudo isso encontrou pioneira e contundente sistematização ideológica e ativismo social na década de 1940, com o movimento Economia e Humanismo fundado pelo padre dominicano francês Louis-Joseph Lebret (1897-1966).

O crítico literário Antonio Candido costuma contar que padre Lebret, em uma de suas viagens ao Brasil, confidenciou-lhe que achava que o futuro da humanidade estaria nas mãos dos socialistas independentes e dos cristãos reconvertidos ao cristianismo (mistura de anticapitalismo científico/cognitivo e moral/afetivo que seria explosiva).

A ortodoxia soviética, que meio século atrás parecia inabalável, ruiu em 1989, dando espaço para o “socialismo independente”. E agora, ao que parece, é a ortodoxia católica que vê contados os seus dias com o papado progressista de Jorge Mario Bergoglio. A conjuntura parece nunca ter sido tão favorável à mistura ansiada por Lebret.

Como bem indicou no mesmo encontro já mencionado em Santa Cruz de la Sierra João Pedro Stedile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o capitalismo tem muitos representantes internacionais, de Angela Merkel aos mais variados organismos multilaterais, e os trabalhadores, há muito “órfãos”, teriam agora o papa.

Não é propriamente a salvação para o futuro político da humanidade, mas se trata sem dúvidas de uma importante parte do caminho. Ao menos, é claro, para os que preferem um outro projeto de integração mundial, fundamentado na fraternidade e justiça entre homens e mulheres dos mais variados povos, e não na busca desenfreada e cega pelo lucro de alguns em detrimento de todos os outros (os que preferem este último caminho, bom, estes têm agora muito o que temer com o novo papa).

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Comentários

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FrancoAtirador

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Como a Elite Política Internacional que frequenta Davos afundou a Economia Mundial
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“O que se vê em Davos é que os Governos são Simpáticos
aos Enormes Poderes Empresariais.
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Há uma Espécie de Porta Giratória, na qual os Políticos vão a Davos,
se rodeiam de Banqueiros e Empresários e acabam firmando acordos
para pactuar um Marco de Desregulação Financeira.
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Quando deixam o Governo, se incorporam ao Conselho de um Banco.
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Não é exagero meu, é exatamente o que se passa.
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Observe Tony Blair, [que foi] Primeiro Ministro da Inglaterra.
Uma vez que deixou o Poder, que Trabalho conseguiu?
De Conselheiro de JP Morgan, um Banco de Wall Street.
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É um exemplo, há outros.
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Então, esse é o Problema: quem vai colocar Normas a um Sistema Descontrolado?”
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Andy Robinson relata, em entrevista ao GGN,
a experiência de retirar a Maquiagem do Fórum Econômico Mundial –
evento que reúne anualmente [em Davos, na Suíça]
Empresários que recorrem ao ‘Capitalismo Filantrópico’
na tentativa de ‘mascarar’ os Danos que provocam à Economia Mundial.
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Por Cíntia Alves
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(http://jornalggn.com.br/noticia/como-a-elite-que-frequenta-davos-afundou-a-economia-mundial)
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    FrancoAtirador

