Dois mil jovens cobram punição a Siemens e Alstom por propinoduto tucano
Do Setor de Comunicação do Levante Popular da Juventude, via Igor Felippe
Cerca de 2.000 jovens do Levante Popular da Juventude e trabalhadores rurais do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fizeram uma manifestação em frente às sedes das empresas Siemens e Alstom, na Marginal Tietê, na região da Lapa, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (4/9).
Denúncias apontam que essas empresas montaram um esquema de corrupção para fraudar licitações das obras, reformas e fornecimento de equipamentos para o sistema de metrô e trens em São Paulo. No esquema, que ficou conhecido como propinoduto tucano, as empresas combinavam os resultados das disputas e, com a intermediação de políticos do PSDB, elevavam os preços dos serviços, aumentando os gastos do Estado para lavar dinheiro que era repassado aos tucanos.
“Precisamos fazer um acerto de contas com as empresas corruptoras, que sempre ficam invisíveis nos escândalos de corrupção. A Siemens e a Alstom precisam ser investigadas e punidas, além dos políticos do PSDB. Ńão podemos admitir que a população sofra todo dia com a falta de qualidade e abrangência do sistema de transporte público, enquanto empresas estrangeiras desviam recursos”, disse o dirigente do Levante Popular da Juventude, Thiago Pará Wender.
Os manifestantes fizeram uma marcha pela Marginal Tietê e realizaram intervenções em frente às empresas. “Não é mole não, a tucana é só corrupção”, cantavam os jovens durante o protesto. Foi feita uma pichação em frente à sede do grupo francês Alstom denunciando que é uma “empresa corruptora”.
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Os jovens rebatizaram a rua Werner Siemens com o nome de Rua 12 de janeiro de 2007, data do desmoronamento do canteiro de obras da expansão do Metrô de São Paulo na Linha Amarela, que deixou dezenas de feridos às margens da Marginal Pinheiros. Em frente à sede da Siemens, houve também uma homenagem aos sete mortos no desmoronamento. O nome de cada um deles foi saudado pelos manifestantes e foi colocada uma cruz para cada um deles em frente da empresa alemã.
“Essas empresas eram responsáveis pelas obras na Linha Amarela e têm culpa na morte desses trabalhadores, que são símbolos da falta de respeito com o povo brasileiro. É preciso fazer justiça. Enquanto não houver justiça, haverá escracho popular”, prometeu Pará.
O MAB denunciou que a Siemens e a Alstom, que também atuam na área da energia, são responsáveis pelas obras de construção de barragens e são acusadas de formar um cartel para superfaturar os preços dos serviços. Em 2006, as duas empresas foram incluídas em processo aberto pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, por conta de cartel internacional no mercado de aparelhos eletro-eletrônicos de direcionamento de fluxo de energia elétrica com isolamento a gás e a ar entre 1998 e 2006.
“As empresas corruptoras na obras de metrô e barragens têm nomes: Alstom e Siemens. Essas empresas se sustentam em um modelo corrupto. Os recursos públicos devem ser voltados para melhorar o transporte público no campo e garantir os direitos das famílias atingidas por barragens”, disse Robson Formica, dirigente do MAB.
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Comentários
Marcilio Serrano
Engraçado ainda não li nenhum parecer deste tema do Rodrigo Leme….
Arthur Araújo
E o PIG escondendo os esqueletos do PSDB no armário.
Matheus
Senti falta de uma faixa com “FORA ALCKMIN E PSDB” e “FORA PRIVATEIROS”, em letras garrafais. O foco do protesto pode não ser a Privataria Tucana, mas as pessoas e o partido são os mesmos, então cabe aqui vocalizar o repúdio às privatarias e entreguismos também.
Jose Mario HRP
Mais um rombo azul amarelo vem aí!
Alckimin mandou terceirizar o 190 em SP!
Assim abre-se licitação para contratar call centers!
KKKKKKKKKKK, lá vem um novo propinoduto!
Não basta a roub……do Metro e do trem metropolitano!