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    Excerto do Discurso de Franciscus
    no II Encontro dos Movimento Populares
    em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia:
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    […]
    “Hoje quero refletir convosco sobre a Mudança que queremos e precisamos.
    Como sabem, recentemente escrevi sobre os problemas da mudança climática.
    Mas, desta vez, quero falar duma Mudança noutro sentido.
    .
    Uma Mudança Positiva, uma Mudança que nos faça Bem, uma Mudança – poderíamos dizer – Redentora. Porque é dela que precisamos.
    .
    Sei que buscais uma mudança e não apenas vós: nos diferentes encontros,
    nas várias viagens, verifiquei que há uma Expectativa, uma Busca Forte,
    um Anseio de Mudança em Todos os Povos do Mundo.
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    Mesmo Dentro da Minoria cada vez mais Reduzida
    que pensa sair Beneficiada deste Sistema,
    reina a Insatisfação e sobretudo a Tristeza.
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    Muitos esperam uma Mudança que os liberte
    desta Tristeza Individualista que escraviza.
    .
    O Tempo, irmãos e irmãs, o Tempo parece exaurir-se;
    já não nos contentamos com lutar entre nós,
    mas chegamos até a assanhar-nos contra a nossa casa.
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    Hoje, a Comunidade Científica aceita aquilo que os Pobres já há muito denunciam:
    estão a produzir-se danos talvez irreversíveis no Ecossistema.
    Está-se a castigar a Terra, os Povos e as Pessoas de forma quase Selvagem.
    E por trás de tanto Sofrimento, tanta Morte e Destruição,
    sente-se o cheiro daquilo que Basílio de Cesareia chamava
    “O Esterco do Diabo”: reina a Ambição desenfreada de Dinheiro.
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    O Serviço ao Bem Comum fica em Segundo Plano.
    .
    Quando o Capital se torna um Ídolo e dirige as opções dos Seres Humanos,
    quando a Avidez do Dinheiro domina todo o Sistema Sócio-Econômico,
    arruína a Sociedade, condena o Homem, transforma-o em Escravo,
    destrói a Fraternidade Inter-Humana, faz lutar Povo contra Povo
    e até, como vemos, põe em Risco esta nossa Casa Comum.
    .
    Não quero alongar-me na Descrição dos Efeitos Malignos desta Ditadura Sutil:
    vós conhecei-los!
    .
    Mas também não basta assinalar as Causas Estruturais do Drama Social
    e Ambiental Contemporâneo.
    .
    Sofremos de um certo Excesso de Diagnóstico, que às vezes nos leva
    a um Pessimismo Charlatão ou a rejubilar com o Negativo.
    .
    Ao ver a crônica negra de cada dia, pensamos que não haja nada que se possa fazer
    para além de cuidar de nós mesmos e do pequeno círculo da família e dos amigos.
    […]
    Gostaria que refletíssemos, juntos, sobre algumas Tarefas Importantes
    neste Momento Histórico, pois queremos uma Mudança Positiva
    em Benefício de todos os nossos Irmãos e Irmãs.
    Disto estamos certos!
    .
    Queremos uma Mudança que se enriqueça com o Trabalho Conjunto
    de Governos, Movimentos Populares e outras Forças Sociais.
    Sabemos isto também!
    .
    Mas não é tão fácil definir o Conteúdo da Mudança, ou seja, o Programa Social que reflita este Projeto de Fraternidade e Justiça que esperamos.
    Neste sentido, não esperem uma Receita deste Papa.
    Nem o Papa nem a Igreja têm o Monopólio da Interpretação da Realidade Social
    e da Proposta de Soluções para os Problemas Contemporâneos.
    Atrever-me-ia a dizer que não existe uma Receita.
    .
    A História é construída pelas Gerações que se vão sucedendo no Horizonte de Povos
    que avançam individuando o próprio Caminho e respeitando os Valores
    que Deus colocou no Coração…
    .
    Gostaria, no entanto, de vos propor Três Grandes Tarefas que requerem
    a decisiva Contribuição do Conjunto dos Movimentos Populares:
    .
    A Primeira Tarefa é pôr a Economia ao Serviço dos Povos.
    .
    Os Seres Humanos e a Natureza Não Devem Estar ao Serviço do Dinheiro.
    .
    Digamos NÃO a uma Economia de Exclusão e Desigualdade,
    onde o Dinheiro Reina em vez de Servir.
    Esta Economia Mata.
    Esta Economia Exclui.
    Esta Economia Destrói a Mãe Terra.
    .
    A Economia Não Deveria Ser um Mecanismo de Acumulação,
    mas a Condigna Administração da Casa Comum.
    .
    Isto implica cuidar zelosamente da Casa e distribuir adequadamente os Bens entre Todos.
    A sua Finalidade não é unicamente garantir o Alimento ou um ‘decoroso sustento’.
    Não é sequer, embora fosse já um Grande Passo,
    garantir o Acesso aos ‘3T’ (Trabalho, Teto, Terra) pelos quais combateis.
    .
    Uma Economia Verdadeiramente Comunitária – poder-se-ia dizer,
    uma Economia de Inspiração Cristã – deve Garantir aos Povos
    Dignidade, ‘Prosperidade e Civilização em seus Múltiplos Aspectos’.
    .
    Isto envolve os ‘3T’, mas também acesso à Educação, à Saúde, à Inovação,
    às Manifestações Artísticas e Culturais, à Comunicação, ao Desporto e à Recreação.
    .
    Uma Economia Justa deve criar as Condições para que cada Pessoa possa
    gozar duma Infância Sem Privações, desenvolver os seus Talentos durante a Juventude,
    trabalhar com Plenos Direitos durante os Anos de Atividade