As eleições vem aí e haja grana para campanha!
E o mensalão tucano ficou para 2015!
Quem sabe com prescrições de montão!
18 anos desse cancro azul/amarelo!
edir
O pessoal do PSDB está desesperado que andam até sonhando. Inventam uma tal matéria no jornal alemäo e pensa que o povo é bobo. Saiu sim várias vezes na TV alemä o escando citando até os nomes dos ex governadores Mário Covas/Jose Serra e o atual Geraldo Alckmin.
Mardones
Boa não, ótima! k k k k
Em que parágrafo da sua fonte há a citação da confirmação de formação de esquema corrupto entro o governo federal do PT e os malandros da Siemens? rs rs rs rs
wagner paulista de souza
Mardones: Não está escrito em parágrafo algum. O determinante aí, quando se quer atingir o PT é o domínio do fato. É o domínio do fato, estúpido. (desculpe a brincadeira, que obviamente não se dirige a sua pessoa).
henrique de oliveira
O foco não pode ser as empresas que sempre fizeram isso de corromper os politicos , o foco tem que ser os politicos do psdb , senão fica a impressão que so se corromperam porque não tinha outro jeito de fazer as obras.
O foco tem que ser Mario Covas , Serra e Alckmim , não as empresas.
Luiz – AlphaPlus
Henrique, só para aumentar a polêmica, eu não vejo que as empresas corrompiam. Os políticos pediam propina (caixa 2) para permitir que as empresas pudessem fechar contratos. Eu trabalhei muitos anos na área de telefonia e o pessoal sempre comentava que existia essa caixinha ou de outra forma as empresas fechavam, porque não conseguiam concorrer honestamente para se conseguir os negócios.
Jose Mario HRP
Mario Rufião Santo do pau Ôco Covas!
Quadrilheiros engravatados!
Matheus
O foco tem que ser ambos, os corruptores e os corruptos. As empresas pagam, os políticos pedem, ou as empresas oferecem e os políticos aceitam. Não existe um sem o outro.
assalariado.
Pois é, Matheus e internautas. Quando a pequena burguesia -(leia -se classe média reacionária)-, foi as ruas se ‘esqueceram’ de dizer para si próprios que, quando o assunto é -(CORRUPÇÃO)- é bom não nos esquecermos que, quando entra em cena o lacaio politico do capital -(CORRUPTO)-, jamais devemos esquecer que se existe o -(CORRUPTOR)- que, por sua vez atua dos dois lados do balcão da corrupção.
É claro, desde de que do outro lado do balcão estejam pessoas e partidos com os mesmos valores e ideologia burguesa de sociedade. Afinal, a ideologia capitalista e seus soldados nunca vem desacompanhada da -(CORRUPÇÃO)-, não é mesmo? São carne e unha, unha e carne. Afinal, quem -(CORROMPE)- a sociedade e o Estado, são os ricos ou os pobres?
Saudações Socialistas.
João Humberto Venturini
Gostaria de saber como eu faço pra sugerir uma pauta pra vcs ou até publicar um artigo meu sobre o q está acontecendo aqui em Piracicaba.
Os vereadores daqui estão já processando 35 cidadãos por críticas em jornais e internet.
É um claro abuso d autoridade e q visa intimidar cidadãos críticos daqui.
Sobre isso eu explico no meu artigo abaixo
http://ecosubversivo.blogspot.com.br/2013/09/a-camara-de-piracicaba-e-coacao.html
Obrigado
Mário SF Alves
“Observem que são 35 processos de vereadores, os quais a maioria é da base governista do prefeito Gabriel Ferrato (PSDB), contra cidadãos e que somam quase R$ 30 mil em indenizações! É o cúmulo do absurdo, pois ainda querem mais dinheiro do povo, mesmo depois de “ganharem” um aumento de 66% nos salários! Parece que além de a maioria das atividades da câmara ser só sobre “moção de aplauso” e “homenagens” agora estão usando o tempo, que seria pra fazer algo útil pra cidade, para processar críticos.”