    e ter Acesso a uma Digna Aposentação na Velhice.
    .
    É uma Economia onde o Ser Humano, em Harmonia com a Natureza,
    estrutura todo o Sistema de Produção e Distribuição
    de tal modo que as Capacidades e Necessidades de cada um
    encontrem um Apoio Adequado no Ser Social.
    .
    Vós – e outros povos também – resumis este anseio
    duma Maneira Simples e Bela: ‘Viver Bem’.
    .
    Esta Economia é não apenas Desejável e Necessária, mas também Possível.
    Não é uma Utopia, nem uma Fantasia.
    É uma Perspectiva extremamente Realista.
    Podemos consegui-la.
    .
    Os Recursos Disponíveis no Mundo, Fruto do Trabalho Intergeracional dos Povos
    e dos Dons da Criação, são mais que Suficientes para o Desenvolvimento Integral
    de ‘Todos os Homens e do Homem Todo’.
    .
    Mas o Problema é Outro: Existe um Sistema com Outros Objetivos.
    .
    Um Sistema que, apesar de acelerar irresponsavelmente os ritmos da produção,
    apesar de implementar métodos na indústria e na agricultura que sacrificam
    a Mãe Terra na ara da ‘produtividade’, continua a negar a milhares de milhões
    de irmãos os mais elementares direitos econômicos, sociais e culturais.
    .
    Este Sistema Atenta Contra o Projeto de Jesus.
    .
    A Justa Distribuição dos Frutos da Terra e do Trabalho Humano Não é Mera Filantropia.
    É um Dever Moral.
    Para os Cristãos, o Encargo é ainda Mais Forte: é um Mandamento.
    .
    Trata-se de Devolver aos Pobres e às Pessoas o que lhes Pertence.
    .
    O Destino Universal dos Bens não é um Adorno Retórico da Doutrina Social da Igreja.
    É uma Realidade Anterior à Propriedade Privada.
    .
    A Propriedade, sobretudo quando Afeta os Recursos Naturais,
    deve estar sempre em Função das Necessidades das Pessoas.
    E estas Necessidades não se limitam ao Consumo.
    .
    Não basta deixar cair algumas Gotas,
    quando os Pobres agitam este Copo
    que, por si só, nunca derrama.
    .
    Os Planos de Assistência que acodem a Certas Emergências
    deveriam ser pensados Apenas como Respostas Transitórias.
    .
    Nunca poderão substituir a Verdadeira Inclusão:
    a Inclusão que dá o Trabalho Digno, Livre, Criativo, Participativo e Solidário.
    .
    Neste caminho, os Movimentos Populares têm um Papel Essencial,
    não apenas exigindo e reclamando, mas fundamentalmente criando.
    .
    Vós sois Poetas Sociais: Criadores de Trabalho, Construtores de Casas, Produtores de Alimentos, sobretudo para os Descartados pelo Mercado Global.
    .
    Conheci de perto várias Experiências, onde os Trabalhadores,
    Unidos em Cooperativas e outras Formas de Organização Comunitária,
    conseguiram criar Trabalho onde só havia Sobras da Economia Idólatra.
    .
    As Empresas Recuperadas, as Feiras Francas e as Cooperativas de Catadores de Papelão
    são Exemplos desta Economia Popular que surge da Exclusão
    e que pouco a pouco, com Esforço e Paciência, adota Formas Solidárias que a dignificam.
    .
    Quão Diferente é isto do Fato
    de os Descartados pelo Mercado Formal
    serem Explorados como Escravos!
    .
    Os Governos que assumem como própria a Tarefa de colocar a Economia
    ao Serviço das Pessoas devem promover o Fortalecimento, Melhoria,
    Coordenação e Expansão destas Formas de Economia Popular e Produção Comunitária.
    .
    Isto implica melhorar os Processos de Trabalho,
    prover de Adequadas Infra-Estruturas
    e garantir Plenos Direitos aos Trabalhadores
    deste Setor Alternativo.
    .
    Quando Estado e Organizações Sociais assumem, juntos, a Missão dos ‘3 T’,
    ativam-se os Princípios de Solidariedade e Subsidiariedade
    que permitem construir o Bem Comum numa Democracia Plena e Participativa.
    […]
    Para concluir, quero dizer-lhes novamente:
    .
    O Futuro da Humanidade Não Está Unicamente
    nas Mãos dos Grandes Dirigentes,
    das Grandes Potências e das Elites.
    .
    Está Fundamentalmente nas Mãos dos Povos;
    na sua Capacidade de se organizarem
    e também nas suas Mãos que regem,
    com Humildade e Convicção,
    este Processo de Mudança.
    Estou convosco.
    .
    Digamos Juntos do Fundo do Coração:
    .
    Nenhuma Família Sem Teto,
    Nenhum Camponês Sem Terra,
    Nenhum Trabalhador Sem Direitos,
    Nenhum Povo Sem Soberania,
    Nenhuma Pessoa Sem Dignidade,
    Nenhuma Criança Sem Infância,
    Nenhum Jovem Sem Possibilidades,
    Nenhum Idoso Sem Uma Veneranda Velhice.
    .
    Continuai com a vossa Luta
    e, por favor, cuidai bem da Mãe Terra.
    .
    Rezo por vós, rezo convosco e quero pedir
    a nosso Pai Deus que vos acompanhe e abençoe,
    que vos cumule do seu Amor
    e defenda no Caminho concedendo-vos,
    em Abundância, aquela Força que nos mantém de pé:
    esta Força é a Esperança, a Esperança que não decepciona.
    Obrigado! E peço-vos, por favor, que rezeis por mim.”
    .
    Íntegra em:
    .
    (http://br.radiovaticana.va/news/2015/07/09/discurso_do_papa_francisco_aos_movimentos_populares/1157318)
    .
    Vídeo em: (https://youtu.be/Jq0cWnLTHiA?t=4749)
    .
    .
    (http://www.viomundo.com.br/denuncias/desnorteada-com-o-discurso-do-papa-na-bolivia-midia-foca-em-crucifixo.html)

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