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Crise de valores determinando crise de identidade, meu caro. Só pode ser isso. Parabéns. Conteste, lute, mostre a verdadeira face desses neoliberais enrustidos.
Em tempo: Comprove que a maioria deles está a serviço do poder econômico e dos próprios interesses, e nada mais.
FrancoAtirador
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18/9/2002
Observatório da Imprensa – Ano 17 – nº 760
Entrevista: João Wady Cury
GLOBO, FHC & A PRIVATIZAÇÃO DA TELEBRÁS
Por Claudio Julio Tognolli (*)
Um veterano das redações, com passagens em cargos de chefia na Veja São Paulo, na sucursal paulista de O Globo, no site [www.no.com.br], e vasta militância na reportagem da Folha de S.Paulo e do Estado de S.Paulo, João Wady Cury assestou as suas baterias, agora, contra as Organizações Globo-Globopar.
Na segunda-feira, 9/9, Cury denfendeu na ECA-USP, sob orientação do professor doutor Carlos Marcos Avighi, dissertação de mestrado em que mostra as maquinações da Globo nos leilões do sistema Telebrás – tudo analisado à luz da reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Cury avalia a relação entre o endividamento do maior grupo brasileiro de comunicação, as Organizações Globo-Globopar, e a cobertura jornalística do diário O Globo sobre os dois principais fatos do ano de 1998 em política e economia: a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso e a privatização das empresas de telecomunicações do sistema Telebrás – processo no qual a Globopar foi compradora de três operadoras de telefonia celular.
O trabalho discute o posicionamento ético e de lealdade com o leitor da empresa jornalística de Roberto Marinho, sendo o próprio governo de FHC um dos credores da Globo, por meio do BNDES.
A dissertação de João Wady Cury está dividida em três capítulos:
quem é a Globopar (quais empresas formam o grupo, como seguradoras, bancos, empresas de telefonia celular, administradoras de shopping centers, fazendas de gado etc.);
como o Globo cobriu a privatização da Telebrás (sendo uma das interessadas na compra de telefonia)
e como o Globo cobriu as eleições.
Depois de quatro anos de investigação, Cury conclui: “O jornal O Globo, na figura da empresa e dos jornalistas, foi desleal com o leitor”.
A seguir, sua entrevista ao Observatório da Imprensa.
Por que escolheu esse tema?
João Wady Cury – Achei importante o fato de várias das grandes empresas de comunicação, como o grupo de Roberto Marinho, o gaúcho RBS e O Estado de S. Paulo, para citar três delas, se movimentarem na tentativa de arrematar algumas das empresas públicas nos leilões do sistema Telebrás. Considerei esse movimento importante por três motivos: a maioria dos grandes grupos de comunicação brasileiros estava endividada, alguns deles, aliás, com empréstimos junto a bancos do governo federal; segundo, estava em jogo, na mesma época, a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, credor, indiretamente, de algumas das empresas; e, por fim, havia sido iniciado o movimento pela modificação do artigo constitucional 222, que impedia a entrada do capital estrangeiro nas empresas jornalísticas, e só acabou sendo modificada em junho passado.
Por que esse movimento chamou sua atenção?
J.W.C. – Uma empresa de comunicação deve ter como objetivo zelar pelo interesse público com isenção, distanciamento dos fatos e pluraridade. Não se trata, portanto, de uma empresa comum, que só tem como meta final o lucro. A partir do momento que um grupo jornalístico passa a misturar interesses comerciais comuns à administração de um jornal ou emissora de televisão, por exemplo, há o risco de lesar o leitor, omitindo informações que seriam fundamentais para a compreensão completa dos fatos e ver claramente quais os interesses dos personagens envolvidos na cobertura jornalística , inclusive o próprio jornal.
O senhor acha que O Globo foi tendencioso?
J.W.C. – Durante os 70 dias que se passaram entre o leilão da Telebrás até a data da reeleição de Fernando Henrique, em primeiro turno, em nenhum momento O Globo comunica oficialmente a seus leitores que tinha interesses empresariais naquele leilão, sobre o qual faz cobertura diária e intensa. (O governo Fernando Henrique concedeu empréstimos à holding Globopar, um deles, inclusive, no valor de R$ 16,9 milhões, um dia antes do leilão, para a subsidiária Net Campinas.) Em nenhum momento, nesse período, O Globo assume perante o leitor, com transparência, os seus negócios empresariais. E o centro desses negócios foi, invariavelmente, a Globopar.
Quais empresas fazem parte da Globopar?
J.W.C. – A Globopar (Globo Comunicações e Participações S/A) reunia em 1998 as empresas não jornalísticas das Organizações Globo. São empresas que atuam em setores como TV a cabo (operação e distribuição, como Net, Globosat), TV por microondas (Sky, em sociedade com Ruppert Murdoch, o magnata australiano das comunicações), produtora de filmes (Globo Filmes), de computação gráfica e programas de televisão, telecomunicações (sociedade na Maxitel, Tele Nordeste Celular, Tele Celular Sul), fabricação de equipamentos telefônicos (Nec, em sociedade com a Nec japonesa), operadora de pagers (Teletrim), fazendas de gado de corte, construção e administração de shopping centers (Shopping Interlagos, em São Paulo, e Botafogo Praia Shopping, no Rio), hotéis, centros comerciais, prédios residenciais e comerciais, instituições financeiras e securitárias (Banco ABC, Arab Banking Corporation, Seguradora Roma, sociedade na Golden Cross) e mineradoras, entre outras atividades que constam nos balanços pesquisados.
Acha, então, que liberdade de imprensa é liberdade de empresa?
J.W.C. – Acho que o dono de uma empresa jornalística precisa, antes de tudo, assumir um compromisso real, ético, com a missão de informar e ser leal a seu público. Analisando as reportagens de O Globo em 1998 é fácil notar que, tanto na cobertura das privatizações como na da eleição presidencial, não se nota apartidarismo nem pluralismo no posicionamento do principal diário do grupo de Roberto Marinho. O que leva à conclusão que o jornal, na figura da empresa e dos jornalistas, foi desleal com o leitor.
Como é possível evitar esse tipo de confusão de interesses?
J.W.C. – Temos que ser objetivos: hoje, em todo o planeta, empresas jornalísticas têm se fundido, ou melhor, têm sido compradas por empresas de entretenimento, como ocorreu com o AOL Time Warner. Quem nos garante que não há determinação de favorecimento aos produtos de entretenimento (filmes, CDs, DVDs, sempre muito lucrativos) nas coberturas jornalísticas das empresas Time? Quem garante que funcionários não sofrem pressão, mesmo na AOL brasileira, para noticiar um filme em detrimento de outro, só porque foi criado pela empresa do mesmo grupo? E se isso acontece na cobertura de entretenimento, por que não aconteceria em outras áreas, como política e economia? As Organizações Globo, por exemplo, produzem notícias, de um lado, e de outro vendem filmes, CDs, celulares e muitos outros serviços. Como saber se são transparentes e leais? Acho que o desafio que se coloca a nós, jornalistas, é justamente garantir a isenção dos processos. E não acho que isso seja possível só com jornalistas. Toda a sociedade, justamente em seu favor, deve ser convocada a participar desse processo por meio de suas entidades representativas, como ABI, OAB e o próprio Observatório de Imprensa, que já se mostrou fundamental como fiscalizador da mídia.
(*) Repórter especial da Rádio Jovem Pan, professor do Unifiam (SP) e da ECA-USP e consultor de jornalismo investigativo da Unesco no Brasil
(http://observatoriodaimprensa.com.br/news/showNews/jd180920021.htm)
Marat
Li hoje na Internet, de manhã, notícia do Estadão (do vetusto e arcaico jornal) sobre o evento. Disseram que havia 500 pessoas manifestando-se contra as barragens… Apenas isso!
renato
Importante é manifestar-se.
Marat
Sem dúvida, Renato, e temos que colocar no megafone, sempre, as piglantragens da impren$$$a.
Abraços
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